"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 21, 2012

BRASIL SEXTA POTÊNCIA MUNDIAL? COM "MARQUETINGUE" É A POTÊNCIA IMPOTENTE .

O conceito de desenvolvimento econômico pressupõe a justa distribuição do enriquecimento à coletividade, sob amplo arco de adequada qualidade de vida da população.

Se lhe faltam tais atributos, diz-se que a maior expansão na apropriação da riqueza não vai além de crescimento econômico.

O Brasil se enquadra na segunda hipótese, notórios como são os baixos padrões sociais da maioria dos brasileiros. Aí está o retrato que precede a promoção do Brasil ao patamar de sexta economia mundial, até então ocupado pela Inglaterra.

A ascensão surpreendente estriba-se em estudo da consultoria londrina Economist Intelligense Unit (UIA, na sigla em ingês). Validou a mudança de posição no ranking o fato de o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (US$2,44 trilhões) haver superado o da Vellha Albion (US$2,41 trilhões).

Ganha a economia brasileira referência internacional sobre sua pujança, capacidade para avançar e reafirmar-se como dos mais atrativos canteiros para investimentos.

Não há, contudo, motivos para exaltações aquém da verdadeira paisagem em que se movimenta a economia brasileira e se abriga bolsões de miséria. A principal atividade industrial, a produção de veículos automotores, é exclusividade de empresas estrangeiras. Não há marca nacional.

A maior fatia dos lucros aqui alcançados é repatriada para as matrizes no exterior. Em 2011, as remessas representaram nada menos de US$ 5,5 bilhões. São extensos os setores produtivos sob domínio da iniciativa internacional.

Se, de um lado, os investimentos externos — devido à escassez de poupança e tecnologias internas — ajudam na criação de empregos e produzem expressiva renda fiscal, por outro mostram a face de uma economia colonizada.

O Reino Unido abastece os consumidores mundiais mais sofisticados com marcas próprias de carros de luxo, portadores de elevadíssima tecnologia, sem descartar a fabricação de modelos populares.

Com foguetes e equipamentos tecnológicos de alta precisão maid in England despacha ao espaço exterior satélites de comunicação e para investigação científica.

Sua indústria aeronáutica, além de motores utilizados em escala mundial como propulsores da aviação civil (os Rolls Royce, por exemplo), manufatura eficientes aeronaves de ataque militar.Uma delas, o Harriet, é hoje uma das estrelas fulgurantes da constelação de caças-bombardeiros da Força Aérea Norte-Americana (Usaf).

Salvo a fabricação de aparelhos para o segundo nível da aviação civil, o Brasil passa longe do poderio tecnológico dos britânicos.
Para reaparalhar a Força Aérea, o governo brasileiro comprará caças-bombadeiros a um dos três licitantes habilitados:
Estados Unidos,
França e Suécia.

Conforme classificação das Nações Unidas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade da saúde pública, o nível de renda, a educação e as disparidades sociais e regionais, situa o Brasil no 73º lugar entre 129 países pesquisados. Os ingleses ocupam a 18ª posição.

A renda per capita no Brasil é de US$12,9 mil.
Na Inglaterra, US$40 mil;
na Noruega, US$59,3 mil;
na França, US$33,1 mil.
Na América Latina, vale citar o Chile e o México, US$ 20 mil..

Brasil sexta potência mundial?

Josemar Dantas Correio Braziliense