"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 19, 2011

D E S A C E L E R A N D O .


A atividade econômica está se desacelerando no país. As previsões de crescimento estão sendo revistas para baixo e o próprio governo já admite expansão menor do PIB neste ano.

A despeito disso, a equipe econômica fala em gastar mais em 2012, ao mesmo tempo em que a cobrança de impostos do contribuinte bate recorde.
O IBC-BR, índice criado e adotado pelo Banco Central como indicador antecedente do comportamento do PIB, caiu 0,26% em junho, na comparação com o mês anterior.

Foi a primeira vez que isso aconteceu desde dezembro de 2008, ou seja, em 30 meses. No trimestre (o segundo do ano), a expansão ficou em mero 0,69% sobre os três meses anteriores


Isso significa que a economia brasileira caminha hoje num ritmo de crescimento inferior a 3% anuais. Como os resultados precedem os recentes movimentos mais dramáticos da crise econômica mundial, a situação tende a ser pior.

(Vale lembrar que, em 2010, o PIB brasileiro avançou 7,5% e as previsões para este ano estimavam algo em torno de 4,5%.)


O governo acredita que a diminuição do ímpeto do crescimento, somada à queda das cotações das
commodities, ajudará a conter a inflação.
Ontem, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, previu que o índice irá convergir para o centro da meta já no ano que vem.

Seria o lado bom da história, mas a maior parte dos agentes de mercado não compactua com isso
O problema maior é a postura do governo frente aos gastos públicos.

Na crise anterior, a gestão Lula abriu a torneira e ampliou desmesuradamente as despesas. Isso ajudou a frear o desaquecimento, mas legou um aumento disseminado de preços que até hoje se tenta debelar.


A receita agora precisa ser outra:
manter os gastos sobre controle estrito e atacar os juros.
Mas, pelo que publica o Valor Econômico hoje, o governo Dilma Rousseff não pretende trilhar este caminho.

O esforço fiscal para 2012 deve ser menor do que o que está sendo executado este ano", escreve a colunista Claudia Safatle.


Segundo ela, no ano que vem, o superávit primário do governo central poderá cair para até R$ 56,4 bilhões.
Para se ter ideia de quanto o governo planeja poupar menos em 2012, o superávit fiscal previsto para este ano é de R$ 81,8 bilhões.

A redução decorre da intenção da equipe econômica de abater do cálculo do resultado fiscal todos os gastos previstos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Sem o "desconto", seria preciso perseguir uma meta de R$ 97 bilhões.
Mesmo agora, o desempenho fiscal do governo Dilma já não é nenhuma Brastemp.

O ajuste tem sido feito nos moldes da velha ortodoxia econômica, que os petistas tanto adoram dizer que detestam:
aumento de carga tributária, corte de investimentos e elevação das despesas correntes, que vão de pagamento de salário a compra de cafezinho, passagens e papel.


Apenas nos sete primeiros meses do ano, foram arrecadados R$ 555,8 bilhões em tributos federais, conforme
divulgou a Receita ontem. Somente em julho, foram recolhidos R$ 90,2 bilhões junto aos contribuintes, um recorde absoluto, ajudado por um bilionário pagamento feito pela Vale ao fisco.

O aumento da arrecadação em relação ao período compreendido entre janeiro e julho do ano passado é de 14%, já descontada a inflação. Isso equivale a mais que o triplo do que a economia brasileira deve crescer neste ano, consideradas as projeções mais otimistas.

Ou seja, o contribuinte está sendo esfolado como nunca antes na história.
O governo arrecada muitíssimo, mas gasta cada vez mais mal. Nos sete primeiros meses do ano, os investimentos da União diminuíram 18% em valor real e os das empresas estatais, 17,5%.

Os empenhos com esta finalidade caíram R$ 10 bilhões, na comparação com os sete primeiros meses de 2010, mostrou ontem
O Estado de S.Paulo. Ao mesmo tempo, o gasto corrente subiu 5% acima da inflação no semestre.

O que transparece é que o governo Dilma ainda não tem claro como irá se comportar diante de um quadro mais adverso nas finanças globais.


Existe uma oportunidade evidente para uma correção de rumos, com contenção dos gastos públicos, redução dos juros e uma consequente acomodação das cotações da moeda nacional num nível mais favorável às exportações.

O que não há, ainda, é um plano de voo estruturado para aproveitá-la.


Fonte: ITV

Alimentos voltam a pressionar e inflação acelera em agosto

Os preços dos alimentos voltaram a subir, pressionando a inflação de agosto medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15).

Depois de ter avançado 0,10% em julho, a inflação acelerou para 0,27%, ficando acima das previsões dos economistas, que estimavam uma taxa entre 0,15% e 0,22%. Como se sabe, o IPCA-15 é considerado a prévia da inflação oficial (IPCA).

Com esse resultado, o acumulado no ano foi para 4,48% e, em 12 meses, o IPCA-15 subiu de 6,75% para 7,10%, segundo o IBGE, ficando bem acima do teto da meta (6,5%). Mas esse aumento da inflação acumulada já era esperado, como já falamos aqui no blog. A partir de setembro, deve começar a cair.

Os dados mostram que o grupo alimentação e bebidas, que havia registrado deflação em julho, voltou a subir, registrando alta de 0,21% em agosto, puxado pelo aumento da refeição em restaurante.
O IBGE explica também que outros alimentos que estavam em queda, como feijão carioca, arroz e carnes, subiram.


Os alimentos, no entanto, não foram os únicos vilões:
os combustíveis também deixaram a deflação para trás (-1,17%), subindo 0,01% em agosto.


A alta do etanol foi menos intensa (1,79% para 1,54%), segundo o IBGE, mas a gasolina caiu menos (de –1,49% para –0,17%).

Com isso, o grupo transportes, que tinha registrado variação de -0,02% em julho, subiu 0,03%. Habitação, artigos de residência e vestuário também aumentaram de um mês para o outro.

Valéria Monteiro/Globo

CNI: crise afetará ainda mais a confiança dos empresários

Os empresários estão menos confiantes, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e a situação adversa da economia mundial deve fazer com que o otimismo caia ainda mais no terceiro trimestre.

Em agosto, o índice que mede a confiança caiu para 56,4 pontos, como mostra o gráfico abaixo, ficando abaixo da média histórica de 59,6 pontos.

A CNI diz que a queda do otimismo, que ocorre praticamente desde fevereiro, ocorreu em todos os portes de empresa e foi puxada pela piora na avaliação das condições atuais da economia. A confiança em relação aos próximos seis meses também é menor:

- O setor industrial vem percebendo que a economia perde dinamismo e, por isso, está menos otimista - diz o economista Marcelo de Ávila, da CNI.

Valéria Monteiro/Globo

CANALHICE! ESQUELETOS DE ROSSI E O GABINETE DE MENDES. SAI UM IMUNDO ENTRA UM SUJO.

O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi renunciou ao cargo, mas deixou na pasta peças-chaves para seus negócios nebulosos.

Funcionários do segundo escalão escolhidos pelo ex-ministro são apontados como interlocutores de empresas ligadas ao quarto ministro demitido do governo da presidente Dilma Rousseff.

Já o novo chefe da pasta, deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), chega à Esplanada prometendo transparência. Mas na Câmara, Ribeiro, líder do PMDB no Congresso, mantém um gabinete com nomeações ilegais.


O parlamentar gaúcho emprega o cabo eleitoral e vereador de Pântano Grande (RS) Ivan Trevisan.

Ele foi nomeado secretário parlamentar em dezembro de 2008, mesmo ano em que ganhou uma das 32 cadeiras no Legislativo municipal. Trevisan está em seu terceiro mandato e desdobra-se ainda como presidente da Associação dos Vereadores do PMDB no Rio Grande do Sul.

Segundo a Câmara, a contratação é proibida porque representa acúmulo de função. Só do Legislativo federal, Trevisan já recebeu cerca de R$ 150 mil.

Em entrevista ao Correio, o novo ministro explicou a contratação do conterrâneo e assegurou que, no ministério, não terá o compromisso de manter ninguém.


No gabinete do deputado, Ivan Trevisan é quase desconhecido.
Os funcionários demoraram a lembrar do secretário que fica no Sul. No escritório político em Porto Alegre, a informação é de que ele só atende pelo celular.


Trevisan confirmou que ocupa os três cargos, mas não quis detalhar por telefone as atividades e nem informar os horários de trabalho.

Solicitou que as perguntas fossem encaminhadas por e-mail. "Realizo minhas atividades com muita tranquilidade, pois existe compatibilidade de horário para os deveres", respondeu.

Ele afirmou que, no mínimo uma vez por semana, vai até o escritório de Porto Alegre e "sempre que tem demanda" vem a Brasília. Trevisan disse que não recebe dinheiro da associação do PMDB.
"O cargo dá prestígio e oportunidade para o crescimento."


Ivan Trevisan mora em Pântano Grande, a duas horas da capital, e, segundo colegas vereadores, nunca falta ao trabalho. Pelo Legislativo municipal, Ivan recebe R$ 2,3 mil. As reuniões plenárias ocorrem a cada 15 dias.

Pelo gabinete, o vereador ganha cerca de R$ 4,5 mil. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 42,8 mil, representado por um terço de uma casa no centro da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.


Mendes Ribeiro informou que caberia à Câmara fiscalizar a contratação e que, durante a nomeação, não houve qualquer impedimento. "Não existe incompatibilidade. O Ivan é uma pessoa muito ativa profissionalmente e politicamente", disse.

Também esclareceu que ontem mesmo recebeu um ofício da Casa pedindo a revisão da contratação e determinando que Ivan escolha um dos cargos. O vereador e secretário parlamentar terá 10 dias para comprovar que abriu mão da vaga na Câmara Municipal ou pedir exoneração do cargo de secretário parlamentar.

A assessoria de imprensa da Câmara informou que vereadores não podem acumular outros cargos, porque seguem as mesmas normas dos deputados federais. Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou o entendimento.


Aliados
Além do problema com o funcionário, Mendes terá que lidar com o legado do antecessor.
E, apesar de ter deixado a pasta, mantém grande influência, especialmente com a presença de aliados na Secretaria de Defesa Agropecuária,
nos departamentos de Fiscalização de Insumos Pecuários,
Inspeção de Produtos de Origem Animal e de Saúde Animal,
além da Consultoria Jurídica, responsável pelos pagamentos milionários de dívidas perdidas na Justiça,
e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, comandada por Ricardo Saud, que também é sócio de uma das subsidiárias do Grupo Ourofino.


Gastos inflados
Mendes Ribeiro usa a cota parlamentar para ajudar outro político. O ex-deputado federal Ney Ortiz Borges recebe mensalmente R$ 2,8 mil pelo aluguel de um imóvel onde funciona o escritório político do deputado federal em Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura já gastou R$ 184,8 mil com o chamado cotão.
No ano passado, extrapolou os limites.

Ele teria direito a R$ 30,6 mil por mês, podendo acumular valores ao longo do ano. Porém, gastou R$ 390,2 mil, quando o teto era de R$ 368 mil. A explicação da Câmara é que ele não teria usado todos os bilhetes aéreos emitidos pelo gabinete.

Em um único mês, o parlamentar gastou R$ 86,4 mil, sendo R$ 66 mil só com divulgação das atividades parlamentares.


FOGOS DE ARTIFÍCIO
Servidores do Ministério da Agricultura celebraram ontem a demissão de Wagner Rossi com fogos de artifício.

Para evitar que fossem identificados, funcionários da pasta deram 10 caixas de rojões a um lavador de carros, que lançou os fogos do estacionamento da pasta, na Esplanada.

Segundo alguns servidores, o clima ficou mais "leve" no ministério com a demissão de Rossi.

TURISMO DE MOSCA É NO LIXO.

Se a Espanha encarasse o turismo com a mesma seriedade que o Brasil, não teria faturado 60 bilhões de dólares com visitantes em 2010.

O orçamento mirrado e a irrelevância de uma pasta periférica, usada como moeda de troco político, e o desempenho pífio dos seus ministros e gestores, ajudam a explicar por que o Brasil só faturou 6 bilhões.


A lambança no Ministério do Turismo,
a patética figura do ministro octogenário que paga contas de motel com dinheiro público, a infinidade de ONGs de fachada, de "turismólogos" e "cursos de capacitação" fantasmas são o resultado da importância que o governo dá ao turismo - uma indústria limpa e sustentável, que não tira nada do país, só traz divisas, gera empregos e divulga nossa cultura.


Com orçamento indigente, o ministério vive de emendas de deputados e senadores. No ano passado, 460 parlamentares destinaram 2,7 bilhões para o turismo, que fizeram a festa dos promotores de festas com dinheiro público.

Com o clamor na imprensa e os cofres arrombados, o governo proibiu a mamata.
A nova festa é o "curso de capacitação":
só mudam as moscas, o lixo continua o mesmo.


Ladroagens em ministérios são normais no Brasil, frutos podres do aparelhamento político e dos consórcios cleptopartidários
. Anormal é o desperdício de um país com o nosso potencial turístico ter um ministério como o que estamos vendo nas páginas policiais.


Em Brasília se acredita que o turismo não exige qualificações técnicas, como engenharia ou urbanismo, basta ser da turma. Lembra o não saudoso Milton Zuanazzi, que foi presidir a Anac, com resultados desastrosos, porque tinha uma agência de viagens em Porto Alegre e era petista.


A Espanha tem uma estrutura turística eficiente, tem história, diversão e arte, mas é no verão que mais fatura, com as suas praias e ilhas ensolaradas. Neste quesito ganhamos de goleada.

A oferta de lazer e de atrações artísticas no Rio de Janeiro e em São Paulo também não fica devendo nada a Madri e Barcelona.


Somos 16 vezes maiores, mas fazemos só 10% do que eles ganham com turismo.


A culpa deve ser da mídia golpista que difama o país lá fora.

Nelson Motta O Globo

BRASIL! CHARGE : JUIZA ASSASSINADA E ASSASSINATO DA NORMA.



A REPÚBLICA DOS CANALHAS EXTRAORDINÁRIOS, A FALÁCIA DO$ "TRABALHO$ EXTRAORDINÁRIO$" . $AQUEADORE$ DO ERÁRIO.$ALTEADORE$

VERDADES \
O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), disse ontem que não pretende fazer qualquer faxina na pasta. Ele substituirá o também peemedebista Wagner Rossi, que anteontem pediu demissão por causa de denúncias de corrupção na pasta.

Para o novo ministro, quem investiga é a Polícia Federal. Mendes Ribeiro conversou pela manhã, por telefone, com a presidente Dilma Rousseff, que o convidou para o cargo e o instruiu a se reunir com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.


A Casa Civil emitiu uma nota anunciando o novo ministro, por orientação de Dilma. Hoje, quando Dilma retornar de São Paulo, conversará com Mendes Ribeiro. A posse deverá ocorrer na segunda-feira à tarde.

- Quem faz investigação são os órgãos investigativos. Eu tenho de tratar da agricultura do Brasil. Eu tenho de falar de números. Tenho de olhar para a frente. A responsabilidade é fundamental. Eu vou ouvir muito. Eu não gosto de achar. Quem acha comete muitos erros - afirmou Mendes Ribeiro, ao sair do Planalto, após conversa com Gleisi.

Mais tarde, em entrevista à "Globo News", Mendes Ribeiro disse que agiria com cautela.

- Olha, acho que se eu soubesse (o que fazer em relação a denúncias), tu ficarias desconfiada. Eu vou tentar saber com a maior rapidez e vou usar sempre aquilo que a vida pública me ensinou: muita cautela, muito cuidado - declarou.

Mendes Ribeiro elogia Rossi

Ao ser perguntado se pretende fazer mudanças na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde começaram as denúncias de irregularidades, Mendes Ribeiro se esquivou.

- Estou chegando. Se eu chego pretendendo, no mínimo vocês vão duvidar do que eu possa fazer - disse. - Faxina? Eu vou tratar da agricultura. Vou conversar com a presidente, e o Wagner tem feito isso e tem tido essa preocupação.

Mendes Ribeiro disse que pretende conversar muito com seu antecessor, a quem diz admirar.

- Ele fez um extraordinário trabalho.

Ao ser perguntado se entende de agricultura, o novo ministro, sem modéstia, recorreu à sua terra natal para dizer que, praticamente, já nasceu sabendo lidar com a terra, embora seja advogado de formação.

- Eu sou do Rio Grande do Sul. Sou lá da minha Camacuã, sou lá da minha Restinga Seca. A minha experiência na pasta é saber(SIC) que nosso produtor, agricultor, faz milagre todos os anos para continuar produzindo - afirmou Mendes, que é natural de Porto Alegre.

O novo ministro da Agricultura, que era o líder do governo no Congresso, afirmou que ficou sensibilizado com o apoio que recebeu de seu partido. Anteontem à noite, em uma reunião no gabinete do vice-presidente Michel Temer, o PMDB decidiu rapidamente pelo seu nome.

Sua vaga de deputado será ocupada por Eliseu Padilha, amigo de Temer, mas que sempre foi oposição ao PT. Para Mendes Ribeiro, isso não será um problema. Ele acredita que Padilha ajudará o governo:

- As coisas caminharam como deveriam caminhar. Não sou eu quem vou estragar isso. Agora tenho que ir com todo cuidado para fazer jus à confiança da presidente e do meu partido.

Chico de Gois O Globo