"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 29, 2013

NÃO PREOCUPAI-VOS III ! TUDO SOB O CONTROLE DA "MAIS PREPARADA(1,99)" E ... O PIB continua pibinho




A expectativa de um resultado melhorzinho era grande, mas era vidro e se quebrou. O PIB do primeiro trimestre, divulgado há pouco pelo IBGE, indica que a economia brasileira continua sem engrenar. 
Vamos para o terceiro ano perdido na era Dilma.

A economia brasileira cresceu 0,6% no trimestre na comparação com o trimestre anterior. O percentual está em linha com as previsões mais baixas que vinham sendo feitas pelos analistas econômicos. Ou seja, o pior prevaleceu: estagnados estávamos, estagnados permanecemos.

A expectativa geral era de que o primeiro trimestre do ano tivesse sido de recuperação. Mas não foi. A alta de 0,6% é exatamente a mesma taxa registrada no último trimestre de 2012. 

  
No pibinho estávamos, no pibinho permanecemos. 
Quando se considera a alta acumulada em 12 meses, o PIB brasileiro cresceu só 1,2%. 

Mantido o ritmo atual, o país crescerá pouco mais de 2,4% neste ano. É melhor que o pibizinho de 2012 (0,9%), mas, ainda assim, menos que em 2011 - até agora o melhor resultado produzido pela presidente Dilma Rousseff, com sua alta de minguados 2,7%.

O que um dia já foi piso acabou se transformando em teto. 
O governo sustenta que "não vai permitir" para este ano crescimento menor que o de 2012. Não diz, porém, como vai conseguir fazer a economia embicar para cima. A perspectiva é de que os trimestres seguintes sejam ainda piores que o primeiro. 
 
Onde estará o fundo do poço?

No ano passado, tivemos a glória de só crescer mais que o Paraguai no continente sul-americano. Neste ano, já não teremos mais a companhia dos hermanos, que, segundo a Cepal, crescerão algo como 10%. Mas poderemos contar com a solidariedade da Venezuela, que, com seus 2%, será o único país que crescerá menos que nós na América do Sul desta vez.

Entre os setores, a indústria foi novamente o patinho feio: teve queda de 0,3% no trimestre. O segmento tem sido alvo de pacotes e desonerações em série anunciados pelo governo, mas seu desempenho repetitivamente medíocre sugere que tais políticas são desconjuntadas e ineficientes.


Quem evitou que o PIB não fosse um desastre ainda maior foi a agricultura. O campo cresceu 9,7% no trimestre, até porque vinha de uma base de comparação muito prejudicada pelas quebras de safra do ano passado. Sem o vigor do agronegócio, o país teria ido de vez para o buraco. Os serviços cresceram só 0,5%, abaixo da média do fim de 2012.

O dado bom - pelo menos um! - é que a chamada "formação bruta de capital fixo", palavrão que os economistas usam para os investimentos na produção, subiu 4,6% no trimestre. Foi o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2010. 
  
 Ainda assim, o desempenho dos investimentos deve ser visto com cautela. Segundo o Bradesco Asset Management, dois terços do resultado do período se devem exclusivamente a um item: fabricação de caminhões. "Gastou-se mais em caminhões em um ano, por exemplo, do que o governo planeja investir em uma década em novas ferrovias", compara a Reuters.

A taxa de investimentos como proporção do PIB voltou a cair e está agora em 18,4% (havia sido de 18,7% no quarto trimestre de 2012). Para um país que precisa urgentemente enfrentar suas deficiências de infraestrutura, eliminar seus gargalos e desobstruir as artérias que lhe travam o desenvolvimento, é desesperador.

Setores que noutros tempos já funcionaram como motores da economia estão esfriando. O consumo das famílias tombou de um aumento 1% no fim de 2012 para apenas 0,1% agora; o do governo sequer variou. As exportações passaram de alta de 6,1% no quarto trimestre de 2012 para queda de 6,4% agora. As importações subiram 6,3%.

Dilma Rousseff foi eleita a bordo de uma propaganda que a apresentava ao país como gestora eficiente, administradora cuidadosa, técnica competente para fazer e acontecer. Seu governo já consumiu quase 30 meses, mas o máximo que a presidente conseguiu realizar foi nos conduzir numa viagem ao passado. 

Há uma mixórdia de políticas e decisões desencontradas e equivocadas. O investimento público continua não acontecendo e o privado vê-se cada vez mais cerceado pelo intervencionismo do governo da petista. O Brasil simplesmente não acontece. 
 
 Está evidente que, quando elegeu Dilma, o país tomou o rumo errado. Caminho que, a cada dia que passa, está nos levando para mais fundo no buraco.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O PIB continua pibinho

NÃO PREOCUPAI-VOS II ! TUDO SOB O CONTROLE DA "MAIS PREPARADA(1,99)" E ... Economia do governo para pagar juros da dívida acumula queda de 40% no ano

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A economia do governo federal para o pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superavit primário, foi de R$ 7,2 bilhões em abril, o pior resultado para o mês desde 2004. Com isso, a conta de janeiro e abril ficou em R$ 26,9 bilhões ou 1,77% do PIB (Produto Interno Bruto).

Trata-se de um saldo 40% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando somou R$ 45 bilhões ou 3,24% do PIB. As informações foram divulgadas pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (29).

A conta de abril é resultado de um superávit de R$ 13,7 bilhões feito pelo Tesouro Nacional. No mesmo mês, a Previdência Social teve deficit de R$ 6,2 bilhões e o Banco Central saldo negativo de R$ 266,6 milhões.

Já no acumulado do ano, o resultado positivo do Tesouro Nacional ficou em R$ 48 bilhões, frente ao deficit de R$ 20,8 bilhões da Previdência e de R$ 282,9 milhões do BC.


ECONOMIA MENOR


Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou as metas para as contas públicas em 2013 e o corte de R$ 28 bilhões no Orçamento.

A redução no contingenciamento é expressiva: no ano passado, o corte foi de R$ 50 bilhões e, em 2011, de R$ 55 bilhões.

Segundo o governo, o objetivo é estimular a economia. A estratégia, contudo, prejudica a saúde das contas públicas.

A meta agora é economizar apenas R$ 63,1 bilhões para o pagamento dos juros da dívida, o que inclui o abatimento de R$ 45 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, manobra prevista em lei.

No início da elaboração do Orçamento de 2013, a expectativa era que o governo federal poupasse R$ 108,1 bilhões. E a economia total do setor pública, que inclui Estados e municípios, chegasse a R$ 155 bilhões.

O governo obteve, porém, autorização para desconsiderar as contas dos demais entes da União no cálculo do primário.

Por isso, na prática, a economia pode ser ainda menor. Além da exclusão da economia de Estados e municípios, as brechas legais permitem reduzir o superavit a R$ 42,9 bilhões, com o desconto das desonerações tributárias promovidas pelo governo federal este ano.

Com a nova meta, os gastos com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos subirão de R$ 805 bilhões, no ano passado, para R$ 938 bilhões, ou de 18,3% para 19,2% do Produto Interno Bruto (PIB), maior patamar da história.

 

INVESTIMENTOS

Entre janeiro e abril, o governo investiu R$ 23 bilhões, alta de 8,8% frente aos desembolsos feitos no mesmo período do não passado. A conta inclui os valores pagos para o custeio do programa Minha Casa, Minha Vida.

Os gastos com o PAC (Programa de Aceleração do Investimento) também subira. Até abril, foram pagos R$ 15,4 bilhões, 22,7% a mais do que primeiro quadrimestre de 2012.

 

CONTABILIDADE CRIATIVA

Em 2012, o superavit primário alcançou R$ 88,5 bilhões, uma queda de 5,6% em relação ao de 2011. Com isso, o resultado ficou quase 10% abaixo da meta cheia estipulada para o governo central no ano.

O saldo recorde em dezembro (R$ 28,3 bilhões), só foi possível graças ao que ficou conhecido como "contabilidade criativa" do governo. Para tentar garantir o cumprimento da meta para o ano, o governo resgatou R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano do Brasil e recorreu a um vaivém de títulos e ações para engordar os dividendos recolhidos das estatais.
As trocas de envolveram Tesouro Nacional, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica e resultaram em R$ 28 bilhões em dividendos --frente a R$ 19,9 bilhões verificados no ano anterior.  
Folha
(RENATA AGOSTINI)

NÃO PREOCUPAI-VOS ! TUDO SOB O CONTROLE DA "MAIS PREPARADA(1,99)" E ... O mundo negocia sem o Brasil

As negociações comerciais mais promissoras são as bilaterais e regionais, como têm sido há vários anos, e a Aliança do Pacífico, iniciativa dos governos mexicano, colombiano, peruano e chileno, é mais uma aposta em um acordo parcial, mas com enormes possibilidades de ramificação.

Enquanto isso, o Brasil continua preso a um Mercosul estagnado, joga suas fichas na reativação da Rodada Doha, paralisada há vários anos, e insiste em dar prioridade às relações Sul-Sul.


Nos últimos dez anos, o governo brasileiro agiu como se a busca de mais acordos com o mundo rico fosse mais arriscada que vantajosa e, é claro, um erro geopolítico e um pecado ideológico.


Não foi essa a estratégia de outros países emergentes - como a China, a Rússia, a Índia e a África do Sul - e de vários países latino-americanos. Nesse período, todos, ou quase todos, tomaram espaço dos produtores brasileiros nos mercados mais desenvolvidos e até no Mercosul e na vizinhança sul-americana.


Reunidos na semana passada em Cali, na Colômbia, governantes da Aliança do Pacífico decidiram iniciar em 30 de junho o corte de 90% das tarifas de importação cobradas entre os quatro países.

Além disso, admitiram sete países como observadores - El Salvador, Equador,
França,
Honduras,
Paraguai,
Portugal e República Dominicana.
Austrália,
Canadá,
Costa Rica,
Guatemala,
Japão,
Panamá,
Nova Zelândia e Uruguai já tinham esse status.



Um acordo de livre comércio entre Colômbia e Costa Rica foi combinado como primeiro passo para a admissão de um quinto sócio, A negociação de um acordo comercial entre Colômbia e União Europeia está avançada. O mesmo caminho já foi seguido pelo Peru.

Os quatro países da Aliança do Pacífico têm crescido mais que o Brasil, com inflação menor, e têm multiplicado acordos comerciais com países desenvolvidos e em desenvolvimento, sem se prender a discriminações entre economias do Norte e do Sul.



Com 209 milhões de pessoas, os sócios do bloco têm um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 1,7 trilhão e suas exportações no ano passado foram maiores que as dos países do Mercosul Podem competir com o Brasil e outros sócios do Mercosul, na atração de investimentos, pela dimensão de seu mercado conjunto, pela abertura econômica e pelo dinamismo comercial.

Enquanto outros países se movem, o Brasil continua preso a um bloco emperrado pelo protecionismo interno e incapaz de concluir acordos comerciais relevantes. O interesse do Paraguai e do Uruguai pela recém-formada Aliança do Pacífico é um claro sinal de descontentamento com o Mercosul.



No caso do Paraguai, esse descontentamento é reforçado pelo tratamento imposto ao país depois da cassação do mandato do presidente Lugo. Esse tratamento foi parte de um golpe para facilitar a admissão da Venezuela bolivariana, uma democracia exemplar, segundo os governos petista e kirchnerista.

Incapaz de se engajar em qualquer iniciativa mais promissora, Brasília renova esforços pela reativação da rodada global Coordenado pelo Brasil, o G-20 agrícola, um dos vários grupos formados à sombra da Organização Mundial do Comércio (OMC), acaba de propor o corte imediato, pelos países desenvolvidos, de 50% dos subsídios à exportação do agronegócio.



A proposta é um lance preparatório da reunião ministerial de Bali, programada para dezembro. O recém-eleito diretor-geral da OMC, o embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, anunciou a intenção de aproveitar esse encontro de representantes de 159 países para dar novo impulso à Rodada Doha.



A sugestão do G-20 agrícola, segundo o governo americano, é inaceitável e reduz as possibilidades de um entendimento em Bali.

Ministros das maiores potências comerciais continuarão trabalhando na preparação do encontro de dezembro. Uma reunião foi marcada para esta semana em Paris. Mas poucos se arriscam a prognosticar uma virada importante em Bali,



Se os céticos estiverem certos, um dos maiores perdedores será o Brasil, pela incapacidade de seu governo de criar alternativas razoáveis a um acordo global.
O Estado de São Paulo

ENQUANTO ISSO... ESTICA E ENCOLHE/VÔ NUM VÔ : Agora, a tempestividade


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Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúnem nesta quarta-feira para rever os juros, bem menos confiantes do que estavam no início deste ano. 

Em meados de 2012, o Banco Central via a inflação como surto passageiro provocado pelo choque de oferta de grãos (quebra de safras), devido à seca no Meio-Oeste dos Estados Unidos, grande produtor mundial. Seus comunicados avisavam que a inflação deveria recuar espontaneamente para a meta (4,5% ao ano), "ainda que de forma não linear".

Aos poucos, o Banco Central passou a admitir que o choque de oferta não era tudo. A inflação apresentava-se forte e espalhada, turbinada por novos fatores, não apenas os externos, mas, também, uma demanda interna superior à capacidade de oferta da economia, sobretudo no setor de serviços. 
 

Esse quadro, por sua vez, era consequência tanto de despesas excessivas do setor público ("política fiscal expansionista") como do forte aquecimento do mercado de trabalho, que puxou a renda e os custos de produção. 
 

Nas entrevistas, o presidente do Banco Central assumia então que "não estava confortável" com a virulência da inflação. Mesmo depois de ter se prontificado a voltar a puxar para cima os juros básicos (Selic), os comunicados limitavam-se a afirmar que o Banco Central continuaria vigilante em relação ao comportamento da inflação e conduziria sua política "com cautela".

Essa expressão foi entendida como senha de que a autoridade monetária seguia agindo com o breque de mão puxado. 


Dia 21, no entanto, em depoimento no Congresso, Alexandre Tombini evitou repetir que agiria "com cautela" e sacou do repertório semântico do Banco Central outra expressão: a de que para combater a inflação fará o que for necessário, "de forma tempestiva".

As mudanças de posição têm a ver com o novo foco da política de despesas do governo Dilma, que rompeu o acordo com o Banco Central e já não se compromete a executar o Orçamento da União com austeridade suficiente para garantir sobras de arrecadação (superávit primário) de 3,1% ao ano.

No final de 2012, já houve aquele passe de mágica contábil que escamoteou as metas fiscais previamente combinadas. E, na semana passada, o ministro Guido Mantega avisou que o governo fará descontos nos cálculos que, na prática, derrubarão o superávit primário para apenas 2,3% do PIB, novo número que também não passa firmeza, porque pode ser menor.


Como a política fiscal já não faz a sua parte, a necessidade de controlar a inflação passa a depender mais do aperto da política monetária (alta de juros), o que, de quebra, levou o Banco Central a permitir que o câmbio se valorizasse em termos reais – na medida em que a inflação concorre para baixar o preço do real em dólares.

Mesmo depois de prejudicado em sua capacidade de gerenciar as expectativas, não há opção para o Banco Central senão a de seguir aumentando os juros.

Falta saber se a tal tempestividade se limitará a repetir, ainda que por mais tempo, aumentos dosados de juros de 0,25 ponto porcentual, como o de abril, ou se implicará um reforço para 0,50 ponto porcentual ao ano, que teria a vantagem de apressar o ajuste.


CONFIRA: 
 
A escadinha do gráfico mostra a evolução dos juros básicos (Selic) nos últimos quatro anos.

Os novos números. 
Para definição do novo nível da Selic, os membros do Copom já estarão de posse do comportamento da economia (evolução do PIB) no primeiro trimestre, que terá sido divulgado na manhã desta quarta-feira pelo IBGE.

Inflação de demanda?
É outro jeito de saber até que ponto a inflação corroeu a renda da população e quanto o consumo continua excessivo e inflacionário.


Celso Ming O Estado de S. Paulo