"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 18, 2010

O BRASIL NÃO QUER UM TUTOR.

Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional na semana passada, o tucano José Serra sentenciou:

"Nenhum presidente governa na garupa".

Buscou chamar atenção para o risco que o país corre de ter um verdadeiro fantoche na presidência da República.

Mais que isso, quis dizer que o comando de uma grande nação exige um líder testado e aprovado; não comporta um experimento de proveta.

É um ciborgue desta natureza que teremos se Dilma Rousseff vier a ser eleita.

Quem irá mandar, de fato, continuará a ser Luiz Inácio Lula da Silva, secundado pelo "chefe da quadrilha" (as palavras são do então procurador-geral da República) José Dirceu e gente como Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros e os 300 picaretas que o hoje presidente já disse existir no Congresso.

São estas as credenciais da petista?

Os marqueteiros de Dilma sabem da fraqueza da candidata e temem que, exposto à luz da campanha televisiva, isso seja claramente percebido pelo eleitorado.

Em razão desse temor, já no primeiro programa de TV, exibido na terça-feira, tentaram transformar a obscura petista em líder nacional. Líder nacional?

Como a matéria-prima de que dispõem é escassa, os senhores da comunicação de Dilma deram dimensões grandiosas a suas passagens por uma secretaria municipal em Porto Alegre e uma pasta no governo gaúcho.

Embora tenham mencionado uma nunca antes conhecida participação de Dilma no processo de redemocratização, desta vez pelo menos não usaram fotos de Norma Bengell...

Nesta altura da vida de Dilma, José Serra já fora secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, deputado com inúmeras propostas aprovadas na Constituinte, senador da República e ministro de duas pastas.

Já tinha uma longa ficha de serviços relevantes prestados à sociedade brasileira, em que pontuam sua participação na criação do seguro-desemprego e no lançamento dos medicamentos genéricos no país.

Como o que Dilma tem a apresentar é um pouco mais, um pouco menos desta sua curta experiência técnico-gerencial, são reais as dúvidas sobre o que acontecerá se ela, porventura, vier a se sentar na cadeira mais importante do país.

Mas, desde ontem, esta questão desvaneceu. Batendo no peito, Lula avisou que quem continuará no comando será ele. Em outras palavras, admitiu que "sua presidenta" será apenas uma laranja. Santo suco azedo!

Ontem no Nordeste, Lula revelou que, uma vez fora da presidência, irá andar pelo país como uma espécie de bedel. Se, nesses seus passeios, topar com algo que não lhe agrade, irá puxar a orelha da presidente do Brasil.

"Se tiver alguma coisa errada, vou pegar o telefone e ligar para a presidente e dizer: 'Olha, tem uma coisa aqui errada. Pode fazer, minha filha, que eu não consegui fazer'.

"Essa é a contribuição que um político tem a dar para o Brasil",disse ontem, em passagem por Salgueiro, no interior de Pernambuco.

Como parece não estar nem aí para suas contradições, o presidente jogou no lixo suas convicções anteriores e deixou claro que terá papel ativo num eventual governo de Dilma.

Há menos de um mês, Lula afirmara, textualmente: "Me contentarei em ser um bom ex-presidente, sem dar palpite na vida de quem está governando".

Fica a dúvida do que vale: a primeira frase?

A segunda?

Uma terceira que ainda virá?

Uma coisa é certa: Dilma será uma marionete nas mãos de Lula e seus companheiros.

Um próximo governo petista será uma tradicional república de bananas na qual a chefe de governo prestará obediência e homenagens ao velho caudilho.

Quer o povo esta tutela sem fim, este cabresto modernizado, esse coronelismo redivivo de antanho?

Na hipótese de chegar ao Palácio do Planalto, Dilma terá muitos conselheiros a orientá-la.

Do Maranhão, contará com a ajuda de José Sarney e seu clã, ligados a um período de hiperinflação, a fisiologismo, atos secretos e lavagem de dinheiro.

Em Alagoas, poderá sentir-se confortabilíssima na companhia de Fernando Collor, único presidente apeado do poder sob acusação de corrupção - algo, aliás, que mostrou-se fichinha perto do que viria a fazer o PT anos depois, como o próprio admitiu: "Lula melhorou o que eu fiz". Sábio Collor.

O clube dos fichas sujas reunidos em torno de Dilma não acaba aí.

Junta também Jader Barbalho, que renunciou ao cargo de senador na esteira de um escândalo de desvio de recursos públicos; Newton Cardoso e sua gorda riqueza; o candango Gim Argello, processado por grilagem de terras, mas que poderá conduzir a neófita na turbulenta rede de intrigas da capital federal.

Não lhe faltarão, claro, os parlamentares envolvidos no mensalão.

À revelia da sociedade, os petistas já trataram de reabilitá-los, a começar pelo ex-deputado cassado José Dirceu - com quem Dilma, fraternalmente, divide tarefas de campanha e até o cachorro labrador.

Nessa verdadeira abertura de sarcófagos, não será esquecido nem mesmo Severino Cavalcanti e seu mensalinho.

Será um conselho administrativo e tanto, comandado por quem sempre se sentiu mais confortável palpitando do que fazendo: o próprio Lula.

Fonte: ITV/Original/O Brasil não quer um tutor

BNDE$ : APROVA O$ DOI$ PRIMEIRO$ FINANCIAMENTO$ DO PROCOPA TURI$MO DA REDE HOTELEIRA.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou os dois primeiros financiamentos do Procopa Turismo, programa de estímulo à ampliação e modernização da rede hoteleira nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

O Hotel Glória, do Grupo EBX, receberá R$ 146,5 milhões, enquanto o Ibis que será erguido em Copacabana ficará com outros R$ 11,6 milhões.

Os dois empreendimentos fazem parte dos R$ 709,4 milhões em projetos que chegaram ao banco para pleitear recursos do Procopa Turismo, que conta com um total de R$ 1,2 bilhão em investimentos ao setor hoteleiro.

Os recursos para a reforma do Hotel Glória(Eike Batista) irão para a Companhia Industrial de Grandes Hotéis, empresa da EBX.

O total do investimento na obra é de R$ 260 milhões e a previsão é de que a obra esteja pronta no início de 2012.

A Galvan Engenharia receberá o dinheiro do banco para erguer o Ibis em Copacabana, com 122 quartos e orçamento total de R$ 25 milhões, sendo que o BNDES terá participação de 100% no item máquinas e equipamentos e 80,7% nos demais itens financiáveis.

A expectativa é de que o hotel esteja pronto em um ano.

O superintendente da área industrial do BNDES, Júlio Ramundo, disse que as demais consultas ao Procopa Turismo indicam demanda de construção ou reforma de mais de 30 hotéis.