"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 14, 2011

brasil maravilha : Inadimplência sobe 2,4% no mês e 24,6% em 12 meses



A inadimplência subiu 2,4% em novembro, em relação a outubro, a segunda alta mensal consecutiva apurada pela empresa Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

No acumulado de janeiro a novembro, o número de novos registros cresceu 23,2%, ante o mesmo período do ano passado. A comparação em relação ao mês de novembro do ano passado registra alta ainda maior, de 24,6%.

Na avaliação da empresa, o início de um ciclo de diminuição da taxa de juros, aliado aos altos níveis de emprego e renda, contribuem para que o número de registros de inadimplentes seja elevado, com pequenas variações mensais, apesar da retração observada nas economias brasileira e mundial.

A análise regional dos registros de inadimplentes apontou que a região Centro-Oeste é a que apresenta a maior variação no acumulado do ano, com expansão de 25,9%.

A região Nordeste, por sua vez, teve a menor alta no número de registros, com crescimento de 21,5%. Na variação mensal, quando analisada a série com ajuste sazonal, a região Centro-Oeste também foi a que apresentou o maior aumento, de 6,9%.

Estadão

O BRASIL SEGUE "MUDANDO" : BC aponta queda de 0,23% na atividade econômica em 10/11. IBC-Br: dificilmente economia terá crescimento de 3,8% em 2011


A atividade econômica apresentou retração de 0,23% em outubro, informou o Banco Central nesta quarta-feira. A autoridade monetária divulga a cada mês uma espécie de prévia do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) por meio do Indicador de Atividade Econômica do BC (IBC-Br).

Embora registre uma alta de 0,69% em relação a outubro de 2010, o IBC-Br mostra que a economia brasileira dificilmente terá o crescimento de 3,8% que ainda faz parte das estimativas oficiais do governo.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que o resultado do ano deverá ficar em torno de 3,2%. De acordo com o indicador do BC, a atividade econômica registra uma elevação de 3,04% no ano e de 3,47% em 12 meses.

Dados divulgados na semana passada pelo IBGE mostraram que a economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano. A variação foi nula (0,0%), marcando estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB, total de bens e serviços produzidos no país) em relação ao período imediatamente anterior.

O resultado só não foi negativo em função do desempenho do setor externo. As exportações de bens e serviços subiram 1,8% enquanto as importações caíram 0,4% em relação ao trimestre anterior.

Já o consumo das famílias e os investimentos registraram quedas.


Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 2,1%.

O Globo

NA REPÚBLICA CANALHA, UM BRASIL FICHA SUJA.

Este ano de 2011 foi marcado pela eclosão de seguidos casos de corrupção no governo federal. Trata-se de uma das mais malditas heranças da gestão Lula, que se notabilizou pela leniência com que os malfeitos perpetrados por seus subordinados eram tratados.

Quando o exemplo não vem de cima, a situação tende a piorar.
É o que pode acontecer com o mensalão.

Sabe-se agora que o mais grave caso de corrupção ocorrido na história política do país pode acabar sem nenhum acusado punido. As penas do esquema gigante de compra de apoio parlamentar e desvio de dinheiro público posto em marcha pelo governo Lula podem prescrever antes que o julgamento chegue ao fim, segundo a edição de hoje da Folha de S.Paulo.

O jornal se baseia em declaração dada por Ricardo Lewandowski. Ele é um dos 11 ministros responsáveis por julgar o caso no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita desde abril de 2006, quando foi oferecida denúncia pela Procuradoria Geral da República (PGE).
Sua participação é destacada:
será o responsável por revisar o voto do relator, Joaquim Barbosa.

O principal trecho da entrevista de Lewandowski à Folha é este:
"Como há réus primários, corre-se então o risco de que as penas para muitos ali sejam prescritas? 'Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição'.

Formação de quadrilha, cuja pena varia de um a três anos de reclusão, é um dos crimes que podem ficar sem punição.

Como o caso está em curso, não é possível saber quais os crimes imputados que irão prescrever. É necessário primeiro saber se serão condenados e a extensão das penas", completa o jornal.

Se a prescrição se concretizar, terá sido coroada de êxito a estratégia insistentemente perseguida pelo PT de varrer o escândalo para debaixo do tapete. O partido de Lula, Dilma Rousseff e José Dirceu vem, dia após dia, buscando transformar em cidadãos acima de qualquer suspeita os corruptos denunciados pela PGE pela prática de sete crimes.

A lista de falcatruas atribuídas a 40 acusados (um morreu, outro foi excluído do processo e hoje são apenas 38) pelo mensalão pelo então procurador-geral, Antonio Fernando de Souza, é extensa e bem fornida.

Os crimes são os seguintes: formação de quadrilha (22 suspeitos, incluindo José Dirceu,
Marcos Valério,
José Genoino e Delúbio Soares);
corrupção ativa (11 suspeitos);
corrupção passiva (13 suspeitos, incluindo João Paulo Cunha);
lavagem de dinheiro (34 suspeitos, incluindo Duda Mendonça, Paulo Rocha e Professor Luizinho);
evasão de divisas (12 suspeitos),
peculato (11 suspeitos)
e falsidade ideológica (Marcos Valério).

A denúncia chegou ao STF em agosto de 2007 e hoje aguarda parecer do relator para ser votada. São mais de 130 volumes e 600 páginas de depoimentos.

Quando eu receber o processo eu vou começar do zero. Tenho que ler volume por volume", disse Lewandowski. Para completar, a corte deve perder dois integrantes no ano que vem, alongando o processo.

O PT também joga com o calendário eleitoral para empurrar a discussão ainda mais para frente e aumentar a chance de ninguém pagar pelos malfeitos: sustenta que as eleições municipais de 2012 poderiam "contaminar" o processo, que deveria, então, só ser deliberado no ano seguinte.

O escândalo, recorde-se, surgiu em 2005.

Quando, naquela época, se viram acuados pelo mensalão, os petistas dobraram a aposta e investiram fundo no submundo do crime, como mostra a edição da revista Veja desta semana.

Para tentar se contrapor às acusações, próceres do PT encomendaram a falsificação de um dossiê com supostas irregularidades cometidas por parlamentares do PSDB e do DEM. Tudo agora devidamente desmascarado pela Polícia Federal.

Não espanta que um partido cujo projeto de poder ancorou-se em esquema tão criminoso considere natural que assaltos ao dinheiro do contribuinte continuassem a acontecer diuturnamente, como foi sendo revelado, semana após semana, ao longo deste 2011.

Ou que um caso de tráfico de influência explícito, como o do ministro Fernando Pimentel, seja considerado assunto "privado" pela presidente da República.

O exemplo de honradez e moralidade no trato da coisa pública deve vir de cima. Nestes nove anos de gestão petista, os sinais recebidos pela sociedade foram justamente o contrário do que se espera dos governantes.

Se a previsão de Ricardo Lewandowski se realizar, o Brasil estará, indelevelmente, fadado a ser um país sem futuro. E com um passado de ficha suja.

Exemplo que não vem de cima
Fonte: Instituto Teotônio Vilela