"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 07, 2011

PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA : PARA SETE MINISTROS - Justiça eleitoral ganha sede de R$ 327 milhões.

Sem grande alarde, será inaugurada na próxima semana em Brasília a nova sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A obra começou em 2007, custou R$ 327 milhões e foi projetada por Oscar Niemeyer, autor dos projetos dos principais prédios públicos da capital federal.

De fora, o edifício lembra outras grandes obras do Judiciário, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), que ficam na mesma região do novo TSE e também consumiram milhões de reais.
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Ao justificar a necessidade de uma nova sede, que será inaugurada no dia 15 num evento discreto e sem festa, o TSE alegou que nos últimos anos houve um crescimento da demanda da Justiça Eleitoral. O eleitorado, que há 40 anos era de 29,4 milhões de pessoas, passou para 135,5 milhões em 2010.

Em 2005, o tribunal noticiou o lançamento da pedra fundamental da obra. "O TSE cresceu muito depois da automação do voto em 1996, com investimentos em equipamentos e novos servidores. A atual sede ficou pequena para essa necessidade", justificou a diretoria geral do tribunal, na época do início da obra.

Executada pelo consórcio Via-OAS, a nova sede tem 115,5 mil m².
Um terço desse espaço será ocupado por garagem e depósito de urnas.
Ela deveria ter sido inaugurada no fim de 2010, mas o ritmo da obra foi afetado por cortes no orçamento.


Com sete ministros, o TSE faz duas sessões plenárias de julgamento por semana. Nos períodos eleitorais, a cada dois anos, geralmente são convocadas sessões extras, dado o aumento de processos.

Em fevereiro, a atual sede do TSE completou 40 anos.
 

Projetado pelo arquiteto Nauro Esteves, que na época da construção integrava a equipe de Oscar Niemeyer, o prédio tem 11 mil m² de área construída e, segundo o tribunal, ostenta um dos maiores vãos de concreto armado da América Latina, com 13,5 metros de extensão.

Brasil Real - PPP que funciona é PPP tucana

Sete anos depois de terem sido regulamentadas no país, as Parcerias Público-Privadas ainda não decolaram em âmbito federal. Até agora, apenas uma iniciativa saiu do papel.

Em contrapartida, os estados, principalmente os governados pelo PSDB, têm cada vez mais lançado mão da modalidade:

há 17 PPP regionais em andamento, cujos investimentos somam R$ 7,4 bilhões, e uma carteira em expansão.

A frustração não seria tão grande se o Estado brasileiro usasse sua capacidade de investir para alavancar o desenvolvimento do país e não impusesse tantas travas ao empreendimento privado.

O governo do PT fracassou na implantação de Parcerias Público-Privadas (PPP) em obras federais no país. Passados sete anos desde que foi sancionada a lei brasileira que regulamenta esta modalidade de investimentos, somente uma iniciativa saiu do papel.

Quem de fato tem se destacado na adoção de parcerias têm sido os estados, que já firmaram 17 PPP e se preparam para expandir ainda mais a carteira.

Para o contribuinte, o benefício é duplo:
investimentos efetivos na melhoria da qualidade de vida e menores dispêndios de recursos públicos.

Leia a íntegra (arquivo em PDF) :
Brasil Real 88 - PPP que funciona é PPP tucana - Novembro/11

O cisne branco do ébrio parlapatão, o pato feio da dama testa de ferro e o "brasil" caranguejo de hoje : De novo na lanterna.


Desde o estouro da crise de 2008/2009, a economia brasileira não tinha um desempenho tão negativo quanto o observado no terceiro trimestre.

Pesou no resultado a influência da freada europeia, mas é ainda mais certo que as medidas tomadas pelo governo petista para segurar a escalada inflacionária no primeiro semestre foram fundamentais para a estagnação generalizada do PIB e o crescimento zero de agora.

Alguns componentes das contas nacionais ilustram o tamanho do retrocesso que o país ora atravessa. Motor do crescimento do PIB ao longo dos últimos anos, o consumo das famílias exibiu queda inédita desde o último trimestre de 2008, auge da crise mundial. O recuo foi de 0,1% sobre o segundo trimestre. Também caíram gastos do governo (-0,7%) e investimentos (-0,2%, sempre em relação ao trimestre anterior).

Ou seja, todos os chamados componentes da demanda recuaram com a ducha de água fria que a administração Dilma Rousseff jogou na economia no início do ano. Foi a primeira vez desde a crise de 2008 que ocorreu uma queda em bloco. Vale destacar que, na comparação anual, os investimentos avançavam a uma velocidade de 25% no início de 2010; agora, estão em 2,5%.

Caíram especialmente os investimentos públicos, sacrificados em nome da meta de superávit primário deste ano. "Os investimentos ficaram bem abaixo dos 3,13% do PIB de 2010. Devem encerrar o exercício na casa dos 2,7% do PIB (empresas estatais e governo federal), abaixo também dos 2,86% do PIB de 2009", sintetiza o Valor Econômico.

Do lado da oferta, a indústria teve o pior desempenho, com queda de 0,9%, puxada pelo segmento de transformação. Hoje, a atividade industrial encontra-se no mesmo patamar em que estava em setembro de 2008. Ou seja, já são três anos de paralisia. Serviços também caíram (-0,3%) e só a agropecuária se salvou, com alta de 3,2%.
O Brasil foi de cisne a patinho feio em apenas nove meses. No início de 2011, figurávamos nas listas das economias que lideravam o crescimento mundial. Agora, voltamos à rabeira dos rankings, mais ou menos como aconteceu ao longo de boa parte da gestão Lula, quando o país aproveitou apenas uma parte do vento de cauda que embalou a expansão global.

Entre os Brics, o desempenho brasileiro foi o pior do trimestre passado, mostra O Estado de S.Paulo. Alguns exemplos, tomando por base a comparação entre os resultados de julho a setembro com os de igual período do ano passado:
China, 9,1%;
Índia, 6,9%;
Rússia, 4,8%;
África do Sul, 3,1%.
Nesta base, o crescimento brasileiro foi de 2,1%.

Num conjunto mais amplo, constituído por 27 países da OCDE, o Brasil só ganha de Holanda (-0,3%), Portugal (-0,4%) e Dinamarca (-0,8%), quando se coteja o desempenho do terceiro com o do segundo trimestre. Nosso crescimento zero nesta base de comparação foi tão baixo quanto o da combalida Espanha, mostrou o G1.

Na média, a depauperada Europa, com 0,2% positivo no período, também ganhou de nós.

O comércio exterior destoou positivamente e evitou um resultado ainda mais desfavorável do PIB. Sem o crescimento de 1,8% nas exportações e a queda de 0,4% nas importações de bens e serviços entre julho e setembro, o resultado global teria sido negativo, abrindo a possibilidade de uma recessão - determinada pela sucessão de dois trimestres consecutivos no vermelho - já neste fim de ano.

Ah, a mandioca também ajudou...


Ontem, até mesmo o Ministério da Fazenda aposentou seu discurso róseo e passou a falar em projeções mais realistas para a economia brasileira doravante. Guido Mantega admitiu que os 3,8% da previsão oficial para 2011 viraram pó. Pelo que ele disse, se chegarmos a 3,2%, estaremos no lucro. Mesmo assim, parece irrealista.

Para fechar 2011 neste patamar, o PIB teria de crescer 1,5% no quarto trimestre, "um ritmo forte, correspondente a pouco mais de 6% ao ano", compara a Folha de S.Paulo em editorial. "Em 2012, para crescer 5%, como anuncia o ministro da Fazenda, o PIB teria de atravessar o ano a um ritmo quase chinês".

É certo que estamos pagando agora a conta pelo desarranjo nas contas do governo decorrente da farra de gastos para eleger Dilma em 2010. O freio de arrumação do início do ano veio tentar enxugar o excesso de dinheiro com o qual a gestão petista irrigou a economia para pavimentar o caminho para a eleição da pupila de Lula.

As consequências vieram na forma do descontrole inflacionário com o qual o país flertou durante boa parte deste ano e do qual ainda não está de todo livre.

Para brecá-lo, foram aplicadas doses cavalares de seguidas altas (cinco, até a taxa atingir 12,5% ao ano em julho) dos juros básicos, que agora mostraram com cores fortes como foram capazes de nocautear toda a economia.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela

O PAÍS SEGUE "MUDANDO" SOB O COMANDO DA FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA DE NADA E COISA NENHUMA : Brasil cai para 30º no ranking de crescimento

O fraco desempenho da economia no terceiro trimestre fez o Brasil perder seis posições no ranking dos países que mais crescem no mundo.

Com a expansão de 2,1% do PIB em relação ao terceiro trimestre de 2010, o país caiu para a 30ª posição do ranking, que continua sendo liderado pela China, que, mesmo em desaceleração, cresceu 9,1% entre julho e setembro.

O Brasil também ficou atrás de todos os países do Brics (grupo das maiores economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Índia, com expansão de 6,9%, aparece em quinto lugar no ranking, enquanto a Rússia, com 4,8%, é a 12ª.

Até a África do Sul, que no ranking do segundo trimestre estava na lanterna do grupo, cresceu mais, 3,1%, e figura no 25º posto agora.


Mesmo perdendo fôlego em relação a 2010, quando cresceu a uma vigorosa taxa de 7,5%, o Brasil deve manter-se como a sétima maior economia do mundo este ano. Simulação feita pela Austin Rating com base nas mais recentes projeções de crescimento do PIB para as principais economias indica que o PIB brasileiro deve atingir este ano US$2,28 trilhões - valor que leva em conta uma alta anual de 3% do PIB.

Mesmo com uma expectativa de crescer apenas 1,7%, o PIB dos Estados Unidos deve passar de R$15 trilhões. O PIB chinês deve crescer 9,2%, para US$6,75 trilhões, consolidando-se como a segunda maior economia do planeta, à frente do Japão, que continuará encolhendo ( -0,5%), com US$5,3 bilhões.

Expansão fica abaixo até da registrada pela Alemanha

A freada do trimestre passado fez a economia brasileira crescer menos que a da Alemanha, que, mesmo estando no epicentro da crise europeia, teve uma expansão de 2,6% do PIB no período. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, ressalta que esse dado deve ser visto com cuidado, uma vez que a economia alemã vem crescendo pouco já há algum tempo, enquanto o Brasil se expandiu fortemente em 2010.

No terceiro trimestre de 2010, o PIB alemão avançara 3,9%, enquanto o brasileiro saltou 6,7%.


- Em termos qualitativos, o Brasil cresceu mais. Uma taxa um pouco menor, mas sobre uma base ampliada, de renda e produção muito maior - disse Agostini.

Sobre o fato de o país ter ido para a lanterna do Brics, o economista observa que China e Índia seguem firmes movidos por processos muito fortes de urbanização, transformações sociais e crescimento da demanda interna, fatores que minimizam os efeitos da piora do cenário externo.

A expansão mais robusta da Rússia, segundo ele, é parecida com a da Alemanha, já que o país também acumulou taxas muito baixas de crescimento em 2010. Na África do Sul, o economista vê características comuns ao Brasil, como a evolução do consumo interno, a expansão do mercado financeiro e dos investimentos.


Para a Europa, apesar de desempenhos melhores como os da Alemanha, da Suécia (4,6% no trimestre passado), da Polônia (4,2%) e da Romênia (4,4%), as perspectivas não são boas.

- A perspectiva é ruim por causa do impasse atual, que deve contaminar a atividade da região em 2012 - diz Agostini.

Ronaldo D"Ercole O Globo

E NO brasil maravilha da 1,99 mamulenga, a salvação : MANDIOCA NO PIB "DELES".

E a mandioca, quem diria, engorda até PIB.
Na última safra, abençoado pelo clima, o tubérculo cresceu de tamanho e incrementou a produtividade da agropecuária - o maior destaque no PIB.

Com expansão de 3,2% em relação ao segundo trimestre, foi o único grande setor que conseguiu aumentar a produção. Em comparação ao terceiro trimestre de 2010, o avanço foi de 6,9%.

Além da mandioca salvadora, cujo aumento estimado da produção para este ano é 7,3% sobre 2010, feijão e laranja vingaram, com projeções de 6,1% e 3,1%, respectivamente.

Mas, em se plantando, nem tudo dá, e há queda na estimativa de trigo (-14,1%), cana (-9,4%) e café (-7,5%).


- Ela (mandioca) puxou o crescimento. A agropecuária teve desempenho bem acima da média pois produtos que têm safra importante no terceiro trimestre tiveram crescimento de produção e produtividade, caso de mandioca, laranja e feijão - disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.

A agropecuária vem colhendo boas safras e se beneficia de correções de preços desde 2010. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Agricultura, Cesário Ramalho da Silva. As condições favoráveis, diz, se "irradiam" na rentabilidade do setor, que investe mais em insumos, em sementes com mais tecnologia.

- Quando se tem boas expectativas, tanto em termos de safra como de preços, se usa mais tecnologia nos cultivos. Além disso, houve aumento dos limites por agricultor e dos repasses de crédito para o plano de safra - disse Ramalho. - O momento é positivo.

Amarilis Romano, analista do setor agrícola da consultoria Tendências, destaca o "clima favorável" e a modernização:

- A expansão veio acima do esperado. A agricultura está se modernizando no país, e isso aparece nos números.

Ronaldo D"Ercole O Globo