"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 22, 2013

No reino das Roses

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Rosemary Noronha é a melhor tradução dos interesses e da filosofia que movem o PT no trato da coisa pública. A ordem é predar o patrimônio de todos os brasileiros tratando-o como se fosse propriedade privada ou partidária. 
Neste reino de podridão, o mau exemplo vem de cima e funciona como salvo-conduto para a tropa.

As estripulias de Rosemary foram descritas em sindicância feita pela Casa Civil, iniciada depois que ela e seus bebês - um pessoal da pesada que agia em vários órgãos públicos desde a gestão Lula - foram flagrados pela Polícia Federal traficando interesses e vendendo influência a partir do escritório da Presidência da República em São Paulo. 
As conclusões, expressas ao longo de 120 páginas, foram reveladas pela edição da revista Veja desta semana.

No documento, está relatado que Rosemary teve tratamento de chefe de Estado em embaixadas brasileiras ao redor do mundo, como a de Roma; que, várias vezes, trocou favores no governo federal por mimos; que abusava das prerrogativas do cargo e usava de maneira desvirtuada a estrutura pública; que saiu rica da função que desempenhou no governo petista.


Não sem razão, mas só depois que foi flagrada em seus malfeitos pela PF, no fim do ano passado Rosemary foi afastada do cargo de chefe do escritório paulistano da Presidência da República. 
Encontra-se hoje indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, mas nunca se manifestou publicamente sobre sua rede de falcatruas.

"O relatório final da investigação, mantido em segredo por determinação expressa do próprio governo, é a síntese do que para alguns é a norma fria do serviço público em Brasília: uma grande loja de facilidades", resume a revista.


As revelações do documento são grotescas, mas podem ser pouco perto do que, de fato, pode ter sido feito por Rose e sua turma sob as bênçãos do ex-presidente Lula. É de se imaginar que, com franco acesso a todos os sistemas de informação e registro que um órgão público pode ter, a Casa Civil tenha se deparado com podres ainda maiores da preferida de Lula

O melhor detergente para sujeiras desta natureza é a luz do sol. 
Rosemary deveria ser chamada a falar e contar o que sabe. 
Diz a revista que ela está disposta a escancarar a boca, por se sentir "desamparada pelos velhos companheiros" a quem serviu com tanto carinho e entrega, como Lula e José Dirceu.

A própria Casa Civil parece ter ciência dos riscos.
  Tanto que tentou manter o relatório em segredo, por avaliar que, divulgado, ele poderia produzir "instabilidade institucional". 
Se é assim, mais motivos há para ir fundo nas investigações, botar o Ministério Público nos calcanhares desta gente e o Congresso a apurar, quem sabe até por meio de CPI.

Rosemary é a personificação do grupo político que passará para a história do Brasil como aquele que se valeu de uma azeitada estrutura de desvio reiterado de dinheiro público para compra de apoio parlamentar. Ela é a síntese do espírito mensaleiro, da predação dos petistas sobre o patrimônio público.

É possível que a ex-toda-poderosa integrante da entourage de Lula tenha se inspirado no modus operandi do chefe e de sua tropa, novamente descrito em detalhes na síntese do acórdão do julgamento do mensalão publicada na sexta-feira no Diário da Justiça Eletrônico.

Trata-se de "conjunto probatório harmonioso que, evidenciando a sincronia das ações de corruptos e corruptores no mesmo sentido da prática criminosa comum, conduz à comprovação do amplo esquema de distribuição de dinheiro a parlamentares, os quais, em troca, ofereceram seu apoio e o de seus correligionários aos projetos de interesse do governo federal na Câmara dos Deputados". 

Após dez anos de leniência e de complacência com malfeitos, com a roubalheira, com a ocupação corsária do aparato estatal, os petistas parecem ter perdido - se é que um dia tiveram - a noção de onde termina o interesse público e onde começam as esferas privada e partidária. 
Inspirados em maus exemplos que vêm de cima, agem como se predar o Estado fosse a coisa mais natural do mundo. 
Não é. 
A tudo isso, cabe um basta.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
No reino das Roses

ENQUANTO ISSO NO brasil maravilha DOS FARSANTES E A QUEBRA 1,99... Cheques sem fundos têm maior percentual desde maio de 2009


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Em março, 2,36% dos cheques emitidos no Brasil foram devolvidos, segundo o Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos, divulgado nesta segunda-feira (22). Foi o maior percentual verificado desde maio de 2009, quando o índice de devoluções fora de 2,52%.

Em fevereiro, o percentual de cheques devolvidos foi de 1,90%. Nos três primeiros meses do ano, do total de cheques, 2,09% não tinham fundos. O índice ficou acima dos 2,04% registrados no mesmo período de 2012.

Para os economistas da Serasa Experian, "março carrega sazonalidade no aumento dos cheques sem fundos, em decorrência da última parcela do IPVA e do parcelamento das despesas escolares". 
De acordo com a Serasa, neste ano, o indicador também foi impactado pela maior inflação nos alimentos, que reduz o poder aquisitivo dos salários.

Nos três primeiros meses de 2013, Roraima foi o Estado que apresentou o maior percentual de cheques sem fundos (13%). 
Na outra ponta do ranking está São Paulo, com 1,50%. Entre as regiões, a Norte foi a que apresentou o maior percentual de devolução de cheques (4,42%), enquanto a região Sudeste foi a que teve o menor índice, com 1,64%.

Do G1, em São Paulo

POBRE BRASIL ! Setor financeiro resiste a Dilma, mas aponta fragilidades de Aécio e Campos


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A lua de mel que o mercado financeiro viveu com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissipou-se na gestão da presidente Dilma Rousseff.

A atual política econômica tornou-se alvo de críticas do setor que, a um ano e meio da eleição, mostra preferência pelos nomes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

O Estado conversou com dez influentes integrantes do mercado, entre os quais banqueiros, economistas de instituições financeiras, operadores e donos de fundos de investimento. Com o compromisso de não se identificarem, eles traçaram um diagnóstico convergente sobre a gestão Dilma.

Emitiram, ainda, opiniões sobre a sucessão do ano que vem e os demais presidenciáveis.

Apesar da resistência à presidente e, especificamente, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, os integrantes do mercado avaliam que Dilma vencerá a eleição. E no 1.º turno. Aécio e Campos já buscam aproximação com o mercado, tradicional financiador de campanhas.

Neste ano, os dois se reuniram com donos de bancos e gestores de fundos.
Dilma, que manteve pouco diálogo com o setor nos dois primeiros anos de mandato, acatou conselho de Lula e, a partir de janeiro, começou a conversar com banqueiros no Planalto.

Dilma desperta mais restrição no mercado que Lula.
Após anos de desconfiança mútua, o petista começou a mudar o paradigma em 2002, quando prometeu honrar os contratos por meio da Carta ao Povo Brasileiro.

"Lula foi fantástico para pobres e ricos. Dilma, nem para ricos nem para pobres, que estão vendo a inflação corroer salários", disse o dono de um fundo de investimento.

A conjuntura econômica no governo Lula favoreceu a relação.
Na sua gestão, contou com cenário externo favorável, que, aliado a uma política de aumento real do salário mínimo e de ampliação dos mecanismos de transferência de renda, permitiu crescimento econômico.

Lula manteve integrantes do governo FHC na equipe, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, era executivo de banco.

Dilma recebeu um real valorizado de R$ 1,65 por dólar e assiste à queda no preço das commodities. Além da conjuntura, há o estilo:
com ela haveria menos diálogo e mais resistência à iniciativa privada e interferência no BC.

Na semana passada, a taxa de juros aumentou 0,25 ponto porcentual e foi para 7,5%, após declarações polêmicas da presidente sobre o tema que afetaram o mercado.

"A imagem de Dilma está em processo de deterioração galopante no mercado. Ela dá sinais conflituosos, interfere na economia com mão pesada e não tem agenda de reformas", afirmou o diretor de um banco estrangeiro.

Segundo um operador, Dilma não deve falar sobre juros, pois "descredencia" o Banco Central. Para um investidor, a presidente tem uma visão contrária à iniciativa privada ao tentar, por exemplo, diminuir as taxas de retorno dos investidores.

A posição de integrantes do mercado é ponderada por alguns acadêmicos. Para Francisco Lopreato, da Unicamp, a mudança no patamar de juros na gestão Dilma está por trás da insatisfação.

"Você tem que tirar um pouco o doce da boca da criança e, provavelmente, eles vão chorar mesmo."

Em 2011, primeiro ano de gestão Dilma, o BC inaugurou quedas sucessivas na Selic, estreando a primeira em agosto, quando foi de 12,5% para 12%. "Alexandre Tombini ( presidente do BC) não é tão market friendly. Meirelles deixava mais claro o passo que iria tomar. Agora, a relação mudou. Ficou mais incerta", disse Lopreato.

"A presidente fez mudanças importantes na economia, todas elas, aliás, reclamadas por amplos segmentos empresariais:
redução dos juros,
estabilização cambial,
redução do custo da energia,
desoneração da folha de pagamentos,
investimento em infraestrutura em parceria com o setor privado etc. Como em qualquer mudança, há sempre interesses contrariados, mas creio que são minoritários", disse Ricardo Carneiro, diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Reuniões.

Apesar das críticas a Dilma, o mercado já "precifica" a eleição de 2014. "Como ela vai ganhar no primeiro turno, deve minguar o financiamento para os outros candidatos. Ninguém vai por dinheiro sabendo que o candidato vai perder", afirmou o dono de um fundo de investimento.

Aécio desperta a confiança do setor em relação à condução da economia. "Ele é música para os ouvidos do mercado. Ele é visto como o resgate da agenda de FHC. É mais ortodoxo", disse o economista de um banco estrangeiro.

Há resistências, porém, sobre seu modo de vida.
"Ninguém acredita que, de fato, queira ser presidente. Sua vida pessoal é incompatível com a vida pública. E sua atuação como senador é uma piada", disse o diretor de um banco estrangeiro.

"Não sei se aguenta ser presidente, com uma rotina dura. Parece ficar dividido entre isso e abrir mão da sua vida atual", disse o dono de um fundo de investimentos.

Campos ainda é visto como uma incógnita, mas que suscita interesse.
"A opinião dele não está clara, mas não há rejeição do mercado a ele", declarou o banqueiro brasileiro.

"Campos tem história em Pernambuco, está com discurso muito alinhado, aberto a ouvir. É uma luz no fim do túnel, uma alternativa a Dilma", disse o diretor do banco estrangeiro. "Ele não é a primeira opção de ninguém que conheço, mas é definitivamente uma opção", afirmou o economista.


Julia Duailibi e Sonia Racy, de O Estado de S. Paulo