"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 04, 2012

SE A REPÚBLICA É DE TORPES... VELHACOS LIDERES PARTIDÁRIOS DA CPI "sobriedade e foco", DECIDEM VOLTAR A "FUNCIONAR" NO FIM DO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES



A CPI do Cachoeira está suspensa até o fim do primeiro turno das eleições municipais.

A decisão foi tomada em reunião entre os líderes partidários e o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), e o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).


Não haverá nenhuma sessão administrativa nem depoimento de testemunha ou acusados durante este período. Quando os trabalhos forem retomados, o que está previsto para 9 de outubro, faltará menos de um mês para o encerramento da comissão, em 4 de novembro.

Vital do Rêgo, Odair e Teixeira admitem uma prorrogação dos trabalhos na CPI por 15 ou 30 dias. Isso será decidido caso sejam deliberadas novas quebras de sigilo bancário na próxima sessão administrativa da CPI, que deve ocorrer apenas dia 10 de outubro.

Até agora, o comando governista da CPI barrou a quebra dos sigilos das empresas fantasmas abastecidas pela Construtora Delta. O líder do PPS na Câmara , deputado Rubens Bueno (PR), deixou a reunião irritado. Ele foi o único a discordar do acordo feito.

- Enterraram de vez a CPI disse o deputado.

Para Paulo Teixeira, a suspensão dos trabalhos tem como objetivo evitar o uso eleitoral das investigações.

O relator, deputado Odair Cunha, disse que continuará a trabalhar durante o período e pretende apresentar um balanço da apuração até agora - uma espécie de relatório preliminar com foco nas atividades econômicas da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira.


- Feito esse balanço, vamos decidir se haverá prorrogação dos trabalhos na CPI.
A CPI tem foco e só vai decidir se amplia as investigações após as eleições.

Suíça vai devolver ao Brasil parte do dinheiro desviado por 'Lalau'



Governo do Brasil deve receber US$ 6,8 milhões que estavam em contas do ex-juiz e de sua mulher em bancos suíços

Depois de 12 anos de investigações e processos, a Justiça suíça vai devolver aos cofres públicos brasileiros parte da fortuna do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto que estava no paraíso fiscal há duas décadas.

O Tribunal Federal suíço rejeitou ontem o terceiro recurso apresentado pelo ex-juiz e decidiu que seus ativos deverão ser repatriados para o Brasil. Desta vez, não cabe recurso e os US$ 6,8 milhões que estavam congelados em Genebra devem ser transferidos nas próximas semanas.

O caso surgiu em 2000, quando o então procurador de Genebra, Bernard Bertossa, passou a suspeitar de uma movimentação milionária na sucursal do banco Santander de Genebra, não condizente com o salário do ex-juiz. O procurador informou as autoridades brasileiras, que já haviam iniciado a investigação sobre o desvio de verbas nas obras do TRT de São Paulo.

As investigações mostraram que, entre 1991 e 1994, 18 transações levaram para a Suíça US$ 6,8 milhões para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema que levou para fora do Brasil milhões de dólares, inclusive para os Estados Unidos.

Recurso.

Em 2005, Lalau seria condenado no Brasil por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos. Mas isso seria apenas parte do processo em busca do dinheiro desviado. A União abriu um processo em Genebra para reaver o dinheiro desviado que já estava bloqueado na Suíça.


O ex-juiz usou de todos os mecanismos legais para impedir a repatriação do dinheiro. Apresentou três recursos em diversas instâncias na Suíça. Agora, a corte máxima do país confirmou que o dinheiro deve ser devolvido ao Brasil.

No último recurso, o ex-juiz e sua esposa alegaram que não tiveram o direito de serem ouvidos pelo tribunal. A corte rejeitou essa tese e alegou que o recurso não poderia ser considerado.

Yves Klein, um dos advogados em Genebra que atuaram a pedido do governo brasileiro, explicou ao Estado que o dinheiro será colocado à disposição do governo de Genebra para então ser transferido para o Brasil.

Segundo ele, a Justiça reconheceu que o dinheiro vinha dos fundos desviados da construção do TRT em São Paulo.


"Os milhões confiscados serão transferidos para Brasil nas próximas semanas", confirmou o advogado. O dinheiro vai para a União, já que o dinheiro para as obras do TRT vinha de Brasília.

O volume repatriado ainda não faria parte do acordo que o ex-juiz teria fechado com a AGU.

Lalau cumpre atualmente prisão domiciliar. Procurado, o advogado do juiz Nicolau dos Santos Neto, Celmo de Assis Pereira, não se pronunciou.

JAMIL CHADE
O Estado de S. Paulo

CARAPUÇA ! As verdades incômodas de FHC

O PT adora assacar mentiras contra seus adversários e detesta quando lhe são ditas verdades incômodas.

É isso o que explica a reação coordenada entre a presidente Dilma Rousseff e seu tutor às mazelas do governo petista expostas por Fernando Henrique Cardoso no último domingo.
Ao rol de realidades desnudadas, os petistas responderam com as mistificações de sempre.

O líder tucano está coberto de razão.
Em (artigo) publicado em O Globo e n'O Estado de S.Paulo, o presidente lista diversos componentes da "herança pesada" recebida por Dilma de seu antecessor.

São muitos:
a crise moral,
o mensalão,
a falta de reformas institucionais,
o aumento da carga tributária,
as iniquidades na Previdência,
a ineficiência dos investimentos públicos,
os descaminhos da política energética.


Examinada a lista, é de se perguntar:
há alguma mentira nela?
Nenhuma.


Fernando Henrique lamenta a corrosão moral que marcou o primeiro ano da gestão Dilma. Fato: dos 37 ministros que assumiram com a presidente, sete foram defenestrados por suspeitas de corrupção e irregularidades de toda natureza.

Não custa lembrá-los:
Antonio Palocci (Casa Civil),
Carlos Lupi (Trabalho),
Alfredo Nascimento (Transportes),
Pedro Novais (Turismo),
Orlando Silva (Esporte),
Wagner Rossi (Agricultura)
e Mario Negromonte (Cidades).


Em seguida, o presidente trata do mensalão.
Dos 37 réus,
(dez) são do PT.

São eles:
os já condenados João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato;
José Genoino e Delúbio Soares, os próximos da lista;
o único absolvido Luiz Gushiken;
José Dirceu,
Silvio Pereira,
Paulo Rocha, Professor Luizinho
e João Magno de Moura.


Mente Fernando Henrique ao denunciar a "busca de hegemonia a peso de ouro alheio" por esta gente? Por tudo o que se viu ao longo das 17 sessões de julgamento realizadas no STF até agora, nem um pouco.

Segundo alguns jornais, Dilma teria ficado especialmente brava com a menção à desastrada política energética que vigora no governo petista. Mas quem, senão a própria atual presidente da Petrobras, (ressaltou) noutro dia que, desde 2003, a estatal não cumpre suas metas de produção?

Quem, senão a própria empresa, deve apresentar nova
(queda ) na produção neste ano e registrou, após 13 anos, bilionário ( prejuízo?)

Quem
(vale) hoje menos do que valia dois anos atrás, antes de um processo de capitalização embalado em clima de fanfarra eleitoral?No artigo, Fernando Henrique também aponta os equívocos que transformaram o Brasil de potência na geração de etanol em importador do produto.

Os fatos:
neste ano-safra, a produção de álcool no país caiu 15% e compramos dos Estados Unidos nada menos que 1,8 bilhão de litros do biocombustível.

Em consequência deste desarranjo, as importações de gasolina deverão mais que
(quadruplicar) até o fim da década.
O líder tucano trata, ainda, dos atrasos na Transnordestina e na transposição do rio São Francisco.


Quem há de negá-los?

A (
ferrovia) só tem um terço das obras prontas, liga nada a lugar algum e já encareceu 50%, bancada por financiamento do BNDES.

A transposição tem seis dos 14 lotes com obras (suspensas), muitas por suspeitas de irregularidades. Seu término, antes previsto para 2010, já foi estendido para, no mínimo, 2015.

A presidente tentou rebater as sóbrias palavras de Fernando Henrique com uma nota oficial combinada com Lula, segundo revelou o (Estadão.) Disse, por exemplo, que seu antecessor legou-lhe "uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura".

Em que país ela está vivendo?
Ou, pior: qual país ela pensa que está governando?


"Economia sólida" será a que cresce menos que todos os países latino-americanos e é a quarta mais desigual e injusta do continente?

"Crescimento robusto" será aquele que, neste ano, ficará em cerca de metade do que foi o pibinho de 2011?


"Investimentos consistentes em infraestrutura"
são a paralisia que se vê em estradas,
ferrovias,
aeroportos,
portos e conjuntos habitacionais,
e que, na última década, deixou de aplicar quase
(R$ 50 bilhões) em recursos orçamentários?

Francamente...


Dilma chama atenção para "os avanços que o país obteve nos últimos dez anos". Se não fosse tão sectária, mais correto seria dizer dos avanços que vêm sendo construídos por toda a nação desde a transição democrática - da qual, aliás, o PT recusou-se a participar no colégio eleitoral.

Mais adequado ainda seria falar da completa ausência de avanços institucionais na última década, em que o arcabouço arduamente construído na gestão tucana foi sendo, dia após dia, dilapidado até o osso, até não sobrar nada que permita ao país lançar-se a novos saltos rumo ao futuro.

Para terminar, a presidente da República diz que seu tutor é "um exemplo de estadista".

Sobre isso, não é preciso dizer muito.
Basta lembrar que, neste instante, Luiz Inácio Lula da Silva está mergulhado até a alma em disputas eleitorais pelo Brasil
("mordendo a canela") de adversários e exalando ódio a quem não lhe diz amém.

Enquanto isso, Fernando Henrique dedica-se a apontar erros e elogiar eventuais acertos, buscando colaborar para a melhoria do país.
A verdade muitas vezes é incômoda, mas nunca foi tão necessária quanto agora.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
As verdades incômodas de FHC

BUFÃO ILUSIONISTA ! QUEM NÃO TE CONHECE QUE TE COMPRE OU ACREDITE SE QUISER.

É tanta a insistência com que se atira a projeções ultraotimistas sobre a economia, que, às vezes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passa a impressão de que acredita nelas.

E aí não se sabe o que é pior:
se a determinação do ministro em manter o público falsamente motivado ou se a percepção de que ele está quase sempre enganado.

Antes mesmo da virada de 2011 para 2012, Mantega distribuía boletins cor-de-rosa. Garantia que o crescimento do PIB deste ano seria próximo aos 5,0%. Em janeiro já prevalecia a opinião dos consultores auscultados pelo Banco Central de que o avanço do PIB não passaria dos 2,9%.

Mas Mantega batia o pé em "alguma coisa entre 4,5% e 4,0%".

A partir de junho, o Banco Central, para o qual prejuízos de credibilidade custariam mais, passou a trabalhar com 2,5% de avanço neste ano. Mantega preferiu dizer que o Banco Central não sabia fazer projeções das Contas Nacionais tão bem quanto ele.

Semanas depois, então, mudou um pouco a tonalidade da música.
Foi quando passou a anunciar que o PIB em 2012 aumentaria mais do que os magros 2,7% registrados em 2011.
Ainda em junho, o banco Credit Suisse advertia seus clientes de que este ano não emplacaria mais do que pífio 1,5% de expansão econômica.

Mantega revidou no mesmo dia:
"É uma piada!".

Na semana passada, até mesmo o ministro se deu conta do ridículo pelo qual passam certas projeções econômicas do seu Ministério, quando um documento oficial (Economia Brasileira em Perspectiva) insistia em divulgar números escancaradamente irrealistas:
crescimento do PIB de 3,0%, em 2012;
de 5,5%, em 2013;
e de 6,0%, em 2014.

Além de desautorizá-las, expurgou essas projeções do relatório que permanece no site do Ministério.

Mas Mantega continua irradiando estrelinhas coloridas.
Nos dois últimos dias úteis da semana passada, fez questão de dobrar sua aposta de que, até o final deste ano, a economia estaria avançando a um ritmo anualizado de pelo menos 4,0%.
Até agora não há sinais do cumprimento de profecias assim.
Mantega tem toda razão quando dá importância à formação das expectativas na condução da política econômica. As coisas só acontecem quando os agentes econômicos creem previamente nelas.

Ninguém produz para amontoar encalhes.

O empresário, por exemplo, só investe e contrata pessoal quando está convencido de que terá demanda por seus produtos.


Mas o ministro imagina que a cadeira que ocupa no mesão de Brasília é tão poderosa que lhe confere o dom de convencer os brasileiros de qualquer coisa.

Ninguém ignora que o governo é um privilegiado centro de informações.
E que, em princípio, um ministro de Estado está mais bem informado do que um mortal qualquer da planície.

Por isso, uma política consistente de comunicação é um poderoso instrumento de convencimento e de mobilização das forças da sociedade.


No entanto, essa insistência em querer fazer a cabeça do mercado a qualquer preço está corroendo a credibilidade tanto do ministro como do governo Dilma. E um governo com baixa credibilidade corre o risco de piorar as coisas em vez de melhorá-las - como pode estar ocorrendo agora.


Celso Ming -O Estado de S. Paulo
ACREDITE SE QUISER

OS PARLAPATÕES : O PT, de réu a vítima


O ministro Gilberto Carvalho
, da Secretaria-Geral da Presidência da República, notório homem de confiança de Lula, perdeu uma excelente oportunidade de manter a boca fechada na última sexta-feira, em São Paulo, durante a solenidade de posse da nova diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT: "Não vão destruir a imagem do PT", garantiu, referindo-se ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, em consequência do qual os petistas começam a lamber suas feridas.

"A ilusão de quem apostava muito no mensalão para destruir a imagem do partido não vai se verificar" (sic), prometeu aos jornalistas.


Na verdade, Gilberto Carvalho estava apenas fazendo eco ao coro lulopetista que, inspirado no princípio de que em política a melhor defesa é sempre o ataque, historicamente marcou a ação do PT nos episódios mais agudos de sua trajetória tanto como oposição quanto, na última década, como situação no plano federal.

De fato, nos últimos dias o tema "destruição do PT" marcou manifestações públicas de suas principais lideranças. Lula, em comício em Belo Horizonte, onde tenta juntar os cacos da desastrada campanha pela prefeitura local, atacou seus adversários do PSDB e do PSB:
"Faz parte da cabeça deles tentar destruir o PT".

O chefão da companheirada, como se vê, continua julgando os outros por si, pois desde os primórdios de sua militância sindical pautou sua ação pelo objetivo de destruir os "inimigos", antes apenas "os patrões", depois todas as perversas "elites".


De qualquer modo, o que parece claro é a mudança de tom dos petistas diante do curso que está tomando o julgamento da Ação Penal 470. Agora pode pegar mal falar em "farsa do mensalão", antigo refrão predileto de Lula, porque pode haver quem deduza que os ministros da Suprema Corte estão sendo acusados de farsantes.

É melhor, então, fazer o papel de herói-vítima, neste momento em que o julgamento do mensalão e a campanha municipal tendem a se imbricar e, inevitável e crescentemente, pautar a agenda política.

E é com esse espírito que Lula subiu ao palanque em Belo Horizonte, construindo mais uma esmerada peça do seu repertório de autoglorificação:
"Se morreu, enterra, vai embora e acabou", disse, referindo-se à sua doença.

"Mas eu não podia viver sem fazer discurso. Estou feliz de estar aqui fazendo meu primeiro comício e dizendo para meus amigos que eu voltei e para meus inimigos que estou vivo e que meus adversários vão me ver muito tempo fazendo comício."

Para quem não pode "viver sem fazer discurso", Lula demonstrou que está em grande forma:
"O PT não é Lula, não é Dilma, não é Pimentel, não é Patrus. O PT é cada um de vocês". E uma multidão de 5 mil pessoas aplaudiu em delírio.


Mas o ministro Gilberto Carvalho exagerou.
Sem poder contar com a "indulgência plenária" que beneficia o Grande Chefe escorado no lastro de enorme apoio popular, Carvalho tem a responsabilidade de ser ministro de Estado, o que, para dizer o mínimo, confere peso diferenciado a suas afirmações.

Deveria, por essa razão, tomar mais cuidado ao desenvolver em público argumentos sub-reptícios como o que usou durante o evento da CUT para minimizar a importância da repercussão do julgamento do mensalão sobre a imagem do PT e de Lula, e consequentemente sobre as eleições municipais:
"O povo conhece o governo Lula desde 2003 e, postos na balança esses problemas, o saldo é que a vida do povo melhorou".


Em português claro, o que Gilberto Carvalho quis dizer é que probidade, honestidade, escrúpulos na gestão da coisa pública são valores irrelevantes diante da evidência - que ninguém nega - de que houve efetivamente uma melhora no padrão de vida de contingentes importantes da população brasileira em função dos programas sociais nos quais Lula concentrou a ação governamental ao longo de seus dois mandatos na Presidência da República.

Do que Gilberto Carvalho disse, pode-se depreender que, se o povo está satisfeito, os governantes podem meter a mão à vontade na coisa pública, subtraindo da população, por um lado, os benefícios que lhe concedem, por outro. É a típica pregação demagógica e populista que mergulhou o País no reino das aparências, do pão e circo.


O Globo

E NO "NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO" : Produção industrial acumula queda de 3,7% até julho

A indústria brasileira fechou o mês de julho com alta de 0,3% em relação ao mês anterior.

Porém, em relação a julho do ano passado, a queda é de 2,9%. Com isso, a produção industrial acumula recuo de 3,7% nos primeiros sete meses deste ano. Economistas acreditam que o ritmo da atividade começa a se recuperar nestes últimos meses, mas ainda abaixo do nível do ano passado.

Assim, o IBGE destaca que em julho a indústria teve melhora ligeira no seu ritmo produtivo. É o segundo avanço consecutivo, na comparação mensal, mostra o IBGE. Em junho, o avanço fora de 0,2% em relação ao mês anterior.

Em julho, na comparação com o mês de junho, 12 dos 27 ramos da indústria apontaram crescimento na produção, com destaque para os setores de veículos automotores (4,9%), de alimentos (2,1%) e de máquinas e equipamentos (3,0%).

- O resultado positivo da produção industrial está diretamente ligado às medidas de incentivo ao consumo, como a redução de IPI. Houve uma expansão de 0,8% na produção de bens de consumo duráveis em julho e o crescimento só não foi maior porque o segmento de motocicletas recuou, em função das férias coletivas - analisa André Luiz Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.

Na comparação com o mesmo período do ano passado

A queda de 2,9% em julho é menor que as verificadas em meses anteriores, como em junho, quando a produção caiu 5,6% em relação a junho de 2011. Isso indica, dizem economistas, uma retomada, ainda que lenta, da atividade e lembraram que o mês de julho deste ano tem um dia útil a mais, influenciando o resultado final. Houve redução na produção em 17 das 27 atividades pesquisadas.

Mesmo com o IPI menor, os veículos automotores caíram 12,3%. O grupo, diz o IBGE, foi pressionado pela queda na fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças e chassis com motor para caminhões e ônibus.

Queda maior teve o grupo " edição, impressão e reprodução de gravações", com perdas de 22% - puxado pela menor impressão de livros, revistas, jornais e CDs.

Outras contribuições negativas vieram dos alimentos (-5,3%),
material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações como celular (-20%),
metalurgia básica (-4,9%),
fumo (-14,5%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,2%)
e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-6,7%).

Em telefone celular, por exemplo, a queda foi de 33%.
As motos acumulam queda de 52,9%.

Por outro lado, houve avanço na produção de produtos químicos (5,4%), puxado itens herbicidas para uso na agricultura. Maior produção de congeladores e refrigeradores fez máquinas e equipamentos subir 4%.

Destaque para refino de petróleo e produção de álcool (3,9%) com maior demanda por gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no quarto, e aviões no último.

Assim, bens de capital têm queda de 9,1%,
assim como bens de consumo duráveis (-2,7%),
bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%)
e bens intermediários (-1,7%).

No acumulado entre janeiro e julho deste ano

No ano, houve queda em 58,8% dos 755 produtos analisados pelo IBGE. Ou seja, houve recuo em 18 dos 28 ramos investigados. Mesmo com o incentivo do governo com a redução do IPI, os veículos automotores registram queda de 17,2%. Foi a maior influência negativa na formação do índice.

Assim como veículos, houve queda em material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-17,6%),
alimentos (-2,8%),
metalurgia básica (-4,8%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,0%),
máquinas e equipamentos (-2,7%),
máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,1%),
edição, impressão e reprodução de gravações (-4,8%),
borracha e plástico (-4,6%),
fumo (-17,4%)
e vestuário e acessórios (-12,0%).

Dessa forma, bens de capital acumulam perda de 12% e bens de consumo duráveis têm queda de 8,4%. A produção de bens intermediários recuou 2,5% , enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis assinalou variação negativa de 0,5%.

Na comparação de julho em relação a junho

Com a redução do IPI, o setor automotivo tem a segunda melhora consecutiva, acumulando alta de 8,1% entre os meses de junho e julho.
Outras contribuições vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar (16,8%),
produtos químicos (1,8%),
borracha e plástico (3,2%)
e minerais não metálicos (2,7%).

Por outro lado, o grupo "produtos de metal" apresentou em julho o segundo mês consecutivo de queda. Em julho, o recuo foi de 6,7%. Além disso, o IBGE destacou perdas em equipamentos de transporte (-7,4%),
farmacêutica (-4,8%),
material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-4,1%)
e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,8%).

Com isso, o grupo bens de capital apresentou alta de 1,0% em julho ante junho.
Os bens de consumo duráveis (0,8%) e de bens intermediários (0,5%) também assinalaram taxas positivas em julho de 2012.

Já o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) apontou recuo na produção.

O Globo

brasil maravilha do BUFÃO E GERENTONA/FRENÉTICA /EXTRAORDINÁRIA PÃO&CIRCO 1,99 : Cesta básica sobe em 15 das 17 capitais pesquisadas

Em agosto, o preço da cesta básica subiu em 15 das 17 capitais brasileiras que são analisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada nesta terça-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo o Dieese, as maiores altas ocorreram em Florianópolis (10,92%),
Curitiba (4,69%) e no Rio de Janeiro (4,09%).

As únicas capitais onde houve queda foram Natal (-1,64%)
e Belo Horizonte (-0,66%).

O aumento nos preços da cesta básica se deve, principalmente, à alta nos preços do pão francês, da farinha, do tomate e do açúcar.

No acumulado do ano, entre janeiro e agosto, todas as capitais apresentaram alta nos preços médios dos alimentos que compõem a cesta básica. Das 17 capitais analisadas, 11 apresentaram variações acima de 10%. No período, o maior aumento ocorreu em Aracaju (16,89%).

A cesta básica mais cara do país é a de Porto Alegre, que custa, em média, R$ 308,27.
Em seguida, aparecem as de São Paulo (R$ 306,02) e do Rio de Janeiro (R$ 302,52).

As cestas mais baratas são as de Aracaju (R$ 212,99),
Salvador (R$ 225,23)
e João Pessoa (R$ 233,36).

De acordo com o Dieese, o salário mínimo ideal, suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família e para suprir gastos com alimentação,
moradia,
vestuário,
saúde,
transportes,
higiene,
lazer e previdência, deveria ser R$ 2.598,78.

Atualmente, o salário mínimo é R$ 622.

O Globo

O tigre e a anta


O economista e diplomata Roberto Campos costumava dizer:
"Com o atraso das reformas estruturais e das privatizações, o Brasil está longe de realizar seu potencial. Poderia tornar-se um tigre e se comporta como uma anta."


Nesse sentido, foi ótimo a primeira parte do PAC das concessões ter minimizado o Fla x Flu político/ideológico em que se transformou o debate sobre as privatizações na terra de Macunaíma.

A primeira parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL) pretende viabilizar investimentos de R$ 42,5 bilhões em 5,7 mil quilômetros de rodovias, enquanto outros R$ 91 bilhões serão aplicados na reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. Diante da dramática situação desses modais, parece um prato cheio.

Na realidade, porém, o valor total de R$ 133,5 bilhões é tímido, e o prazo para a execução dessas obras é extremamente longo - até 2037!

A título de comparação, só os investimentos das empresas estatais brasileiras em 2013 serão de R$ 110,6 bilhões, comparáveis, portanto, ao montante a ser obtido junto aos investidores privados nos próximos 25 anos. Também é possível situar o PIL em relação à incompetência governamental.

Nos últimos 11 anos, o governo federal deixou de investir aproximadamente R$ 50 bilhões em rodovias e ferrovias. O valor decorre da simples diferença entre os orçamentos anuais autorizados e as aplicações efetivamente realizadas pelos órgãos responsáveis.

No Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), por exemplo, a soma das dotações autorizadas de 2001 a 2011, em valores constantes, é de R$ 100,7 bilhões.
No entanto, os investimentos no período atingiram somente R$ 59,7 bilhões.
Os R$ 41 bilhões que não saíram do papel correspondem, literalmente, ao custo dos buracos das estradas brasileiras.

Estudo realizado em 2011 pela Confederação Nacional do Transporte estimou que seriam necessários cerca de R$ 40 bilhões para recompor a malha rodoviária, cuja metade é considerada de qualidade regular, ruim ou péssima. A Valec, responsável pela construção e exploração da infraestrutura ferroviária do país, seguiu o mesmo rumo.

Deixou de aplicar R$ 3,5 bilhões, de 2001 até dezembro de 2011, concretizando apenas 70% do que estava autorizado pelo Congresso Nacional.

Os recursos não aplicados pelo Ministério dos Transportes ao longo desses onze anos representam praticamente o dobro dos R$ 23,5 bilhões que o Programa de Investimentos em Logística pretende ver aplicados, já nos próximos cinco anos, nas rodovias concedidas.

A precária execução dos orçamentos é consequência, em grande parte, dos ajustes fiscais mal executados há vários governos. Sob pressão, as autoridades costumam ser tolerantes com o aumento das despesas correntes (pessoal e serviços de terceiros, dentre outras) em detrimento dos investimentos em infraestrutura.

Além disso, no Brasil, existem diversos entraves para a execução das obras, como as formalidades exigidas nas licitações, as dificuldades para a obtenção das licenças ambientais e as paralisações sugeridas pelo TCU em função de frequentes irregularidades nas obras.

Nos próximos dias deverá ser anunciada a segunda parte do Programa de Concessões abrangendo os portos e os aeroportos, tão sucateados quanto as rodovias e ferrovias. Em relação aos portos, seja qual for o desenho adotado, será necessário enfrentar a falta de coordenação entre os órgãos públicos instalados nos terminais, o loteamento político das empresas e o corporativismo dos funcionários.

Isso para não se falar do atraso tecnológico, administrativo e operacional, fatos que, somados, colocam os portos brasileiros entre os 13 piores do mundo, em ranking de quase 150 países, divulgado, em 2011, pelo Fórum Econômico Mundial.

Quanto aos aeroportos, diferentemente das concessões anteriormente efetuadas, em que foram vencedoras empresas consideradas de menor porte, a nova modelagem pretende dar poderes à Infraero Participações (Infrapar), que ficaria encarregada de buscar novos sócios entre operadoras de grandes aeroportos internacionais.

Resta saber se haverá interesse de grupos estrangeiros em se associar ao filhote da malfadada Infraero.

Sejam quais forem os modelos, a economia brasileira precisa de investimentos. A logística é, cada vez mais, um ônus pesado para a competitividade da produção.
A frase cunhada por Roberto Campos há décadas permanece, em parte, atual.


Já não se fazem tigres como antigamente, mas o Brasil precisa, de imediato, deixar de se comportar como uma anta.

Gil Castello Branco O Globo
O tigre e a anta

Mensalão: Relator dá sinais de que culpará núcleo político

Ao analisar os empréstimos concedidos ao PT, ministros apresentam argumentos que sinalizam para a condenação de ex-integrantes do comando nacional do partido, como Delúbio e Genoino

Quando exibem convicções a respeito de réus e crimes descritos na denúncia do mensalão, os ministros deixam escapar a posição sobre outros aspectos do processo que ainda serão julgados.

O relator, Joaquim Barbosa, ao tratar do capítulo cinco, relacionado aos empréstimos do Banco Rural ao PT e às empresas de Marcos Valério, deixou transparecer que se convenceu do envolvimento do chamado núcleo político nas fraudes financeiras.


Do mesmo modo, o revisor, Ricardo Lewandowski, confirmou entendimento de que as operações bancárias representaram "negócio de pai para filho" para beneficiar o PT e as agências de publicidade de Marcos Valério.

Nenhuma palavra dos magistrados que já votaram até agora relaciona o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu a essas operações. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do partido José Genoino, no entanto, aparecem como envolvidos — ao lado de integrantes do apontado núcleo financeiro — pelas fraudes no PT.

O relator disse que os empréstimos eram uma forma de lavar dinheiro transferido para a legenda por meio de uma operação criminosa. Antecipou, assim, uma posição que só será tratada no próximo capítulo, que deve ser julgado na semana que vem.

Joaquim Barbosa ressaltou constar a assinatura de Genoino nos contratos de crédito e a participação de Delúbio e Marcos Valério como os avalistas, embora sem patrimônio suficiente para honrar as dívidas em caso de inadimplência. Delúbio e Genoino respondem por formação de quadrilha e corrupção ativa.

Na denúncia, o Ministério Público aponta Genoino como o elo político, o negociador dos acordos com os demais partidos aliados no Congresso.

Recuperação financeira

Delúbio fazia, segundo a ação penal, a intermediação entre o PT e os núcleos operacional e financeiro, especialmente na montagem do esquema ao lado de Marcos Valério. As linhas de raciocínio de Lewandowski e principalmente do relator complicam a vida dos dois petistas. Em sua defesa, Genoino alega que não tinha conhecimento das operações a cargo de Delúbio e teria um papel secundário nas decisões partidárias.

O advogado Arnaldo Malheiros, que representa o ex-tesoureiro do PT, citou o diretório nacional — um ente que não pode ser responsabilizado criminalmente — pelas decisões sobre a recuperação financeira da legenda. Foi uma forma de inocentar Genoino. Os ministros terão de analisar se a assinatura do petista nos empréstimos o envolve criminalmente na suposta fraude bancária.

Em seu voto ontem, Joaquim Barbosa tratou dos envolvidos nos empréstimos como "organização criminosa" o que leva a crer que reconhecerá o crime de formação de quadrilha constante da denúncia pelo menos para alguns réus. Nesse rol, estão 21 pessoas.

José Dirceu é considerado pelo Ministério Público o chefe, o mentor de todo o esquema.

Caixa dois

Desde que o escândalo veio à tona, Delúbio nunca negou que tenha repassado dinheiro a presidentes de partidos e a parlamentares. Mas justifica as transferências como caixa dois, recursos não contabilizados na Justiça Eleitoral para quitar dívidas de campanha.

Os ministros do STF já concluíram, ao condenar o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), Marcos Valério e o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que essa verba, repassada pelo PT a políticos, saiu dos cofres públicos.

Agora relator e revisor concordam que os empréstimos também eram uma transação simulada para abastecer esse caixa político. E por maioria os ministros também já concluíram que não importa a destinação dos recursos repassados aos políticos para caracterizar corrupção.

Significa dizer que mesmo tendo o repasse sido destinado a pagamento de dívidas de campanha, como alega a defesa, o crime está configurado.

Quando o STF condenou João Paulo, entre os que sustentaram esse ponto de vista estavam os ministros Marco Aurélio,
Gilmar Mendes,
Rosa Weber,
Cármen Lúcia
e Luiz Fux.

Na denúncia, a Procuradoria Geral da República descreve os empréstimos como uma espécie de ajuda do banco e de Marcos Valério em troca de favorecimentos do governo na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco.

Segundo o relator, recursos entravam por meio de empréstimos nas contas do PT e das empresas de Marcos Valério para serem usados livremente numa manobra para ocultar as operações suspeitas.

Lewandowski ressaltou ontem que os empréstimos mais pareciam "doações", uma vez que não havia uma análise real dos riscos de inadimplência e os contratos eram renovados em descumprimento às regras do próprio banco, do Banco Central e do mercado.

As acusações
Confira quais são os petistas que são réus no mensalão

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil

O ex-presidente do PT e ex-ministro do governo Lula responde por corrupção ativa e formação de quadrilha. Segundo a denúncia, Dirceu seria o "chefe da quadrilha do mensalão" e teria montado o suposto esquema de pagamento a parlamentares.


Anita Leocádia, ex-assessora parlamentar do PT

A ex-assessora parlamentar do PT teria recebido R$ 20 mil diretamente de Marcos Valério, em um hotel de São Paulo, a mando do ex-deputado Paulo Rocha. Foi denunciada por lavagem de dinheiro.

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT

É acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo a denúncia, Delúbio seria o intermediário entre José Dirceu e Marcos Valério e teria ainda recebido R$ 550 mil do esquema.

João Magno, ex-deputado do PT

Acusado de lavagem de dinheiro, o ex-parlamentar teria usado o suposto esquema montado com o Banco Rural para receber R$ 360 mil de Marcos Valério.

João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara

Ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual deputado federal pelo PT, ele já foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Falta apenas a fixação da pena do petista.

José Genoino, ex-presidente do PT

O ex-presidente do PT responde por formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo a denúncia, ele era o interlocutor político do grupo criminoso e formulava as propostas de acordos aos líderes dos partidos da base aliada do governo.

Paulo Rocha, ex-deputado do PT

Foi denunciado pela PGR por lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, ele teria recebido R$ 820 mil do esquema de Marcos Valério, por intermédio de dois assessores, entre eles Anita Leocádia.

Professor Luizinho, ex-deputado do PT

Denunciado por lavagem de dinheiro, o ex-deputado do PT é acusado de receber R$ 20 mil do esquema de Marcos Valério por meio de seu assessor José Nilson dos Santos.

Dança das cadeiras no plenário

A aposentadoria do ministro Cezar Peluso, oficializada na semana passada, mudou a ordem de disposição dos magistrados no plenário do Supremo Tribunal Federal. Na sessão de ontem, as alterações já entraram em vigor.

Como os integrantes da Corte se sentam de acordo com a antiguidade no STF, a saída de Peluso fez com que os ministros que chegaram ao Supremo depois dele mudassem de lugar, deixando vaga a cadeira do futuro integrante da Corte.

O presidente, Carlos Ayres Britto, o decano, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, que ingressaram no Supremo antes de Peluso, continuaram em seus lugares. Mas os outros tiveram que pular uma cadeira na disposição do plenário.

ANA MARIA CAMPOS e DIEGO ABREU
Correio Braziliense

PORCO E TOUCINHO OU : O VERDADEIRO SUJO E REACIONÁRIO . Rui Falcão diz que PT foi vítima de golpe de setores conservadores

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou na noite desta segunda-feira, em Osasco, que o partido foi vítima de um golpe de setores conservadores da sociedade com a condenação do deputado federal João Paulo Cunha no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem citar o nome do deputado, ele disse que o golpe ocorre porque seus adversários não conseguem ter sucesso nas urnas.


- Vocês sabem que mexeram com o PT, um golpe grande, que faz parte de uma ação daqueles que foram derrotados nas urnas três vezes. São esses conservadores que diziam que o Brasil não podia crescer mais de 3%, que não podia dar aumento de salário, que gerava inflação.

São esses mesmos conservadores que, junto com os setores da grande mídia, perderam na urna e tentam nos derrotar por outros meios - disse Falcão, durante o lançamento da candidatura do substituto de João Paulo à prefeitura de Osasco, Jorge Lapas (PT).
O presidente do PT não citou diretamente o julgamento do mensalão.
O deputado João Paulo não compareceu ao evento.

- Eu queria dizer para vocês:
não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado, ele cresce - prosseguiu.

Para Falcão, a condenação é uma reação às conquistas dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

- Essa elite suja, reacionária, não tolera que um operário tenha mudado o país. Não tolera que uma mulher dê continuidade a esse projeto (...) E isso, para quem mantinha o povo subjulgado, é inaceitável. E quando eles são derrotados nas urnas, eles lançam mão dos instrumentos de poder que ainda dispõe, desde a mídia conservadora, passando pelo Judiciário, para tentar nos derrotar.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também esteve presente, mas em seu discurso não fez menção à condenação de João Paulo.

O prefeito da cidade, Emídio de Souza (PT), que bancou a candidatura de Lapas, seguiu a linha de Rui Falcão.

- O que reina aqui é: mexeu com um, mexeu com todos.

Emídio disse ainda que Lula irá gravar depoimento para Lapas. O prefeito anunciou também que vai se licenciar do cargo para se dedicar à campanha do sucessor de João Paulo como candidato do PT a prefeito.

Presente ao ato, o deputado estadual Ênio Tatto afirmou que a eleição de Lapas virou questão de honra para o PT.

João Paulo anunciou a decisão de desistir da candidatura na quinta-feira, depois de o voto dos ministros do STF definir a sua condenação pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

Lapas era vice da chapa.
Mesmo fragilizado, João Paulo ainda conseguiu bancar a indicação do novo vice da chapa de Lapas, o vereador Valmir Prascidelli.

O Globo

Inflação peIo IPC-S sobe em 6 de 7 capitais em agosto, aponta FGV

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu em seis de sete capitais no fechamento de agosto, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O indicador registrou aceleração em São Paulo, de 0,24% na terceira semana, para 0,28% na última semana do mês passado.
Também subiu no Rio de Janeiro (de 0,51% para 0,55%),

em Porto Alegre (de 0,42% para 0,64%),
em Recife (de 0,28% para 0,42%),
em Belo Horizonte (de 0,14% para 0,27%)
e em Brasília (de 0,28% para 0,48%).

A taxa de inflação medida pelo IPC-S cedeu apenas em Salvador (de 0,46% para 0,44%) no mesmo período.

Ontem, a FGV informou que, no conjunto das sete capitais pesquisadas, o IPC-S subiu 0,44% no fechamento de agosto, de 0,34% na terceira semana do mês.

No encerramento de julho, o indicador avançou 0,22%.

O Globo