"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 16, 2011

O mensalão transformou o PT num ajuntamento de notórios trambiqueiros

A reportagem publicada na edição de VEJA desta semana sobre os meandros sórdidos de mais uma conspiração petista revela o grau de periculosidade de uma soma de quadrilheiros que se instalou nos saguões protetores do Congresso e do Palácio do Planalto ─ e, de lá, manipula o submundo da política de acordo com seus desejos e necessidades.

Uma leitura mais aprofundada permite vislumbrar nas entrelinhas uma advertência sombria, chamando atenção para a possibilidade de uma ruptura marcada por dias de tensão, cujo desenlace poderá desembocar em grave retrocesso democrático.

Estampa, ainda, nuances da fragmentação de um partido político que não suportou a grandeza democrática que jamais teve e sobrevive da ética diminuta que sempre o acompanhou. Sua trajetória conturbada fala por si.


Cansada da mesmice política que predominava no período pós-ditadura, e guardando a esperança de que algo inovador se apresentasse, a sociedade brasileira se pegou encantada com a mensagem muito bem articulada de um partido que, comandado por um ex-trabalhador, se intitulava o emissário do Brasil renovado, senhor de todas as virtudes, arauto da magnificência administrativa e cidadela indevassável da retidão.

Para convencer os eleitores que a salvação do Brasil passaria inexoravelmente pelo virtuosismo petista, seus dirigentes não desperdiçaram uma única oportunidade de ocuparem os espaços generosos que a mídia lhes proporcionava.

Astutos, foram preenchendo o vácuo político que se formou depois da morte do presidente Tancredo Neves, entrincheirando-se na mais selvagem oposição que o Congresso já abrigou.

A desestabilização a qualquer preço era o mote.
E a tática mostrou-se eficaz:
em janeiro de 2003, o PT chegou ao poder.


Forjada na têmpera podre da falsidade, a decantada probidade dos petistas não resistiu a mais do que dois anos à frente do governo.

Os rastros deixados pelo dinheiro sujo derrubou a máscara que escondia a verdadeira face dos democratas de araque e deu visibilidade a ação devastadora da mais sórdida canalha instalada nos porões da politicalha.

Visando perpetuar-se no comando, os companheiros atuaram com a mesma desenvoltura dos mafiosos sicilianos e arquitetaram um dos mais atrevidos esquemas de corrupção da história republicana, que incluiu a compra do apoio de partidos que porventura estivessem à venda.

Talvez até mesmo os próprios petistas tenham se surpreendido com tamanha disponibilidade tamanha. Estava inaugurado o mensalão.


A partir desse episódio que manchará sua história para sempre, o partido estrelado experimentou um processo célere de degeneração e o desgaste evidente serviu de justificativa para que seus dirigentes intensificassem uma campanha avassaladora que tinha como objetivo a dominação absoluta.

Para atingir tal fim, os meios, liberados, encontraram na receita da promiscuidade o fermento mais indicado para fazer crescer aquela massa indigesta.

Sem o menor trauma de consciência, cercaram-se de inimigos viscerais para inaugurar a forma mais abjeta de amizade, trouxeram para debaixo de suas asas parte significativa da imprensa e fizeram da miséria seu maior trunfo eleitoral.

Dispostos a percorrer as últimas instâncias da inconseqüência, desbravaram os caminhos da corrupção como jamais ninguém ousara.


Num repente, encantaram-se com a biografia de José Sarney e o consagraram como político respeitável.

Este, por sua vez, fez do Maranhão uma extensão do palanque petista e da presidência do Senado reduto dos interesses do governo federal.
Uma mão suja emporcalha a outra.


Defensores intransigentes da liberdade de imprensa se dispuseram a patrocinar os jornais televisivos, principalmente os de alcance nacional, abrindo os cofres das estatais e dos ministérios.

Deve ter carioca entediado com o marasmo em que se arrasta o seu cotidiano.

A tropa de elite comandada por Sérgio Cabral e os paraquedistas liderados por Dilma Rousseff condenaram toda uma população a viver livre dos latrocínios, dos assaltos, dos assassinatos.

Não restou sequer a alternativa de desentender-se com o vizinho.

Tem mulher implorando por uma agressão, ainda que verbal. Pelo menos é o que sugere a gratidão vassala dos telejornais patrocinados pela Petrobras, pela Caixa, pelo Banco do Brasil e pelo ministério da vez.


O malfadado episódio do mensalão desencadeou um vendaval de denúncias envolvendo o partido comandado pelo ex-presidente Lula e aqueles que formam a base de apoio ao seu governo em um rosário interminável de falcatruas, cujo acúmulo de malfeitos resultou na queda de 16 ministros de Estado em menos de dez anos.

Desses, 15 foram exonerados por envolvimento em casos de corrupção. Juntos, o PT e seus sequazes estão muito próximos de tornar o Brasil a maior referência entre os países mais corruptos do planeta.


Em apenas nove anos, o Partido dos Trabalhadores conseguiu transformar o conjunto de políticos notáveis acima de qualquer suspeita que o mantinha em mero ajuntamento de notórios trambiqueiros, abaixo de qualquer moral, que o sustenta.

O PT como ele é.

Mauro Pereira

Via : Augusto Nunes

PESQUISA CNI/Ibope, A PARTE SEM "MARQUETINGUE" : Pesquisa mostra rejeição à política econômica de Dilma

A maioria dos entrevistados pela pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira, 16, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) desaprova as políticas do governo nas áreas de juros, impostos e combate à inflação.

O mesmo ocorre em relação às áreas de educação, saúde e segurança. Na avaliação setorial, o governo tem aprovação positiva apenas no combate à fome, ao desemprego e em ações ligadas ao meio ambiente.

Foram ouvidos 2.002 eleitores em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

Em relação à política de impostos, foram 66% os que disseram desaprovar a atuação do governo na área, enquanto somente 26% aprovam.

Na questão da taxa de juros, são 56% os que desaprovam e 33% os que aprovam.

No combate à inflação, 52% dos entrevistados não concordam com a política do governo e 39% apoiam.

Nas áreas sociais, os indicadores também são ruins.

Para 67% a política de saúde não merece aprovação, contra 30% que concordam.

Na educação, são 51% os que desaprovam e 44% os que aprovam.


Em segurança, a desaprovação é de 60% e a aprovação é de 35%.


O governo tem aprovação setorial de 56% no combate à pobreza contra 39% que desaprovam. São 50% os que concordam com a política de emprego e 45% os contrários. Na área de meio ambiente, 48% apoiam a política do governo e 44% não.

Apesar de alguns números mostrarem análise ruim em alguns setores, a pesquisa traz crescimento da aprovação do governo de forma global.

São 56% os que consideram o governo ótimo ou bom, 72% os que fazem uma boa avaliação pessoal da presidente e 68% os que dizem confiar nela.

A expectativa de 59% dos entrevistados é de que o governo Dilma será ótimo ou bom, 3 pontos porcentuais a mais do índice registrado em setembro.

Estadão

Inflação semanal acelera na 2ª semana de dezembro


A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou na segunda semana de dezembro.


É o que informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao anunciar avanço de 0,72% para o indicador de até 15 de dezembro, acima do IPC-S imediatamente anterior, de até 7 de dezembro ( 0,63%).

Esta foi a maior taxa para o indicador desde a primeira semana de setembro de 2011 (0,74%).

Nesta apuração, cinco das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimos em suas taxas de variação de preços, entre a primeira e a segunda quadrissemana de dezembro.

As acelerações nos preços de Alimentação (de 0,94% para 1,27%) e Transportes (de 0,20% para 0,43%) foram determinantes para a taxa maior do IPC-S, que saltou de 0,63% para 0,72% entre a primeira e a segunda quadrissemana de dezembro.

Em cada uma destas classes de despesa, houve taxas de inflação mais intensas nos preços de carnes bovinas (de 3,95% para 5,10%)
e de gasolina (de 0,16% para 0,72%), respectivamente.

Segundo a FGV, outros três grupos apresentaram inflação mais forte, no período.
É o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,50% para 0,56%),
Despesas Diversas (de 0,45% para 0,47%)
e Educação, Leitura e Recreação (de 0,47% para 0,48%).

Nem todas as classes de despesa aceleraram. Houve taxas de inflação mais fracas nos preços de Habitação (de 0,55% para 0,42%) e de Vestuário (de 1,20% para 1,07%).

Entre os produtos analisados, as mais expressivas elevações de preços na segunda quadrissemana de dezembro foram encontradas em mamão da Amazônia - papaya (38,54%); tarifa de eletricidade residencial (1,32%);
e alcatra (6,13%).

Já as mais expressivas quedas de preço foram registradas em batata-inglesa (-11,68%);
leite tipo longa vida (-1,87%);
e alho (-8,22%).
Alessandra Saraiva, da Agência Estado

Arrecadação no Brasil desacelera : Novembro, R$78,9 bi entraram nos cofres público, a menor taxa de crescimento do ano,

Segundo a Receita Federal, entraram nos cofres públicos R$78,968 bilhões, uma alta de 6,39% frente ao mesmo mês de 2010 - a menor taxa de crescimento do ano e o quarto mês consecutivo em que fica em um dígito.

O Fisco admitiu ontem que manter o ritmo de expansão das receitas em 2012 será um desafio.

- Os indicadores macroeconômicos já não foram tão favoráveis nesse mês (de novembro) - resumiu a secretária-adjunta da Receita Federal Zayda Manatta.

Em relação a outubro, a queda foi de 11,47% nas receitas federais. Isso se deveu principalmente ao pagamento da primeira cota, ou cota única, da apuração trimestral do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no mês anterior.

No acumulado do ano, a arrecadação atingiu R$873,275 bilhões, um aumento, em termos reais (descontada a inflação), de 11,69% frente ao mesmo período de 2010.

Esse resultado, disse o Fisco, foi influenciado pelo fim das desonerações de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis e o recolhimento relativo à CSLL, de R$5,8 bilhões, após o encerramento de ações na esfera judicial.

Segundo Zayda, este mês a arrecadação deverá cair em relação a dezembro de 2010 (R$98,811 bilhões). Ela disse que em 2012 o desafio será manter os níveis de receitas.

No mês passado, a arrecadação de IPI sobre automóveis caiu 26,74% frente a novembro de 2010, como consequência da queda de faturamento do setor.

Eliane Oliveira O Globo

TCU x PETROBRAS ! Superfaturamento: Estatal gastou, pelo menos, US$ 347 milhões a mais do que deveria.

O Tribunal de Contas da União (TCU) fixou prazo de 60 dias para que a Petrobrás tome providências para solucionar problemas de superfaturamento e revisão indevida de 13 contratos para a construção de cinco plataformas de exploração de petróleo na Bacia de Campos, no Rio.

Pelas contas do tribunal, a estatal gastou, pelo menos, US$ 347 milhões a mais do que deveria.


Apesar da proibição de qualquer reajuste de preços nos contratos, os valores acordados entre a Petrobrás e as empresas foram corrigidos para compensar supostas perdas dos parceiros pela valorização do real ante o dólar, conforme afirma o TCU, em documento a que o Estado teve acesso.


A alegação das empresas é de que a obrigação de atender a um porcentual mínimo de conteúdo nacional teria acarretado prejuízo a elas por causa da alta volatilidade do câmbio no período de outubro de 2002 a junho de 2005.

Para o TCU, não houve registro de "variações cambiais imprevisíveis ou onerosidade excessiva por fatos supostamente extraordinários" e concluiu que "não se aplica a teoria da imprevisão e a possibilidade de recomposição do equilíbrio contratual em razão de variações cambiais ocorridas devido a oscilações naturais dos fatores do mercado".

O órgão de controle determinou que a Petrobrás apure todos os valores pagos a título de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, por causa da variação cambial.

Para reaver os valores pagos indevidamente, o TCU estabeleceu que a estatal não pague o que ainda falta ser quitado, para compensar o que pagou a mais.

O tribunal também pede que sejam executadas as garantias dadas pelos prestadores de serviço. Se essas iniciativas não forem suficientes para embolsar os valores, a Petrobrás deve, inclusive, acionar a Justiça.


Plataformas.

O processo envolve a construção das plataformas P-51 e P-52, a conversão de dois navios petrolíferos nas unidades P-50 e P-54 e a adaptação da P-47.

Os casos mais graves são as plataformas P-52 e P-54, cujos valores dos investimentos somam US$ 2 bilhões.

Na P-52, orçada em US$ 1,18 bilhão, o TCU detectou sobrepreço de US$ 195 milhões. No caso da P-54 (US$ 800 milhões), a estatal pagou US$ 152 milhões a mais.

"Não é possível transferir ao Estado os prejuízos decorrentes da variação futura do dólar", diz o TCU em sua decisão, citando que a empresa poderia ter feito operação de hedge, espécie de seguro que várias empresas do mercado fazem para se prevenir de oscilações cambiais.

O TCU constatou também que a Petrobrás reajustou os contratos levando em conta o aumento do preço do aço em razão do aumento da demanda da indústria naval, por exemplo. Por isso, classifica as alterações como "superfaturamento".

Procurada, a Petrobrás informou que ainda não foi notificada sobre o acórdão do TCU. "Na última sessão de julgamento do TCU, estava em pauta o processo que se refere apenas aos contratos de construção das plataformas P-52 e P-54.


A retenção cautelar de pagamentos determinada pelo Tribunal, ao longo do processo, foi devidamente cumprida pela Petrobrás.

"
A estatal destacou ainda que a entrada em operação das referidas plataformas contribuiu "para a manutenção da autossuficiência brasileira em petróleo".

KARLA MENDES O Estado de S. Paulo