Com a expansão de 2,1% do PIB em relação ao terceiro trimestre de 2010, o país caiu para a 30ª posição do ranking, que continua sendo liderado pela China, que, mesmo em desaceleração, cresceu 9,1% entre julho e setembro.
O Brasil também ficou atrás de todos os países do Brics (grupo das maiores economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Índia, com expansão de 6,9%, aparece em quinto lugar no ranking, enquanto a Rússia, com 4,8%, é a 12ª.
Até a África do Sul, que no ranking do segundo trimestre estava na lanterna do grupo, cresceu mais, 3,1%, e figura no 25º posto agora.
Mesmo perdendo fôlego em relação a 2010, quando cresceu a uma vigorosa taxa de 7,5%, o Brasil deve manter-se como a sétima maior economia do mundo este ano. Simulação feita pela Austin Rating com base nas mais recentes projeções de crescimento do PIB para as principais economias indica que o PIB brasileiro deve atingir este ano US$2,28 trilhões - valor que leva em conta uma alta anual de 3% do PIB.
Mesmo com uma expectativa de crescer apenas 1,7%, o PIB dos Estados Unidos deve passar de R$15 trilhões. O PIB chinês deve crescer 9,2%, para US$6,75 trilhões, consolidando-se como a segunda maior economia do planeta, à frente do Japão, que continuará encolhendo ( -0,5%), com US$5,3 bilhões.
Expansão fica abaixo até da registrada pela Alemanha
A freada do trimestre passado fez a economia brasileira crescer menos que a da Alemanha, que, mesmo estando no epicentro da crise europeia, teve uma expansão de 2,6% do PIB no período. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, ressalta que esse dado deve ser visto com cuidado, uma vez que a economia alemã vem crescendo pouco já há algum tempo, enquanto o Brasil se expandiu fortemente em 2010.
No terceiro trimestre de 2010, o PIB alemão avançara 3,9%, enquanto o brasileiro saltou 6,7%.
- Em termos qualitativos, o Brasil cresceu mais. Uma taxa um pouco menor, mas sobre uma base ampliada, de renda e produção muito maior - disse Agostini.
Sobre o fato de o país ter ido para a lanterna do Brics, o economista observa que China e Índia seguem firmes movidos por processos muito fortes de urbanização, transformações sociais e crescimento da demanda interna, fatores que minimizam os efeitos da piora do cenário externo.
A expansão mais robusta da Rússia, segundo ele, é parecida com a da Alemanha, já que o país também acumulou taxas muito baixas de crescimento em 2010. Na África do Sul, o economista vê características comuns ao Brasil, como a evolução do consumo interno, a expansão do mercado financeiro e dos investimentos.
Para a Europa, apesar de desempenhos melhores como os da Alemanha, da Suécia (4,6% no trimestre passado), da Polônia (4,2%) e da Romênia (4,4%), as perspectivas não são boas.
- A perspectiva é ruim por causa do impasse atual, que deve contaminar a atividade da região em 2012 - diz Agostini.
Ronaldo D"Ercole O Globo
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