"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 29, 2011

MISSÃO OFICIAL/MISSÃO TURÍSTICA : A DESCONTRAÇÃO DA CASTA NO "INTERESSE PÚBLICO"

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À custa do dinheiro público, os deputados estão fazendo as mais diferentes e incompreensíveis viagens em missão oficial, termo técnico para dizer que alguém viaja em nome do interesse do país.
Os principais destinos são, coincidentemente, os mesmos de qualquer turista:

França, Espanha, Estados Unidos, Itália e China.


Nos relatórios para justificar a utilidade pública das visitas há de tudo.
Desde o argumento de que passear no trem de alta velocidade coreano é fundamental para formar ideia sobre a proposta do governo para construir algo semelhante no Brasil, até a importância para a cultura nacional de visitas a museus franceses e norte-americanos.


Essas viagens — sob o pretexto do interesse público— custam caro.
Somente em diárias, a Câmara pagou mais de US$ 300 mil nos últimos dois anos, o equivalente a meio milhão de reais.
Some-se a isso mais de 400 passagens aéreas internacionais, algumas em classe executiva, cujo preço costuma ser o dobro da econômica.


A preferência dos deputados por desempenhar missões no exterior foi três vezes maior do que os pedidos feitos para a atuação em atividades oficiais nos municípios brasileiros, onde deveriam efetivamente prestar serviços. As ações das comissões da Casa e as audiências e visitas in loco pelo país renderam, desde 2009, 72 viagens pelos estados.

Enquanto isso, o número de permissões para que os deputados deixassem o país em nome do parlamento foi de 207, considerando apenas os parlamentares da legislatura passada que continuaram na Câmara.
Segundo técnicos da Casa, se o critério de busca for ampliado e incluir os que não renovaram mandatos, as autorizações passam de 400.
(...)
Os cofres públicos bancaram também as passagens e cinco diárias para que o deputado Jorge Silva (PDT-ES) fosse à China participar do Festival da Peônia, flor símbolo da cidade de Luoyang.
Em homenagem às cores das flores, os chineses celebram a festa da primavera.


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