"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 15, 2014

ENQUANTO ISSO NO brasil maravilha DOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 1,99 DESAVERGONHADA... "0,35 ponto percentual, pergunta-se: se é tão pequena, por que negá-la?" OU : Aposentado paga a conta



Incapaz de manter a taxa básica de juros (Selic) em níveis civilizados por tempo que mereça comemoração, já que o Banco Central vem sendo obrigado pela ameaça da inflação a devolvê-la aos dois dígitos, o governo acaba de fazer mais uma vítima de sua necessidade de repor os prejuízos do dever de casa não cumprido. 

Não faltaram avisos, nos últimos anos, de que a não realização de reformas estruturais nos tempos das vacas gordas cobraria, mais tarde, o preço político do controle mais severo dos gastos públicos, sob pena de o governo passar o vexame de não cumprir as metas de superavit primário, único remédio viável para reduzir a dívida pública e evitar que ela crescesse.

Os tempos de aperto vieram com a crise financeira mundial de 2008, que tornaram tudo mais difícil e, mesmo com os animadores sinais de retomada na maior economia do planeta (a dos Estados Unidos), ninguém de juízo se arrisca a definir a velocidade das melhoras.

Esse cenário já era conhecido no fim de 2012 e aconselhava a adoção de política fiscal mais apertada em 2013, para chegar ao fim do exercício demandando criatividade para fechar as contas e, mais grave, para não pressionar a demanda e, com ela, os preços internos.

O resultado da não obediência a esse caderno primário da política econômica foram os arranhões na credibilidade do país por causa dos arranjos contábeis para fechar o ano fiscal e a retomada dos aumentos da taxa de juros, para impedir que a inflação escapasse para muito longe da meta de 4,5%.

Como não fez o dever de casa do controle do gasto em 2013, o governo terminou o ano e inaugurou 2014 em desabalada carreira para não começar tão mal o ano das eleições. Nessa corrida para produzir dinheiro, o risco de fazer cortes imperfeitos e a vítimas injustificáveis aumenta.

O primeiro a ser atingido foi o turista brasileiro, surpreendido com as malas prontas pelo aumento de R$ 0,38 para R$ 6,38 no imposto sobre os cartões de débito pré-pagos. Agora, a punição de inocentes pela má administração fiscal pegou o mais indefeso e sacrificado dos consumidores: o aposentado ou pensionista que ainda ganha acima de um salário mínimo.

Impossibilitados de fazer greve e sem quem os defenda sem demagogia e sonhos irrealizáveis, esses 9,5 milhões de brasileiros acabam de sofrer mais um golpe do governo. Terão o poder de compra de suas aposentadorias um pouco mais diminuído, já que, em vez da inflação oficial de 2013, de 5,91%, terão reajuste de 5,56%.


Este ano, alguém pode pensar que foi menos ruim do que dar apenas os 4,5% do centro da meta de inflação. Mas esse é o falso alívio da ida e da volta do chicote. Serve apenas para acelerar a chegada do dia em que todas essas pessoas receberão apenas um salário mínimo. Aos que argumentam que a diferença no índice de correção foi de “apenas” 0,35 ponto percentual, pergunta-se: se é tão pequena, por que negá-la?

O certo é que, com a repetição de pequenas mordidas como essa, o governo empobrece e humilha milhões de brasileiros que cometeram o “crime” de trabalhar honestamente no setor privado, ajudando a manter os privilégios de inativos do serviço público federal. Injusta no presente, essa política é cega quanto ao futuro de um país que envelhece rapidamente. 
A questão é que, para o governo, o futuro só virá depois das eleições.

Correio Braziliense 

E NO PAÍS DA "COPA DAS COPAS" DOS DESAVERGONHADOS... Orçamento do Ministério do Turismo cai quase pela metade no ano da Copa


No ano em que o Brasil vai receber turistas de todo o mundo, devido ao Mundial da Fifa, o orçamento do Ministério do Turismo foi reduzido em quase 50%. A dotação autorizada para as ações do órgão passou de R$ 2,7 bilhões em 2013, para R$ 1,5 bilhão este ano, caracterizando retração de quase R$ 1,3 bilhão.

O Ministério do Turismo foi o segundo órgão com maior percentual de queda perante a Esplanada, perdendo apenas para a Pasta de Comunicações. O orçamento aprovado no Congresso Nacional ainda não foi sancionado pela presidente da Dilma Rousseff.

Entre os programas do ministério, o que obteve maior diminuição foi o intitulado “Turismo”, com decaída de R$ 1,3 bilhão em relação ao orçamento de 2013. Em 2014, os valores para o programa totalizaram em R$ 1,3 bilhão e no ano passado chegaram a R$ 2,6 bilhões.

Confira tabela

Dentro do programa, praticamente todas as ações sofreram com a diminuição, sendo que apenas duas permaneceram constantes. É caso da ação “Participação da União na Implantação do Programa de Desenvolvimento do Turismo – Prodetur”, voltada para gestão do turismo por meio de fortalecimento institucional, capacitação, elaboração e implementação de Planos Municipais, e também, quando necessário, financiamento de obras de infraestrutura em áreas de potencial turístico. Essa iniciativa permaneceu com seu orçamento em R$ 147 milhões.

Outra ação que manteve seu orçamento constante em R$ 2 milhões foi a referente a promoção de investimentos privados e financiamento no setor de turismo. Esta iniciativa é responsável pelos estudos, pesquisas e divulgação de informações acerca das oportunidades de investimento e financiamento no setor turístico.

Em contrapartida, a ação de apoio a projetos de infraestrutura turística terá cerca de R$ 1,1 bilhão a menos para serem aplicados. O orçamento da iniciativa passou de R$ 2 bilhões no ano passado, para R$ 887,1 milhões neste exercício. O resultado será a dificuldade para investimento em obras nas áreas turísticas dos municípios brasileiros, em plena época da Copa do Mundo.

A promoção turística do Brasil no exterior também foi bastante afetada. Ao todo R$ 30 milhões foram reduzidos na dotação orçamentária deste ano, tendo em vista que o valor do ano passado para esse fim chegou a R$ 147,4 milhões e esse ano passou para R$ 117,4 milhões.

A assessoria de imprensa do Ministério alega que o orçamento de 2013 foi atípico, devido aos recursos destinados para a preparação turística do Brasil para os megaeventos esportivos. O valor empenhado investido pelo Ministério do Turismo em 2012 foi de R$ 885 milhões, subindo para R$ 1,8 bilhão em 2013. “Como os recursos da ação “Adequação da Infraestrutura Turística Pública para os Grandes Eventos Esportivos” já foram empenhados, a ação foi retirada do orçamento”, explica nota.

O órgão ainda complementa dizendo que as emendas parlamentares também foram responsáveis por essa diferença, passando de R$ 1,9 bilhões em 2013 para R$ 800 milhões em 2014.

Outros programas

Embora o orçamento geral do ministério tenha diminuído em 2014, programas menores do órgão tiveram acréscimos nas dotações. Um dos programas mais incentivados, foi o de gestão e manutenção do próprio Ministério. O orçamento em 2014 é de R$ 134,1 milhões. Esse valor significa um aumento de 7% em relação ao ano passado, em que a dotação inicial foi de R$ 125,9 milhões.

Os recursos destinados ao Ministério do Turismo para a previdência de inativos e pensionistas da União também aumentou, passando de R$ 19,8 milhões em 2013 para R$ 20,2 milhões em 2014.

Expectativa de turistas neste ano 
Segundo pesquisa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), são esperados 600 mil estrangeiros para a Copa de 2014. Os turistas devem injetar R$ 6,8 bilhões no Brasil. A estimativa foi feita com base no histórico de fluxo de turistas para o país e na procura por ingressos na agência da Fifa.

Porém, a maior parcela das despesas previstas para a Copa de 2014 é de turistas brasileiros. A projeção é que 3 milhões de viajantes nacionais vão gastar R$ 18,3 bilhões, nas 12 cidades-sede do evento.

No ano passado, outra pesquisa da Embratur com turistas estrangeiros que vieram à Copa das Confederações mostrou que apenas 55,6% dos entrevistados consideraram que o país está preparado para o Mundial de 2014. Outros 29% disseram que não está, e 15,4% responderam que não sabiam.

Para o presidente da Embratur, Flávio Dino, a avaliação dos turistas foi impactada pelas manifestações de junho, mês em que ocorreu o evento prévio à Copa. As principais reclamações dos turistas estrangeiros na Copa das Confederações e na JMJ foram em relação ao transporte urbano e aos serviços de internet e telefonia.

Thaís Betat  
Contas Abertas

BRASIL REAL ! A GERENTONA FAJUTA E EMBUSTEIRA 1,99 E SEU brasil maravilha : Contra inflação, consumidor retoma 'compra de mês' em supermercado


Depois de sentir no bolso a escalada da inflação nas compras do supermercado ao longo de 2013, o consumidor começa a adotar estratégias para compensar o aumento dos preços e evitar novas surpresas neste ano.
A terapeuta Maria Elisa Gothardi Soares, 71, tem apostado em compras uma vez por mês para tentar reduzir o impacto das altas em seu orçamento doméstico. "Quando acaba algum item, eu até apelo para o mercadinho do bairro, mas tento agora comprar tudo de uma vez", afirma.
Outra tática da terapeuta é comprar alguns itens em atacadistas, que geralmente cobram mais barato pelo volume de produtos iguais adquiridos pelos clientes. De olho nos preços, ela também varia o cardápio quando percebe que um produto está ficando mais caro. "Se a carne está cara, vou para o peixe ou o frango", diz.

A aposentada Ivanir Sonner, 66, que fazia compras semanais com o marido, também passou a ir apenas uma vez ao mês ao supermercado. "Faço agora compras mais pesadas para economizar", afirma a aposentada, que sentiu principalmente o aumento do preço dos laticínios.

Além disso, Ivanir resolveu substituir algumas marcas por similares mais baratas. "Não me arrependo. Às vezes você está tão acostumada com uma marca que nem percebe que há outras melhores", diz.

Ana Lúcia Pais, 51, é outra que apostou na substituição de alguns produtos.  "Com a inflação, fiquei mais atenta aos preços. Troquei algumas marcas, como a do sal e do óleo de cozinha, e me surpreendi, pois a qualidade era bem próxima à dos produtos mais caros", diz a dona de casa, que vai ao supermercado semanalmente.

"Assim ajusto a lista de compras de acordo com as necessidades de cada semana e evito desperdícios em casa", diz.

MENOS ITENS NO CARRINHO
De setembro para cá, a representante comercial Regina Aparecida Martins Minha, 49, também viu suas compras ficarem mais caras. "Os produtos de limpeza e de higiene pessoal subiram muito em pouco tempo, mais até do que os artigos de primeira necessidade", afirma. Para não se enrolar financeiramente, Regina resolveu reduzir a quantidade de itens comprados.

"Se eu comprava cinco litros de leite para durar uma semana, agora compro quatro. Mas não abro mão de marca de qualidade", afirma a representante comercial, adepta das compras mensais.

Foi a mesma decisão tomada pelo aposentado Tarcísio Dorotheu Silva, 61. "Todo mês eu via um aumento de 5% no total das compras. Então decidi cortar supérfluos e estou comprando apenas coisas básicas. Estamos comprando menos para não inflacionar o orçamento", diz.

Essa tendência é confirmada por Paulo Marcos Gomes dos Santos, responsável pela área administrativa da loja do supermercado Extra em Perdizes. "Eles estão segurando mais o dinheiro, tentando economizar. Estão focando mais nos produtos essenciais", diz.

Pesquisar é outra das armas dos consumidores para enfrentar a alta dos preços. A diarista Elenilda Almeida da Silva, 41, costuma checar o preço em vários supermercados antes de ir às compras.


"Faço uma pesquisa para saber onde os produtos estão mais baratos. No final do mês a diferença compensa", diz.

ORIENTAÇÕES
Para Celso Grisi, coordenador de projetos da FIA, entidade privada ligada à USP, a redução do número de idas ao supermercado é uma das principais estratégias contra a inflação. "Se a pessoa comprava quatro vezes ao mês, deve considerar comprar duas, uma no início e outra no meio do mês. É uma forma de tentar não ser vítima da inflação, pois os preços estão subindo rapidamente", diz.

Mas vale lembrar que essa regra não vale para todos os produtos. "É preciso fazer uma compra consciente. Há produtos com data de validade bem curta. Não adianta ir ao mercado e comprar alface para o mês inteiro. Não vai dar certo", afirma o planejador financeiro Valdir Valdir Carlos Jr.

Para ele, pesquisar é sempre válido, mas o consumidor deve evitar compras muito "pingadas". "Veja os preços nos supermercados, mas, antes de comprar um item em um e outro item em outro, coloque na ponta do lápis gastos com gasolina, ônibus ou táxi. Até porque ir a muitos locais consome um tempo desnecessário", diz.

Além disso, a substituição de produtos mais caros por similares mais em conta também é indicada.

O planejador financeiro também lembra que, embora os atacadistas geralmente ofereçam preços mais competitivos, é preciso ter espaço para estocar os produtos e saber se eles serão consumidos antes de expirar seu prazo de validade.

"O momento de inflação que a gente vive não requer atitudes desesperadas. O risco de uma inflação maior sempre vai existir, mas é pouco provável que vejamos aquele cenário de inflação da década de 1980. Vejo um cenário inflacionário, mas não de superinflação", diz.

Segundo Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, instituto de ensino e pesquisa, é interessante que cada um calcule sua própria inflação para que saiba quais itens podem ser cortados.

Para isso, basta anotar todos os gastos e os da família em uma planilha ou caderno e verificar a variação de preços de cada item ao longo dos meses.

Dessa forma, fica mais fácil reorganizar as finanças por meio de substituições simples de produtos e hábitos que não afetam radicalmente a rotina.

Manter uma reserva de emergência na poupança ganha mais importância em época de escalada de preços. "Não são recursos para comprar algo, mas para administrar o orçamento do ano em caso de surpresas, como um conserto em casa ou um tratamento médico", diz Rocha, do Insper.

DANIELLE BRANT/DE SÃO PAULO 
Folha
Editoria de Arte/Folhapress