"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 19, 2010

E QUANDO MAMÃE CAI NA VIDA ?

Pela primeira vez em nossa História, o poder caiu nas mãos duma facção empenhada na dissolução e no desaparecimento da Nação.

Querer democracia no Brasil é como plantar café na Groenlândia. Não dá.


E se der, é porque plantaram uma coisa e nasceu outra diferente, por mutação causada pelo clima.

No caso do Brasil e países semelhantes, plantando democracia, o que nasce é oclocracia. É outro regime, mais aclimatado, que brota naturalmente no solo pátrio, tal como o caruru, a barba de bode e a tiririca.

Oclocracia é a ditadura da ralé legitimada pelo voto da maioria, entendendo-se como ralé não apenas a pior parte do povão, mas também o rebotalho da classe média e da elite, mancomunados contra você, sua família e o seu País.

Não se iluda, caro leitor.

Se você acha que isso que aí está não é a "verdadeira democracia", nem a "democracia que queremos", então sua idéia de democracia estava errada.

Democracia é isso mesmo.

E ponha na cabeça: todos os ideais prometidos da democracia foram atingidos.

Finalmente chegamos ao Paraíso: o povão está no poder por intermédio de seus legítimos representantes.

Nunca, nem mesmo na Primeira República, houve sistema eleitoral tão manipulado e controlado - sem que ninguém lhe possa pôr defeito.

Nunca a oposição - digo a oposição de verdade - esteve tão marginalizada, tão esquecida, tão falando sozinha.

Pela primeira vez em nossa História, o poder caiu nas mãos duma facção empenhada na dissolução e no desaparecimento da Nação.


Embora o Chefe de Estado seja (falso) operário, não se trata de governo de trabalhadores.
Quem o cerca, e apóia, e ocupa o poder, é uma classe de intelectuais que nunca trabalharam na vida, associada ao crime, ao terrorismo e ao narcotráfico, cujo único objetivo é destruir tudo para que só sobrem eles próprios.

É natural que esses indivíduos identifiquem nas Forças Armadas seu principal obstáculo, e é inútil que estas tentem apaziguá-los.

Por mais que se mantenham fiéis à ordem, curvem-se ao revanchismo e se mostrem solícitas ao poder civil, existe entre eles e as Forças Armadas uma insanável incompatibilidade de índole e de propósitos

Por isso os políticos têm tratado de desmontá-las, entregando a segurança nacional e os poderes do Estado a organizações internacionais e inserindo o País num sistema de interdependência que conduzirá inexoravelmente à transferência da nossa soberania a um governo mundial cuja futura constituição ninguém conhece porque está sendo tramada em obscuros centros de influência que, só se sabe ao certo, não estão no Brasil.

Antes, a Política e as Forças Armadas eram expressões distintas, porém complementares, da Nação Brasileira.

Hoje o Brasil mudou.

As Armas continuam onde sempre estiveram, mas a Política, como o câncer, virou-se contra a Nação.

A unanimidade que se anuncia nas próximas eleições não é de estranhar.

Afinal, a metástase é uma forma de unanimidade às avessas.

Vamos às conseqüências.

1. O único setor da sociedade brasileira que permanece institucionalmente imune à desmoralização geral são as Forças Armadas.

2. Não há possibilidade de salvar o Brasil pela via das elei ções majoritárias. O jogo eleitoral só favorece a nomenklatura no poder.

3. A solução só poderia surgir de mobilização da parte mais consciente da população, que conduzisse a virada política fora das regras do jogo.

4.
A mobilização exigiria que pelo menos parte da mídia e dos políticos se voltasse contra a nomenklatura, da qual, convém nunca esquecer, fazem parte.

5. Em condições normais isso não pode acontecer. Mas, nas atuais circunstâncias, a nomenklatura está em processo de ruptura interna.

6. As regras do jogo, inventadas pela própria nomenklatura para perpetuar-se no poder, previam revezamento. Mas uma das facções, que chegou lá graças à conivência da outra, ignorou as regras e está, no momento, a expulsar a sócia para fora da política.

7. Os derrotados, mirando o exemplo da Venezuela, sentem-se inseguros. Sabem que seus antigos comparsas não têm moral, e temem até pela sobrevivência futura. Estão confusos, e hoje lamentam ter ajudado a eliminar a "direita" do cenário político.

8. A "direita", que seria sua natural aliada, continua viva e atuante nas catacumbas.

9. Tudo sugere o cenário em que a facção derrotada da nomenklatura talvez venha a perceber onde está a sua única esperança de sobreviver.

Os militares amam sua Pátria e por ela se guiam.

Mas quando a Pátria se confunde, se divide e se corrompe, é dentro de si mesmas que as Forças Armadas têm de encontrar seu caminho.

Original : Mídia Sem Máscara
A.C. Portinari Greggio/19 Setembro 2010
Artigos Eleições 2010

O OBSCURANTISMO DA CORJA ANINHADA NO (P)ARTIDO (T)ORPE

Consta que o PT e o Planalto ficaram desolados com a divulgação da palestra feita para uma plateia de petroleiros pelo ex-presidente do partido, deputado cassado, réu processado por corrupção e autoproclamado "camarada de armas" de Dilma Rousseff, José Dirceu.

O secretário de Comunicação do PT, André Vargas, chegou a discorrer muito claramente sobre o espírito da coisa.

"O aconselhável é que todos nós, eu, qualquer dirigente do PT, o José Dirceu, falemos pouco, falemos menos ou não falemos de jeito nenhum. Se queremos ajudar a campanha, todos nós temos de falar o menos possível", disse Vargas.

Uma campanha presidencial em que quanto menos falarem os que estão envolvidos nela, melhor?

O natural seria exatamente o oposto.

Durante a campanha mesmo é que se deve falar muito, os concorrentes precisam ser expostos, responder a tudo e a todos, fazer frente a cobranças de toda ordem, ter passado, presente e futuro muito bem esquadrinhados.

A lei enunciada pelo secretário de Comunicação prega a ocultação.

Em outras palavras, a manutenção do eleitor na ignorância a respeito das coisas como elas realmente são.

Por essa norma não se pode repetir em público o que em particular dizem os petistas por todo lado, graduados ou soldados rasos.

Justificam o engajamento na campanha de uma candidata imposta e antipatizada justamente em nome do "projeto" a que se referiu Dirceu naquela fala menos discutida do que merecia, por causa da queda da ministra da Casa Civil.

O projeto está detalhado em documento aprovado pelo partido em fevereiro último e causador de constrangimento quando apresentado à Justiça Eleitoral como sendo o programa de governo de Dilma.

A campanha reapresentou uma versão "light" provisória, prometendo uma definitiva nunca apresentada.

O assunto morreu na imprensa e, depois, não valia a pena abrir uma guerra entre partidos aliados por causa do programa de governo nem seria produtivo dar destaque ao PMDB em demasia.

Essas coisas devem ser escondidas, assim como deve ser ocultada a proximidade de José Dirceu, bem como a candidata é mantida atrás do biombo de Lula a fim de que a massa do eleitorado não tenha contato mais espontâneo e amiúde com ela.

Por quê?

Porque Dilma não segura a onda, Dirceu é malquisto pelo público, o PMDB é mal falado e o PT divide a "base" - dentro e fora do Congresso.

José Dirceu disse duas verdades:

que o PT considera o governo Dilma sua grande chance de exercer de fato o poder e que considera excessiva a liberdade da imprensa.

Mas se esqueceu de que antes da eleição a palavra de ordem é bico calado.

Cenografia.

Foram 70 dias entre o prazo regulamentar e as duas notificações da Comissão de Ética Pública para que Erenice Guerra apresentasse informações sobre o patrimônio e a família.

Ela ficou 170 no cargo.

Portanto, havia 100 dias que a ministra estava em situação irregular sem que ocorresse aos conselheiros dirigir-lhe a censura feita depois da saída.

O silêncio teria sido menos desmoralizante.

A então ministra não atendeu aos pedidos porque ninguém no governo dá bola para a referida comissão nem para a ética pública.

Certidão.

"Onde está a prova de que eu esteja envolvida?", pergunta a candidata do PT, a propósito da rede de tráfico de influência, extorsão, empreguismo e nepotismo que envolvia sua sucessora na Casa Civil.

A prova é o aval que Dilma deu à nomeação de Erenice.

Dissociar uma da outra seria como considerar que o presidente Lula não tenha responsabilidade alguma sobre o que faça e diga ou venha a fazer e dizer Dilma Rousseff.

Em português.

Pode ser mais sonoro, mas é errado dizer "doa a quem doer".

As coisas doem "em" alguém e não "a" alguém.

DORA KRAMER
O partido oculto