
Por trás desse novo Brasil estáo "espírito de empresa".
A aceitação do risco, da competitividade, do mérito, da avaliação de resultados.
O esforço individual e coletivo, a convicção de que sem estudo não se avança e de que é preciso ter regras que regulem a economia e a vida em sociedade.
O respeito à lei, aos contratos, às liberdades individuais e coletivas fazem parte deste novo Brasil.
O "espírito de empresa" não se resume ao mercado ou à empresa privada.
Ele abrange vários setores da vida e da sociedade.
Uma empresa estatal, quando o possui, deixa de ser uma "repartição pública", na qual o burocratismo e os privilégios políticos, com clientelismo e corrupção, freiam seu crescimento.
Uma ONG pode possuir esse mesmo espírito, assim como os partidos deveriam possuí-lo.
E não se creia que ele dispense o sentimento de coesão social, de solidariedade:
o mundo moderno não aceita o "cada um por si e Deus por ninguém".
O mesmo espírito deve reger os programas e ações sociais do governo na busca da melhoria da condição de vida dos cidadãos.
Foi para isso que apontei em meu artigo na revista Interesse Nacional, que tanto debate suscitou, às vezes a partir de leituras equivocadas e mesmo de má-fé. É inegável que há espaço para as oposições firmarem o pé neste novo Brasil.

Para ocupar esse espaço, entretanto, é preciso que também as oposições se invistam do espírito novo e sejam capazes de representar este novo Brasil, tão distante do pequeno e às vezes mesquinho dia a dia da política congressual.