"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 06, 2012

O " brasil nos trilhos" DA GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA E "PRESIDENTA" : Escândalo sobre trilhos

O trem de planos mirabolantes da Valec está descarrilando.
A Polícia Federal descobriu um esquema milionário de desvio de recursos públicos na estatal que deveria zelar por ferrovias no país.
A empresa converteu-se num pátio de escândalos.


Ontem, a PF prendeu José Francisco das Neves, mais conhecido como Juquinha. Por oito anos, ou seja, durante todo o governo Lula, ele presidiu a Valec, estatal que cuida de obras como a encrencada ferrovia Norte-Sul. Durante sua gestão, embora tocasse empreendimentos importantes para o PAC, cuja "mãe" é hoje presidente do Brasil, não foi incomodado. Até que, um ano atrás, depois de muita lambança, Juquinha foi mandado para casa pela professora Dilma.

Agora, numa operação batizada "Trem Pagador", a PF descobriu que Juquinha tinha enchido os bolsos, não de bala, mas de muito dinheiro. No tempo em que esteve na Valec, sua fortuna - camuflada em nome de esposa, filho e um monte de terceiros - teria crescido 830%, para algo na casa de R$ 60 milhões, como descobriu O Globo. Haja vagão para tanta grana.
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Juquinha chegou à Valec pelas mãos de José Sarney, o bem-tratado aliado do PT que, em 1987, deu início à Norte-Sul por meio de uma concorrência fraudulenta. Em sua gestão, o apadrinhado deixou um rastilho de malfeitorias, trilhos por onde não se trafega, fábricas de dormentes que só produzem prejuízos e licitações destinadas a avançar sobre os cofres do Estado.

Nos inquéritos que resultaram na prisão de Juquinha, a PF já constatou superfaturamento de R$ 129 milhões só na construção de trechos da Norte-Sul em Goiás. As fraudes teriam beneficiado o presidente da estatal e mais três pessoas. A construtora Delta, que tinha contratos de R$ 574 milhões com a Valec, também pode estar envolvida no esquema.

Mas o rombo produzido por Juquinha e sua turma nos cofres públicos deve ser muito maior. Há um mês, o Valor Econômico já havia revelado que cerca de R$ 400 milhões terão de ser gastos apenas para consertar obras malfeitas durante a gestão dele à frente da estatal. Os contratos envolviam uma série de falcatruas.

O nova gestão da Valec descobriu dormentes adquiridos com preço 36% acima do que seria possível, prejuízo potencial próximo a R$ 200 milhões na aquisição de trilhos e quase mil quilômetros de ferrovias para transportar grãos e minérios sem um único pátio para os caminhões fazerem carga e descarga, como revelou
O Estado de S.Paulo em junho.

A Norte-Sul poderia ser uma vistosa realização, mas, nas mãos do PT, se converteu num comboio de corrupção, ineficiência, roubalheira e incapacidade de gestão. Embora a obra fosse tida como prioritária no PAC, os descalabros que fizeram com que ela atrasasse pelo menos três anos passaram incólumes sob o nariz da "gerente" Dilma Rousseff.

Reiteradamente, a conclusão da Norte-Sul foi prometida por Lula e Dilma para 2010, mas só sairá, se sair, em fins de 2013. O atraso penaliza quem trabalha e produz, notadamente os agricultores do Centro-Oeste brasileiro.

Sem a opção ferroviária, cerca de 12% das cargas ficam pelas estradas, o custo do frete no país sai muito mais caro que o de seus concorrentes e o Brasil perde R$ 12 bilhões por ano entre cargas não transportadas, tributos não arrecadados e prejuízos com o uso de caminhões, como mostrou a Folha de S.Paulo em junho.

O modal ferroviário demanda atenção do poder concedente, de forma a tornar-se mais competitivo e uma opção real para que o país reduza seus dispêndios com logística, que levam US$ 80 bilhões das empresas brasileiras por ano. Mas, hoje, os trilhos estão subaproveitados e os custos são muito mais altos do que poderiam ser num ambiente mais adequado.

No entanto, ao invés de concentrar-se em reformar o modelo, injetando mais concorrência e eficiência, o governo federal prefere apelar para ideias mirabolantes, como a do trem-bala: só o seu projeto de engenharia custará R$ 540 milhões, revela hoje o Valor. O PT insiste em levar adiante a obra, que ninguém sabe sequer por quantas dezenas de bilhões sairá.

Ao mesmo tempo, o governo Dilma quer que as futuras expansões da malha ferroviária sejam tocadas pela encrencada Valec:
programa-se para os próximos anos a construção de 2,7 mil quilômetros de trilhos, em investimentos que podem chegar a R$ 13,7 bilhões, tudo com recursos públicos.


Como Juquinha está cansado de saber, pode ser mais uma chance para o desvio de mais um comboio de dinheiro do contribuinte.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Escândalo sobre trilhos

VERSO/REVERSO... INFLAÇÃO DE JUNHO FOI MAIOR PARA QUEM TEM RENDA MENOR.

O arrefecimento da inflação oficial beneficiou mais as famílias com renda mais alta do que as com ganhos mais baixos.

Isso aconteceu porque os alimentos continuam registrando taxas altas e pesam mais no bolso de famílias com menor poder aquisitivo.


Ao mesmo tempo, os preços de bens caros e importantes no orçamento das famílias com renda mais alta, como os automóveis, vêm caindo ou desacelerando, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,36% para 0,08% na passagem de maio para junho, a taxa medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou junho aos 0,26%, resultado bem maior do que o da inflação oficial, embora tenha recuado em relação a maio (0,55%).

O IPCA mede o efeito dos preços sobre o orçamento das famílias de 1 a 40 salários mínimos. O INPC mede o impacto dos preços sobre as despesas de famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos.

"Se a gente compara o IPCA com o INPC do mês passado, vê que a redução da inflação foi muito maior no IPCA do que no INPC. Então, na faixa de renda de 1 a 40 salários mínimos, onde o peso dos automóveis e de bens mais caros é maior, a inflação cedeu mais", apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

O subgrupo Veículo próprio tem um peso de 10,08% no IPCA, bem maior do que no INPC, de 6,26%. Já o subgrupo Transporte público, que inclui ônibus, pesa menos no IPCA (4,88%) do que no INPC (7,42%).

O grupo Transportes, principal fator de desaceleração no IPCA de junho, tem um peso de 20,11% no indicador, contra uma influência de 17,06% no INPC.


Enquanto os automóveis registraram deflação no mês, as tarifas de ônibus urbano aumentaram.

"Foi mais beneficiado pela redução da inflação, pelo resultado de junho, quem ganha mais do que quem ganha menos", notou Eulina. "Os alimentícios, embora tenham desacelerado um pouco, ainda aumentaram."

O grupo Alimentação e bebidas tem um peso de 23,19% no IPCA e de 28,37% no INPC.

DANIELA AMORIM/Estado

O ACORDO DO SILÊNCIO ! "SOBRIEDADE E FOCO" "Ao convocado, daremos o direito de silenciar, e ao parlamentar, impusemos o silêncio obrigatório"

A convocação do sócio da construtora Delta Fernando Cavendish, do ex-superintendente do Dnit Luiz Antônio Pagot e do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT-TO), foi facilitada por uma outra decisão da CPI do Cachoeira.

Antes de votar os requerimentos batendo o martelo sobre as próximas oitivas, o colegiado decidiu manter o rito que determina a liberação do depoente quando ele informar que pretende permanecer calado. Com isso, os parlamentares não podem fazer perguntas ou pressioná-lo a falar e, na prática, caberá aos convocados pôr fim ao próprio depoimento.

A manutenção da regra, considerada uma vitória da base aliada, vai beneficiar Cavendish e Paulo Preto. A expectativa é que Pagot e Raul Filho se disponham a responder as perguntas.

Inconformados, alguns integrantes da CPI vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para terem garantido o direito de questionar os depoentes por quanto tempo acharem necessário, mesmo que, na abertura da reunião, ele anuncie que ficará em silêncio.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) foi derrotado na proposta de se apreciar o mérito do rito antes das convocações.

"O que se estabeleceu aqui foi a seguinte equação: ao convocado, daremos o direito de silenciar, e ao parlamentar, impusemos o silêncio obrigatório", criticou o pedetista.

Correio Braziliense

brasil maravilha SEM "MARQUETINGUE" : Brasil começa a 'perder o brilho' para novos investimentos externos

O Brasil subiu três posições no ranking dos países que mais receberam investimento estrangeiro direto (IED) em 2011, passando do oitavo para o quinto lugar, mas começa a "perder o brilho" aos olhos dos investidores para novos aportes, revela pesquisa divulgada ontem pela Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

Com aumento de 37,4% nos ingressos de recursos externos no ano passado, que somaram US$ 66,7 bilhões, o Brasil deixou para trás Cingapura (US$ 64 bilhões), Reino Unido (US$ 53,9 bilhões)
e Ilhas Virgens (US$ 53,7 bilhões).


No topo da lista dos países que mais receberam recursos externos aparecem os Estados Unidos (US$ 226,9 bilhões em IDE),
China (US$ 124,0 bilhões),
Bélgica (US$ 89,1 bilhões)
e Hong Kong (US$ 83,2 bilhões).


Além do relatório anual, a Unctad publicou pesquisa com 400 executivos de grandes multinacionais sobre as economias mais atraentes para se investir nos próximos dois anos. O Brasil, que ganhou posições nos últimos quatro anos, desceu um degrau.
Caiu do quarto lugar, em 2010, para o quinto este ano, superado pela Indonésia, agora o quarto destino preferencial para novos investimentos.


Para Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), responsável por divulgar a pesquisa no Brasil, embora o país continue em destaque entre os destinos mais atrativos para o investimento, os novos dados acendem a "luz amarela".

- A longo prazo, o Brasil começa a perder um pouco o brilho como destino dos investimentos estrangeiros - disse, frisando que a previsão de o Brasil crescer menos explica a relativa perda de interesse pelo país.

Queda das múltis do Brasil é a maior entre emergentes

A Unctad mostrou também que houve retração dos investimentos das multinacionais brasileiras lá fora. Em 2011, repatriaram líquidos (excluídas remessas de investimentos) US$ 12,6 bilhões.

- O Brasil não foi exceção neste movimento de recuo de investimento externo, mas foi uma queda importante pelo histórico do país. Foi também o maior recuo entre os países emergentes - diz Lima.

A Sobeet projeta que o investimento estrangeiro no Brasil este ano some US$ 50 bilhões, 25% menor do que em 2011, enquanto que o fluxo de IED no mundo deve crescer 5%, alcançando US$ 1,6 trilhão, diz a Unctad.

Para o período entre 2012 e 2014, a agência da ONU estima uma alta de 25% no fluxo global de investimentos estrangeiros, que atingiriam US$ 1,91 trilhão, superando o recorde anterior, de US$ 1,7 trilhão de 2007, antes da crise global. Nessas condições, a América Latina tenderia a perder participação dos fluxos globais de IDE, informa o relatório.

Esse é um cenário básico, adverte a Unctad, que reconhece existir um risco "significativo" de revisão para baixo dessas projeções.

O órgão cita que no primeiro trimestre, os fluxos de investimento estrangeiro para novas fábricas ( greenfield ) recuaram 24%, e para fusões e aquisições encolheram 45% em relação ao mesmo período de 2011.

Ronaldo D"Ercole O Globo