Estudantes que apoiam a paralisação dos professores universitários chegaram a pichar a fachada do Ministério da Educação com frases como "Negocie já, Dilma" e "Que vergonha" e houve princípio de confronto com os policiais militares. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou os atos no edifício-sede de sua pasta e classificou-os como "vandalismo":
- Não acredito que foi iniciativa do movimento docente. Entendo que o que ocorreu foram atos de vandalismo e que tem que se responder com mais educação. Entendo o movimento da greve, carro de som, como manifestação legítima e própria da democracia. Agora, atos como esse, contra o patrimônio construído com o dinheiro do povo, em nada contribuem.
Faixas criticavam recusa de Dilma em negociar
Diversas categorias de servidores em greve participaram das manifestações e paralisaram o trânsito em Brasília, em frente à catedral do Distrito Federal. Em marcha, eles seguiram para o Palácio do Planalto num protesto pacífico. Mas não encontraram a presidente Dilma Rousseff, que não estava no prédio. Parte dos grevistas acampou na Esplanada.
No local, muitas faixas criticando a presidente, acusada pelos manifestantes de se recusar a negociar. O coronel da Polícia Militar Jailson Ferreira, comandante do Policiamento Metropolitano de Brasília, assim como Mercadante, acusou os estudantes de vandalismo, e eximiu os grevistas da responsabilidade por tumultos.
No Ministério do Planejamento, os manifestantes fizeram um abraço simbólico e pediram audiência com a ministra da pasta, Miríam Belchior. A assessoria do Planejamento informou que as negociações continuam e que o prazo limite para acordos sobre reajustes é 31 de agosto - quando o governo precisa enviar ao Congresso a proposta de lei orçamentária para 2013.
O ministério divulgou ontem no site oficial a tabela com os novos salários dos professores de universidade, decorrentes do aumento proposto pelo governo de 48%. Segundo a nota, a categoria terá ganhos reais até 2015.
Já os manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam o prédio do Ministério das Cidades durante a tarde. Segundo líderes do movimento, cerca de 600 famílias de São Paulo, Brasília e Rio participaram do protesto, reivindicando mais moradias pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.
Eles deixaram o prédio depois que líderes do movimento foram recebidos por autoridades da pasta para uma reunião. Segundo representantes do MTST, o governo deu sinais positivos às reivindicações do movimento.
O Globo
( Evandro Éboli)
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