"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 02, 2013

Uma palavra e 27 segundos para a inflação

Dilma Rousseff ocupou ontem 11 minutos e 46 segundos de rede nacional de rádio e televisão. 
Em meio a uma penca de temas, nem sempre conexos, dedicou exatos 27 segundos a falar do assunto que mais interessa ao país hoje: 
a estabilidade da moeda e o controle da inflação.

A desproporção ilustra as reais preocupações do governo petista com a carestia.

Supostamente dedicada ao Dia do Trabalho, a fala da presidente juntou assuntos tão díspares quanto educação, royalties de petróleo, geração de emprego e - até mesmo - inflação.
Mais serena que das outras vezes, nem por isso perdeu seu costumeiro tom eleitoral, a ponto de Dilma terminar seu pronunciamento com quatro frases seguidas em exclamação, sobre pomposa trilha sonora.

Foi o 13° pronunciamento da presidente em rede nacional. Dilma já conseguiu tornar-se mais loquaz que seu antecessor: 
Lula precisou de cinco anos para alcançar o mesmo número que a presidente alcançou em menos de dois anos e meio, segundo levantamento publicado hoje por O Globo.

Mas o que interessa aqui é avaliar como a presidente, e, consequentemente, seu governo, enxerga o problema da inflação no país.
A palavra foi usada apenas uma única vez no seu discurso de ontem, em meio a outros 1.428 vocábulos. O tema é tratado em apenas um dos 29 parágrafos redigidos por João Santana para Dilma recitar no rádio e na TV.

Eis a frase única:
"É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que pensa desta maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável, permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política econômica, que têm por base o crescimento sustentado e a estabilidade."

Nenhuma palavra mais foi dita a respeito. 
Por que será? 
Porque, assim como o PT, a presidente baseia sua visão sobre inflação numa crença fajuta: 
vale trocar um pouco de aumento nos preços por um tantinho mais de crescimento.

No Brasil de Dilma, acontece uma coisa, mas não acontece a outra:
nossa inflação é alta, mas nosso crescimento é baixinho.
A inflação brasileira está bem acima da média mundial. 

Enquanto as previsões mais otimistas esperam algo em torno de 5,7% para este ano, as economias avançadas devem ter inflação de apenas 1,6%, segundo o FMI.
  
O avanço da nossa economia, porém, tem sido bem menor. 
Na América Latina, depois de perdermos para todos os países exceto o Paraguai em 2012, neste ano só ganharemos da Venezuela, segundo a Cepal.

Mesmo assim, Dilma preserva uma visão míope do problema, que externara com todas as letras em março, na África do Sul: "Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico. Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença é complicado, é uma política superada".


A presidente não cumprirá a meta de inflação em nenhum dos quatro anos de seu mandato.

Na semana passada, o coro engrossou quando Fernando Pimentel disse que o Brasil tem uma "inflação de base" de 5% a 6%, dando a entender que, com os petistas, dificilmente a taxa cairá abaixo disso e que o PT não vai fazer o menor esforço para tanto.


O ministro do Desenvolvimento fala com base na experiência:
 na era petista, a média de inflação no Brasil foi de 5,8%.

Em março, a inflação superou o teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, chegando a 6,59%. Em abril e maio, o índice deve arrefecer um pouquinho por razões estatísticas, pela ajuda da safra agrícola recorde e pelo recuo de preços internacionais, principalmente das commodities.

Em junho, porém, a taxa deve voltar a subir e novamente furar o teto.
Será uma boa ocasião para discutir uma mudança importante no tratamento do problema no país:
no fim do semestre chegará a hora de o CMN - integrado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central - estipular a meta de inflação que valerá para 2015, ou seja, para o primeiro ano do próximo governo.

Se o governo do PT, de fato, tiver algum compromisso com o controle da escalada dos preços, será um bom momento para o país passar a perseguir, progressivamente, patamares mais baixos de inflação, e não continuar flertando perigosamente com o teto de uma meta que se tornou fictícia.

A meta para 2015 poderia ser mais baixa que os 4,5% que vigoram no país desde 2005. Nosso patamar atual é alto sob quaisquer ângulos que se analise: entre 29 países que adotam regimes como o brasileiro, apenas Gana e Turquia têm hoje metas superiores à nossa. 
 
Convenhamos, não deveriam ser os melhores modelos para o Brasil...

Como quem reconquistou a estabilidade da nossa moeda, a oposição sabe como é importante garantir que o país não perca esta conquista, o que penaliza, sobretudo, os mais pobres. Contra a inflação, tolerância zero.

 
Esta convicção, infelizmente, tem faltado ao governo da presidente Dilma Rousseff, como, mais uma vez, ficou claro no seu pronunciamento de ontem.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Uma palavra e 27 segundos para a inflação

ENQUANTO ISSO... NO DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 COM A "CAXIROLA" NA REELEIÇÃO III : Balança comercial fecha abril com déficit de quase US$ 1 bi. É o pior resultado para o mês desde que esse dado começou a ser coletado; déficit do ano é de US$ 6,1 bi

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Depois de registrar um leve superávit em março, a balança comercial brasileira voltou a registrar déficit em abril. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o déficit ficou em US$ 994 milhões, o pior resultado da história para o mês.

As exportações somaram US$ 20,632 bilhões e as importações, US$ 21,626 bilhões - os dois resultados são recordes para o mês de abril.

De janeiro a abril, as importações brasileiras registraram recorde histórico ao somarem US$ 77,618 bilhões. Pela média diária, de US$ 946,6 milhões, o crescimento é de 10,1% em relação ao mesmo período de 2012.

Por outro lado, as exportações apresentam valor de US$ 71,468 bilhões, com média diária de US$ 871,6 milhões, o que significa uma queda de 3,1% na comparação com a média diário do primeiro quadrimestre do ano passado.

No mesmo período, a balança está deficitária em US$ 6,150 bilhões, valor que também para os quatro primeiros meses do ano.

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, afirmou que a balança comercial brasileira deve registrar, em maio, um superávit, mostrando uma reversão ante o quadro de abril.

"Nossa expectativa é de ter superávit na balança comercial em maio e seguimos com a expectativa de ter um ano com saldo positivo na balança", afirmou Tatiana ao comentar os dados de abril.

Ela destacou que, embora haja um déficit superior a US$ 6 bilhões até abril, no acumulado em 12 meses, a balança ainda registra um superávit de quase US$ 10 bilhões.

Na quarta semana de abril, cujos dados só foram divulgados hoje, houve um superávit de US$ 322 milhões, com vendas externas de US$ 4,794 bilhões e importações de US$ 4,472 bilhões. Na quinta semana do mês, o superávit foi de apenas US$ 23 milhões, resultado de exportações de US$ 1,698 bilhão e compras de US$ 1,675 bilhão.

Em janeiro deste ano, o déficit comercial foi de US$ 4,039 bilhões. Em fevereiro, o saldo foi negativo em US$ 1,278 bilhão. Em março, apresentou um resultado positivo de apenas US$ 161 milhões.

Petrobrás. Tatiana informou que ainda falta ser registrado US$ 1 bilhão em operações de importações de petróleo e derivados realizadas pela Petrobras em 2012. De Janeiro a abril, houve o registro de US$ 3,5 bilhões, que impulsionou os números de 2013. Em abril, foram US$ 847 milhões, segundo a secretária.

Ela, no entanto, disse que mais explicações deveriam ser dadas pela Petrobras e pela Receita Federal. O prazo para registro pelo Petrobras é de 50 dias após o desembaraço da mercadoria, o que já foi superado. "Esclarecimentos sobre questões operacionais do registro devem ser dados pela Petrobras e Receita", disse. 


Renata Veríssimo, da Agência Estado

ENQUANTO ISSO... NO DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 COM A "CAXIROLA" NA REELEIÇÃO II : Déficit de competência

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As estropiadas contas do governo continuam ladeira abaixo, afetadas severamente pela crise cada vez mais grave - não a internacional, mas a crise de seriedade e competência da administração federal brasileira.
Os resultados de março e o acumulado no ano foram os piores para o mês e para o trimestre desde 2010.

Ao divulgar os últimos números do setor público consolidado, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, recorreu a uma explicação generosa. Segundo ele, a arrecadação mais fraca reflete principalmente dois fatores.

O primeiro é a redução de impostos e contribuições concedida a setores selecionados. O segundo é a defasagem entre a recuperação da atividade e a melhora da receita.

A referência à desoneração de tributos poderia tornar o cenário menos feio, se a renúncia fiscal, superior a R$ 40 bilhões em 2012, tivesse produzido algum benefício significativo. Mas o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu só 0,9% e o investimento produtivo encolheu 4% no ano passado.

De janeiro a março, o superávit primário, a economia destinada ao pagamento de juros, ficou em 2,72% do PIB. Um ano antes, havia chegado a 4,45%. O acumulado em 12 meses diminuiu de 2,46% em janeiro para 2,16% em fevereiro e 1,99% no mês seguinte.

A meta oficial, de 3,1%, já está praticamente descartada, porque o governo deverá descontar, segundo anunciou, as desonerações e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Há um vínculo entre a piora das contas públicas e o baixo ritmo de crescimento da economia, mas a relação é muito diferente daquela apontada por funcionários do governo. São fenômenos irmãos, porque um e outro resultam de erros da política econômica.

A presidente Dilma Rousseff aponta o corte dos juros como grande realização. No primeiro trimestre de 2011, antes da redução, o governo central gastou com juros o equivalente a 4,25% do PIB. De janeiro a março do ano passado, 4,86%. No primeiro trimestre deste ano, 4,24%. Onde está o ganho?

Quando se adicionam os juros ao resultado primário, chega-se ao resultado global. Um buraco de 2,79% do PIB foi o saldo geral do setor público no primeiro trimestre deste ano, maior que o de um ano antes (1,26%) e que o de janeiro a março de 2011 (2,05%).

Juros altos, como se comprovou, estão longe de ser, ao contrário das alegações do governo, o grande problema das finanças públicas brasileiras. Os defensores da tese governista menosprezam ou desconhecem alguns fatos simples e importantes.

A política fiscal tem sido ex-pansionista, como lembrou mais uma vez o economista Túlio Maciel, do Banco Central Além disso, o governo tem continuado a endividar-se. A dívida bruta cresceu 12,5% em 12 meses.

Números do governo central, divulgados no dia anterior, haviam mais uma vez comprovado a expansão dos gastos. De janeiro a março, a receita total foi 3,9% maior que a de um ano antes, enquanto a despesa foi 11,5% superior à de janeiro a março de 2012.

A Previdência arrecadou 8,8% mais que nos primeiros três meses do ano passado, mas gastou com benefícios 14,3% mais que em igual período de um ano antes.

O aumento do investimento em relação ao primeiro trimestre do ano passado ficou em 74%, enquanto as despesas totais do Tesouro aumentaram 9,7%. A elevação do dispêndio, portanto, foi puxada principalmente pelo custeio.

Além disso, boa parte do valor contabilizado como investimento corresponde a desembolsos para programas habitacionais.

Mesmo com alguma reativação econômica, o estado geral das contas públicas deverá continuar precário. A gastança e as desonerações - até agora mal planejadas e com resultados quase nulos para a economia -devem continuar, segundo informou o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

É fácil prever o resultado.
O potencial de crescimento continuará muito limitado e as finanças públicas serão sacrificadas por incompetência e demagogia eleitoreira.
 
 
O Estado de São Paulo

ENQUANTO ISSO... NO DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 COM A "CAXIROLA" NA REELEIÇÃO : BRASIL PERDE ESPAÇO EM SEUS MAIORES MERCADOS

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A desaceleração ou a falta de recuperação dos mercados externos não é a única explicação para o fraco desempenho das exportações brasileiras, que caíram 7,7% no primeiro trimestre, ante igual período de 2012.

Uma comparação entre a evolução da importação dos destinos mais importantes para o Brasil e a da exportação brasileira para os mesmos locais mostra que os produtos do país perderam fatia de mercado.

Segundo analistas, o quadro resulta da alta dependência da pauta brasileira de exportação em relação às commodities e da falta de competitividade da indústria doméstica no mercado internacional.

Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), a China aumentou as suas importações em 8,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. 
 
A exportação brasileira para o país asiático, porém, teve queda de 2,2%.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e responde por 15% das exportações do país.

Na Argentina, a importação total no trimestre aumentou 5%, enquanto as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 10,4%.

Para o Chile, a tendência é a mesma e os números são parecidos: enquanto a importação total chilena cresceu 6,3%, a exportação brasileira para o país caiu 11,7%.

Para os Estados Unidos e União Europeia, há dados disponíveis somente até o primeiro bimestre. De janeiro a fevereiro, a importação americana total ficou estável, com crescimento de 0,14%.

A exportação brasileira para os americanos, porém, caiu 25%.
No mesmo período as importações da União Europeia originadas de países de fora do bloco caíram 2,6%. Os embarques brasileiros para a zona do euro também tiveram queda, mas muito mais alta, de 9,7%.

"Há o fraco desempenho da economia internacional. Mas a diferença nas variações mostra que o Brasil está perdendo fatia de mercado", diz Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior.  
 
Para alguns países, como China, por exemplo, a evolução pode ser explicada pela alta de preços e demanda de commodities, os principais produtos que o Brasil exporta para o país asiático.

"Para os Estados Unidos há a representatividade do petróleo. E para os manufaturados, há a falta de competitividade da indústria brasileira para exportar. Mas de qualquer forma, em todos esses casos, o Brasil está perdendo mercado."

Em relação à China, um dos grandes problemas é a alta concentração da pauta exportadora brasileira. Juntos, minério de ferro, petróleo e soja representaram no primeiro trimestre 79% do valor total embarcado pelo Brasil rumo ao país asiático.

A alta de preços foi um dos principais componentes que elevaram o valor da exportação brasileira até 2011 e esse componente não promete ajudar muito neste ano.

O preço da soja está abaixo do que havia sido estimado para o mês de abril e o preço do minério de ferro também não deve, segundo economistas, subir muito em 2013. 
 
 Com dependência dessas commodities na pauta exportadora, diz Barral, há poucas alternativa para compensar a perda com a venda de outros itens para a China que, mesmo tendo desacelerado mais do que se imaginava, elevou as importações durante o primeiro trimestre.

A exportação para os Estados Unidos tem problema parecido. O petróleo responde por 20% da pauta de exportação do Brasil para os americanos e as vendas do óleo bruto caíram em razão da alta demanda do mercado doméstico e da falta de capacidade de elevação da produção interna.

Somente em março, os embarques totais de petróleo em bruto do Brasil caíram 33% na média diária em relação ao mesmo mês do ano passado.

O desempenho do embarque de petróleo contribuiu para a queda de 20% nas vendas do Brasil aos americanos no primeiro trimestre. De novo, a falta de diversidade da pauta exportadora dificulta a reação dos embarques.

Rumo aos países da União Europeia, a exportação brasileira sofre com os preços das commodities e com a falta de reação dos manufaturados.

Para o grupo dos produtos industrializados, diz Julio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica, o grande problema é a falta de competitividade da indústria de transformação brasileira.

Até 2008, lembra ele, a economia internacional estava em crescimento e havia espaço para todos. No mercado pós-crise, porém, a concorrência aumentou com a superoferta resultante da desaceleração da economia mundial.

Esse novo ambiente, diz Barral, fez diversos países adotarem estratégias mais agressivas para aumentar a competitividade.

"O Brasil, porém, ficou para trás. Temos apenas o Reintegra, que é uma medida sem continuidade e é mera compensação para o tributo acumulado na cadeia produtiva", diz ele, referindo-se ao incentivo fiscal que concede crédito equivalente a 3% do valor exportado.

O alto custo interno, diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências, está tirando o Brasil do processo de produção global.

"E o câmbio já não é mais capaz de explicar o problema da competitividade do produto brasileiro", diz ele, lembrando que, apesar da perda de fatia do Brasil no mercado mundial, o nível cambial atual é mais vantajoso à exportação que o do início do ano passado.

Tradicional comprador de manufaturados brasileiros, a Argentina é um caso emblemático da dificuldade para exportar da indústria doméstica. Cerca de 90% do que o Brasil exporta para a Argentina é de manufaturados.

As restrições colocadas pelo país vizinho para as importações foram parte da explicação para a queda de 20,8% nos embarques brasileiros aos argentinos em 2012, quando a exportação total brasileira caiu 5,3%.

Os números do primeiro trimestre mostram, porém, que as importações totais feitas pela Argentina cresceram 5%. "A oportunidade tem sido aproveitada por países como China e Vietnã, mas não pelo Brasil", diz Barral.
Marta Watanabe | De São Paulo Valor Econômico

Fazer oposição corajosa é preciso.

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Ontem Dilma bradou os velhos números mentirosos do PT.

Falta à oposição confrontar estes números com eles mesmos, não contra o passado, contra aquele tal legado que só serve para bajular o FHC.

Por exemplo:

Dilma afirma que o PT gerou 19,3 milhões de empregos em 10 anos. Ora, a população aumentou em 18 milhões de habitantes neste período.
Fazendo uma conta que o povo entende - e tucano tem que aprender a falar com o povo - , o saldo do PT é de 1,3 milhão de empregos acima do crescimento populacional, em uma década.
Ou seja:
o saldo positivo é de 130 mil empregos por ano, o que é uma miséria.

Por falar em miséria, Dilma subiu a voz para dizer que o PT tirou 36 milhões de brasileiros da miséria. Engraçado que este número é praticamente o de beneficiados da Bolsa Família.
Pouco menos, pouco mais.

Sabem qual é o benefício médio da Bolsa? 
R$ 96 mensais.

Somando-se a isso os R$ 140 que é o máximo de renda familiar que a casa pode ter para ser aceita no programa, não dá para comprar uma cesta básica por mês, pois o menor custo de cesta básica do país, o de Aracaju, é de R$ 245.

Conclusão: 

na média, o beneficiário da Bolsa Família tem renda apenas para, mal e porcamente, comer. Dilma tem toda a razão em dizer que dá para fazer mais. Ela e o PT fizeram muito pouco, quando se olha os números com lupa.

Por fim, se para receber o Bolsa Família, a família não pode ter uma renda maior do que R$ 140, obviamente que nem marido e nem mulher tem emprego, na casa beneficiada. Nem formal, nem informal.

Como existem cerca de 15 milhões de famílias beneficiadas pelo programa, podemos considerar que, tirando-se um enorme número de viúvas e viúvos, separados, divorciados e desquitados, no mínimo 25 milhões de adultos estão desempregados no país, vivendo exclusivamente da Bolsa Família e de pequenos bicos. 

Na verdade, a Dilma pode dizer, também, que tirou destas pessoas a oportunidade de ter um emprego. O que é, para ela, um lucro e tanto, pois pode ostentar números baixíssimos de desemprego.

Está na hora da oposição levar o país a sério e fazer uma auditoria nos números do PT.

Nós estamos vivendo num Brasil de mentira, onde ela é repetida tantas vezes, sem contraditório, que fica parecendo verdade. Vejam, por exemplo, que com tudo o que o PT diz que fez, a posição do país só piora nos rankings internacionais.

É a prova cabal de que algo de muito podre existe na numerologia do PT. A oposição precisa trabalhar mais. Precisa ser proativa e ter mais coragem para debater. Usem as prefeituras tucanas e façam um censo nos programas sociais. Comprem pesquisas sérias.

Botem aquele instituto que leva 20% do dinheiro do partido a trabalhar. Usem o dinheiro do fundo partidário a favor do país. Aprendam a fazer oposição. 

Transcrito/editado do original em :
 Coroneleaks