"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 28, 2011

PARA ATENDER DEMANDA, PETROBRAS ADMITE IMPORTAÇÃO DE GASOLINA


O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, admitiu que a empresa vai ter que importar gasolina este ano para atender ao crescimento da demanda interna, independente da esperada redução da mistura de 25% de etanol anidro.

A expectativa era de que a companhia tivesse que voltar a importar o combustível caso fosse confirmada a intenção anunciada pelo governo de antecipar a redução da mistura no período de entressafra para setembro ou outubro deste ano, por causa da quebra de safra de cana-de-açúcar.


Segundo Gabrielli, houve um crescimento acima do esperado da demanda por gasolina este ano.

"Os carros importados não são flexíveis e não utilizam etanol", disse.


Gabrielli confirmou que haverá um déficit na balança comercial de derivados não somente este ano, mas durante os próximos anos, até 2015.
"A capacidade da oferta está com gargalos que só serão sanados com a entrada em operação de novas refinarias", disse.


Este ano, por conta da migração de consumidores de etanol para a gasolina durante a entressafra da cana-de-açúcar, a empresa teve de importar 1,5 milhão de barris do combustível em abril e 1 milhão em maio.

O volume total equivale a três dias de consumo no País. No ano passado, a importação atingiu 3 milhões de barris.


Preço da gasolina.
Gabrielli já havia citado o aumento da demanda como justificativa para um possível aumento da gasolina. Depois de falar sobre o assunto em entrevista à TV Globo, ele desconversou e não informou quando isso poderá acontecer.

Mudança de plano de saúde sem nova carência vale a partir de hoje

Usuários de planos de saúde podem, a partir de hoje, mudar de operadora sem ter de cumprir um novo prazo de carência.

A medida vale para cliente de plano individual, familiar e coletivo por adesão (contratado por meio de conselho profissional, entidade de classe, sindicatos ou federações).

Os usuários de planos empresariais, aqueles contratados pelas empresas para seus funcionários, estão de fora.


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estima que mais de 13 milhões de pessoas foram englobadas pela nova medida. Para fazer a troca de plano sem nova carência, o usuário precisa estar com as mensalidades em dia. A portabilidade deve ser feita para um pacote de serviços de igual valor ou mais barato.

A agência reguladora disponibiliza um guia que cruza dados e compara mais de 5 mil planos de 1.400 operadoras do mercado como forma de ajudar o consumidor que deseja mudar de plano. O guia pode ser encontrado no endereço eletrônico www.ans.gov.br.

As operadoras tiveram 90 dias para se adaptar à nova norma. Quem descumpri-la pode sofrer penalidades, como pagamento de multa.

Veja abaixo as principais mudanças para a troca de plano de saúde sem carência:

- A abrangência de cobertura do plano não atrapalha a mudança. O usuário pode sair de um plano com cobertura municipal, por exemplo, e ir para um de abrangência estadual ou nacional.

- A partir da data em que o contrato tiver sido firmado, o usuário têm quatro meses para fazer a troca. Antes, eram dois meses.

- A permanência mínima caiu de dois anos para um, a partir da segunda portabilidade.

- As operadoras devem informar aos clientes a data inicial e final para solicitar a mudança por meio do boleto de pagamento ou carta enviada aos titulares.

- O usuário de plano individual pode trocar para um plano individual ou coletivo por adesão. Quem tem plano coletivo por adesão pode ir para outro do mesmo tipo ou individual.

- Cliente de plano que está sob intervenção da ANS ou em crise financeira e aquele que perdeu direito ao plano por causa de morte do titular tem direito à portabilidade especial. Nestes casos, a mudança não está condicionada ao mês de aniversário do contrato nem é exigida permanência mínima.

- Os usuários têm 60 dias para fazer a troca a partir da publicação de ato da diretoria da ANS (quando se tratar de plano sob intervenção ou em processo de falência) ou fim do contrato (demais situações).


INCERTEZA PERSISTE, MAS DÓLAR SUBIU ONTEM NO MUNDO TODO

Ontem, o dólar subiu no Brasil e no mundo, apesar de as incertezas em relação à economia americana persistirem.

Por aqui, tínhamos um motivo para isso:
as medidas cambiais anunciadas pelo Ministério da Fazenda para conter a queda excessiva da moeda americana e aumentar a transparência das operações de derivativos (mercado futuro de dólar).


O gráfico abaixo mostra a valorização de ontem do dólar em relação a várias outras moedas, como coroa sueca, euro, libra, peso mexicano, ien.
Deu a louca no mundo das moedas.

O Globo

CÂMBIO : BARULHO EM EXCESSO


Especialista em câmbio e sócio da Tendências Consultoria, Nathan Blanche diz que as medidas anunciadas no câmbio não mudam a trajetória do real.
Ele teme a insegurança gerada pela intervenção e diz que especuladores são minoria nos mercados futuros.


Qual a avaliação do senhor sobre as medidas no câmbio?

NATHAN BLANCHE:
Houve muito barulho e pouca eficiência. O governo tenta mais uma vez controlar algo que é incontrolável. Por trás da queda do dólar, existe uma realidade de crise em mercados relevantes, com o americano e europeu, onde as moedas estão desvalorizadas.

E a economia brasileira precisa da poupança externa para financiar seu forte crescimento, o que implica nesse fluxo de entrada de capitais.

Eu não vejo como o Banco Central e o Ministério da Fazenda podem evitar a queda do dólar sem provocar um grande desastre, uma intervenção irresponsável, que levaria a uma quebra no crédito ao Brasil.
E, nesse caso, o câmbio subiria para algo como R$3, R$4.


Mas o governo defende que a medida é para conter especuladores...

BLANCHE:
Eu tenho um ditado que diz que quem chama os agentes dos mercados de derivativos e futuros de especuladores é porque não tem nenhuma noção da importância da segurança que esse mercado oferece.
Pode ser o mercado de banana, laranja, café ou dólar.

Tem, é verdade, sempre alguém que especula sobre os preços para ganhar dinheiro. Mas esse especulador é uma minoria. A maior parte dos agentes é responsável e quer apenas garantir a segurança de sua operação de crédito, de financiamento.


O Conselho Monetário Nacional passa a poder mexer nas regras de derivativos. Preocupa?

BLANCHE:
É o que me deixa apreensivo.
A legislação do mercado cambial brasileiro tem fragilidades que permitem esse tipo de intervenção do governo. Houve uma consolidação do regime de câmbio flutuante dos anos 90 para cá, mas em termos de lei ainda causa insegurança.

Mas nada de muito dramático aconteceu até agora e o mercado tem encontrado caminhos para trazer dólares.

O Globo