"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 07, 2010

NESSA GENTE NÃO SE PODE CONFIAR, JÁ TIVERAM SEU MOMENTO DE "GLÓRIA ".CHEGA! E CINCO VERDADES!

PETROBRÁS DEVE ENCERRAR 2010 SEM CUMPRIR META DE PRODUÇÃO PELO SEXTO ANO CONSECUTIVO

A Petrobrás deve encerrar 2010 sem cumprir sua meta de produção pelo sexto ano consecutivo.

Segundo admitiu ontem o gerente de Exploração e Produção da estatal, José Antônio de Figueiredo, a produção média diária deve encerrar o ano entre 2% e 3% abaixo dos 2,1 milhões de barris, volume previsto no seu plano de investimentos 2010-2014.

Em agosto, a empresa teve média diária de 2,022 milhões de barris e não há novas plataformas entrando em operação até o fim do ano, que sejam capazes de elevar a média anual na proporção necessária.

De acordo com Figueiredo, não houve um problema específico, mas uma série de atrasos pontuais que comprometeram a meta.
(...)
Durante este ano, a Petrobrás deu início à fase de produção das plataformas FPSO Cidade de Santos, no campo de Uruguá, na Bacia de Santos, e FPSO Capixaba, no Parque das Baleias, na Bacia de Campos.

Ambas contribuíram para que a companhia mantivesse uma curva ascendente de produção no ano.
(...)
O Plano de Negócios da Petrobrás para 2010-2014 estabelece metas de crescimento para a companhia de 9,4% ao ano até 2014 ou 7,1% ao ano até 2020. A meta de produção de petróleo no País em 2014 é de 2,98 milhões de barris por dia e em 2020, de 3,95 milhões de barris.

De acordo com analistas do setor, as metas são arrojadas para qualquer companhia petrolífera, mas poderão ser cumpridas, caso o cronograma de encomendas de plataformas de produção siga os prazos fixados.

Já existe, porém, atraso na licitação dos oito cascos de plataformas que deverão atender o pré-sal da Bacia de Santos.
No pré-sal, a meta é de 152 mil barris de óleo em 2014 e 1,183 milhão em 2020.

Figueiredo lembrou que, no caso da plataforma P-57, que será inaugurada hoje em Angra dos Reis pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve cancelamento da licitação por sobrepreço.

"A Petrobrás simplificou a encomenda, dividindo-a em módulos, isso reduziu o preço final e o tempo de construção. Agora o modelo de encomendas servirá para que a companhia encomende outros clones com estrutura idêntica às suas."

Com investimento de US$ 1,2 bilhão, a unidade terá capacidade para produzir 180 mil barris por dia e será a maior já instalada no Espírito Santo.

A previsão da Petrobrás é de que o Estado deverá dobrar sua produção, de 250 mil barris, para 500 mil barris por dia em 2015, especialmente com as atividades no Parque das Baleias, área formada por sete campos petrolíferos na Bacia de Campos, a cerca de 80 quilômetros da costa capixaba.


Estimativas

2,022 milhões
de barris foi a média diária de produção da Petrobrás em agosto

2,2 milhões
de barris/dia é a meta fixada no plano de investimentos da Petrobrás para 2010

2,98 milhões
de barris/dia é a meta para 2014

3,95 milhões
de barris/dia é a meta para 2020

Kelly Lima O Estado de S. Paulo

MANO A MANO - E POUCO ESPAÇO PARA O ME ENGANA QUE EU GOSTO.


Se o PT pode retirar o tema do aborto do programa aprovado pelo partido porque atrapalha a campanha eleitoral, com a mesma facilidade pode repor o assunto na agenda quando achar que não há mais obstáculos.

Esse tipo de gesto dificilmente convenceria alguém e poderia representar um grave risco para a candidata Dilma Rousseff: os grupos religiosos não ficariam satisfeitos, as pessoas que concordam com a descriminalização do aborto ficariam insatisfeitas e a campanha deixaria a impressão geral de que quis fazer todo mundo de bobo.

Conforme ficou demonstrado pelo resultado do primeiro turno, o brasileiro não está naquele estado de idiotia que se imaginou.
Ainda sabe fazer umas contas, discerne razoavelmente umas coisas das outras e não se deixa levar pelo cabresto.

Por isso mesmo a maquiagem tem limite e, principalmente agora no segundo turno, os poderes do marketing também.
Há controvérsia sobre o velho dito segundo o qual eleição do segundo turno é outra eleição.

Quem discorda fala da quase impossibilidade de primeiro e segundo colocados inverterem as posições.
De fato, a virada não é a regra.
Mas é um outro tipo de processo.

Nele, há muito pouco espaço para enganação:
o mano a mano põe os candidatos face a face numa luta sem segunda chance.

O horário eleitoral deve prender atenção do eleitorado muito mais:
porque é mais curto - dez minutos para cada lado - e porque não tem mais aquele desfile de candidatos aos parlamentos.

São vinte e poucos dias de adrenalina.
Nesse período conta muito menos a propaganda e muito mais a estratégia.
Ou seja, a política, tudo o que faltou no primeiro turno.

Ambos os grupos adversários estarão com suas figuras de ponta eleitas e liberadas para cair na batalha.
vantagens e desvantagens para Dilma Rousseff e José Serra.

Ela continua com duas imensas vantagens:
o presidente Lula na chefia dos trabalhos e a dianteira de muitos milhões de votos.

Ele tem em seu favor o espaço de conquista de eleitores nos dois maiores colégios eleitorais, cujos governadores eleitos são do PSDB, e o ânimo renovado de militantes e eleitores pela possibilidade real de vitória, sentimento que tinha sido arquivado havia uns dois meses.

Dilma carrega passivos importantes:
os ecos do escândalo Erenice Guerra, os temas polêmicos (aborto, imprensa, casamento gay, direito de propriedade) que o partido abraça e que o governo incorporou no Plano Nacional de Direitos Humanos 3, achando que a concessão à esquerda não renderia problemas e poderia dar até certo charme à candidata.

Serra vem de uma campanha horrível em que ele errou mais que todos, mas não errou sozinho.
Achou que ganharia a eleição por gravidade, por sua bela formação, sua excelente trajetória.
Esqueceu-se apenas de compartilhar essa maravilha com o País e de dar a ela uma forma política que pudesse construir na cabeça das pessoas uma representação de alternativa de poder.

O PSDB tem as próximas semanas para mostrar se tem unidade, vontade e inteligência para falar direito com o eleitor.

A grande vantagem do tucano é que a campanha não pode piorar.

Já os petistas que achavam que a campanha não precisava mudar nada, tiveram de se deparar com a dura realidade relatada pelos governadores na primeira reunião pós-primeiro turno.
Aliás, realizada no Palácio da Alvorada, sob a égide da ilegalidade - para não perder o hábito.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, puxou o assunto e vários concordaram:
Lula errou ao ser tão agressivo e o PT inteiro, candidata inclusive, ao se comportar como se a eleição estivesse ganha.

Consta que Lula prometeu ser elegante nos modos, que Dilma falará com Deus em público quando necessário e que os petistas serão humildes como discípulos de Francisco, o santo.

Isso com a colaboração de Ciro Gomes, que agora passa a integrar a coordenação de campanha, onde se prometeu também lugar de destaque para o PMDB.

Para quem?
Para o partido que segundo Ciro pode ser definido como um "ajuntamento de assaltantes".
Serão dias inesquecíveis.

Dora Kramer/O Estado de São Paulo

NA HISTÓRIA DESTE PAÍS ELE SERÁ ÚNICO : EBRIOSO,PARLAPATÃO E DISSIMULADO. ASSIM É O CRIADOR ! COMO SERÁ A CRIATURA?

Parece ter sido escrito pelo presidente Lula o Decálogo do Chefe, criação humorística que de há muito corre o mundo.

Reza o seu primeiro mandamento que “o chefe sempre tem razão”.

O segundo determina que, “na improvável hipótese de alguma vez o chefe não ter razão, vale o mandamento anterior”.

Foi rigorosamente isso que Lula quis transmitir nos encontros de segunda e terça-feira com ministros, governadores e parlamentares eleitos, aliados da candidata Dilma Rousseff.

As reuniões, a propósito, ocorreram no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.

Mas, para quem se esmerou em transgredir a legislação antes e durante a campanha, não faz a menor diferença servir-se de novo de um bem público para fins eleitorais.

Tratava-se, na reunião do Alvorada, do que foi considerada uma derrota, apesar da ampla vitória de Dilma nas urnas de domingo: a necessidade de um segundo turno para a decisão final.

E entre os correligionários de Dilma ali presentes alguns dos mais importantes atribuíram ao comportamento agressivo de Lula na fase crítica da disputa a migração de uma parcela dos votos dilmistas para Marina Silva.

Os escândalos na Receita e na Casa Civil e a polêmica do aborto fizeram o resto.

Por sinal, foi a divulgação das violações do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao tucano José Serra e do balcão de negócios instalado no centro do governo o que levou Lula a voltar-se com esbugalhada hostilidade contra os meios de comunicação.

Quando, alertado, trocou a mordida pelo assopro, já no fim da campanha, o estrago estava feito.

A mídia não foi o único alvo da sua ira.

Num comício em Santa Catarina, concitou seus comandados à “extirpação” do DEM, aguçando a inquietação daqueles setores da sociedade para os quais nem os êxitos do governo nem a popularidade estelar do seu condutor podem absolvê-lo pelo surto autoritário de que foi acometido.

Eis que agora, numa das reuniões no Alvorada, ele invocou, para se justificar, um acerto de contas eleitorais.

Fui muito duro em alguns Estados por onde passei, mas precisava ajudar a eleger alguns senadores”, confessou, candidamente.

No íntimo, ele há de saber que a truculência o situou na contramão da sua absoluta prioridade - eleger Dilma.

Em público, porém, se conduz de acordo com o segundo mandamento do Decálogo: quando o chefe erra, prevalece a lei de que o chefe jamais erra.

Lula, como se sabe, não tolera más notícias, para as quais sempre encontrará um causador que não ele. Assim, tão logo se confirmou que a sucessão ia para o segundo turno, entrou na muda e saiu de cena.

Não teve nem sequer a dignidade de aparecer no domingo à noite ao lado da candidata de sua criação - e se manteve em silêncio decerto por mais tempo do que em qualquer outro momento de seu governo.

É do caráter de Lula jamais assumir parcela de responsabilidade pelos erros e fracassos das equipes que comanda - no governo e em campanha eleitoral -, e, por outro lado, assumir com exclusividade os louros por seus êxitos e vitórias.

Por isso, quando recobrou a voz, tratou de avisar que não tinha nada a ver com o que havia acontecido.

Teve sapato alto e clima de já ganhou, no primeiro turno”, criticou, cobrando do PT “mais humildade”.

Logo ele que, no palanque que comandou, foi o único que proclamou a certeza de tal vitória.

Não foi apenas para eleitor ver.

Muitos dos companheiros a quem se dirigia no Alvorada já tinham ouvido uma vez e outra de sua boca que a sucessão era assunto liquidado.

Se, ao fim e ao cabo, der tudo errado, não faltarão culpados - a começar da própria Dilma, que não soube ser simpática com o eleitor.

Se der tudo certo, o mérito, naturalmente, será todo dele.

Falta combinar com o eleitorado.

A tática petista para o segundo turno terá a volta, de um lado, do Lulinha, paz e amor.

De outro, da cantilena de que a ascensão de um tucano ao Planalto abrirá as portas para novas privatizações.

A fórmula funcionou no segundo turno de 2006, mas, à parte qualquer outra consideração, não é fácil impingir ao público a visão de um Serra privatista.

Afinal, o resultado do primeiro turno mostrou que pelo menos 51,9% do eleitorado conserva sua capacidade de discernimento.

Editorial do Estadão