"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 01, 2014

NADA DE MAIS "RECREIO" A HORA É DE ACABAR COM A BRINCADEIRA DE "GUVERNÁ" E (SALVAR)DEVOLVER O BRASIL PARA GENTE SÉRIA E COMPETENTE DE VERDADE : Produção industrial cai 6,9% em junho ante 2013, maior queda desde setembro de 2009



A produção industrial brasileira caiu 6,9% em junho na comparação com junho de 2013. Esse foi o resultado negativo mais intenso desde setembro de 2009 neste tipo de comparação, quando o recuo havia sido de 7,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão ainda destacou que este é o quarto resultado negativo consecutivo nesta base de comparação.
Além disso, a taxa acumulada em 12 meses atingiu queda de 0,6% em junho, o primeiro resultado negativo desde março do ano passado, quando estava com queda de 0,9%.

Segundo o IBGE, o resultado mostrou "clara perda de ritmo" em relação aos resultados da taxa acumulada em 12 meses verificados em março (2,0%), abril (0,7%) e maio (0,2%).

No mês, a produção industrial recuou 1,4% em junho ante maio, o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2013, quando a queda foi de 3,6% em relação a novembro do ano passado. E, pelo quarto mês seguido, o indicador mensal também apresenta resultados negativos. 

No acumulado no primeiro semestre de 2014, a produção da indústria registra queda de 2,6% ante o mesmo período do ano passado.

Em todas as bases de comparação, os resultados negativos foram puxados pelo desempenho do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que apresentou queda de 36,3% em junho na comparação com junho de 2013; recuo de 12,1% em junho na comparação com maio e baixa de 16,9% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2013.
Idiana Tomazelli - Agência Estado

ENQUANTO NO brasil maravilha dos VELHACOS A COMPETENTA "BRINCA DE GUVERNÁ"... NO BRASIL REAL A GERENTONA/EXTRAORDINÁRIA A MAIS PREPARADA DESTRÓI TRAJETÓRIA DE QUEDA DA INFLAÇÃO.



Ao finalizar seu mandato neste ano, a presidente Dilma Rousseff vai interromper a trajetória de desaceleração da inflação que marcou a virada dos quatro governos anteriores, ao mesmo tempo em que entregará a pior taxa média de crescimento da economia nos últimos 20 anos.

De acordo com especialistas consultados pela Reuters, essas duas marcas são fruto de erros de avaliação da situação econômica, mantendo o estímulo à atividade via consumo uma das principais marcas de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu segundo mandato aliado à demora em incentivar os investimentos. A saída para esta espiral já foi detectada, via importantes concessões públicas de infraestrura, mas é preciso que o caminho seja mantido daqui para frente por quem estiver à frente da Presidência da República em janeiro.

"Houve um erro de estratégia. Demorou muito para perceber que o consumo estava perdendo força para impulsionar a economia... Não se conseguiu articular a queda do consumo com recuperação do investimento", avaliou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos conselheiros econômicos da presidente Dilma.

O primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998) acumulou inflação medida pelo IPCA de 43,46 por cento. Esse número foi caindo até que Lula encerrou seu segundo mandato, em 2010, com alta de preços acumulada de 22,21 por cento. Se a projeção do Banco Central de IPCA de 6,4 por cento neste ano se concretizar, Dilma vai interromper essa sequência de queda e terminar seu mandato com o indicador somando alta de 27 por cento em quatro anos.

Quando o assunto é atividade econômica, os dados também não são animadores. Dilma deve entregar crescimento médio anual de 1,8 por cento em seu governo, se confirmada a expectativa do mercado de expansão de 0,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, segundo pesquisa Focus do BC. Quando recebeu a faixa de Lula, a taxa média havia sido de 4,6 por cento entre 2007 e 2010.
O resultado da presidente será o pior contando os governos de FHC e de Lula.

CONSUMO

Mais medidas de incentivo ao consumo como reduções tributárias para veículos e móveis em uma economia que já tinha uma taxa de desemprego baixa resultou em inflação alta, com a qual Dilma ainda tem que lidar às vésperas da eleição. Em junho, a alta acumulada em 12 meses do IPCA estourou o teto da meta do governo.

"Quando a desaceleração econômica veio, e aí é o erro de política dela (Dilma), entendeu-se que havia falta de demanda, mas era falta de oferta. A reação foi com políticas monetária e fiscal extraordinariamente frouxas", destacou o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman.

Foi em 2012, segundo ano do governo Dilma, que a taxa básica de juros atingiu o menor nível histórico de 7,25 por cento, importante fator de estímulo do consumo via barateamento dos empréstimos. Esse patamar, no entanto, não se sustentou por muito tempo e, no início do ano seguinte, começou a ser elevado para o atual nível de 11 por cento ao ano acima dos 10,75 por cento que Dilma recebeu.

Para os analistas, a correção do atual cenário passa invariavelmente pelo investimento em infraestrutura, destacadamente via concessões. Com isso, também conseguiria melhorar a confiança no país. As concessões foram uma aposta do atual mandato da presidente, mas o governo acabou enfrentando mais dificuldades do que imaginava, sem conseguir por exemplo fazer até agora leilão das ferrovias. Ainda existem muitas dúvidas por parte dos investidores sobre esses processos.

Apesar disso, desde o ano passado o governo conseguiu leiloar seis lotes de rodovias e também foram concedidos à iniciativa privada seis aeroportos.

"O Brasil entrou em uma fase em que para voltar a crescer precisa ter aumento de produtividade. Isso demanda tempo e investimentos. Então Dilma acertou no final do governo abrindo concessões", afirmou o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, hoje chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

REEQUILÍBRIO

Ainda que na avaliação de alguns de forma atrasada, o fato de já ter dado início a esse processo de ajuste é o que pesa a favor de Dilma neste momento em que ainda mantém a dianteira na corrida eleitoral, mas com pesquisas apontando disputa muito acirrada num provável segundo turno.

"No frigir dos ovos, o governo Dilma custou a se ajustar à nova realidade e, quando se ajustou, talvez tenha demorado demais. Mas não a ponto de prejudicar a solvência do país", completou Freitas. 

Independentemente de quem vencer as eleições de outubro, os especialistas destacam que o importante será continuar nesse caminho para garantir o reequilíbrio da economia mesmo que isso signifique ao menos mais um ano de crescimento baixo.

"Tem que reconhecer que o país vai ter de crescer pouco para trazer a inflação para baixo, permitir desvalorização do real, subir juros. Um ano muito difícil, mas lançaria as bases para reequilibrar a economia, avançando ao mesmo tempo na questão das concessões", disse Schwartsman.

Na pesquisa Focus do BC junto a economistas, a expectativa é de que o Brasil crescerá 0,9 por cento neste ano, acelerando a 1,5 por cento em 2015 e chegando a 2,5 por cento em 2016, mesmo resultado visto no ano passado.

CAMILA MOREIRA - REUTERS

Governo Dilma interrompe trajetória de queda da inflação