"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 25, 2012

brasil marvilha dos FARSANTES : Sorria, aqui é tudo alegria.

Se o caro leitor não puder almoçar seu arroz com feijão, 
salada, 
bife e sobremesa, 
resolva o problema com uma folha de alface, 
duas ervilhas e um grão de milho. 
Pode não ser satisfatório, mas o caro leitor não deixou de almoçar. 

Se o caro leitor ganha muito pouco e está abaixo da linha da pobreza, resolva o problema com as estatísticas do Governo Federal: 
de acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidente Dilma Rousseff, quem ganha mais de R$ 291 mensais integra a classe média. 

Assim foi possível fazer com que 35 milhões de brasileiros se alçassem à classe média nos dez anos de Governo petista.

É simples assim: 
uma pessoa não precisa ganhar mais de dez reais por dia para entrar na classe média. Um casal que ganhe, em conjunto, R$ 582 mensais será também de classe média.

Pronto: 
no Brasil, só é pobre quem quer.

Mas há limites para ser de classe média. 
Quem ganhar a partir de R$ 1.019,10 por mês será de classe alta. 

A história de achar que classe alta é coisa para Eike Batista está errada:
 neste país em que se plantando tudo dá (especialmente notícias), até professor, mesmo ganhando o que ganha, pertence à classe alta. 

O pessoal que tem recursos para comprar deputado mensaleiro, dar carona de jatinho a quem toma decisões sobre concorrências, fotografar a esposa usando sapatos de sola vermelha, esse nem chega a ter classificação

Político corrupto, dos que trocam apoios por Ministérios, está tão alto que a verdade se restabelece sozinha: 
este não tem classe, nem categoria.

A classe média (de verdade) paga a conta.

CARLOS BRICKMANN

OPOSIÇÃO CONSEGUE ADIAMENTO DA "SABATINA" DO TEM RABO DE GATO. FOCINHO DE GATO. OLHOS DE GATO. PELO DE GATO...

 
  A sabatina de Teori Zavascki no Senado acaba de ser adiada para depois das eleições. A decisão tomada por José Sarney atende aos argumentos da oposição que desconfiava da nomeação repentina do novo ministro do Supremo. A sabatina tinha sido interrompida hoje e seria retomada amanhã.

Por Lauro Jardim
 "PINTA" DE MANDA CHUVA ! ENQUANTO ISSO NA SABATINA DO TEM RABO DE GATO. FOCINHO DE GATO. OLHOS DE GATO. PELO DE GATO... ATÉ AGORA SÓ ROSNADO COM CHEIRO DE "TRETA".reserva hotel gramado
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ATÉ A POEIRA BAIXAR ! "DISPOIS NÓIS PEGA DI NOVO" : Senado decide depositar em juízo IR de salários extras dos senadores

A Mesa Diretora do Senado decidiu, nesta terça-feira, depositar em juízo parte do Imposto de Renda (IR) cobrado pela Receita Federal, referente aos últimos cinco anos, sobre os 14º e 15º salários pagos aos senadores. 

O Senado não informou o valor e a decisão ainda tem que ser ratificada pelo plenário da Casa. 

De acordo com a decisão, o Senado vai arcar com o pagamento do passivo até a data da notificação pela Receita, no início de agosto, e, a partir de agora, cada senador terá desconto de 27,5% referente ao IR sobre essa ajuda de custo.

O dinheiro, incluindo juros e multa, será desembolsado pela instituição e não pelos senadores individualmente. Eles receberam uma intimação da Receita, no início de agosto, dando prazo de 20 dias para enviarem cópias de contracheques, fichas financeiras e comprovantes de rendimentos anuais.

O Senado alega que não pagou porque considera esse dinheiro uma verba indenizatória, e não uma remuneração:

- Havia uma decisão anterior considerando essa verba como indenizatória. Vamos pagar e imediatamente entrar com uma ação no fisco para reaver o dinheiro - afirmou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Senadores e ex-senadores estavam revoltados com a possibilidade de ter que arcar com essa despesa por um erro considerado de responsabilidade do Senado. Cada senador recebe por ano dois salários extras de R$ 26.723,12 e deixa de recolher cerca de R$ 12 mil.

O Senado aprovou proposta acabando com o pagamento anual dos 14º e 15º salários, mantendo-os apenas para o início e o fim de cada legislatura (quatro anos). Mas o projeto precisa ser votado ainda pela Câmara.

O CÓDIGO DE "ETICA" DA "PRESIDENTA PREPOSTA"

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República tem poucos poderes. Mas, mesmo limitadíssimos, são suficientes para incomodar o governo do partido do mensalão. Ética, na gestão do PT, não é coisa que se pratique dentro de casa; é só da boca e da porta para fora.

O pouco caso que o partido de Lula, Dilma Rousseff, José Dirceu e sua quadrilha de mensaleiros faz de princípios e valores que a sociedade brasileira tanto preza ficou mais uma vez evidenciado com a atitude da presidente da República perante a Comissão de Ética Pública. 

Ali, na ótica petista, só pode ter assento quem não incomoda o governo.

No início do mês, Dilma indicou três novos integrantes para compor a comissão, que, esvaziada, há dois meses não se reunia por falta de quórum. Na nomeação, aproveitou para limar do órgão dois integrantes que lhe causaram dissabores: a professora Marília Muricy e o advogado e escritor Fábio Coutinho. 

Embora pudessem ser reconduzidos para mais três anos na comissão, foram preteridos por Dilma.

O pecado de Marília e Coutinho foi ter recomendado reprimendas, respectivamente, aos ministros Carlos Lupi, então no Trabalho, e Fernando Pimentel, ainda no Desenvolvimento. 

Dilma não gostou nem um pouco de ver seus auxiliares virarem alvo da comissão, cuja missão é "zelar pelo cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração Federal" e "inspirar o respeito no serviço público".

Insatisfeito com a atitude de Dilma, ontem o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, renunciou ao cargo. Ele esperou dar posse aos novos integrantes do órgão para se afastar. 

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal não escondeu a irritação com a não recondução de Marília e Coutinho: 
"Lamento, devo ser sincero, a não recondução dos dois membros que eu havia indicado para a comissão e que a honraram e a dignificaram", disse.

Marília havia recomendado, em novembro do ano passado, a demissão do então ministro do Trabalho. Carlos Lupi estava enredado numa "enxurrada de denúncias", como ela descreveu à época, das quais não conseguia se desvencilhar e muito menos explicar. 

Iam desde convênios suspeitos do ministério beneficiando entidades ligadas ao PDT à acumulação de cargos públicos por Lupi na Câmara dos Deputados, em Brasília, e na Câmara Municipal do Rio.

Naquela altura, Lupi era o sexto ministro de Dilma na corda bamba em razão de uma série de suspeitas de corrupção. A presidente o segurava no cargo havia um mês, quando o relatório de Marília para a Comissão de Ética Pública recomendou-lhe a demissão. 

Lupi caiu quatro dias depois. (O pedetista, não custa lembrar, é um dos signatários da carta-desespero divulgada na semana passada em defesa do ex-presidente Lula.)

Foi com episódios desta natureza que Dilma construiu seu fantasioso, mas conveniente, figurino de "faxineira ética" de um governo que, apenas em seu primeiro ano de existência, teve seis ministros afastados por envolvimento em corrupção e irregularidades.

Já Fábio Coutinho nem ousou ir tão longe em seus atos na comissão. Coube a ele analisar o caso das polpudas e inexplicáveis consultorias prestadas por Fernando Pimentel à Federação das Indústrias de Minas Gerais, que lhe renderam R$ 2 milhões em dois anos.

Em junho passado, Coutinho propôs a aplicação de advertência ao ministro, por considerar que seu comportamento evidenciou conflito de interesses. A comissão optou por pedir mais explicações a Pimentel e ainda não deliberou a respeito, passado quase um ano do surgimento da denúncia. 

Recentemente, Coutinho voltou a incomodar ao propôr verificar a legalidade das participações de autoridades em diversos conselhos de estatais.

A decisão de mexer na Comissão de Ética Pública já estava selada desde fevereiro, quando foi aberto processo para investigar Pimentel. Na ocasião, Dilma, contrariada, manifestou a intenção de mexer em cinco dos sete integrantes. 


"A presidente entende que a comissão está 'extrapolando' em suas funções ao tomar decisões contra seus ministros, na avaliação dela apenas com base em denúncias de jornais, sem uma apuração concreta", informou à época O Estado de S.Paulo.


Até os episódios de Lupi e Pimentel, a comissão tivera atuação ainda mais tímida. Nos casos dos ex-ministros Antonio Palocci, que também enriquecera prestando consultorias, e Erenice Guerra, que transformara a Casa Civil na casa da sogra sob as barbas de Lula e de Dilma, o órgão limitara-se a aplicar-lhes mera censura ética - única cabível, uma vez que já haviam deixado seus cargos.

Com as atitudes agora tomadas por Dilma Rousseff, a gestão petista reduz efetivamente a pó a função do órgão criado pelo governo tucano para zelar pela ética pública na administração federal. 

Nada mais condizente com um governo cujo partido tem dez importantes figuras sentadas no banco dos réus da mais alta corte de Justiça do país respondendo pelo maior escândalo de corrupção de nossa história. 

Dúvida não há: 
ética e PT não têm, mesmo, nada a ver.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O código de ética da presidente


Gilmar Mendes critica nota divulgada por Dilma Rousseff


 O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta terça-feira a nota divulgada na sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff dizendo que o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, descontextualizou o depoimento dela. 

Quando era ministra de Minas e Energia, Dilma afirmou em juízo que havia estranhado a rapidez na aprovação do marco regulatório do setor energético no Congresso Nacional. Barbosa usou o testemunho para reforçar sua tese de que havia pagamento de propina a parlamentares para agilizar a tramitação de projetos de interesse do governo Lula.

- Imagine se cada vez que o tribunal tiver que se debruçar sobre depoimentos, tiver que buscar a interpretação autêntica do depoente. Imagina o que vai representar isso. Isso é apenas um acidente nesse processo, não tem o menor significado no contexto geral. Vocês imaginem quantos depoentes na CPI, no inquérito policial, depois perante o juiz, e aí agora alguém diz o que o relator disse não é exatamente o que (eu quis dizer). Isso vai anular o julgamento, diante da vastidão de provas existentes numa determinada matéria? - disse Mendes.

O ministro ressaltou que o depoimento de Dilma é tão valioso quanto o de qualquer outro testemunho contido no processo:
- É um caso extremamente difícil e gera esse tipo de anomalia. O depoimento dela é tão importante quanto todos os outros. Não é assim que se diz na República?

Mendes também atacou a nota divulgada por partidos governistas dizendo que o STF virou um instrumento da oposição para politizar as eleições municipais deste ano.

- Vocês viram alguma politização nesse julgamento? Pessoas se queixam de excesso de detalhes de provas, diante do vulto das provas colhidas. Vocês viram alguma politização, partidarização? 

Basta ver a referência que fizeram (os partidos governistas) a dados históricos, 1954 e 64, para verificar que, aparentemente, essas pessoas que fizeram essa nota estão distante da realidade - afirmou.

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, não quis comentar a nota dos partidos:
- Eu não me manifesto sobre pronunciamento de outros poderes ou do setor político, estou me restringindo apenas á analise daquilo que está acontecendo aqui na corte, mais particularmente nesta ação penal 470. E eu só posso me pronunciar sobre os meus votos, nem mesmo sobre os votos dos colegas eu quero me pronunciar.

COM "PINTA" DE MANDA CHUVA ! ENQUANTO ISSO NA SABATINA DO TEM RABO DE GATO. FOCINHO DE GATO. OLHOS DE GATO. PELO DE GATO... ATÉ AGORA SÓ ROSNADO COM CHEIRO DE "TRETA".

Chegou 
O Manda-Chuva o tal, é 
O chefe, o maioral, malandro como ninguém
Mas com pinta de "gente-bem" 
(...)
Chegou 

Sim, esse gato só pensa em fazer confusão 
Manda-Chuva, o chefe 
Chegou - Ei Chefe!

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Teori Zavascki, indicado pela presidente Dilma Rousseff para compor o Supremo Tribunal Federal (STF), não quis responder nesta terça-feira se vai participar ou não do julgamento do mensalão. Segundo o ministro não é decisão do juiz, mas do colegiado. 

Ou seja, quem tem que decidir se ele participa ou não é o plenário do Supremo. Mas ele afastou o temor de senadores oposicionistas e independentes de que, caso participe, pedirá vista, o que adiaria o julgamento

- A lei orgânica da magistratura impõe limites para que o juiz se manifeste sobre processos em curso. Ademais, sobre esse processo no Supremo Tribunal Federal, eu não tenho ideia do que eu vou ter que decidir. De modo que eu acho que não devo me pronunciar - afirmou, acrescentando:

- A regra diz que, em princípio, juiz que não ouviu relatório ou não participou dos debates, não participa de julgamento. E parece que essa regra é correta devido ao princípio da ampla defesa. Tem uma ressalva: salvo se o juiz se der por habilitado. Dar-se por habilitado significa estar em condições de votar imediatamente. 

Significa uma contradição dar-se por habilitado e pedir vista. - declarou o ministro. - Quando se trata de um julgamento colegiado, não é um juiz que vai determinar quando ou onde vai participar. Existem regras. E essas regras são controladas pelo órgão colegiado.

O ministro Zavascki participa nesta terça-feira da sabatina promovida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Para ser ministro do Supremo, o indicado precisa ter seu nome aprovado pela Casa. Por 14 votos a seis, um requerimento do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) pedindo o adiamento da sabatina foi derrotado.

- Para a sabatina de um nome da envergadura de Teori Zavascki, as condições não estão à altura do indicado. Não tivemos tempo para preparar as indagações. E tem a votação do Código Florestal (marcada para a tarde desta terça) - argumentou Aloysio antes da votação de seu requerimento.

- A dúvida regimental que tenho é se essa sabatina encontra amparo na Constituição da República, no princípio da razoabilidade Não me parece constitucional fazer uma sabatina em uma hora e trinta minutos - acrescentou o senador Pedro Taques (PDT-MT), que também votou favoravelmente ao requerimento.

O presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), rebateu:

- Estamos cumprindo fielmente a Constituição. Estamos cumprindo fielmente o regimento interno. Não há prazo (definido) para concluir a sabatina. Há prazo para começar.

Senadores da oposição e independentes informaram na segunda-feira que Zavascki deveria assumir, durante a sabatina, o compromisso de que não votará no mensalão. O temor é que ele peça vista e suspenda o julgamento que está em andamento. Caso ele não assuma o compromisso, esses senadores pretendem obstruir a sabatina, na tentativa de adiar a votação da indicação dele para depois das eleições.

Tanto os oposicionistas quanto os independentes ressaltam que não há nada que desabone Zavascki e que pretendem votar a favor de sua indicação. O único problema, dizem, é a pressa para a realização da sabatina.

Nesta terça, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou que haja pressa para aprovar o nome de Zavascki.

- Não há pressa. Não há decisão. Ninguém (do governo) falou comigo para que tomássemos essa decisão de apressar a votação do ministro com outros objetivos. Está seguindo normalmente, conforme manda o regimento. Está na Comissão de Constituição e Justiça. E a Comissão de Constituição e Justiça tem autonomia para fazer a inquirição quando ela achar necessário e que tenha tempo para isso.

O julgamento do mensalão analisa a denúncia de compra de apoio político no primeiro mandato do governo Lula. São 37 réus, dos quais dez já foram condenados por crimes como corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e gestão fraudulenta. 

O julgamento começou em 2 de agosto no STF e, pela previsão inicial, acabaria ainda no fim daquele mês. O julgamento, porém, vai adentrar o mês de outubro, podendo terminar apenas em novembro.

O VELHO : "TÁ TUDO DOMINADO"(?) II : Processo sobre ministro amigo de Dilma se arrasta há quase um ano. Um dos conselheiros não reconduzidos propôs advertência a Pimentel


A decisão da presidente Dilma Rousseff de não reconduzir os conselheiros Fábio Coutinho e Marília Muricy, combinada com a renúncia do presidente da Comissão de Ética Pública, Sepúlveda Pertence, atrasará ainda mais o julgamento do processo contra o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que se arrasta desde janeiro.

Com base em reportagens do O Globo, publicadas em dezembro de 2011, a comissão decidiu analisar a conduta do ministro, que prestou consultorias à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), entre 2009 e 2010, que lhe renderam R$ 2 milhões.

O processo era relatado por Coutinho que, na reunião de 11 de junho, propôs a aplicação de advertência ao ministro. Ele considerou que seu comportamento evidenciou conflito de interesses. 
A comissão decidiu, porém, pedir explicações ao ministro em relação ao prazo de encerramento dos contratos de consultoria. 
A suspeita era que os contratos não haviam sido formalmente encerrados antes de Pimentel assumir o cargo de ministro, no dia 1º de janeiro de 2011.

Mas, desde junho, a comissão não tocou mais nesse processo. Ontem, o novo conselheiro Mauro Menezes foi nomeado relator, substituindo Coutinho. A próxima reunião do colegiado só acontecerá em 22 de outubro.

- O processo foi redistribuído. Agora, o conselheiro vai estudar o processo e relatá-lo. Prossegue daqui para frente. O que foi decidido pela comissão está decidido. Nenhum voto foi anulado - afirmou o presidente interino da comissão, Américo Lacombe.

Na reunião de ontem, Lacombe sugeriu mais diligências em relação ao segundo processo envolvendo Pimentel.
 
A comissão decidiu pedir informações ao empresário João Dória Júnior sobre o congresso em Roma, do qual Pimentel participou em outubro. Para ir da Bulgária à Itália, Pimentel usou um avião fornecido pelo empresário.

- Mandamos um ofício para esclarecer pontos da reunião da Itália: como foi, quem participou. Vamos apurar para saber quem esteve presente no congresso, se eram empresas brasileiras, italianas, se têm interesse no Brasil, interesse nas decisões dele - disse.

Segundo Lacombe, não há prazo para Dória responder à comissão.

Luiza Damé/O Globo

Tem rabo de gato. Focinho de gato. Olhos de gato. Pelo de gato. Mia como um gato.II : A pressa é inimiga da opinião pública

A indicação de Teori Zavascki para o Supremo Tribunal Federal tem quebrado recordes. 
A presidente Dilma fez a indicação em sete dias.
 O senador Renan Calheiros apresentou seu parecer - favorável, mas superficial - em 24 horas. Na democracia, porém, velocidade não é um fim em si. 
É um instrumento para se atingirem valores caros à sociedade.

A Constituição aceita a velocidade em alguns casos. Pense-se, por exemplo, no poder que o presidente tem para editar medidas provisórias em casos de urgência. No mundo de hoje, há cenários - sobretudo na direção da economia - que exigem ações rápidas por parte do governo. 
Nesses casos, a Constituição permite que o presidente se antecipe ao Congresso e legisle. Muitas vezes, resta aos parlamentares o papel de se manifestarem sobre fatos consumados.

Indicação de ministro do Supremo não é medida provisória. 
Não há, a princípio, qualquer urgência. Em casos excepcionais, é possível que o próprio processo decisório do STF recomende que presidente e Senado trabalhem em conjunto para preencher, com rapidez, uma vaga no tribunal. 
Pode ter sido o caso quanto à Lei de Ficha Limpa, quando a saída do ministro Eros Grau havia deixado o tribunal empatado em 5 x 5 e, logo, incapaz de dar uma resposta definitiva à sociedade.

No caso de Zavascki, porém, não parece haver qualquer demanda institucional que recomende uma aprovação acelerada. 
O Senado tem todo o tempo necessário para cumprir, com seriedade, sua função de debater e decidir, de forma pública e transparente, se o indicado deve integrar a mais alta Corte do país. Aqui, a pressa é desmobilizadora. 
Tira da sociedade a oportunidade de acompanhar o processo e conhecer a fundo o indicado e suas ideias. Com isso, restringe a legitimidade do processo.

A rapidez na indicação está dentro das prerrogativas da presidente da República. Mas, em contrapartida, aumenta a exigência em cima dos senadores. 
Quanto mais rápida a decisão presidencial, mais cuidadosa e transparente deve ser a deliberação do Senado.

Diego Werneck Arguelhes O Globo

O VELHO : "TÁ TUDO DOMINADO"(?) - Saída divide parlamentares


A renúncia de Sepúlveda Pertence repercutiu no Congresso Nacional. 

Líderes da oposição avaliam que a presidente Dilma Rousseff está interferindo politicamente ao retirar pessoas que pediram investigações de ministros e indicar outros conselheiros. 


Já os governistas afirmam que cabe à presidente nomear quem ela quiser para o órgão, pois é uma prerrogativa prevista em lei. 
"Isso é desmoralizante, porque mostra que a presidente não quer que se tenha uma Comissão de Ética, mas um colegiado com pessoas para referendar o que lhe for interessante. É um governo sem postura", acusa o líder do PPS na Câmara, deputado Roberto Freire. 


Segundo ele, a saída de Sepúlveda demonstra que falta compostura ao governo a questões ligadas à ética na administração pública.


"Depois ainda dizem que a Dilma é diferente do partido do mensalão. Se o Sepúlveda Pertence está saindo é porque a presidente tenta controlar o órgão. Quer interferência política maior do que essa?", questiona.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, também criticou a decisão da Presidência de não reconduzir os dois membros indicados pelo ministro aposentado do STF.


"O Sepúlveda reprova a forma como se deu a indicação dos novos membros. Para preservar a sua postura e dignidade, ele preferiu renunciar à função", afirma, acrescentando críticas ao governo: 
"Passa a ideia de que a presidente quer ter o controle sobre a Comissão de Ética. O grupo seria um simulacro de comissão, adotada apenas para fazer uma encenação política". 

O deputado Jilmar Tatto, do PT-SP, líder do partido na Câmara, defendeu as indicações da presidente Dilma, feitas no começo deste mês, e criticou as declarações de Sepúlveda Pertence.

Quem indica os membros da Comissão de Ética, por lei, não é a presidente? 

Ele quer interferir na indicação da Presidência da República? 

Ele quer que se mude a lei? 

Não me parece adequado ele opinar sobre a indicação da presidente. 

Se houve erro, foi dele, afirma. 


Segundo Tatto, não houve qualquer retaliação ao fato de os dois conselheiros não reconduzidos ao cargo terem pedido punições a ministros da gestão petista. 


"Não tem nada de retaliação. Não tem essa com a presidente. Quem a conhece sabe das suas posições."
 


Sepúlveda Pertence informou que agora vai se dedicar à advocacia. 
O mandato na Comissão de Ética acabaria no fim de 2013.
 
LEANDRO KLEBER Correio Braziliense

(P) ARTIDO (T) ORPE - HORA DE REPOSICIONAMENTOS


É cedo ainda para o desfecho da Ação Penal 470(MENSALÃO/PT) no Supremo Tribunal Federal, mas já se pode chegar a algumas observações relevantes. A primeira é de que o Partido dos Trabalhadores nunca mais será o mesmo após o julgamento do mensalão. 

A condenação do alto comando petista em crimes como peculato, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e corrupção atingiu gravemente o patrimônio ético do partido, que, dia após dia, ruiu ante as provas recolhidas e os argumentos apresentados pelos ministros do Supremo nos últimos 45 dias.

Não se tratava de caixa 2. 
Não se tratava de dívida de campanha. 
Não se tratava de uma prática feita corriqueiramente por todos os partidos. 
Não se trata mais da imprensa golpista. 
Não se trata mais de uma conspiração urdida pela oposição.

As sessões do Supremo tornam cada vez mais evidente que o partido do ex-presidente da República executou um plano, ao arrepio da lei, para obter sustentação política. E isso feriu de morte o brilho da estrela petista.

A menos que a hipocrisia prevaleça, a crise que se abate sobre o PT terá desdobramentos nos rumos da legenda. Enquanto determinado grupo insiste na tese de que tudo sobre o mensalão é ficção ideológica, outra banda mantém distância segura do episódio — seja por conveniência política ou por não concordar com os atos supostamente praticados pelos réus. 

O fato é que começam a tomar forma dois PTs: 
aquele que está sob a espada da Justiça e aquele que quer passar longe do veredicto.

O julgamento do mensalão também estabelece novas bases ao Supremo Tribunal Federal. A exemplo do que ocorreu com a Ficha Limpa, o Judiciário dá mais uma demonstração de que encontra grande ressonância na opinião pública, a ponto de o relator ser aplaudido nas ruas. 

O estilo contundente do ministro Joaquim Barbosa, somado ao consenso entre os ministros em boa parte do que foi tratato até aqui sobre os réus, contribui para que a sociedade perceba uma resposta do poder republicano contra a impunidade. 

No calor do momento, as consequências do julgamento do mensalão podem ser consideradas benéficas ou não, a depender do ponto de vista. Mas as lições retiradas do momento histórico devem balizar a evolução dos atores sociais. 

A longo prazo, é possível que o PT se reencontre após o julgamento.
O caminho para esse novo posicionamento reside na defesa legítima e legal das convicções políticas, respeitadas as regras do jogo democrático.

Carlos Alexandre Correio Braziliense

AQUI SEMPRE SE DISSE : O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO. ENTÃO... Adeus, Lula

  Lula foi chamado de deus por Marta Suplicy.
Nem na ditadura do Estado Novo alguém chegou a tanto na adulação

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente. Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa.

O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.


Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor. No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim.

Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência. E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador.

Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla:
um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa. A cada dia o seu auditório é menor.

Os comícios de São Paulo,
Salvador,
São Bernardo
e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas.

Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo. Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente.

Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT.

Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir:
1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério;
2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal;  
 3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão.Só porque os nomeou?

O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República?
O senhor já leu a Constituição?


O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou.
Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou.
O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza.

Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.

Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real.

Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente. E ele deve adorar, não?

Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note:
“ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez. Lembra?

O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos.
Faça isso.
Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente.
Dê um bom exemplo.

Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.

E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores.
Coloque de lado a empáfia, a soberba.
Pense em um encontro com a verdade.
Fará bem ao senhor e ao Brasil.


MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo