"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 29, 2014

SOB A GESTÃO DA GERENTONA "RIGOROSA" FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA... COMO NUNCA ANTES NA "ISTÓRIA" DESTE PAÍS! SE GRITAR PEGA LADRÃO NÃO FICA UM MEU IRMÃO : Empresa recebeu informações sigilosas da Petrobrás

Relatório da estatal revela que suspeito de pagar propina a funcionários repassou documentos ao comando da SBM Offshore

Conforme relatório de investigação da Petrobrás sobre o caso, obtido pelo Estado, em 10 de junho de 2009 Faerman enviou para o diretor da SBM Michael Wyllie um e-mail com o conteúdo de documento interno que solicitava à Diretoria Executiva da Petrobrás autorização para contratar serviços na unidade de liquefação de gás natural embarcada (GNLE) em dois blocos do Pré-Sal na Bacia de Santos.

Em outro e-mail, intitulado "Confidencial", de 28 de outubro de 2010, 
aerman informou a Francis Blanchelande, chefe da área operacional da SBM, decisão da Diretoria Executiva de contratar uma embarcação da empresa McDermott. Na mensagem, anexou um documento interno da área de Exploração e Produção de Petróleo da Petrobrás, responsável pelos contratos de afretamento.

Em 18 de abril de 2011, o executivo Jean-Philippe Laures enviou ao CEO da SBM, Tony Mace, e outros dois altos funcionários da empresa o Plano Diretor do Pré-Sal, aprovado pela Diretoria Executiva da empresa havia um mês.

As trocas de mensagens foram selecionadas pela SBM e apresenta
das à comissão destacada pela Petrobrás para investigar as denúncias de suborno. No relatório final dos trabalhos, a estatal registra a existência de "informações confidenciais" entre documentos internos da SBM, "ainda que não haja evidências de que tenham sido obtidas por meio de pagamentos a empregados da Petrobrás".

"Não foi possível identificar o responsável por fornecer informações contidas nos documentos internos", concluiu a equipe. Embora seja o autor de alguns dos e-mails, em depoimento, Faerman disse não saber como documentos confidenciais da estatal poderiam estar na SBM e negou que passava à empresa informações privilegiadas obtidas na Petrobrás.

Funcionários da SBM, que também abriu investigação sobre as denúncias, descreveram Faerman como um representante que tinha contatos "high level" (de alto nível) à equipe de investigação da Petrobrás. Entre os diretores mais procurados, constam José Antônio de Figueiredo, de Engenharia, Tecnologia e Materiais; e Renato de Souza Duque, que chefiou a área de Serviços até abril de 2012. Este último foi visitado ao menos 30 vezes por representantes da SBM entre 2005 e 2011, embora tenha relatado, em entrevista, a "baixa frequência dos contatos". "(Duque) Informou que recebia muitas visitas de empresas, mas que da SBM foram poucas", diz relatório da estatal.

Procurada, a SBM não se pronunciou sobre o vazamento de informações da Petrobrás. À equipe da estatal, relatou ter detectado "red flags" (bandeiras vermelhas) nos negócios de Faerman, a exemplo dos valores altos pagos, a título de "comissões" pela obtenção de contratos, às empresas dele no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Contudo, informou não ter encontrado prova de suborno na companhia petrolífera brasileira. O Estado não localizou Faerman ou seus representantes neste domingo.


FÁBIO FABRINI E FÁBIO BRANDT - O ESTADO DE S. PAULO

COPA DAS COPAS : Brancos e ricos são maioria na torcida do Brasil no Mineirão, diz Datafolha. E A PERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO "GUVERNU" DA TÍTERE


Pesquisa do Datafolha com torcedores que compareceram no sábado (28) ao jogo do Brasil contra o Chile, em Belo Horizonte, confirma a percepção de que quem frequenta os estádios da Copa do Mundo é a "elite branca". Entre os 693 entrevistados nos acessos à arena, 67% se declaram brancos e 90% pertencem às classes A ou B.

Os percentuais contrastam com o perfil da população brasileira, cuja maior parcela (41%) se declara parda no levantamento no estádio, são 24%. E o índice de autodeclarados pretos no jogo (6%) é menos da metade da população em geral, de 15%. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos. 


O Datafolha também mediu a percepção em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e constatou que ela é pior do que na média da população. 
Quem acompanhou de perto à partida do Mundial considera a gestão ruim ou péssima (55%). É quase o dobro do aferido em pesquisa realizada no início do mês entre os brasileiros, em que 38% classificaram o governo como regular e 33% como ótimo ou bom. 

Mas a má avaliação do governo federal não significa apoio aos xingamentos que a presidente recebeu no jogo de abertura do Mundial, em São Paulo: 
61% dizem não concordar com a atitude dos "yellow blocs". 
O clima de Copa do Mundo também pode ter mexido com o orgulho nacional: 
91% dizem ter mais orgulho que vergonha de ser brasileiro, ante 77% dos participantes de levantamento nacional realizado no início de maio.

MAIS ESCOLARIZADOS 

O torcedor que foi ao estádio é bastante escolarizado –86% têm ensino superior, ante uma média de 16% da população brasileira. E também é mais jovem que a média da população (34 anos, ante 42). O sexo masculino predomina: de cada 4 torcedores, 3 são homens. 

A classe média brasileira, que ascendeu na era Lula (PT), está muito pouco representada no estádio. Só 9% dos torcedores são da classe C, enquanto na população essa estrato é maior (49%). A classe B era a mais presente no estádio (61%), seguida pela classe A (29%). Quase 9 em cada 10 torcedores brasileiros da partida Brasil x Chile integram a chamada população economicamente ativa (PEA): 
48% são assalariados e 13% são empresários. Há ainda 10% de funcionários públicos. 
Dentre os 12% que não são ativos economicamente, 8% são estudantes.
Comparando com dados demográficos do DNA Paulistano, o torcedor desta Copa se assemelha a um morador de bairros nobres da capital paulista, como Moema (zona sul) ou Jardim Paulistano (zona oeste) em termos de renda e classe econômica. Mas é ainda mais escolarizado e também mais diversificado etnicamente. Negros e pardos são menos de 15% nesses bairros, metade do que se viu no estádio.

TORCIDA REGIONAL 

Com jogo no Mineirão, praticamente metade dos torcedores era mineira. Um em cada quatro eram de São Paulo e 9% eram do Rio. Cruzeiro e Atlético-MG dominam a preferência dos torcedores que foram ao estádio. Na pesquisa do Datafolha, 22% se declararam cruzeirenses e 18%, atleticanos. Maiores torcidas do país, Flamengo e Corinthians vêm atrás, com 12% cada um.

MARIANA BARBOSA 
DE SÃO PAULO

O SOFISMA DA EMBUSTEIRA DESAVERGONHADA OU: As 'convicções' DA TÍTERE


Amanhã, último dia estabelecido pela legislação eleitoral para a realização de convenções partidárias destinadas a definir candidatos e deliberar sobre coligações para o pleito de 5 de outubro, estará se encerrando a mais despudorada temporada de compra e venda de minutos e segundos da propaganda eleitoral gratuita, que estará no ar a partir de 19 de agosto, jamais registrada neste país. 

E à afronta à Nação representada por esse vergonhoso espetáculo soma-se o cinismo de quem tem a responsabilidade maior de zelar pela seriedade na vida pública: 
"A política que aprendi a praticar ao longo da minha vida desde a minha juventude, que me levou inclusive à prisão, implica em construir relações que sejam baseadas não em conveniências, mas em convicções".

Dilma Rousseff permitiu-se esse cínico rompante ao discursar na convenção nacional do PSD que na quarta-feira selou o apoio à sua reeleição. Não explicou a quais "convicções" se referia, mas recomendou a todos que não aceitassem "provocações que buscam baixar o nível do debate, que buscam acirrar o antagonismo". E não deixou de se gabar das "transformações rápidas e profundas" realizadas por seu governo, garantia, no futuro, de "um ciclo ainda mais rápido e duradouro de mudanças".

Esqueceu-se, apenas, de que a divisão da Nação entre "eles" e "nós" e as campanhas de difamação dos adversários fazem parte da obra política do lulopetismo. Esqueceu-se, ainda, de que seu governo é um continuado desastre econômico-financeiro, ditado por atrasada ideologia.
Poucas horas antes, Dilma havia promovido uma transformação rápida e profunda em seu governo ao trocar o titular do Ministério dos Transportes, feudo do PR, por imposição de um aliado importante, o chefão de fato daquele partido, o mensaleiro Valdemar Costa Neto, que enviara seu ultimato diretamente do presídio da Papuda. O ministro defenestrado, César Borges, também é do PR, mas o sentenciado Costa Neto decidiu trocá-lo por entender que ele "não ajudava" o PR. 
É assim que Dilma governa.


Tanta "convicção" que marcou esses recentes movimentos da campanha eleitoral é o resultado de reunião de que Dilma participou na noite de terça-feira sob o comando de seu criador, com a indispensável presença do marqueteiro oficial do PT. Ouviu e cumpriu a ordem de Lula de que não é hora de contrariar aliados.

Convém repetir o que tem sido reiteradamente afirmado neste espaço: 
Lula e os petistas não inventaram o fisiologismo político, o toma lá dá cá na composição da base de apoio parlamentar ao governo, o aparelhamento partidário que compromete a eficiência da máquina governamental e tantas outras mazelas que corrompem a vida pública no Brasil.

 Na verdade, por mais de 20 anos Lula e o PT rangeram os dentes contra esses vícios, prometeram mudar "tudo isso que está aí". Em 2003 chegaram finalmente ao poder e concluíram - aliás, muito rapidamente, como prova o mensalão - que "é impossível" governar sem o apoio dos "picaretas" que, como Lula denunciara dez anos antes, infestam o Congresso. Deu no que deu.


Esse raciocínio da "impossibilidade" só faz sentido quando o pragmatismo se torna um valor fundamental. Os petistas que hoje argumentam que os fins justificam os meios - e por isso podem cultivar a incoerência e o desmando - não consideram que o fim da política é o bem comum. Seu objetivo é a manutenção do poder - e a qualquer custo, material ou moral. Mas isso tem consequências.

Em decorrência do aprimoramento das ancestrais práticas de fisiologismo político a que o PT se vem diligentemente dedicando, a falta de pudor e de coerência, a mistificação, o populismo mais rasteiro, o apego às "boquinhas", tudo, enfim, que há de mais condenável na vida pública ameaça hoje gangrenar irremediavelmente o tecido político do País, tornando o ato fundamental da cidadania, o de votar, cada vez mais um penoso exercício de escolha do menos pior.

Não se pode esperar que Lula & Cia., inebriados com as delícias do poder, reneguem seu ethos. Mas a presidente de todos os brasileiros - que diz ter "convicções" - poderia pelo menos nos poupar do cínico espetáculo que acabamos de presenciar.

O Estado de São Paulo
As 'convicções' de Dilma