"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 19, 2012

HISTRIONIA E ASSENHOREAMENTO, POBRE BRASIL : TCU diz agora que contrato de Valério usado em caso do mensalão é regular

O Tribunal de Contas da União considerou regular o contrato milionário da empresa de publicidade DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza, com o Banco do Brasil. O contrato é uma das bases da acusação da Procuradoria-Geral da República contra o empresário mineiro no julgamento do mensalão, marcado para agosto.

A decisão referente ao contrato de R$ 153 milhões para serviços a serem realizados pela agência em 2003 foi tomada pelo plenário do TCU no início deste mês, a partir de relatório da ministra Ana Arraes – mãe do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.

O acórdão do tribunal pode aliviar as responsabilidades de Marcos Valério no julgamento do Supremo Tribunal Federal. Principal sócio da agência DNA, o empresário mineiro é apontado como operador do mensalão.

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, contratos das agências de publicidade de Marcos Valério com órgãos públicos e estatais serviam de garantia e fonte de recursos para financiar o esquema de pagamentos de políticos aliados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Trata-se da essência do escândalo, revelado em 2005.
As denúncias desencadeadas pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) provocaram a queda das cúpulas do PT, do PP e do PL (hoje PR), além da cassação do mandato do denunciante e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, segundo quem não houve compra de votos, apenas caixa 2 de campanha.


Em seu relatório, Ana Arraes argumenta que uma lei aprovada em 2010 com novas regras para a contratação de agências de publicidade pela administração pública esvaziara a irregularidade apontada anteriormente pelo próprio TCU.

Um dos artigos da lei diz que as regras alcançariam "contratos já encerrados".
Esse artigo foi usado pela ministra do tribunal para considerar "regulares" as prestações de contas do contrato do Banco do Brasil com a DNA Propaganda Ltda.


Divergência.
O voto de Ana Arraes, acompanhado pelos demais ministros do TCU, contraria o parecer técnico do tribunal.


Procurador do Ministério Público junto ao TCU, Paulo Bugarin, defendeu, assim como o relatório técnico, que fosse reafirmada a condenação das contas em decorrência da apropriação indevida das chamadas "bonificações de volume", uma espécie de gratificação paga pelos veículos de comunicação, valores que a agência DNA deveria ter repassado ao Banco do Brasil.

"Não vislumbro no presente caso a aplicação da lei que alterou o ordenamento jurídico, indicando como receita própria das agências de publicidade os planos de incentivo concedidos por veículos de divulgação", afirmou na quinta-feira, 19, o procurador.

"Não somente porque o contrato foi formalizado e executado antes da edição da nova lei, como em face da existência de expressa cláusula contratual que destinava tal verba ao Banco do Brasil", completou Bugarin.

De acordo com a acusação do Ministério Público, a DNA Propaganda conseguiu a renovação de um contrato milionário com o Banco do Brasil já em 2003, primeiro ano de mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O então diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, teria viabilizado os supostos desvios, parte deles por meio do repasse da bonificação que cabia ao banco à agência de publicidade.

A DNA encerrou suas atividades ainda em 2005, depois de ter rescindidos os seu contratos com o Banco do Brasil.


O TCU investigou 17 contratos de publicidade com órgãos e empresas da administração pública no período de cinco anos, entre 2000 e 2005. Relatório consolidado apontou prejuízo aos cofres públicos de R$ 106,2 milhões, produto de falhas de contrato ou irregularidades, como o superfaturamento de serviços.

O relatório, aprovado em 2006, chegou a pedir o fim das publicidades institucionais no País.


Câmara.
Além do contrato com o Banco do Brasil, Marcos Valério também é acusado de desviar dinheiro de um contrato firmado com a Presidência da Câmara dos Deputados, comandada pelo petista João Paulo Cunha nos primeiros anos do governo Lula.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República sustenta que João Paulo acertou desvios de verba com outra empresa de publicidade do empresário mineiro, a SMP&B. O deputado petista nega as acusações.

O país sobrevive a qualquer governo

A ilha de prosperidade
A General Motors acaba de suspender a construção de sua fábrica de transmissões em Joinville, SC, um investimento (já esquecido) de US$ 710 milhões. A exportação de peças para a Europa caiu por causa da crise; o uso de peças no Brasil deve diminuir, já que a economia está quase parada. Não se trata de pessimismo: se houvesse perspectiva de lucro, a GM estaria tocando a fábrica
.

A marolinha
Lembra daquele investimento de US$12 bilhões da Foxconn, que criaria no Brasil 100 mil empregos e permitiria a produção de telas sensíveis ao toque para Ipad, já no final de 2011? Foi o ministro Aloízio Mercadante quem fez o anúncio, durante a visita da presidente Dilma à China. Bom, o investimento não criaria cem mil empregos de jeito nenhum, nem que os brasileiros passassem a comer Ipads. Segundo, a Foxconn informou que os recursos não seriam dela, mas do velho e bom BNDES – em resumo, dinheiro nosso (deles, só o lucro). Terceiro, até agora não apareceu produto nenhum. A Foxconn quer produzir telas iluminadas por lâmpadas, de tecnologia antiga. As mais modernas, com LEDs, ou com Oleds, nem pensar.

E que diz o ministro Mercadante? Nada: já nem é mais ministro do Desenvolvimento, hoje é da Educação (onde também faz promessas logo revogadas). Comentam que vai substituir o ministro Patriota no Itamaraty.

O homem certo
Não, não estranhem: há alguém mais bem talhado para substituir o ministro Antônio Patriota do que o ministro Aloízio Mercadante?

Segundo Guido Mantega, vem aí o reaquecimento da economia. Segundo Dilma Rousseff, o importante é cuidar das crianças e dos adolescentes. Decididamente, o Brasil sobrevive a qualquer governo. (AN)


Notas publicadas pelo jornalista Carlos Brickmann

Íntegra :
O silêncio é de ouro, Coluna Carlos Brickmann

Boeing ! Boeing ! UM NOVO AVIÃO PRE$IDENCIAL PARA A GERENTONA/FRENÉTICA /EXTRAORDINÁRIA

A presidente Dilma Rousseff está em conversas com a Boeing para adquirir um novo avião presidencial, disseram quatro fontes à Reuters, sinalizando uma entrada maior para a fabricante norte-americana em um dos maiores mercados emergentes do mundo.

Dilma quer um avião maior mais consistente com o crescente poderio político e econômico do Brasil e está avaliando a compra de um Boeing 747 similar ao Air Force One, aeronave usada pelo presidente dos Estados Unidos, disseram as fontes sob condição de anonimato.

Atualmente, Dilma usa um Airbus A319, que foi comprado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004. No entanto, a aeronave é incapaz de realizar longos percursos e teve de realizar duas paradas para abastecimento durante a viagem da presidente à Índia, em março, disseram as fontes.

"Presidentes brasileiros irão viajar à Índia e à China uma vez por ano todos os anos a partir de agora, e não devemos ter que fazer paradas como esta", disse uma das fontes.

Outra fonte disse que a opção pela Boeing era a única sendo seriamente analisada por Dilma.

Se a compra for realizada, será uma vitória simbólica nos esforços da Boeing de ganhar mercado na maior economia da América Latina e a sexta do mundo. A questão ganhou urgência já que os tradicionais mercados da companhia nos Estados Unidos e na Europa apresentam baixas previsões de crescimento.

RELAÇÕES PRÓXIMAS

A Boeing anunciou um acordo neste mês para fornecer um novo sistema de armas para o avião de combate leve Super Tucano, fabricado pela Embraer, que está tentando expandir suas operações na área da defesa.

As companhias também anunciaram em junho que iriam colaborar no desenvolvimento e marketing do jato militar e de reabastecimento KC-390, também da Embraer.

É possível que um relacionamento mais próximo com o governo brasileiro e a maior fabricante de aeronaves do país possa dar à Boeing uma vantagem em outro negócio muito maior, de ao menos 5 bilhões de dólares: a nova geração de caças da Força Aérea Brasileira.

A francesa Dassault e a sueca Saab são as outras duas concorrentes para o negócio. Dilma não deve tomar nenhuma decisão até o início de 2013, disseram autoridades.

Jim Proulx, um porta-voz da Boeing, disse por e-mail: "Nós não comentamos na mídia as discussões que podemos ou não ter com clientes potenciais."

O Boeing 747 tem quatro turbinas ante duas na maioria dos modelos mais novos. Pode, portanto, oferecer maior segurança em caso de um problema em motor em pleno voo --uma prioridade para Dilma após problemas de segurança recentes com seu avião atual, disseram as fontes.

Em junho, o Airbus presidencial sofreu um problema relacionado à pressurização da cabine durante viagem entre Rio de Janeiro e Brasília. Apesar de não ter deixado feridos, o avião teve de retornar ao Rio e Dilma foi forçada a voar a bordo de uma aeronave reserva menor, desembarcando em casa depois da meia-noite.

O jornal O Globo informou no sábado que Dilma "morre de medo" de turbulência e instruiu seus pilotos algumas vezes a alterar o plano de voo para desviar de tempestades ou outros problemas.

Outra grande compra de um grande avião presidencial, apenas oito anos após a última aquisição, poderá causar disputas políticas. O ex-presidente Lula enfrentou grandes críticas por gastos excessivos ao comprar o Airbus por alegados 57 milhões de dólares.

No entanto, as ambições políticas e econômicas cresceram desde então. O Produto Interno Bruto brasileiro superou o da Grã-Bretanha em 2011, e sua influência cresceu em fóruns internacionais e em outros mercados emergentes, especialmente em países africanos.

Até mesmo uma viagem recente à Etiópia precisou de uma parada de abastecimento no oeste africano, disse uma das autoridades.

O Airbus A319 tem uma autonomia de 3.740 milhas náuticas, segundo o site da companhia na Internet. A distância de voo entre São Paulo e Nova Délhi é de aproximadamente 7.800 milhas náuticas. A Airbus pertence ao grupo europeu EADS.

BRIAN WINTER

E NA CASA DA OCIOSIDADE DA TAL "CALCINHA" ETC... APÓS POLÊMICA DE VÍDEO ÍNTIMO, ASSESSORA DIZ QUE VAI ENTRAR NA JUSTIÇA

A assessora parlamentar Denise Leitão Rocha, funcionária do gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), decidiu entrar de férias para evitar a polêmica em torno de um vídeo recheado de cenas picantes que vazou no Congresso e a teria como protagonista. Denise estava sempre presente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, já que Ciro Nogueira é membro da comissão.

Ontem, ela afirmou ao EXTRA que estuda uma forma de entrar na Justiça contra o autor do vazamento, mas não soube informar quem seria a pessoa.

— Não sei o que é esse vídeo. Não vi. Estou tomando medidas judiciais. É o meu trabalho — justificou.

Loura, bonita, dona de uma muitíssimo bem localizada tatuagem de fênix, Denise Leitão Rocha é o assunto do Congresso há uma semana, desde que o tórrido vídeo vazou misteriosamente, e passou por nove entre dez celulares e tablets do Senado Federal. Diante da polêmica em torno de seu nome, Denise saiu de férias e é tema proibido entre seus colegas.
— Eu trabalhei muito pouco com ela. Nossos horários eram diferentes, mal nos falávamos — saiu pela tangente um colega.
— Parece que ela saiu de férias — respondeu outro

— Saiu mesmo de férias. Deve voltar só no mês que vem.
Não éramos próximos — esquivou-se um terceiro, também sob anonimato, a exemplo dos outros.


Sem bater ponto

De acordo com seus colegas, Denise mal parava no gabinete. Por ser contratada por regime especial de frequência, ela não é obrigada a bater ponto por lá. Nenhum deles soube explicar quais eram suas funções no Parlamento.

— Eu estou ali para advogar, não estou para palhaçada — defendeu Denise, que tem registro na seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).


Mais no blog BairroSinhaSaboia

E Sobre a

"calcinha"

Vítima denunciou colegas de PF



O agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macêdo, assassinado com dois tiros no Cemitério Campo da Esperança, figura nos relatórios de interceptação telefônica da Operação Monte Carlo como um dos principais responsáveis pelo monitoramento de dois policiais federais acusados de dar suporte à organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira.

Conversas gravadas na operação comprometeram o ex-chefe da Divisão de Serviços Gerais da Coordenação de Administração da Diretoria de Logística da PF Anderson Aguiar Drumond e o delegado da corporação Deuselino Valadares.

O monitoramento das conversas do sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, levou a polícia a descobrir o envolvimento de Anderson com a quadrilha — Dadá era um dos principais arapongas de Cachoeira. A partir daí, os passos do chefe da garagem da Polícia Federal também foram acompanhados de perto e grande parte dos relatórios sobre a atuação de Anderson na organização criminosa de Cachoeira ficou sob a responsabilidade do agente Tapajós.

Em uma das interceptações destacadas pelo policial, integrante do conteúdo da Operação Monte Carlo, Dadá combina com Anderson a propina como pagamento pelas informações privilegiadas repassadas pelo servidor da instituição à quadrilha.

Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu que Cachoeira tinha controle da entrada e da saída de todos os carros da corporação por intermédio de Anderson, que passava relatórios de logística que indicavam o número de veículos que seriam empregados nas ações, estimativa de agentes destacados e o possível destino das equipes.

A interferência de Cachoeira na garagem da própria PF foi tratada com cautela pelos investigadores. Em uma das escutas relacionadas a Anderson, até mesmo o delegado que comandou a Monte Carlo, Matheus Mela Rodrigues, abriu a consulta dos áudios ao lado de Tapajós para analisar os diálogos contidos no grampo.

Anderson acabou exonerado em 28 de fevereiro, na véspera da prisão de Cachoeira.

O agente morto também foi responsável pelo tratamento de escutas relacionadas a Deuselino. Nas conversas, o delegado da PF é citado como um dos informantes da quadrilha, que obtinha informações das operações em curso para se antecipar em caso de suposto recolhimento de máquinas caça-níqueis, além de prisões.


"Ato perverso"

Documentos da Operação Monte Carlo apontam que Tapajós atuou em pelo menos 136 monitoramentos telefônicos.
Os alvos investigados pelo agente foram, além dos dois policiais federais,
Gleyb Ferreira da Cruz, operador do bicheiro;

Sônia Regina, ex-servidora da prefeitura de Luziânia;
Lenine Araújo de Souza, gerente e contador da organização;
Rosalvo Simprini Cruz, operador do esquema;
José Olímpio Queiroga, um dos principais auxiliares de Cachoeira;
Geovani Pereira da Silva, contador;
Valmir José da Rocha, laranja da área financeira; e Dadá.

Entre as escutas que estavam sob a responsabilidade de Tapajós também foram registrados diálogos apontando atuação de policiais de Valparaíso (GO) com o esquema e um "comandante" da Polícia Militar não identificado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que somente após a polícia concluir a investigação sobre a morte de Tapajós será possível associar ou descartar uma ligação entre o assassinato do agente e o trabalho dele na Monte Carlo.

"É muito cedo para se fazer qualquer afirmação sobre esse caso. A Polícia Federal está investigando as circunstâncias da morte. Toda a equipe de peritos está fazendo a investigação. Então, portanto, nesse momento, é precipitado tirar qualquer conclusão sobre esse fato. Mas a Polícia Federal está se empenhando e, seguramente, nós vamos encontrar as causas desse ato perverso que acabou vitimando um dos nossos agentes", ponderou Cardozo.


No Congresso

Na divulgação do balanço dos trabalhos da CPI do Cachoeira, no Congresso, o presidente da comissão, senador Vital do Rego (PMDB-PB), afirmou que a morte do agente não levará clima de intimidação ao grupo. Segundo ele, cabe à polícia investigar o assassinato.

"Nesse momento, é precipitado tirar qualquer conclusão sobre esse fato. Mas a Polícia Federal está se empenhando e, seguramente, nós vamos encontrar as causas desse ato perverso que acabou vitimando um dos nossos agentes" José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça


Memória

Conversas reveladoras

As interceptações de diálogos entre integrantes da organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira fizeram com que a Polícia Federal destacasse pelo menos duas conversas em que comparsas do bicheiro discutiam acerto de crime de pistolagem. Os grampos foram feitos em 6 de abril e 25 de junho de 2011.

Em um dos áudios, divulgado pelo Correio em maio, um homem identificado como Jefferson telefona para outro identificado como Marco e afirma que se ele indicasse um pistoleiro para um serviço ganharia R$ 1 mil.

Investigações da Polícia Federal também apontam para suposta ligação entre policiais corruptos que apoiavam as atividades de Cachoeira e acusados de compor grupo de extermínio em Goiás. Cachoeira foi flagrado, em interceptação telefônica, questionando interlocutor sobre a possibilidade de influir na transferência de policiais militares acusados de pertencer a grupo de extermínio de instituição federal em Mato Grosso do Sul para presídio em Goiás.

O delegado federal Raul Alexandre Souza revelou, em depoimento à CPI do Cachoeira no Congresso, que a investigação também registrou ligações em que integrantes da organização criminosa combinam sequestro de um explorador de casa de bingo que estaria desafiando o poder da quadrilha.

JOSIE JERONIMO Correio Braziliense


A REALIDADE DO brasil maravilha E O GOSTO AMARGO DO FEL II : PETROLEIROS


Categoria se divide em relação à proposta de reajuste no piso da PLR e ameaça aderir à greve dos servidores federais

Com a categoria dividida, os petroleiros começaram ontem a fazer paralisações temporárias contra o reajuste no piso do programa de participação dos lucros proposto pela Petrobrás. Até terça-feira, se não houver acordo, os empregados da petroleira e das subsidiárias ameaçam greve por tempo indeterminado.


Na tentativa de evitar que os cerca de 75 mil funcionários do Sistema Petrobrás (empresa controladora mais subsidiárias) acompanhem outras categorias do serviço público federal e entrem em greve geral, a petroleira apresentou à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) a proposta de acréscimo de R$ 2.056 ao piso da cota de Participação de Lucros e Resultados (PLR) de 2011.

FUP e FNP divergem sobre a proposta. Para a FUP, criticada pelo suposto apoio a ações do governo federal desde a primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o aumento do piso do PLR, hoje em R$ 16,5 mil, é aceitável. Para a FNP, não é.

A FNP defende um porcentual maior para o PRL, 25% do que recebem os acionistas, no limite do que a lei permite. "Rejeitamos a proposta e faremos indicativo de greve", afirmou Emanoel Cancella, do SindPetro-RJ.

Enquanto a categoria não chega a um consenso, o projeto de greve geral a partir de hoje foi esquecido, pelo menos até segunda-feira, quando deve ser definido ou não o início do movimento para o dia seguinte.

Até lá, os petroleiros fazem paradas de até duas horas. Das 13h às 15h de ontem, a paralisação foi no Centro Nacional de Controle de Operacional da Petrobrás Transporte (Transpetro), centro do Rio. A adesão foi pequena. Segundo a subsidiária, não houve impacto nas atividades.

Parcial. A partir de hoje e até segunda-feira, os petroleiros do Pará, Maranhão, Amapá e Amazonas vão parar por algumas horas. No Estado do Rio, paralisações ocorrerão hoje e amanhã, quando começam as interrupções em Alagoas e Sergipe.

Desde ontem, o trabalho em unidades em São José dos Campos e no litoral de São Paulo (São Sebastião, Santos, Caraguatatuba e Itanhaém) vem sendo paralisado de maneira parcial.

O temor de que uma greve geral atrase mais ainda os projetos da Petrobrás levou a presidente Graça Foster e o diretor Corporativo e de Serviços, José Eduardo Dutra, a encontraram-se no dia 11 com as lideranças petroleiras para tentar convencê-las a não aderir ao movimento do funcionalismo federal. Não houve acordo na ocasião.


SABRINA VALLE , SERGIO TORRES / RIO - O Estado de S.Paulo

A REALIDADE DO brasil maravilha E O GOSTO AMARGO DO FEL

Ontem, cerca de 30 mil servidores públicos federais em greve, segundo o comando do movimento grevista, fizeram uma manifestação na Esplanada dos Ministérios.

Estudantes que apoiam a paralisação dos professores universitários chegaram a pichar a fachada do Ministério da Educação com frases como "Negocie já, Dilma" e "Que vergonha" e houve princípio de confronto com os policiais militares. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou os atos no edifício-sede de sua pasta e classificou-os como "vandalismo":

- Não acredito que foi iniciativa do movimento docente. Entendo que o que ocorreu foram atos de vandalismo e que tem que se responder com mais educação. Entendo o movimento da greve, carro de som, como manifestação legítima e própria da democracia. Agora, atos como esse, contra o patrimônio construído com o dinheiro do povo, em nada contribuem.

Faixas criticavam recusa de Dilma em negociar

Diversas categorias de servidores em greve participaram das manifestações e paralisaram o trânsito em Brasília, em frente à catedral do Distrito Federal. Em marcha, eles seguiram para o Palácio do Planalto num protesto pacífico. Mas não encontraram a presidente Dilma Rousseff, que não estava no prédio. Parte dos grevistas acampou na Esplanada.

No local, muitas faixas criticando a presidente, acusada pelos manifestantes de se recusar a negociar. O coronel da Polícia Militar Jailson Ferreira, comandante do Policiamento Metropolitano de Brasília, assim como Mercadante, acusou os estudantes de vandalismo, e eximiu os grevistas da responsabilidade por tumultos.

No Ministério do Planejamento, os manifestantes fizeram um abraço simbólico e pediram audiência com a ministra da pasta, Miríam Belchior. A assessoria do Planejamento informou que as negociações continuam e que o prazo limite para acordos sobre reajustes é 31 de agosto - quando o governo precisa enviar ao Congresso a proposta de lei orçamentária para 2013.

O ministério divulgou ontem no site oficial a tabela com os novos salários dos professores de universidade, decorrentes do aumento proposto pelo governo de 48%. Segundo a nota, a categoria terá ganhos reais até 2015.

Já os manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam o prédio do Ministério das Cidades durante a tarde. Segundo líderes do movimento, cerca de 600 famílias de São Paulo, Brasília e Rio participaram do protesto, reivindicando mais moradias pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.

Eles deixaram o prédio depois que líderes do movimento foram recebidos por autoridades da pasta para uma reunião. Segundo representantes do MTST, o governo deu sinais positivos às reivindicações do movimento.


O Globo
( Evandro Éboli)

HERANÇA MALDITA ! A "PASSAGEM" DO CACHACEIRO PARLAPATÃO, O FILHO...do brasil E AS "CIRCUNSTÂNCIAS" PARA A GERENTONA/extraordinária.

Ao argumentar que uma pessoa é ela e as circunstâncias, há quem recorra à filosofia.

Mas no cotidiano essa percepção é quase óbvia.
Por exemplo, numa partida de futebol, circunstancialmente com chuva forte e campo alagado, é mais difícil jogar com desenvoltura, o que prejudica os jogadores mais habilidosos.


E, numa guerra, o avanço da infantaria morro acima, quando lá está o inimigo, é mais difícil do que em campo aberto. Há quem veja nas circunstâncias o tal fator sorte.


Ou azar.
Como o da presidente Dilma, que enfrenta circunstâncias econômicas muito ruins,
ao contrário de Lula, seu antecessor e eleitor-mor, que até hoje - aliás, com a complacência de uma oposição adormecida - se atribui todo o mérito pelo bom crescimento médio da economia nos seus dois mandatos.

Lula surfou num mar de circunstâncias muito favoráveis, tanto ao usar uma prancha ajustada por seu antecessor, FHC, como pelas ondas que vieram da economia mundial, permitindo-lhe dar espetáculo aqui e internacionalmente.


Recorde-se que Lula, no seu primeiro ano de mandato (2003), enfrentou dificuldades na economia que ele mesmo causou, ao ameaçá-la com a tal "ruptura" que pregava antes de tomar juízo. Depois que passou a seguir o evangelho praticado por FHC, deixou de atrapalhar e se viu diante das boas ondas citadas.

Elas beneficiaram o Brasil, estimulando maiores exportações, que dinamizaram o crescimento interno e permitiram a acumulação de grandes reservas de moedas fortes, afastando assim o fantasma das muitas crises cambiais do passado.


Esse impulso também levou ao aumento das receitas governamentais, que custearam programas socioeleitorais. Não satisfeito, para ampliá-los Lula voltou a atrapalhar, aumentando uma já insuportável carga tributária. E, do lado dos gastos, negligenciou investimentos públicos e privilegiou o aumento de gastos permanentes, de pessoal e de custeio, inclusive benefícios do INSS.

Os reflexos negativos desses movimentos são agora mais evidentes. O receituário econômico recomenda que em tempos de vacas gordas, como em geral na Presidência de Lula, um governo acumule reservas para a chegada das magras. Como as que vieram agora, mas encontram o governo com orçamento apertado para engordá-las.

Sob Lula, o papel das circunstâncias externas evidenciou-se também negativamente, mostrando sua relevância também nessa direção. Com a crise que assolou a economia mundial, a brasileira tropeçou no último trimestre de 2008 e seu PIB caiu em 2009. Apesar do forte tombo, Lula veio com a conversa da marolinha.

As circunstâncias externas voltaram a favorecê-lo em 2010.
Esse vaivém da economia brasileira, claramente associado a movimentos correspondentes da economia mundial, mostra a preponderância de circunstâncias relativamente à apregoada capacidade de gestão do ex-presidente.


De agosto de 2011 para cá, com a crise na eurozona e seus desdobramentos, a economia mundial voltou a pesar negativamente, já com a brasileira nas mãos da presidente. Tida como principal executiva de seu antecessor, enfrenta dificuldades que vêm de fora, mas agravadas por erros da gestão anterior, como os já apontados, e pelos quais, na poderosa função que então exercia, também foi responsável.

E continua na mesma linha. Dados novos, do primeiro semestre deste ano, justificadamente destacados na manchete principal deste jornal na terça-feira, mostram que os investimentos da administração federal continuam estagnados, enquanto os gastos de custeio, inclusive do INSS, tiveram forte impulso com o insólito aumento de 14,1% dado ao salário mínimo em janeiro.

Levantados pelo economista Mansueto Almeida Jr., destacado analista das contas públicas federais, esses dados continuam a revelar um governo cronicamente incapaz de investir mais.

Mas sem que ele e a economia como um todo venham a aumentar substancialmente os investimentos o PIB brasileiro continuará mostrando crescimento medíocre e fortemente dependente dos ventos de fora.


Mas seria o PIB tão importante?
Mesmo economista, a presidente afirmou recentemente que "uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz com as suas crianças e adolescentes.
Não é o PIB, é a capacidade do País, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes".


Tirando o "não é PIB", pois a referida capacidade depende dele, só discordo dessa afirmação por ser incompleta. Prefiro a de um vice-presidente (1965-69) dos EUA, Hubert Humphrey (1911-78), um ícone do Partido Democrata, pelo qual foi também senador por 23 anos.

Disse ele:
"... o teste moral do governo é como ele trata quem está na alvorada da vida, as crianças; os que estão no entardecer dela, os idosos; e os que estão nas suas sombras, os doentes, os pobres e os deficientes".


O Brasil não se sai bem nesse teste principalmente porque não tem um PIB suficiente para suprir adequadamente todas essas carências. E também porque seu governo não atua equilibradamente nessa tarefa.

Em particular, seu viés eleitoreiro e corporativo trata melhor aposentados e pensionistas, eleitores, principalmente os de corporações politicamente poderosas, como a elite do funcionalismo, do que as crianças, já que estas não votam.


Seria injusto cobrar da presidente que rapidamente solucionasse questões institucionais como essas. Mas, dado o que falou sobre as crianças e adolescentes, não jogo fora a esperança de que dê alguns passos nessa direção.

Quanto ao "não é o PIB", cabe outra frase de Humphrey:
"O direito de ser ouvido não inclui automaticamente o direito de ser levado a sério".

A fragilidade do PIB é muito séria e cabe à presidente agir para reerguê-lo e impulsioná-lo.

O Estado de S. Paulo

Dilma e suas circunstâncias
ROBERTO, MACEDO, ECONOMISTA (UFMG, USP, HARVARD), PROFESSOR ASSOCIADO , À FAAP, É CONSULTOR ECONÔMICO, DE ENSINO SUPERIOR,