"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 23, 2014

Venda de refinaria de Pasadena ajudou bilionário belga a aumentar fortuna

Se no Brasil o negócio da refinaria de Pasadena (EUA) gerou desgaste na imagem da Petrobras e suspeitas de irregularidades, do outro lado do Atlântico ajudou o belga Albert Frère a se firmar com o homem mais rico de seu país. Com fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões (R$ 11,4 bilhões) segundo a revista “Forbes”, ele está bem acima dos outros dois bilionários de seu país: Patokh Chodiev (US$ 1,7 bilhão) e Albert Blokker (US$ 1,4 bilhão).
Com 88 anos, ele figurou no 295º lugar do ranking deste ano da revista americana, subindo 68 posições em relação ao levantamento de 2013. Segundo a publicação, Albert Frère recomprou do BNP Paribas no ano passado 30% do capital da Compagnie Nationale a Portefeuille (CNP) de meios de comunicação, serviços públicos e petróleo. Ele havia vendido a participação de seu império ao banco francês em 2011.

Sua fortuna começou a partir de um negócio de sucata da família. O pai de Frère morreu quando ele tinha apenas 17 anos. A partir daí, ele abandona os estudos para cuidar dos negócios. Homem de visão, Frère foi um dos artífices da megafusão entre a subsidiária CNP Suez e a Gaz de France, gerando a gigante GDF Suez, uma das maiores fornecedoras independentes de energia elétrica do mundo, informa a “Forbes”.

Com o título de barão desde 1994, Frère é conhecido por ser um negociante habilidoso. No caso da Petrobras, comprou — por meio da empresa Astra Oil — a refinaria de Pasadena por US$ 42,5 milhões em 2005 e recebeu, no total, US$ 1,18 bilhão na transação, iniciada em 2006 e concluída em 2012.

Casado e pai de três filhos, Frère, que gosta de diversificar negócios, é coproprietário, juntamente, com Bernard Arnault, da LVMH e da renomada vinícola Château Cheval Blanc, perto de Bordeaux.


HENRIQUE GOMES BATISTA (EMAIL)
O Globo

IGUAL TITICA DE GATO, QUANTO MAIS MEXE MAIS FEDE! PETEbras já gastou o triplo do que pagou por refinaria do Japão. Estatal comprou Nansei por US$ 71 milhões e investiu US$ 200 milhões, diz fonte. Hoje, opera com carga mínima

Além da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), a Petrobras fechou outro 
polêmico negócio com os japoneses. A refinaria Nansei, em Okinawa, foi comprada em abril de 2008 por US$ 71 milhões, mas a estatal já gastou o triplo desse valor para resolver problemas ambientais e fazer melhorias operacionais na unidade, que é antiga e processa 100 mil barris diários. Segundo uma fonte, a companhia teria investido mais de US$ 200 milhões na refinaria desde a aquisição.

O negócio foi fechado na gestão de Jose Sergio Gabrielli e dos então diretores de Abastecimento Paulo Roberto Costa (preso pela Polícia Federal na por suspeita de lavagem de dinheiro) e de Internacional Nestor Cerveró, que foi exonerado da BR Distribuidora na sexta-feira, após a presidente Dilma Rousseff ter revelado que aprovou a compra de Pasadena com base em documento de sua autoria que não contemplava cláusulas controversas. Entre elas a “put option”, que prevê que o sócio compre a parte do outro em caso de divergência.


Contrato previa ‘put option’
A Petrobras tentou vender a refinaria do Japão nos últimos anos. Uma das últimas ofertas teria sido de US$ 150 milhões, e a estatal não aceitou. Hoje, a refinaria opera com carga mínima. Segundo a fonte, o Japão não tem interesse em comprá-la. Procurada, a Petrobras não comentou.

Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República confirmou que no resumo executivo elaborado pela diretoria Internacional da Petrobras, e apresentado ao Conselho de Administração da empresa, continha a “existência de cláusulas contratuais que materializavam a Put Option”, no caso da refinaria Nansei, como revelado ontem pelo “Estado de S. Paulo".

O governo afirmou que a aquisição era um bom negócio, pois a unidade tinha um grande terminal de petróleo e derivados.

RAMONA ORDOÑEZ (EMAIL)
O Globo