"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 13, 2014

ENQUANTO ISSO NO BRASIL REAL ASSENHOREADO PELOS FARSANTES E EMBUSTEIRA 1,99... Altas da inflação e do juro elevam custo da dívida em R$ 30 bi

Com a alta da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a consequente elevação da taxa básica de juros (Selic) para conter os preços, o custo de rolagem da dívida pública deve subir ao menos R$ 30 bilhões neste ano, de acordo com levantamento feito por economistas.

Segundo cálculos de Alex Agostini, da Austin Ratings, e Felipe Salto, da consultoria Tendências, os rendimentos maiores fornecidos pelos títulos públicos atrelados ao IPCA (NTN-B) e à Selic (LFT) serão os responsáveis pelo encarecimento da dívida.

Isso porque o custo para a rolagem das NTN-Bs passará de 11,48%, em 2013, para 12,75%, em 2014, enquanto a taxa Selic média subirá de 8,38% para 11,06% no mesmo período.

Assim, o pagamento de juros referentes a ambos os títulos, que somou R$ 176 bilhões em 2013, deve alcançar R$ 207 bilhões ao fim deste ano. Desse montante, as LFTs respondem por R$ 115 bilhões, e as NTN-Bs, pelos R$ 92 bilhões restantes.

De acordo com o mais recente relatório da Dívida Pública Federal, publicado no mês passado pelo Tesouro Nacional, o governo terá que rolar pouco menos de 25% do total da dívida, que deve alcançar R$ 2,25 trilhões em 2014, segundo Agostini.

"Estamos trabalhando com uma projeção de crescimento da dívida em torno de 6%." O estoque da dívida pública fechou o ano passado em R$ 2,12 trilhões.
A meta de superavit primário —a economia feita pelo setor público para reduzir a dívida pública— prevista para este ano é de R$ 99 bilhões ou 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

Em outras palavras, apenas o encarecimento dos títulos promovido pela inflação e pela alta dos juros consumirá quase um terço do esforço fiscal prometido pelo governo federal.

Felipe Salto argumenta que as projeções foram feitas com a previsão de que a Selic ficará estável em 11% até o fim do ano.
Mas, caso o Banco Central escolha elevar ainda mais os juros básicos, essa conta ficará mais cara para o Tesouro.

"A cada ponto percentual de alta na Selic, a rolagem da dívida encarece em R$ 15 bilhões", diz Salto. "Se a Selic subir para para 11,5%, poderemos acrescentar mais R$ 7,5 bilhões nessa conta."

MACHADO DA COSTA DE SÃO PAULO
Folha