"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 22, 2013

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO ! NO brasil maravilha DOS FARSANTES E GERENTONA DE NADA E COISA NENHUMA : Piorou o humor do mercado com o Brasil

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Em recente almoço no início deste mês, em Brasília, com representantes de um dos maiores fundos de investimento do mundo, um deles resumiu bem a impressão que ficou da última visita ao Brasil: 
“Nessa nossa última visita ao Brasil fiquei com a impressão que o setor privado e governo estão em mundos diferentes. O setor privado continua com elevada incerteza e preocupado com o rumo da política econômica e o governo tem convicção que tem adotado as medidas corretas“. 
 
Em outro almoço com um grupo de investidores de um fundo soberano escutei que: 

“todos os países do mundo têm problemas. Mas, no caso do Brasil, estamos com a sensação que as pessoas no governo se negam a ver os problemas e isso nos deixa decepcionados. Quando as coisas iam bem, éramos recebidos aqui em Brasília pelo primeiro escalão. Depois passamos a ser recebidos pelo segundo escalão. Agora, temos dificuldades de nos reunir com o terceiro escalão.”

Essa turma faz o circuito tradicional dos investidores: 

Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília e sempre conversam com o mesmo grupo de economistas. O que tem me assustado é a velocidade da piora do humor desses investidores em relação ao Brasil.

Isso significa relatórios mais pessimistas, diminuição da exposição das aplicações dos fundos que eles representam no Brasil e maior incerteza. 

 
Infelizmente, além de eu não ter mandato para defender o governo, o máximo que consigo argumentar é que apesar de o cenário econômico ter piorado e não esperar nenhuma reforma substancial até as eleições, espero que o próximo governo retome a agenda de reformas. Sim, mesmo na hipótese de a presidente Dilma ser reeleita acho que haverá mudanças na equipe econômica e sempre recorro ao “pragmatismo da presidente” – “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. É claro que isso é uma aposta (e esperança), mas vale lembrar que o governo demonizava as privatizações e hoje jogou a toalha – começou a privatizar rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc., apesar das incertezas regulatórias.

Independentemente de o governo valorizar ou não a opinião de investidores externos sobre o Brasil, há hoje um déficit de confiança crescente em relação ao rumo da política econômica e os investidores começaram a apostar em um cenário muito pior para o Brasil; um cenário que estava completamente fora do radar há três anos.

Além do editorial desta semana do Financial Times (go-go to go-slow) que falou da falsa sensação de bem estar no Brasil, o relatório de hoje da consultoria de análise macroeconômica Capital Economics sobre o Brasil traz um cenário bastante morno e aponta corretamente o problema de nossa baixa taxa de poupança:

“Accordingly, without measures to raise domestic savings, it will be difficult to achieve a significant rise in investment. Among other things, this will require bold (and unpopular) welfare reforms, including to Brazil’s generous public pension system. And we doubt the government has the apetite for such measures, particularly with elections looming in 2014.

The upshot of all this is that Brazil’s savings – and investment – rate looks set to stay low by Emerging Markets standards. In macro-economic terms, this means that growth is likely to remain lacklustre and accompanied by relatively high rates of inflation. (from Why Brazil Must Save to Invest – Capital Economics May, 21st 2103).


Não há mais o que questionar, o humor do mercado em relação ao Brasil mudou e ainda não há sinais que o governo esteja conseguindo reverter as expetativas. Ao contrário, a cada visita desses investidores estrangeiros em Brasília eles saem mais pessimistas. 
 
Chegamos a um ponto, na minha modesta opinião, que o desafio agora não é apenas melhorar a comunicação com o mercado, mas sinalizar também mudanças concretas na política econômica, o que parece, por enquanto difícil.
 
Transcrito do original em  :

E A DÍVIDA EXTERNA, HEIN? NO DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA QUEBRA 1,99 DO CACHACEIRO PARLAPATÃO... Dívida externa soma US$ 322,2 bilhões em abril. Acréscimo de US$ 711 milhões em relação ao montante estimado para março de 2013


A posição estimada da dívida externa total referente a abril totalizou US$ 322,2 bilhões, acréscimo de US$ 711 milhões em relação ao montante estimado para março de 2013, segundo dados do Banco Central (BC).

A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$ 284,7 bilhões, elevação de US$ 714 milhões no mês, enquanto o estoque de curto prazo manteve-se estável em US$ 37,5 bilhões.

Dentre os principais fatores de variação da dívida externa estimada de longo prazo destacaram-se as captações líquidas de títulos e empréstimos efetuadas por outros setores, US$ 195 milhões e US$ 601 milhões, respectivamente; e as amortizações líquidas de títulos de dívida pelos bancos, US$ 300 milhões. 

A variação por paridades aumentou o estoque de endividamento externo estimado de longo prazo em US$ 222 milhões.

CONFIRA : 

Déficit nas contas externas chega a US$ 8,318 bilhões em abril . É o pior resultado para o mês de abril desde 1980



O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira que o país registrou déficit em transações correntes de US$ 8,318 bilhões em abril, o pior resultado para o mês de abril desde o início da série histórica, iniciada em 1980.

O déficit acumulado dos últimos 12 meses é de US$ 70 bilhões, ficando em 3,04% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado também foi um déficit maior que o verificado no mesmo período do ano passado, quando as transações correntes tiveram resultado negativo de US$ 5,368 bilhões.

No acumulado deste ano, os gastos superaram as receitas em US$ 33,176 bilhões.

O valor líquido das despesas internacionais correntes foi apenas em parte coberto pelo ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED), cujo fluxo alcançou US$ 5,720 bilhões em abril, já descontadas repatriações de capital aos países de origem.

O BC informou que foram gastos liquidamente no mês US$ 2,542 bilhões em remessas de lucros e dividendos ao exterior e US$ 1,533 bilhão com viagens internacionais.

A balança comercial, por sua vez, teve déficit de US$ 995 milhões.

Jornal do Brasil

Gastando por conta do futuro

 
O governo federal acaba de inven­tar mais um tru­que para man­ter a gastança e continuar fe­chando suas contas, no fim do ano, como se houvesse cumpri­do a meta fiscal ou, pelo me­nos, manejado com alguma prudência as finanças públi­cas.

Para isso, a presidente Dil­ma Rousseff decidiu antecipar, em nova manobra contábil, o recebimento de recursos devi­dos à União pela Itaipu Bina­cional - cerca de R$ 15 bilhões até 1° de maio.

O prazo previsto para a liqui­dação dos compromissos de Itaipu terminará em 2023. Com isso, cria-se mais uma hi­poteca sobre a arrecadação dos próximos dois mandatos presidenciais e do começo do terceiro. Eis aí mais um instru­tivo exemplo de irresponsabili­dade fiscal.
O Tesouro já havia recorrido à antecipação de dividendos de estatais para tapar buracos. Es­se foi um dos artifícios empre­gados em 2012 para maquiar a execução do orçamento.

Na prática, o Tesouro terá de se endividar, por meio da emis­são de papéis, para conseguir neste ano aquele dinheiro. O en­dividamento, autorizado pela Medida Provisória (MP) n.° 615, de 17 de maio, será “em favor da Conta de Desenvolvimento Energético”. Os valores recebi­dos depois, quando a Itaipu li­quidar efetivamente seus com­promissos, “serão destinados exclusivamente ao pagamento da dívida pública federal”.

Para autorizar essa manobra, a nova MP alterou a Lei n.° 12.783, de 11 de janeiro deste ano, relativa às concessões de serviços de geração, transmis­são e distribuição de energia elétrica e à redução das tarifas de eletricidade.
Com a antecipação do dinhei­ro devido até 2023 pela Itaipu Binacional, o governo terá re­cursos adicionais para enfren­tar os custos da redução das contas de energia.

Incluída na receita, essa ver­ba será contada 110 cálculo do superávit primário, isto é, da economia feita anualmente pa­ra o pagamento de juros devi­dos pelo Tesouro. Facilitará, portanto, o cumprimento da meta fiscal, ampliando o espa­ço para a manutenção das des­pesas federais. 
 
Será mais fácil cumprir a meta sem comprimir os gastos ou sem aumentar a re­ceita efetiva, em parte prejudi­cada pela concessão de estímu­los tributários.

Apesar da emissão de títulos, a dívida líquida poderá ficar inalterada, porque os papéis te­rão como contrapartida os cré­ditos a receber da Itaipu. Mas a dívida bruta aumentará e o cus­to de sua rolagem poderá subir, se as condições do mercado fi­nanceiro se alterarem.

Isso dependerá tanto da polí­tica oficial de juros como do hu­mor dos financiadores. Embo­ra os ministros e outros funcio­nários insistam em falar quase exclusivamente sobre a dívida líquida, o mercado leva em con­ta, em suas avaliações, também a dívida bruta.
 
 É assim em todo o mundo e nenhum operador do sistema financeiro tem um bom motivo para agir de forma diferente em relação ao gover­no brasileiro.
 
O Estado de S. Paulo

E NO BRASIL ASSENHOREADO... DEPOIS DO CAFÉ(OPERAÇÃO BROCA) CHEGA A VEZ DA SOJA(OPERAÇÃO YELLON)

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Quatro empresários, um advogado e três agentes da Secretaria da Fazenda de São Paulo foram presos durante a Operação Yellow, realizada pelo fisco paulista e pelo Ministério Público estadual para desmontar uma quadrilha que, por meio de fraudes fiscais, lesou os cofres públicos em R$ 2,765 bilhões.

Desse total, R$ 1,6 bilhão se refere a débitos com o Estado e R$ 1,1 bilhão de dívida relativa ao não pagamento de impostos à União.
Os nomes dos envolvidos e do conglomerado que cometia irregularidades para burlar o pagamento de tributos não foram divulgados.

A investigação começou em 2010 na região de Bauru (SP) e identificou um esquema em que empresas simulavam operações com soja e derivados para conseguir créditos irregulares de ICMS. Esses créditos eram usados para abater dívidas com a Fazenda paulista.

Para fazer essas operações no setor de processamento de soja, o grupo usava empresas interpostas (de fachada) que tinham em seus quadros societários offshores, registradas em Montevidéu, no Uruguai, e sócios laranja.

Além de absorver os efeitos tributários da fraude, o objetivo dessas empresas era "blindar" os reais operadores da fraude.

A fiscalização e os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, estimam que R$ 100 milhões eram sonegados dos cofres públicos por ano.

Durante nove anos, a quadrilha fazia compra e venda fictícia e remessa para indústrias do setor expediente que gerava créditos de ICMS para abater as dívidas com o Fisco.

Dois empresários suspeitos estão foragidos.
A força-tarefa que participou da ação era formada por cerca de cem policiais, 27 promotores e 60 fiscais da Fazenda paulista.

Os envolvidos no esquema de sonegação foram indiciados por lavagem de dinheiro,
corrupção ativa e passiva
e formação de quadrilha.
A Justiça já decretou o bloqueio de todos os bens do grupo,
o que inclui contas bancárias,
imóveis,
parques industriais,
iates,
aviões e carros de luxo.

Durante a operação, foram cumpridos 20 mandados de buscas e apreensões em dez diferentes locais, entre sede das empresas e endereços dos suspeitos de cometer as irregularidades. Além de documentos, computadores e cofres foram recolhidos mais de US$ 200 mil na casa de um dos empresários.

O Ministério Público informou que, por operação realizada, cada fiscal recebia R$ 500 mil.

Um dos agentes fiscais foi preso em um condomínio de luxo em São Paulo. Segundo o MP, seu patrimônio era formado por ao menos dez imóveis de luxo e incompatível com sua renda, de cerca de R$ 18 mil por mês. Foram encontrados com ele R$ 320,8 mil em dinheiro,
US$ 10,8 mil,
7,3 mil euros,
930 libras
e sete barras de ouro.


PELA SEGUNDA VEZ


Essa é a segunda grande fraude envolvendo o processamento de soja para burlar o pagamento de impostos.

Em 2005, a Folha noticiou com exclusividade que a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo cobravam R$ 2 bilhões em tributos de dez indústrias e redes de varejo que, supostamente, participaram de esquema de exportação fictícia de óleo e farelo de soja a fim de obter vantagens fiscais.

O Gaesf (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Crimes de Sonegação Fiscal), do Ministério Público do Estado de São Paulo, por sua vez, investigou ao menos quatro consultorias que teriam criado e vendido o modelo de exportação fictícia para empresas economizarem no pagamento de ICMS, PIS e Cofins.

A fim de pagar menos tributos, as consultorias criaram, segundo as investigações, um sistema de exportação que envolvia ma empresa fornecedora de soja em Cuiabá (MT), de fachada, uma indústria que esmagava o grão (produz óleo e farelo de soja) e uma trading, que exportava o produto. A operação era simbólica só acontecia no papel.

Ao comprar a matéria-prima (soja) de outro Estado para exportar, a empresa se apropriava de um crédito fiscal. No caso do ICMS, ele era de 12%. Se exportava R$ 10 milhões em farelo de soja, o crédito fiscal era de R$ 1,2 milhão.


Foi um dos maiores e mais sofisticados casos de fraude fiscal dos últimos 20 anos, segundo a Folha apurou na ocasião. O esquema foi "vendido" aos empresários pelas consultorias por meio de folhetos e projeções em computador.
Segundo fiscais da Fazenda, não foram encontradas conexão nas fraudes detectadas na operação Yellow com as noticiadas em 2005.

Os envolvidos nas fraudes serão processados por lavagem de dinheiro, falsificação de documentos,
corrupção ativa e passiva,
formação de quadrilha
e crimes contra a ordem tributária.

Folha