"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 17, 2011

O FUTURO A DEUS PERTENCE! DO JEITO QUE ELES "GOSTAM" : REFORMA DO MARACA CUSTARÁ R$ 956,8 milhões QUASE O DOBRO DO PREVISTO. E OUTRAS SEDES.

A reforma do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, que sediará a decisão da Copa do Mundo de 2014, custará R$ 956,8 milhões, aproximadamente o dobro do valor que estava previsto anteriormente, informou o Governo do Rio de Janeiro, que apresentou nesta terça-feira o orçamento oficial ao Tribunal de Contas.

O documento foi entregue ao presidente do TCU, ministro Benjamin Zymler, pelo vice-governador fluminense Luiz Fernando Pezão, ao lado do relator, o ministroWalmir Campello.

Segundo o documento, o custo das obras duplica os cálculos iniciais anunciados no final de 2009, que eram de cerca R$ 500 milhões.

A conclusão das obras está prevista para dezembro de 2012, de acordo com os responsáveis pelo projeto, exatamente na data limite que a Fifa impôs para os estádios que serão utilizados na Copa das Confederações de 2013.

Cerca de 90% da parte interna do antigo estádio já foi demolida, enquanto fachada será mantida intacta, segundo um comunicado do Governo do estado.

Uma das razões que explicam o aumento do orçamento é a necessidade de demolir a cobertura, que se encontra muito desgastada, conforme constatação dos engenheiros, e será substituída por uma estrutura de lona tensionada, que dura cerca de 50 anos e tem uma aparência similar à atual.

O desenho definitivo prevê a redução da capacidade de 87 mil assentos para 80 mil, e não para 76.525, como previa o projeto inicial.

GALERIA - A projeção de como deve ficar o Maracanã

OUTROS PROJETOS DOS ESTADOS :
BRASÍLIA
BELO HORIZONTE
CUIABÁCURITIBA
FORTALEZA
MANAUSNATALPORTO ALEGRE
SALVADOR
SÃO PAULORECIFE

IPC-S / INFLAÇÃO SEMANAL AUMENTA EM CINCO DAS SETE CAPITAIS PESQUISADAS SEGUNDO FGV.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) aumentou em cinco das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apenas o Rio de Janeiro e Brasília registraram alta menos intensa nos preços entre as semanas do dia 7 e 15 de maio.

De acordo com comunicado divulgado hoje (17) pela FGV, o IPC-S diminuiu de 1,18% para 1,08% na capital fluminense. O resultado reflete as reduções em seis das sete classes de despesa componentes do IPC-S, principalmente vestuário (de 2,80% para 1,62%) e educação, leitura e recreação (de 0,47% para variação nula).

Já na capital federal o IPC-S caiu de 0,50% para 0,47%.
Neste caso, o movimento foi influenciado pela alta menos intensa nos preços dos transportes (de 1,44% para 0,83%) e de vestuário (de 1,43% para 1,19%).

No mesmo período, as demais capitais registraram aumento da inflação.
Em pontos percentuais, as elevações foram mais intensas em Salvador (de 0,97% para 1,20%),
em Belo Horizonte (de 1,32% para 1,53%)
e em Recife (de 1% para 1,12%).

Em São Paulo, capital com maior peso na formação do IPC-S, a inflação passou de 0,97% para 1,01%, com acréscimo de 0,04 ponto percentual; e em Porto Alegre, também com aumento de 0,04 ponto percentual, os preços subiram 0,89%, depois de terem elevação de 0,85% na semana anterior.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas, o IPC-S da segunda prévia de maio foi 1,09%. O indicador ficou 0,04 ponto percentual acima do dado da apuração anterior (1,05%).
A principal elevação foi constatada no grupo alimentação (de 1,26% para 1,52%).

De um total de 21 gêneros alimentícios pesquisados, 14 ficaram mais caros, entre eles as hortaliças e os legumes (de 5,77% para 7,89%);
as frutas (de 0,12% para 0,33%);
os laticínios (de 2,72% para 2,84%),
e a comida pronta e congelados (de 1,05% para 1,26%).

A divulgação do próximo levantamento de preços será no dia 24 de maio.

A SEGUNDA CASA DEPOIS DA VÍRGULA DO BUFÃO E A MAGIA CONTRA A INFLAÇÃO. ARRE ÉGUA!

Quem estava preocupado com a inflação pode ficar tranquilo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez o esclarecimento que se espera de uma autoridade responsável num momento como este.

Diante da notícia de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo tinha ultrapassado o teto da meta – batendo em 6,51% ao ano em abril, contra o teto de 6,5% –, Mantega explicou que não é nada disso.
Segundo o ministro, a aferição da meta não considera a segunda casa depois da vírgula.
Estamos salvos.


Seria realmente um desastre se a contabilidade governamental tivesse olhos para aquele algarismo petulante que se colocou, sorrateiramente, à direita do 5. Ainda bem que o Banco Central – segundo Mantega – não enxerga tão longe.
É mais prudente. Como se sabe, não existe pecado do lado de baixo do Equador, nem na segunda casa à direita da vírgula.
Essa casa deve ser aquela da mãe joana, onde acontecem coisas às quais não convêm à família brasileira assistir.


A segunda casa depois da vírgula tem o teto furado pela subida obscena da inflação. Melhor olhar só para a primeira casa, onde a moral e os bons costumes monetários estão intactos. Ali não se veem a orgia dos gastos públicos no governo popular, a farra do crédito populista e os subsídios mascarados do Tesouro jorrando dinheiro na praça e fustigando a inflação.

Essas cenas explícitas de administração perdulária só são visíveis para quem espiar pela fresta da segunda casa depois da vírgula.

Quem insistir em bisbilhotar a festinha de embalo governamental que rola ali, depois não venha reclamar que as cenas são fortes.
De sua posição impoluta de zero à esquerda, o ministro avisou que não é para olhar.


Para os que ainda não ficaram tranquilos com o esclarecimento de Mantega, nem tudo está perdido.
O governo Dilma acaba de sacar da manga outro dispositivo mortal contra a inflação.
Com a simplicidade que caracteriza a literatura petista, o povo foi informado de que os vilões da escalada dos preços são os combustíveis (e, em segundo plano, os alimentos, vá lá).
Não olhe para os outros itens encarecendo a sua volta, não estrague o encanto. E continue, claro, com os olhos bem fechados para a festinha das verbas públicas na casa ao lado. O inimigo está nas bombas de gasolina.


E já está sendo fuzilado.
Numa operação espetacular liderada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão – vá calculando a complexidade –, as distribuidoras BR foram intimadas a derrubar os preços da gasolina e do etanol.


Quem poderia imaginar que, um dia, Edison Lobão estaria na vanguarda do combate à alta dos preços?

O Brasil é mesmo surpreendente.
Depois de toda a engenharia do Plano Real, quem poderia imaginar que, um dia, Edison Lobão estaria na vanguarda do combate à inflação?
Não pode haver nada mais tranquilizador do que ter o pródigo afilhado de José Sarney, símbolo da moderna gestão pública, como ponta de lança da política monetária nacional.


É claro que para colocar Lobão na cara do gol, com a bala de prata contra a inflação, foi preciso alguma mágica. Segundo o ministro Mantega, se abatidos os índices dos combustíveis e dos alimentos, a inflação voltaria a rondar o centro da meta (4,5%).

É uma conta fajuta, que nenhum economista sério chancelaria. Mas como numerologia funciona bem – especialmente num país que não tem oposição para ficar prestando atenção nesses detalhes.

Em recente congresso do PMDB, José Sarney, padrinho de Lobão, afirmou que a mídia enfraquece os políticos.

Realmente, os jornalistas têm essa mania de implicar com os números cabalísticos das autoridades. Os mais inconvenientes são capazes até de querer olhar para a segunda casa depois da vírgula.
Talvez o mais seguro seja seguir o exemplo do governo argentino, que adestrou o IBGE de lá.


Aí não tem mais problema:
em todas as casas antes e depois da vírgula, os números da inflação sempre obedecem ao dono.

Guilherme Fiuza Época

MODUS OPERANDI DO PARTIDO TORPE : FRAUDE NO PROJOVEM.

O Programa Nacional de Inclusão de Jovens surgiu há seis anos como uma importante iniciativa de transferência de renda, com foco em homens e mulheres entre 15 e 29 anos.
A concessão do auxílio de R$ 100, combinado com cursos profissionalizantes, deve servir como porta de saída para milhares de brasileiros que vivem na linha de pobreza.

O ProJovem, que atende a 2.300 municípios, recebeu R$ 3,5 bilhões até hoje e, para este ano, o governo empenhou mais R$ 1,2 bilhão. O problema é que esses recursos precisam passar pelas prefeituras e ONGs conveniadas e nem sempre chegam ao bolso de quem precisa.

A auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os repasses ao programa em 2008 e 2009 encontrou desvios de toda ordem, desde superfaturamento na compra de material escolar até cadastros de estudantes forjados.

Os auditores identificaram falhas graves nas contas de prefeituras de médio porte nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, que movimentaram ao todo R$ 872 milhões.
Pela amostragem dos auditores, cerca de 20% dos recursos são alvo de fraudes.


Um dos piores problemas é a adulteração das listas de presença dos alunos.
Em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, as marcações nas folhas de frequência dificilmente condiziam com a realidade.
“Foram encontradas listas com 100% de presença repetidamente”, diz o relatório.

Em Olinda, constatou-se “falta de fidedignidade” nos dados inseridos no sistema informatizado do ProJovem Urbano, além de ausência de apresentação de parte dos diários de frequên­cia das turmas.

Em Fortaleza (CE), mesmo após a redução dos coletivos de estudantes de 80 para 46, os repasses continuaram no mesmo volume.

Em Cascavel (PR), foram distribuídas bolsas do ProJovem a 1,3 mil alunos, só que o TCU descobriu que havia apenas 895 alunos efetivamente matriculados. As falhas nos cadastros também surpreenderam.

Numa amostragem de 435 mil alunos, constataram-se 40 mil registros com erros de CPF ou de inscrição social (NIS) – essencial para checar se o aluno se enquadra no perfil socioeconômico do programa.

Cerca de 6,8 mil jovens, com RG e nomes idênticos, estavam cadastrados com matrículas diferentes, indicando possíveis pagamentos em duplicidade.


Para o ministro do TCU, Augusto Sherman, relator do processo, é preciso corrigir urgentemente os cadastros e efetuar melhor controle na informatização do registro de frequência.
“As normas do programa condicionam o recebimento do auxílio financeiro à comprovação da frequência”, diz Sherman.

Qualquer adulteração desses dados enseja fraude e desvio de recursos. As fraudes, inclusive, se estendem à compra de material didático, segundo os auditores.

No município cearense de Maranguape, por exemplo, apostilas que deveriam custar em torno de R$ 7, segundo os auditores, acabaram saindo ao preço unitário de R$ 75,50.
Em vez de gastar R$ 36 mil para a compra de 5,1 mil apostilas, a prefeitura desembolsou R$ 385 mil, uma diferença absurda de 960%.


Em sua defesa, a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social e o Instituto Prisma, contratado para confeccionar o material, argumentaram que o TCU teria confundido apostilas com simples xerox, como se servidores altamente especializados não soubessem a diferença entre uma coisa e outra.

Em nota, a prefeitura disse que o alto custo das apostilas – comparado a de um bom livro de capa dura – se justificaria pela participação de “diversos profissionais e serviços especializados”, incluso aí o custo da distribuição do material nas comunidades.

O diretor do Prisma, Leonardo de Castro Bezerra, é alvo de inquérito por suposto desvio de recursos do FNDE na prefeitura de Icó, também no Ceará.


Além de Maranguape, foram encontradas fraudes no ProJovem de São Gonçalo (RJ),
Cabo de Santo Agostinho (PE) e Cascavel (PR).
No município fluminense, que recebeu R$ 20 milhões entre 2008 e 2009, os auditores identificaram superfaturamento, de até 54%, em materiais do programa.


Na compra de 15,4 mil camisas polo destinadas aos alunos do ProJovem Trabalhador, a prefeitura pagou R$ 32,50 por unidade, num total superior a R$ 500 mil.

Mas uma pesquisa de preços efetuada pela equipe de auditoria constatou que o valor unitário na região não ultrapassaria os R$ 14,90 por camisa. O TCU, além de criticar a ausência de li­citação, concluiu que “houve indícios de superfaturamento de no mínimo R$ 271 mil”.

São Gonçalo já foi obrigada a devolver quase R$ 400 mil em recursos do programa. As ocorrências indicam desvios de no mínimo R$ 1,5 milhão na amostragem dos municípios, que viraram alvo de processos específicos de apuração.

A situação se agrava com a constatação pelos auditores da completa ausência de infraestrutura nas salas de aula do programa.
Em Sete Lagoas (MG), os jovens nem sequer recebiam lanche.
Não surpreende porque o índice de evasão no ProJovem chegue a impressionantes 72%.


Claudio Dantas Sequeira Isto é

PALOCCI ENTRANDO NO ESTADO DE FERMENTAÇÃO : SÓ QUEM DEVE TEME .


Qualquer pessoa que multiplique seu patrimônio por 20 num período de quatro anos será motivo de curiosidade alheia.
Se o indivíduo é homem público, a curiosidade extrapola para a desconfiança.
Se é o principal ministro de Estado de um governo, a situação passa a exigir escrutínio completo.
É o caso de Antonio Palocci.


Não adianta os porta-vozes do governo e até mesmo a Comissão de Ética Pública da Presidência quererem dar o caso como "encerrado" na marra, quando nenhuma das dúvidas que cercam o meteórico enriquecimento do ministro foi esclarecida até agora. Palocci já caiu uma vez por ter tido suas versões desmentidas pela realidade. Vai cair de novo?

Em 2006, quando se elegeu deputado federal pelo PT, Palocci declarou à Justiça Eleitoral patrimônio estimado em R$ 375 mil: uma casa, um terreno e três carros, entre outros bens menores. Nos quatro anos em que exerceu o mandato de deputado, ele recebeu R$ 974 mil brutos em salários. Mas em 2009 e 2010, adquiriu dois imóveis (um apartamento e um escritório) no valor de R$ 7,5 milhões; comprou-os em nome da Projeto, firma de consultoria da qual possui 99,9% do capital. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo na edição de domingo.

Ontem, os integrantes da Comissão de Ética decidiram não apurar a evolução patrimonial de Palocci. Justificativa: não compete ao órgão fazer levantamento sobre bens de ministros obtidos antes de tomarem posse. Para os conselheiros, "a investigação só caberia se Palocci tivesse mentido à Comissão", informa O Globo. Parece ser, precisamente, o que ocorreu.

Segundo a edição de hoje da Folha de S.Paulo, a Comissão de Ética não foi informada pelo ministro sobre a evolução do patrimônio dele nos últimos anos. Sobre o conteúdo da Declaração Confidencial de Informações que Palocci encaminhou ao órgão, disse Sepúlveda Pertence, presidente da comissão: "Você só encontra as cotas da sociedade da empresa".

Não foram levados a conhecimento da Comissão o apartamentão de R$ 6,6 milhões quitado em duas parcelas e o escritório de R$ 882 mil situado em área comercial de luxo em São Paulo.

Caiu, portanto, por terra a primeira versão divulgada pela assessoria de Palocci quando o imbróglio veio à tona. Questionado pela Folha, o staff do ministro informou que "todos os detalhes das atividades da Projeto [empresa de consultoria de Palocci] foram registrados na Comissão de Ética, inclusive, obviamente, a aquisição dos bens'".

Como se vê, em seus desdobramentos a situação do ministro vai ficando cada vez mais rocambolesca. Se se recusa a esclarecer o caso por meio da imprensa, Palocci deveria comparecer ao Congresso para explicar-se.
Em regimes democráticos é assim:
aos ocupantes de cargos públicos exige-se transparência e lisura.


Há ainda muitas perguntas sem respostas:
1) para quais empresas a Projeto deu consultoria?;
2) quanto ela recebeu pelos serviços?;
3) quem prospectava clientes para a empresa?;
4) que atribuições Palocci exercia na firma?


Mas há outras esquisitices no caso.
Procurada antes da posse, a Comissão de Ética orientou o futuro ministro a mudar o objeto da Projeto de serviços de consultoria para "administração de bens", o que foi feito dois dias antes de Palocci chegar à Casa Civil.
"Foi a fórmula feita por outros ministros", explicou Pertence, segundo a Folha, que também informa que a Projeto é "administrada por uma empresa ligada ao Bradesco".


Ou seja, surge daí que o principal ministro do governo Dilma tem um bancão como sócio nos seus milionários negócios privados e que outros ministros podem estar enredados em situações tão duvidosas quanto a de Palocci.

Palocci é o quarto ministro do governo atual atingido por suspeitas. Os demais foram Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esportes) e Ana de Hollanda (Cultura). Em todos os casos, as denúncias foram desdenhadas pela presidente da República.

Dilma Rousseff diz ver na denúncia da hora "um jogo político para desestabilizar o início da sua gestão", informa O Estado de S.Paulo.. Ela deve estar falando do que conhece. Não é segredo para ninguém que muito petista gostaria de ver Palocci em desgraça: segundo o Valor Econômico, há "insatisfação crescente na bancada (petista) com a condução da Casa Civil".

O governo sustenta que o ministro é intocável, por ser "peça fundamental", conforme disse o escudeiro Gilberto Carvalho.
Ninguém está acima de qualquer suspeita.
Na era petista, a Casa Civil concentrou os piores malfeitos, com José Dirceu e Erenice Guerra.


Se não deve nada, Antonio Palocci não tem por que temer o escrutínio. Do contrário, pode acabar vendo-se na incômoda companhia destes deploráveis ex-ministros.
ORIGINAL/FONTE : ITV

INFLAÇÃO FORA DE CONTROLE? PARA QUEM POSSUI UM SÓ MARTELO,TUDO SE PARECE COM UM PREGO.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, passou de 6,5%. Rompeu, portanto, o topo da meta do Banco Central (BC). Ao que tudo indica, ela deverá subir ainda mais nos próximos meses. Diante desse quadro preocupante, o governo abusa da retórica, mas faz pouco para domar o dragão

O BC, que não possui independência legal no Brasil, aposta em uma inflação migrando para o centro da meta em 2012. Seu presidente, Alexandre Tombini, chegou a afirmar que a medida do governo, de impor à BR Distribuidora uma redução de preço doscombustíveis, ajuda acombater a inflação.


O ministro Guido Mantega pediu que empresários não repassassem aumentos dos custos. Será que voltamos aos tempos do congelamento de preços, que ataca o sintoma e não as causas da inflação?
Qual será o próximo passo?
Resgatar os famosos fiscais do Sarney?


O governo tem jogado a culpa da inflação emfatores exógenos, como a alta das commodities. É verdade que seu preço subiu bem nos últimos meses, oque também colaborou para o crescimento da economia brasileira, abundante em recursos naturais. Mas não é correto limitar o problema a este fator.

Os preços ligados ao setor de serviços subiram ainda mais que a média geral, chegando perto de 9% nos últimos 12 meses. O que está causando esta acelerada alta dos preços então?


Como sabia Milton Friedman, a inflação é sempre um fenômeno monetário. Os demagogos já culparam até a ganância dos empresários, ou choques de oferta fora do controle dos governos, mas o fato é que nada disso produz aumento generalizado dos preços.

Quando isto ocorre, é porque há aumento da base monetária e do crédito na economia. Eambos são controlados pelo governo. A inflação é uma deliberada política de governo. Esta é a “herança maldita” que o governo Lula deixou para sua sucessora, que pouco tem feito para contornar o problema.

Os gastos públicos explodiram nos últimos anos de mandato do presidente Lula, e o“corte” de R$ 50 bilhões anunciado pela presidente Dilma representa, na verdade, um aumento de gasto em relação a2010, pois corta em cima de um orçamento inflado.
O governo deveria efetivamente reduzir, de forma significativa, seus gastos explosivos.

Além disso, aexpansão de crédito segue em ritmo irresponsável.


O BNDES, que utilizou o argumento de medida anticíclica para aumentar absurdamente seus desembolsos durante a crise, não pisou no freio agora que a economia já está claramente aquecida, quiçá superaquecida. A demanda segue firme, a economia se encontra em pleno emprego e pode-se falar até mesmo em apagão de mão de obra em certos setores.


Para piorar a situação, o governo não apresentou uma única reforma estrutural, como a previdenciária, trabalhista ou tributária, que permitisse um
choque de produtividade ao país.
Os investimentos em infraestrutura e educação continuam pífios e de péssima qualidade.
O modelo de expansão calcado em crédito e consumo está perto do esgotamento, e os gargalos levam justamente ao aumento da inflação.

A economia brasileira parece
um carro popular a150km/h em uma estrada esburacada, trepidando e com parafusos começando a se soltar.

E há no governo quem pense que a solução é acelerar mais! O BC fica de mãos atadas neste contexto. Suas medidas macroprudenciais são uma aposta incerta, e contar com aqueda do preço das commodities é arriscar demais.

Até porque uma correção das commodities poderia ser benéfica para a inflação, mas uma queda drástica poderia deteriorar nosso cenário econômico.
Afinal, ele depende muito da melhora dos termos de troca da alta do preço dos produtos que exportamos em relação ao que importamos.
O governo deveria tomar cuidado co
m aquilo que deseja.

Em um país com trauma de inflação e economia indexada, aceitar “um pouco mais” de inflação é brincar com fogo ao lado de um barril de pólvora.
Nada recomendável.

A credibilidade de um banco central é crucial para ancorar as expectativas inflacionárias. Enquanto o governo ficar somente no discurso, os agentes de mercado terão motivos para receio.
A pergunta é legítima:
será que a inflação está saindo do controle?

Rodrigo Constantino O Globo

POBRE BRASIL ASSENHOREADO : QUANTOS PALOCCI E MUSA DO PARÁ? POLÍTICA, SEARA DOS IMPROBOS.

Por 16 anos, entre 1995 e 2011, Mônica Alexandra da Costa Pinto arrancou suspiros pelos corredores da Assembleia Legislativa do Pará.

Alta, morena, de longos cabelos lisos e corpo sempre em forma, tinha 28 anos quando foi contratada para cuidar da emissão dos contracheques dos servidores. Mas em fevereiro deste ano, a funcionária, hoje com 44 anos, revelou-se outro tipo de musa.

Abandonada pelos antigos chefes e por um namorado parlamentar decidiu ir ao Ministério Público revelar detalhes de um dos maiores esquemas de corrupção registrados recentemente no País.
Um esquema criminoso que, entre 2003 e 2010, pode ter desviado mais de 80 milhões de reais do Legislativo paraense.

De Monica Lewinsky, que mantinha uma relação com a pélvis do ex-presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos, a Mônica Veloso, ex-amante do senador Renan Calheiros, não foram poucos os exemplos de mulheres abandonadas que foram à forra contra seus antigos protetores.

Poucas possuíam, no entanto, um arquivo de informações tão formidáveis como a dessa nova Mônica, que atualmente monopoliza as atenções da Justiça, da imprensa e da polícia do Pará. Por sete anos, ela foi a principal operadora de um esquema de fraudes da folha de pagamento da Assembleia.

Os desvios são estimados em 1 milhão de reais por mês e, segundo ela, beneficiavam ao menos dois ex-presidentes da casa:
o ex-deputado Domingos Juvenil, do PMDB, e o atual- senador Mário Couto, do PSDB.

Couto, um dos mais importantes aliados do atual governador do Pará, Simão Jatene, foi presidente da Assembleia Legislativa entre 2003 e 2007, justamente quando se estabeleceu a quadrilha especializada em alterar contracheques, fazer compras superfaturadas, fraudar licitações e assombrar o Legislativo paraense com funcionários fantasmas e servidores “laranjas”.

Foi sucedido por Juvenil, que tornou o esquema ainda mais agressivo, mas perdeu o controle da situação e cometeu o grave erro de tentar substituir Mônica Pinto por um afilhado, no início do ano passado.

Confira a matéria completa na Edição 646 de CartaCapital, já nas bancas