Além da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), a Petrobras fechou outro
polêmico negócio com os japoneses. A refinaria Nansei, em Okinawa, foi comprada em abril de 2008 por US$ 71 milhões, mas a estatal já gastou o triplo desse valor para resolver problemas ambientais e fazer melhorias operacionais na unidade, que é antiga e processa 100 mil barris diários. Segundo uma fonte, a companhia teria investido mais de US$ 200 milhões na refinaria desde a aquisição.
O negócio foi fechado na gestão de Jose Sergio Gabrielli e dos então diretores de Abastecimento Paulo Roberto Costa (preso pela Polícia Federal na por suspeita de lavagem de dinheiro) e de Internacional Nestor Cerveró, que foi exonerado da BR Distribuidora na sexta-feira, após a presidente Dilma Rousseff ter revelado que aprovou a compra de Pasadena com base em documento de sua autoria que não contemplava cláusulas controversas. Entre elas a “put option”, que prevê que o sócio compre a parte do outro em caso de divergência.
Contrato previa ‘put option’
A Petrobras tentou vender a refinaria do Japão nos últimos anos. Uma das últimas ofertas teria sido de US$ 150 milhões, e a estatal não aceitou. Hoje, a refinaria opera com carga mínima. Segundo a fonte, o Japão não tem interesse em comprá-la. Procurada, a Petrobras não comentou.
Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República confirmou que no resumo executivo elaborado pela diretoria Internacional da Petrobras, e apresentado ao Conselho de Administração da empresa, continha a “existência de cláusulas contratuais que materializavam a Put Option”, no caso da refinaria Nansei, como revelado ontem pelo “Estado de S. Paulo".
O governo afirmou que a aquisição era um bom negócio, pois a unidade tinha um grande terminal de petróleo e derivados.
RAMONA ORDOÑEZ (EMAIL)
O Globo
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