"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 31, 2012

Petrobrás fecha poço após acidente na Bacia de Santos

A Petrobrás fechou nesta terça-feira, 31, um poço na Bacia de Santos, no litoral de São Paulo, ao detectar às 8h30 um rompimento na coluna de produção do navio-plataforma FPWSO Dynamic Producer, localizado a uma profundidade de 2.140 metros. O poço realiza o Teste de Longa Duração (TLD) de Carioca Nordeste, no pré-sal da Bacia de Santos.

Em nota, a empresa disse que "uma estimativa preliminar aponta a possibilidade de terem vazado 160 barris de petróleo. Não há possibilidade do petróleo chegar à costa brasileira".

A Petrobrás acionou o Plano de Emergência e mobilizou todos os recursos necessários para o recolhimento do petróleo no mar e do petróleo residual da parte superior da coluna.

A Companhia já comunicou oficialmente a ocorrência à Marinha do Brasil, Ibama e Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A empresa disse que as causas da ocorrência estão sendo investigadas.

Estadão

SEGUE O BAILE! "firme como uma rocha", "indestrutível", "só saio abatido à bala", A DA VEZ É : "mais firme do que as pirâmides do Egito".

Terminado o primeiro mês do segundo ano de seu governo, a presidente Dilma Rousseff está às voltas com a demissão de seu oitavo ministro.

A rotina de escândalos e má gestão na administração petista não dá trégua e também se dissemina pelos escalões inferiores.


Mário Negromonte deve deixar o Ministério das Cidades nesta semana, depois de muito resistir no cargo. Se tinha alguma credencial para lá permanecer, há muito deixou de ter, depois que a pasta viu-se envolvida em falcatruas em série.

Primeiro foi o "mensalinho", supostamente pago aos correligionários de Negromonte no PP para apoiá-lo no ministério, onde sempre foi um titular enfraquecido e quase inoperante.

Depois vieram as suspeitas de que alterou projetos de obras vinculadas à Copa tornando-as muito mais caras. E, na sequência, a revelação de que recebia lobistas para combinar negócios nas Cidades.


Para completar, seu desempenho como gestor foi um fracasso total. No comando do maior orçamento do PAC, o Ministério das Cidades pagou apenas 8% das autorizações de gastos de 2011.

Também sob seu guarda-chuva, o Minha Casa Minha Vida gastou menos de 5% dos R$ 12,6 bilhões autorizados por lei no ano passado.


Com uma ficha corrida assim, o mais espantoso é que o ministro Negromonte - também notável pelo empenho em garantir verbas federais para a cidade baiana de Glória, governada pela mulher dele - tenha demorado tanto tempo para cair.

Recentemente, ele chegou a afirmar que estava "mais firme do que as pirâmides do Egito". Frase da mesma série do "firme como uma rocha" de Wagner Rossi, do "indestrutível" de Orlando Silva e do "só saio abatido à bala" de Carlos Lupi.

Todos devidamente demitidos na sequência.


O certo é que o baile para Negromonte também acabou. Os jornais noticiam que sua saída coincidirá com o retorno de Dilma de sua viagem de três dias a Cuba e Haiti. Ontem, mais um auxiliar de Negromonte foi afastado:
o chefe da Assessoria Parlamentar do ministério.

É a segunda exoneração em menos de uma semana; nenhuma delas "a pedido".


Mas a rotina de demissões de funcionários em maus lençóis não para aí. Ontem, o Diário Oficial da União publicou o desligamento de Luiz Felipe Denucci Martins da presidência da Casa da Moeda.

Segundo versão comprada por vários jornais, ele, ligado ao PTB, teria saído por "pressões políticas".


Mas, segundo a Folha de S.Paulo, o motivo é bem distinto: suspeita de receber propina de fornecedores do órgão por meio de duas empresas no exterior.

A Helmond Commercial LLC, registrada em nome do próprio Denucci, e a Rhodes INT Ventures, de Ana Gabriela, filha dele, são sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.

Foram constituídas em 2010, quando ele já comandava a Casa da Moeda - órgão que faturou R$ 2,7 bilhões no ano passado.
As duas firmas teriam movimentado US$ 25 milhões em suas contas desde então.

"A WIT [companhia especializada em transferência de dinheiro com sede em Londres] aponta que os valores são oriundos de pagamento de comissão feito por dois fornecedores exclusivos da Casa da Moeda, equivalente a 2% dos contratos firmados", informa o jornal, que há duas semanas vinha preparando reportagem sobre o caso.


O primeiro mês deste 2012 foi recheado de demissões na República. Pela péssima atuação no combate a calamidades, caíram chefias no Dnocs e anunciam-se agora mudanças na Sudene e na Codevasf.

O ministro da Integração também balança. Quem sabe abra-se aí uma perspectiva de mudança no sofrível padrão de conduta e desempenho que marca a gestão Dilma até agora.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela

A "EVOLUÇÃO" do brasil COM O CACHACEIRO ASQUEROSO ABJETO, O FILHO... DO BRASIL : Os canalhas nos ensinam mais.O Brasil está evoluindo em marcha a ré!

Nunca vimos uma coisa assim.
Ao menos, eu nunca vi.

A herança maldita da política de sujas alianças que Lula nos deixou criou uma maré vermelha de horrores.
Qualquer gaveta que se abra, qualquer tampa de lata de lixo levantada faz saltar um novo escândalo da pesada.


Parece não haver mais inocentes em Brasília e nos currais do país todo.

As roubalheiras não são mais segredos de gabinetes ou de cafezinhos. As chantagens são abertas, na cara, na marra, chegando ao insulto machista contra a presidente, desafiada em público. Um diz que é forte como uma pirâmide, outro que só sai a tiro, outro diz que ela não tem coragem de demiti-lo, outro que a ama, outro que a odeia.

Canalhas se escandalizam se um técnico for indicado para um cargo técnico. Chego a ver nos corruptos um leve sorriso de prazer, a volúpia do mal assumido, uma ponta de orgulho por seus crimes seculares, como se zelassem por uma tradição brasileira.

Temos a impressão de que está em marcha uma clara "revolução dentro da corrupção", um deslavado processo com o fito explícito de nos acostumar ao horror, como um fato inevitável. Parece que querem nos convencer de que nosso destino histórico é a maçaroca informe de um grande maranhão eterno.

A mentira virou verdade?
Diante dos vídeos e telefonemas gravados os acusados batem no peito e berram:
"É mentira!"

Mas, o que é a mentira?
A verdade são os crimes evidentes que a PF e a mídia descobrem ou os desmentidos dos que os cometeram?
Não há mais respeito não digo pela verdade; não há respeito nem mesmo pela mentira.

Mas, pensando bem, pode ser que esta grande onda de assaltos à República seja o primeiro sinal de saúde, pode ser que esta pletora de vícios seja o início de uma maior consciência crítica.

E isso é bom. Estamos descobrindo que temos de pensar a partir da insânia brasileira e não de um sonho de Razão, de um desejo de harmonia que nunca chega.

Avante, racionalistas em pânico, honestos humilhados, esperançosos ofendidos! Esta depressão pode ser boa para nos despertar da letargia de 400 anos.

O que há de bom nessa bosta toda?


Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! Aprendemos a dura verdade neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento. Finalmente, nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha.

Vemos que o país progride de lado, como um caranguejo mole das praias nordestinas. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades sórdidas estamos conhecendo, fecundas como um adubo sagrado, tão belas quanto nossas matas, cachoeiras e flores.

É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras. Como mentem arrogantemente mal! Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma.

Ai, Jesus, que emocionantes os súbitos aumentos de patrimônio, declarações de renda falsas, carrões, iates, piscinas em forma de vaginas, açougues fantasmas, cheques podres, recibos-laranjas de analfabetos desdentados em fazendas imaginárias.

Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos!...
Assistimos em suspense ao dia a dia dos ladrões na caça.

Como é emocionante a vida das quadrilhas políticas, seus altos e baixos - ou o triunfo da grana enfiada nas meias e cuecas ou o medo dos flagrantes que fazem o uísque cair mal no Piantella diante das evidências de crime, o medo que provoca barrigas murmurantes, diarreias secretas, flatulências fétidas no Senado, vômitos nos bigodes, galinhas mortas na encruzilhada, as broxadas em motéis, tudo compondo o panorama das obras públicas:
pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, orgasmos entre empreiteiras e políticos.

Parecem existir dois "brasis": um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e "puros". E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) - isto é, filosófico: o que é a verdade?

Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Mas, tudo está ficando tão claro, tão insuportável que temos de correr esse risco, temos de contemplar a mecânica da escrotidão, na esperança de mudar o país.

Já sabemos que a corrupção não é um "desvio" da norma, não é um pecado ou crime - é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas. Vivemos nossa diplomação na cultura da sacanagem.

Já sabemos muito, já nos entrou na cabeça que o Estado patrimonialista, inchado, burocrático é que nos devora a vida. Durante quatro séculos, fomos carcomidos por capitanias, labirintos, autarquias.

Já sabemos que, enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que, enquanto não acabarem as emendas ao orçamento, as regras eleitorais vigentes, nada vai se resolver.

Enquanto houver 25 mil cargos de confiança, haverá canalhas, enquanto houver estatais com caixa preta, haverá canalhas, enquanto houver subsídios a fundo perdido, haverá canalhas. Com este código penal, com esta estrutura judiciária, nunca haverá progresso.

Já sabemos que mais de 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas. Não adianta punir meia-dúzia. A cada punição, outros nascerão mais fortes, como bactérias resistentes a antigas penicilinas. Temos de desinfetar seus ninhos, suas chocadeiras.

Descobrimos que os canalhas são mais didáticos que os honestos. O canalha ensina mais. Os canalhas são a base da nacionalidade! Eles nos ensinam que a esperança tem de ser extirpada como um furúnculo maligno e que, pelo escracho, entenderemos a beleza do que poderíamos ser!

Temos tido uma psicanálise para o povo, um show de verdades pelo chorrilho de negaças, de "nuncas", de "jamais", de cínicos sorrisos e lágrimas de crocodilo.

Nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo.
Céus, por isso é que sou otimista!
Ânimo, meu povo!

O Brasil está evoluindo em marcha a ré!

Arnaldo Jabor

janeiro 30, 2012

NO PODER E NA VAGABUNDAGEM : Conselho a Cabral


Por pouco uma tragédia não surpreende o governador Sérgio Cabral fora do Estado ou do país. Cabral voou a Paris no dia 19, retornando no dia 24, véspera da queda de três prédios no centro do Rio. A pergunta que não quer calar: por que Cabral viaja tanto ao exterior? E por que a maioria de suas viagens quase sempre é cercada de mistério?

Não, Cabral não tem o dom de abortar tragédias com a sua simples presença. Dele não se cobraria tamanho prodígio. De resto, manual algum recomenda que o bom governante esteja sempre por perto quando ocorrer uma tragédia.

Ou que visite de imediato o local onde ainda há mortos e feridos.

Lula fazia questão de manter distância de desastres de qualquer porte. Não pôs os pés, por exemplo, em São Paulo quando ali se espatifou no dia 17 de julho de 2007 o Airbus A-320 da TAM, matando as 187 pessoas que transportava e mais 12 em solo.

Na ocasião, o Comandante da Aeronáutica foi a São Paulo representando Lula.

Eis a questão de fato mais relevante neste momento: em uma democracia, o cidadão tem o direito de saber o que fazem com o seu dinheiro recolhido por meio de impostos.

É uma fatia desse dinheiro que paga os frequentes deslocamentos de Cabral e de sua comitiva. Logo, tudo que tenha a ver com o assunto nos interessa. Ou deveria interessar.

Se Cabral viaja ou viajou de graça à custa de empresários amigos, isso também importa – e como! É direito de o cidadão conhecer todos os aspectos do comportamento dos seus governantes para poder avaliá-los e fazer suas escolhas.

O homem público não tem vida privada, sinto muito. Se quiser ter que abdique da condição de homem público.

A deputada Clarissa Garotinho (PR) pediu à Assembleia Legislativa do Rio que levantasse todas as informações pertinentes às viagens de Cabral. Queria saber quantas vezes ele viajou desde que se elegeu governador; na companhia de quem; se em voo comercial ou particular; e os custos de cada viagem.

O pedido da deputada foi recusado por Paulo Melo (PMDB), presidente da Assembléia e aliado de Cabral, sob o pretexto de que o assunto é da órbita federal. Então o deputado Garotinho fez pedido idêntico à Câmara dos Deputados.

Rose de Freitas (PMDB-ES), vice-presidente, recusou o pedido. Decretou que o assunto é da órbita estadual.

Não é. Na verdade, quem pode dispor das informações requisitadas por Garotinho filha e pai é a Polícia Federal e a Secretaria de Aviação Civil da presidência da República. À Secretaria se vinculam a Agência Nacional de Aviação Civil e a Infraero, que administra os 66 aeroportos brasileiros.

Garotinho recorreu da decisão de Rose à direção da Câmara, mas perdeu. Apelou à Justiça. Seu apelo, hoje, repousa empoeirado à sombra de alguma toga.

Uma sugestão: por que Cabral não abre espontaneamente a caixa preta de suas viagens para mostrar que nada de podre se esconde ali?

Somente em uma democracia de fachada – ou uma democracia capenga – um governante pode esconder dos governados informações sobre suas viagens ao exterior e a outros Estados.

Ricardo Noblat

"Sinceramente, se o futuro chegou, ainda não me deparei com ele". É O brasil maravilha DOS DESONRADOS. ANOS DE CACHAÇADAS E "MARQUETINGUE" SALAFRÁRIO

O Brasil cresceu, em média, 4,4% nos últimos oito anos, distribuiu renda e engrossou a classe média em quase uma Argentina com 40 milhões de habitantes.

Mas para o servente de pedreiro Luiz Matias, 62 anos, algo de muito errado está acontecendo.

Ele não vê os investimentos necessários do governo e do setor privado para que o país dê o mínimo de dignidade aos mais pobres dos cidadãos.
"Sinceramente, se o futuro chegou, ainda não me deparei com ele", diz.


As palavras de Matias podem até conter um certo exagero. Mas refletem o cansaço de suas brigas para ter acesso a um serviço básico — energia elétrica — de qualidade em pleno ano de 2012.

Com endereço fixo a apenas 25 quilômetros do Palácio do Planalto, ele reclama da constante falta de luz. A mais recente delas durou seis dias e o resultado foram cinco quilos de carne apodrecidos na geladeira.

"Minha compra do mês foi para o lixo", diz o piauiense, morador de um loteamento em Ceilândia.


Como ele, milhões de brasileiros, de todas as classes sociais, são vítimas do descaso e da incapacidade do país de tirar do papel obras que garantam energia elétrica 24 horas por dia.

Em 2011, justamente pelos frutos do crescimento econômico, o Brasil passou o maior tempo no escuro — foram 20 horas de apagão. Não à toa, o sinal de alerta dos especialistas foi ligado.

Eles indagam:
se o país com os maiores recursos hídricos do planeta não conseguiu, até agora, mesmo com toda a propaganda governamental, universalizar o fornecimento de energia elétrica e evitar transtornos à população, conseguirá dar conta de realizar dois dos maiores eventos esportivos do mundo, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sem passar por vexames?


Apesar do temor de fracasso, a maior parte dos analistas prefere dar um voto de confiança. Mas assinalam que os investimentos pelos quais o Brasil tanto anseia vão além dos eventos esportivos. O país precisa recuperar o atraso dos últimos 20 anos em áreas vitais, de estradas a aeroportos.

"País desenvolvido é aquele que consegue transferir a renda para seus cidadãos e garantir serviços públicos de qualidade. É preciso transportar o sucesso econômico para o bem-estar da sociedade", alerta Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

"Somos grandes, mas ainda injustos, inclusive no que se refere à reversão dos impostos pagos pela sociedade em forma de bons serviços", endossa a professora Margarida Gutierrez, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Não há dúvidas de que as cobranças são por aeroportos modernos e distantes do caos que se viu nos últimos anos e estradas bem pavimentadas e sinalizadas. O consumidor quer ainda internet veloz de verdade.

Exige tarifa barata para o telefone e não admite mais os caladões. O Brasil pujante que desponta como potência econômica também precisa superar carências de serviços básicos, como água e esgoto tratados.

Só recentemente, os investimentos em saneamento começaram a ganhar vulto — passaram de R$ 3,5 bilhões para quase R$ 8 bilhões entre 2003 e 2010.


Extremos
A expectativa é grande. Mas o Brasil ainda é uma nação de extremos. Tende a se tornar um dos maiores polos de produção e exportação de petróleo graças à tecnologia de prospecção nas águas ultraprofundas do pré-sal.

A Abdib calcula que o país está recebendo investimentos de quase
R$ 150 bilhões ao ano em áreas como transportes, petróleo, energia elétrica, telecomunicações e saneamento. Contudo, diante dos anos de atraso, essa cifra não tem sido suficiente para atender às necessidades do país.
O ideal seria elevar os gastos a R$ 200 bilhões anuais, estima Godoy.


Tal insuficiência pode ser medida pela taxa de investimento, que não passa dos 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Os emergentes asiáticos aplicam mais que o dobro.

Na China, 40% de toda a riqueza acumulada anualmente vão para obras e novos projetos. Na Índia, são 32%. A média mundial gira em torno de 23%, informa a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).


O problema brasileiro ainda é de onde tirar dinheiro para financiar o progresso. Ao contrário dos orientais, por aqui governo e cidadão não têm tradição de economizar. A taxa de poupança interna gira em torno de 19% do PIB.

E, quando não se tem recursos para bancar o próprio crescimento, o risco é a dependência de investimentos externos, que tendem a secar em tempos de crise.

Nas turbulências de 2008 e 2009, a falta de verbas foi compensada, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas, para isso, o Tesouro Nacional teve de se endividar em mais de R$ 300 bilhões para capitalizar a instituição.


"Que Deus olhe por nós", pede a vendedora Alcinda Pereira de Almeida, 37 anos. Para ela, já passou da hora de o governo fazer o possível e o impossível para atender as necessidades dos trabalhadores.

O que Alcinda mais quer é, sempre que possível, deixar a modesta casa às margens da DF-095 e visitar, de avião, a família no Piauí. "Sei dos constantes atrasos nos aeroportos do país. Já sofri com eles. Mas não vou desistir", avisa.

JORGE FREITAS Correio Braziliense

janeiro 29, 2012

Gambiarras para a Copa

Reportagem do jornal Valor (25/1) não deixa dúvidas de que, das 46 obras de transporte urbano projetadas para atender o público que assistirá aos jogos da Copa do Mundo, poucas estarão prontas a tempo.

O problema vem preocupando os dirigentes esportivos internacionais, que fazem seguidas cobranças públicas às autoridades brasileiras - sem resultados aparentes.

Principal agente financeiro desses empreendimentos, a Caixa Econômica Federal reservou R$ 5,3 bilhões para emprestar aos Estados e municípios que sediarão jogos da Copa.

Mas, como mostrou o Valor, a menos de 30 meses do início da competição, a Caixa liberou apenas R$ 194 milhões, ou 3,7% do que já poderia ter liberado.

Das dezenas de projetos, poucos saíram do papel.
Definidas pelo governo como ações de mobilidade urbana nas 12 cidades que sediarão jogos da Copa, essas obras envolvem melhoria do sistema viário e construção e operação de novos sistemas de transporte de passageiros, como veículos leves sobre trilhos (VLT) e transporte rápido por ônibus, ao custo estimado de R$ 13,5 bilhões.

Elas se destinam também a facilitar a movimentação da população dessas cidades. Há dois anos, preocupado com o atraso dos preparativos para a competição, o governo federal, em parceria com os governos dos Estados e as prefeituras dos municípios onde haverá jogos, montou o que ficou conhecido como matriz de responsabilidades, com a definição das atribuições de cada instância de governo e cronogramas.

Em setembro do ano passado, como persistiam atrasos e indecisões, a matriz foi revisada, com novos prazos e atribuições. De lá para cá, porém, muito pouca coisa avançou. Pelo menos 19 obras que deveriam ter avançado de setembro para cá continuam sem cumprir o cronograma, como mostrou o Valor.

Pedidos de financiamento feitos à CEF vêm acompanhados de projetos de má qualidade, o que impede a aprovação.

Em alguns casos, as autoridades locais ou regionais alteraram os projetos iniciais, optando por outros mais complexos e mais caros, o que comprometeu prazos e a obtenção da indispensável aprovação das autoridades da área ambiental.

Em outros casos, os governos nada têm feito.
"O tempo está passando e não vai dar tempo para fazer muita coisa", admitiu o presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia em São Paulo, José Roberto Bernasconi.

"Podemos acelerar obras absolutamente cruciais e realizar operações especiais, mas isso não é muito mais do que gambiarra, diante do que deveríamos ter."

Eis aí um resumo de como o poder público está preparando o País para a Copa: com gambiarras, com medidas improvisadas, com soluções provisórias. Casos descritos na reportagem citada do jornal Valor não deixam dúvidas quanto à ineficiência da ação das autoridades.

Caso exemplar é o do contrato para a construção do VLT de Brasília, com 22,6 quilômetros de extensão e 25 estações, assinado há três anos.

O projeto foi dividido em três etapas, a primeira das quais talvez - não é certo - seja concluída até 2014. Por interferir na estrutura urbana de Brasília, o projeto vem sendo questionado na Justiça.

Além disso, o contrato assinado em 2009, de R$ 1,5 bilhão, foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, por suspeita de fraude. Do pouco que se conseguiu realizar - menos de 3% das obras -, boa parte está enferrujando.

Outro exemplo apontado pelo Valor é o das obras do monotrilho de Manaus, com 20,2 quilômetros de extensão, que deveriam ter começado em novembro passado, para estarem prontas até a Copa.

Irregularidades identificadas pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministério Público Federal, no entanto, impediram a aprovação do financiamento, sem o qual não haverá interessados na execução da obra.



Em Salvador e Cuiabá, o projeto inicial de BRT, que já tinha financiamento contratado, foi substituído por outros pelas autoridades locais.


Dos demais projetos de mobilidade urbana inscritos na matriz de responsabilidade, 6 cumprem parcialmente o cronograma, 14 estão dentro do prazo e 7 já estão com as obras em andamento.

O Estado de S. Paulo

janeiro 28, 2012

A GERENTONA/FRENÉTICA E EXTRAORDINÁRIA FAJUTA E MAMULENGA ESTÁ "MUDANDO" O brasil : Investimento diminui 8,1%

Apesar de arrecadar um volume nunca antes visto em impostos, a dificuldade da presidente Dilma Rousseff em colocar ordem no governo em seu primeiro ano de mandato sacrificou a execução dos investimentos em 2011.

Os valores gastos com esse fim chegaram a R$ 47,5 bilhões, numa queda de 8,1% em relação a 2010, se considerado o avanço nominal do Produto Interno Bruto (PIB), e ficaram aquém do desejado, segundo avaliação feita pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.


O governo foi obrigado a cortar verbas destinadas a obras para conseguir economizar R$ 93,5 bilhões (2,26% do PIB) e cumprir a meta de superavit primário (montante usado para o abatimento de juros da dívida), que era de R$ 91,8 bilhões.

Além das trocas de equipes nos ministérios responsáveis pelas obras, Augustin atribuiu o baixo desempenho à dinâmica dos projetos.

"Foi o primeiro ano de mandato e é natural que o investimento seja menor. O início do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2), assim como foi o PAC1, concentrou a preparação das obras e não os pagamentos", disse.


Equilíbrio
Para 2012, o secretário espera uma aceleração nos desembolsos nessa conta já no primeiro trimestre. Mesmo com a queda nos investimentos, Augustin defendeu o resultado fiscal apresentado pelo Tesouro.

"Foi um superavit feito com base em receitas, mas também com o controle das despesas. É uma balança equilibrada, que não pende para apenas um lado", afirmou.

Comparadas ao avanço do PIB, as despesas com custeio avançaram 3% em 2011. Já os gastos com pessoal caíram 1,8%.

janeiro 27, 2012

E NA CASA DA OBSCURIDADE, OCIOSIDADE E CÍRCULOS VICIOSOS : Senado volta a contratar FGV sem licitação para realizar concurso

Contratada sem licitação, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) deve arrecadar cerca de R$ 15 milhões com as inscrições para o concurso do Senado.

A alegação do Senado é que a contratação direta da entidade se deve à necessidade de "reposição imediata" de parte das 650 aposentadorias ocorridas desde 2008.

Serão preenchidas 246 vagas, além das que estão ocupadas por 3.174 servidores efetivos, 3053 comissionados e os 3 mil terceirizados. O valor total das inscrições será da FGV.

Chega-se aos R$ 15 milhões, pela estimativa da Casa de que 80 mil pessoas se inscreverão pagando os seguintes preços: os que disputarem as 104 vagas do nível médio, com salário inicial de R$ 13.833,64, pagarão R$ 180.

Os concorrentes das 133 vagas de nível superior de analista legislativo, salário de R$ 18.440,64, pagarão a inscrição no valor de R$ 190. E é de R$ 200 o preço da inscrição na disputa do maior salário, de R$ 23.826,57, para as 9 vagas de consultor.

Procurados, Senado e FGV não quiseram se manifestar. A entidade não retornou a ligação e na Casa prevalece a informação de que somente o presidente da comissão responsável pelo concurso, Davi Anjos Paiva, pode falar do assunto.

Com um detalhe: o órgão de imprensa tem de aguardar a ligação de Paiva, o que não ocorreu.

As provas serão realizadas dia 11 de março, podendo o candidato fazer as provas para os cargos de ensino médio é a de consultor pela manhã e a de analista à tarde, o que deve aumentar a arrecadação da FGV.

Até agora, a Diretoria-Geral do Senado publicou sete retificações aos editais do concurso sobre a mudança de termos ou de normas.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) pediu esclarecimentos sobre vários pontos do concurso, entre eles o valor da inscrição que considerou "elevada" e a dispensa de licitação. Ela considerou "vagas" as respostas prestadas por Davi Paiva.

Ele afirma que o valor da inscrição foi calculado "levando-se em consideração os altos custos provenientes da realização do certame em todas as capitais". Diz ainda que "candidatos hipossuficientes" (carentes) podem se escreve gratuitamente.

Sobre a contratação direta da FGV, informa que com a "realização do processo licitatório, além da demora, corria-se o risco de contratar instituição sem a tarimba necessária para prestar o serviço, o que poderia ser prejudicial ao Senado".

É praxe no Senado contratar a FGV sem licitação. Em 1995, na primeira gestão do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa, a FGV foi contratada por R$ 882 mil - o que equivaleria hoje pela atualização do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) R$ 2,87 milhões - para fazer uma reforma administrativa na Casa.

O dinheiro foi pago em quatro parcelas, mas não houve sinal de execução da tal reforma. Em 2009, novamente com Sarney, a FGV voltou a ser contratada para fazer outra reforma, mas a proposta apresentada não agradou.

E o texto que propõe mudanças na estrutura da Casa, e que será votado em fevereiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi feito por servidores da Casa.

AO GOSTO DO 'FREGUÊS' - EMPREGO/DESEMPREGO : o brasil maravilha com "marquetingue" e O REAL SEM MARKETING .

As diferenças entre Caged e a pesquisa do IBGE

Na última quarta-feira, o Ministério do Trabalho anunciou que foram criadas 1,9 milhão de vagas formais em 2011, um número 25% menor do que o de 2010. Apesar da criação de postos de trabalho, o desempenho foi pior.

Ontem, a Pesquisa Mensal de Emprego, calculada pelo IBGE, mostrou que a taxa de desemprego alcançou seu menor patamar desde 2002, 4,7% em dezembro.

A aparente incoerência entre dados do mercado de trabalho não existe. Há diferenças claras entre as duas medições que explicam o número diferente.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Caged), do Ministério do Trabalho, é um registro administrativo. Mede os contratados com carteira de trabalho assinada e em todo o território nacional.

A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE tem abrangência geográfica menor, só alcançando seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio e Porto Alegre). Além disso, investiga o emprego sem carteira assinada e os conta-própria.


brasil maravilha com "marquetingue" :

O mercado de trabalho brasileiro bateu todos os recordes em 2011. A taxa de desemprego de dezembro, divulgada ontem pelo IBGE, chegou a 4,7%, a menor desde que começou a série histórica da pesquisa, em março de 2002.

A taxa média anual também foi a menor, 6%, frente a 6,7% de 2010, mesmo com o crescimento menor da economia no ano passado. O rendimento, apesar da inflação mais alta em 2011, teve ganho real de 2,7%, chegando ao seu maior nível: R$1.625,46.

A parcela de empregados com carteira assinada também alcançou seu melhor patamar: 48,5% dos trabalhadores.

- São recordes que vêm acompanhados de aumento na qualidade do trabalho. Em um momento de recessão, pode até haver aumento da ocupação, mas costuma vir acompanhada de informalidade e redução nos rendimentos. Não é o caso - afirmou o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo.

(...)

EUA têm taxa de 8,5%. No Coreia, 3%

Na comparação internacional, o Brasil se destaca, com um nível de desemprego bem inferior ao dos Estados Unidos (8,3%), da zona do Euro (10,3%) e até dos vizinhos Argentina (7,4%) e Chile (7,2%). Mas, na Coreia do Sul, a taxa é bem inferior: 3%.


Brasil Real Sem Marketing :

BRASÍLIA, 24 Jan (Reuters) -

Como reflexo do arrefecimento da atividade econômica, a geração de empregos formais no Brasil recuou pouco mais de 25 por cento em 2011 e ficou abaixo da estimativa do próprio governo, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira.

Depois de fechar 408.172 postos de trabalho em dezembro, o ano terminou com 1.944.560 novos empregos criados com carteira assinada, pior desempenho desde 2009, ano afetado pela crise internacional e quando a abertura superou os fechamentos em 1,398 milhão de postos no Brasil. Em 2010, haviam sido criados pouco mais de 2,6 milhões de novos postos.

A última previsão da pasta era de que seriam abertas 2,4 milhões novas vagas em 2011. Essa expectativa foi deteriorando-se ao longo do ano passado com o agravamento da crise.

O ministério chegou a projetar a abertura de 3 milhões de empregos neste ano.

O ministério informou que o setor que mais contribuiu com a abertura de postos em 2011 foi o de serviços, com 925.537 novos empregos. Em seguida aparecem comércio, com 452.077, e construção civil, com 222.897 postos.

NEGATIVO

O resultado de dezembro é o pior para o mês desde 2009, quando haviam sido fechadas 415.192 vagas.

Tradicionalmente, o último mês do ano são demitidas mais pessoas do que contratadas por conta de entressafra agrícola, término do ciclo escolar, e queda no consumo no final do ano.

Entre os 25 setores analisados pelo Ministério, houve mais contratações do que demissões em dezembro apenas entre instituições financeiras, serviços médicos e odontológicos, e extrativa mineral.

As maiores quedas do emprego ocorreram nos setores de indústria de Transformação, com fechamento de 146.004 postos, e serviços, com um saldo negativo de 84.096 empregos.

Até 2008, a média mensal no último mês do ano era de cerca de 300 mil fechamentos de postos de trabalho fechados.

Em dezembro de 2008, foram cortados 655 mil postos. Desde então, os saldos negativos passaram a superar a casa de 400 mil.

MAIS :

De volta à fila do desemprego

CASA DA CASTA E OCIOSIDADE : Salário de nível médio do Senado mais parece de nível superior

O salário de R$ 13.833 que o Senado está oferecendo para nível médio no concurso, marcado para o dia 11 de março, representa quase sete vezes a média do contracheque pago a quem ingressa no Executivo com a mesma escolaridade, que varia entre R$ 2.000 e R$ 2.500 (nas estatais).

São 104 vagas e quem conseguir passar nas provas vai receber o equivalente a quem tem doutorado na Fiocruz, no Instituto Evandro Chagas, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e no Inmetro, por exemplo.

É praticamente o mesmo salário auferido por servidores do Executivo, com curso superior nas chamadas carreiras de Estado, como advogado da União, procurador, auditor fiscal e diplomata, segundo dados do Ministério do Planejamento.

A remuneração paga pelo Senado no nível médio é ainda, disparado, a melhor se for comparada aos maiores contracheques iniciais para este nível nas agências reguladoras, que está na casa dos R$ 4.900.

Veja a comparação em
Salário de nível médio do Senado mais parece de nível superior

brasil e Rio maravilha(deles) : Mídia mundial apreensiva por Copa e Olimpíadas

O desabamento de três prédios no coração do Rio de Janeiro foi notícia no mundo inteiro, provocando questionamentos sobre a cidade que vai sediar nos próximos anos a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.

Em matéria sobre o caso, o "Wall Street Journal" afirma que a tragédia chama a atenção "para a infraestrutura caindo aos pedaços da cidade que se prepara para abrigar dois eventos esportivos internacionais":

 Repercussão da tragédia na edição eletrônica do Wall Street Journal Foto: Reprodução de internet
"Os aeroportos, avenidas e outras infraestruturas da cidade estão envelhecidos, e sofreram com a falta de cuidados durante as décadas de fraco crescimento econômico. As autoridades esperam que, com os eventos esportivos e o boom da economia, possam dar uma revitalizada na cidade litorânea", diz o jornal, lembrando ainda que o Rio vem sofrendo uma série de explosões ligadas a vazamento de gás.

O site internacional da BBC aposta no mesmo tom, mostrando preocupação pelo "estado da infraestrutura do Rio, enquanto o Brasil se prepara para receber dois eventos esportivos de grande porte".

Em seu site, o "Washington Post" montou uma fotogaleria com 15 imagens da tragédia, com o título simples e direto:
"Prédios do Rio de Janeiro desabam".

Ao lado das imagens de escombros e buscas por sobreviventes, o jornal assinalava que corpos haviam sido encontrados, mas 21 pessoas continuavam desaparecidas.

O site do britânico "The Guardian" exibia um vídeo de um minuto, destacando que algumas pessoas que passavam pelo local sentiram um forte cheiro de gás após a queda dos edifícios.


O "Le Monde" também optou por uma fotogaleria, afirmando que "o desabamento de três prédios deu um ar de campo de guerra ao bairro histórico do Rio de Janeiro". O jornal francês informou ainda que a região é muito frequentada durante o dia, mas fica quase deserta à noite.

Em matéria intitulada "Cinco mortos e desaparecidos no desabamento de três prédios no Rio de Janeiro", o argentino "Clarín" diz que as causas da tragédia ainda são desconhecidas, mas informa que as investigações se concentram principalmente na possibilidade de problemas estruturais nas construções.

A notícia ganhou a manchete da seção internacional do site chileno Emol, com a matéria "Sobe para cinco o número de mortos por desabamento de três edifícios no Rio".


A notícia ganhou destaque até mesmo na TV russa Primeiro Canal.
Em matéria de um minuto, o apresentador afirmou que o prédios desabaram após uma explosão.

O Globo


COM A FACA NOS DENTES

Partidos da base de apoio de Dilma Rousseff voltaram a expor a luta renhida que travam por nacos de poder.

PT, PMDB, PSB e PP estão, novamente, envolvidos em casos escabrosos de disputa por porções do Estado para uso político-partidário.

Pelo que, afinal, brigam tanto?
Pelo bem do país é que não é.


A crise do momento foi detonada depois que um afilhado político do líder do PMDB na Câmara foi posto sob suspeita de malversação de dinheiro público.

Trata-se de irregularidades milionárias cometidas de forma recorrente nos últimos anos no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), da alçada do Ministério da Integração Nacional.


Uma cabeça já rolou e outras estão ameaçadas de cair. Fala-se agora em mudar toda a estrutura subordinada à Integração, desde o Dnocs à Sudene, passando pela Codevasf.

Mas o que poderia ser uma evolução em direção a uma maior eficiência da máquina pública revela-se mera briga por feudos. A sensação é de um regresso à era medieval.


Especificamente neste imbróglio, se engalfinham os peemedebistas, o PSB do ministro da Integração e o Planalto. Pouco interesse eles mostraram pelas falcatruas em si, tratadas como mero "fogo amigo", percalços de um governo naturalmente fatiado.

Pouco se interessaram em perceber que o órgão de obras contra as secas mal atua para atenuá-las.


O Globo mostra hoje(26/1) a penúria em que vivem municípios nordestinos afetados pela falta d'água. Do Dnocs que tanta sanha provoca nos políticos aliados ao petismo, as populações pouca atenção recebem, na forma de esporádicos caminhões-pipa, se tanto.

Enquanto isso, no extremo sul do país agonizam cidades gaúchas e catarinenses castigadas por estiagem severíssima, sem apoio algum.


Este é apenas "mais um capítulo da conhecida novela da degradação da administração pública causada pela norma lulopetista de barganhar cargos pela via do fisiologismo, do toma lá dá cá", resume o jornal em editorial na edição de hoje(26/1).

Não é só na Integração Nacional que a barganha rola solta. Também na saúde, comensais do governo petista atracam-se na lama. Lá o que PT e PMDB disputam é o butim da Funasa.

Os peemedebistas estão contrariados por perder poder desde que Alexandre Padilha assumiu o ministério. Melhorias efetivas no órgão de orçamento polpudo e alta capilaridade? São desconhecidas.


Neste caldo de enfrentamento, uma declaração do líder do PMDB, padrinho dos caciques do Dnocs defenestrados ou em processo de defenestração, resume bem os valores e o ânimo que movem este governo e seus "aliados".

"O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil? Que tem o vice-presidente da República, 80 deputados, 20 senadores? Vai brigar por causa disso? Por que faria isso?", disse Henrique Eduardo Alves à Folha de S.Paulo.

Ele pôs a faca nos dentes para, em seguida, lembrar o envolvimento dos ministros petistas Fernando Pimentel e Paulo Bernardo em escândalos que o PMDB ajudou a abafar. Parece coisa de máfia, e é.

Assim como é mafioso o que acontece no Ministério das Cidades, novamente nas manchetes policiais. O caso da participação em negociações com empresários e lobistas interessados num projeto milionário da pasta, revelado pela Folha no fim de semana, resultou ontem na demissão do chefe de gabinete Cássio Peixoto.

Ele estaria "desmotivado". O que não dá para entender é como seu superior, o ministro Mário Negromonte, ainda continua lá.

A presidente da República prometeu para este início de ano uma reforma ministerial que se mostrou inexistente. Todas as trocas na sua equipe - com exceção, talvez, de Graça Foster na Petrobras - foram feitas de maneira reativa, para jogar ao mar mais um suspeito de corrupção denunciado pela imprensa.

Dilma Rousseff deve ter achado que agora poderia levar seu governo adiante, com cobranças apaziguadas após as primeiras baixas. Mas as primeiras semanas de 2012 deixaram claro que seu governo, em boa medida, está carcomido por interesses espúrios, por brigas comezinhas, por disputas menores - em síntese, sem rumo e sem alma.

São pecados de uma gestão que, até agora, não mostrou a que veio. Não se enxerga numa única disputa de poder protagonizada pelo PT e seus aliados o interesse público como motivação.

Tudo gira em torno de brigas por estruturas paralelas, fontes sujas de receita, negócios escusos.

Que projeto de país, afinal, nos oferecem?


Fonte: Instituto Teotônio Vilela

janeiro 26, 2012

BRASIL ASSENHOREADO E SAQUEADO POR VELHACOS! O CACHACEIRO ASQUEROSO O FILHO...DO BRASIL TRANSFORMOU A REP. NUM COVIL. VAGABUNDAGEM POLÍTICA ENRAIZADA: dnocs/funasa/judiciário/min.cidades etc.



Verba do Dnocs é para o RN, mas a seca é no RS


O Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) pagou R$ 9,3 milhões por serviços de uma consultoria de engenharia, que, de acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), teria apenas repetido informações que a autarquia já dispunha.

Os pagamentos à Hydras Engenharia e Planejamento Ltda, com sede em Salvador, foram feitos entre 2008 e 2010 e, segundo a diretoria do Dnocs, R$ 800 mil estão retidos por suspeitas de irregularidades.

Em documento oficial, a diretoria- geral do Dnocs afirma que a direção de infraestrutura hídrica, comandada até 2011 por Cristina Peleteiro, uma engenheira indicada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pressionava pela efetivação dos pagamentos e teria se negado a calcular o tamanho do prejuízo.

O relatório da CGU diz que os pagamentos de R$ 9,3 milhões foram superfaturados. E aponta que a consultoria atuou em duas obras de grande porte: a Barragem Figueiredo (CE) e o projeto de Irrigação Tabuleiros Litorâneos (PI), incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento.

Entretanto, tal acompanhamento já estaria em curso pelos responsáveis por serviços de supervisão. "Todos os dados referentes à execução físico- financeira do contrato de construção constavam em ambos os relatórios.
(...)
Foi evidenciada, assim, superposição de atividades entre o contrato de consultoria e aqueles de supervisão".
Em agosto de 2011, a direção do Dnocs teria tomado ciência das irregularidades. Só em novembro o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, teria determinado a abertura de sindicância, "inércia" criticada pelos auditores.

Em novembro de 2011, por meio de ofício, a diretoria do órgão afirma que não pode ser considerada omissa porque "a atuação do departamento tem sido dificultada quando necessária a atuação junto à diretoria de Infraestrutura Hídrica, comandada até junho de 2011 pela engenheira Cristina Peleteiro, indicada pelo ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima".

Ainda afirma que a diretoria "incessantemente" pugna pelo pagamento das faturas pendentes.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima disse ontem que desconhece o caso da Hydras Engenharia e Planejamento.

Ele contou que foi ele quem pediu uma auditoria da CGU. Sobre a diretora de Infraestrutura, Cristina Peleteiro, foi só elogios. Disse que é uma pessoa "da maior seriedade" e confirmou que foi ele quem a nomeou .

A Hydras não se manifestou.
Por meio de nota, a direção do Dnocs limitou-se a dizer que "está analisando os argumentos da empresa". "Cautelarmente, o Dnocs reteve o pagamento da empresa até que seja concluída a análise".

Roberto Maltchik O Globo 

janeiro 25, 2012

INDÚSTRIA DA SECA

Infelizmente, o semiárido continua a impulsionar uma indústria de escândalos nos órgãos federais.

O da vez envolve o centenário Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Novamente, um braço do Estado é usado para produzir benefícios privados e dividendos político-partidários. Repete-se lá uma tônica disseminada na gestão petista.

Ontem, O Globo divulgou os resultados de um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) apontando prejuízo de R$ 312 milhões na gestão de pessoal e em contratações irregulares feitas pelo órgão, subordinado ao Ministério da Integração Nacional.

"O relatório de 252 páginas revela uma sucessão de pagamentos superfaturados, contratos com preços superestimados e 'inércia' da direção do órgão para sanar irregularidades que prosperaram ao longo da última década", informou o jornal. As contas do Dnocs de 2008, 2009 e 2010 também foram consideradas irregulares.

Repetindo o mesmo vício do ministro da Integração, o chefe do Dnocs também privilegiou um estado em detrimento dos demais na liberação de verbas. Se Fernando Bezerra desequilibrou os repasses em favor de Pernambuco, o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, superfaturou os recursos para o Rio Grande do Norte de seu padrinho político, o deputado Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara.

De 47 convênios firmados com municípios para ações de defesa civil, 37 contemplaram prefeituras potiguares, que ficaram com 43% dos recursos liberados. Segundo a Folha de S.Paulo, 20 dessas cidades no RN são administradas pelo PMDB.

A maior parte dos contratos (23) tem irregularidades, envolvendo empresas de fachada, conforme aponta a CGU.Um diretor do Dnocs já caiu e o chefe-geral equilibra-se no cargo.

O noticiário político de hoje diz que os atritos produzidos na área detonaram uma rusga brava entre o PSB do ministro Bezerra e o PMDB dos apadrinhados de órgãos ligados à Integração Nacional - que incluem ainda Sudene e Codevasf, agora também sujeitos ao crivo do escovão.

É de indignar ver comandantes de instituições que deveriam se dedicar a buscar saídas para o semiárido engalfinhando-se em torno de cargos e não de propostas, programas e soluções para problemas que ainda afligem milhões de brasileiros.

O episódio atual não destoa, no entanto, da parca atenção efetiva que a gestão petista tem dado ao Nordeste. Há muita propaganda e oba-oba em torno de feitos supostamente "históricos" para a superação dos atrasos da região, mas a dura realidade difere bem disso.

Obras espetaculares como a transposição do rio São Francisco e a construção da Transnordestina serviram muito bem para abrilhantar os programas de TV da então candidata a presidente da República. Mas até hoje não produziram um benefício efetivo sequer para a população nordestina.

A mais longeva obra inconclusa do Nordeste, a ferrovia foi prometida para o fim do governo Lula.

Hoje apenas 10% de seus 1.728 km estão prontos, mas, mesmo assim, só são utilizados para transportar material para a construção da própria Transnordestina. Se tudo correr bem, com pelo menos quatro anos de atraso a promessa será cumprida.

Outra promessa lulista, a transposição do São Francisco já encareceu 40% e sequer ficará pronta no governo atual. Parte da estrutura já feita, construída às pressas para figurar na campanha eleitoral de Dilma, hoje apodrece sob o sol inclemente. Nenhuma gota d'água chegou ao sertão.

O Nordeste vem apresentando taxas chinesas de crescimento nos últimos anos.

Muito se deve ao empreendedorismo e ao esforço próprio de seu povo.

O governo central pouco ajuda neste processo de superação.
A região quer emancipação e progresso, e não continuar a servir de subterfúgio para que a política miúda siga produzindo escânda
los em série.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela

O brasil maravilha da GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA 1,99 FAJUTA : Investimento insuficiente. O rombo nas contas externas não para de crescer.

Em 2011, bateu recorde ao alcançar US$ 52,6 bilhões, um volume 11,17% maior que o verificado no ano anterior. Para 2012, as expectativas do Banco Central são ainda piores:
US$ 65 bilhões.

Diferentemente do ano passado, não haverá como cobrir esse buraco.

O Investimento Estrangeiro Direto (IED), que até então registrava cifras superiores às do deficit externo e tapava esse rombo, deve ficar em US$ 50 bilhões no ano — o país será obrigado a buscar no mercado financeiro os US$ 15 bilhões de diferença, um dinheiro considerado altamente volátil e que pode fugir do Brasil caso a crise piore.


"O deficit reflete a falta de poupança doméstica.
O setor público não poupa e as famílias também não. Assim, o país fica obrigado a importar poupança para se financiar", explicou Bruno Lavieri, economista da Tendências Consultoria.


Apenas em dezembro, o deficit nas contas externas foi de US$ 6 bilhões, um buraco 72,76% maior que o registrado em igual mês de 2010.

Parte dessa conta, segundo dados do Banco Central, se deve ao elevado volume de gastos em viagens internacionais, a remessas de lucros por filiais a seus países de origem e a desembolsos pesados no aluguel de equipamentos e fretes de navios.

No ano passado, o setor produtivo brasileiro desembolsou US$ 16,7 bilhões com aluguel de máquinas, o maior montante já registrado pelo BC. Em 2010, esse valor havia sido de US$ 13,7 bilhões.

As despesas com transporte também foram elevadas (US$ 14,1 bilhões), 24,82% mais do que no ano anterior. Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, admite que o rombo nas contas é grande.

"O retrato das contas externas mostrou deficits significativos, o que evidencia maior demanda dos brasileiros por produtos externos", resumiu.

Maciel, entretanto, tentou amenizar o problema. "O deficit é plenamente financiável", disse. Lavieri também considera a situação, por enquanto, controlável.
Para ele, mesmo com o IED sem capacidade de cobrir o buraco, ainda é possível recorrer ao capital especulativo.


Porém, o ingresso de dólares no país por essa via tem sido cada vez menor.
Segundo especialistas, janeiro foi um mês atípico por registrar US$ 6,6 bilhões positivos de saldo líquido, resultado influenciado por capital destinado à bolsa de valores.

"Isso não deve se repetir." (VM)

Sinal de alerta

Apesar dos bons números de 2011, o buraco nas contas externas
dará trabalho neste ano. Faltarão recursos para financiá-lo (Em US$ bilhões)

Transações correntes
2002 -7,6
2003 4,1
2004 11,6
2005 13,9
2006 13,6
2007 1,5
2008 -28,1
2009 -24,3
2010 -47,3
2011 -52,6
2012 -65,0*

*Projeção

Investimento estrangeiro direto
2002 16,5
2003 10,1
2004 18,1
2005 15,0
2006 18,8
2007 34,5
2008 45,0
2009 25,9
2010 48,5
2011 66,6
2012 50,0*

Fonte: Banco Central

Correio Braziliense