Categoria se divide em relação à proposta de reajuste no piso da PLR e ameaça aderir à greve dos servidores federais
Com a categoria dividida, os petroleiros começaram ontem a fazer paralisações temporárias contra o reajuste no piso do programa de participação dos lucros proposto pela Petrobrás. Até terça-feira, se não houver acordo, os empregados da petroleira e das subsidiárias ameaçam greve por tempo indeterminado.
Na tentativa de evitar que os cerca de 75 mil funcionários do Sistema Petrobrás (empresa controladora mais subsidiárias) acompanhem outras categorias do serviço público federal e entrem em greve geral, a petroleira apresentou à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) a proposta de acréscimo de R$ 2.056 ao piso da cota de Participação de Lucros e Resultados (PLR) de 2011.
FUP e FNP divergem sobre a proposta. Para a FUP, criticada pelo suposto apoio a ações do governo federal desde a primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o aumento do piso do PLR, hoje em R$ 16,5 mil, é aceitável. Para a FNP, não é.
A FNP defende um porcentual maior para o PRL, 25% do que recebem os acionistas, no limite do que a lei permite. "Rejeitamos a proposta e faremos indicativo de greve", afirmou Emanoel Cancella, do SindPetro-RJ.
Enquanto a categoria não chega a um consenso, o projeto de greve geral a partir de hoje foi esquecido, pelo menos até segunda-feira, quando deve ser definido ou não o início do movimento para o dia seguinte.
Até lá, os petroleiros fazem paradas de até duas horas. Das 13h às 15h de ontem, a paralisação foi no Centro Nacional de Controle de Operacional da Petrobrás Transporte (Transpetro), centro do Rio. A adesão foi pequena. Segundo a subsidiária, não houve impacto nas atividades.
Parcial. A partir de hoje e até segunda-feira, os petroleiros do Pará, Maranhão, Amapá e Amazonas vão parar por algumas horas. No Estado do Rio, paralisações ocorrerão hoje e amanhã, quando começam as interrupções em Alagoas e Sergipe.
Desde ontem, o trabalho em unidades em São José dos Campos e no litoral de São Paulo (São Sebastião, Santos, Caraguatatuba e Itanhaém) vem sendo paralisado de maneira parcial.
O temor de que uma greve geral atrase mais ainda os projetos da Petrobrás levou a presidente Graça Foster e o diretor Corporativo e de Serviços, José Eduardo Dutra, a encontraram-se no dia 11 com as lideranças petroleiras para tentar convencê-las a não aderir ao movimento do funcionalismo federal. Não houve acordo na ocasião.
SABRINA VALLE , SERGIO TORRES / RIO - O Estado de S.Paulo
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