"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 09, 2011

NA LANTERNA DOS AFOGADOS.

O Brasil foi novamente o patinho feio do dia mais feio dos mercados financeiros globais desde 2008.

As ações de empresas brasileiras, reunidas no índice Bovespa, foram, de novo, as que mais caíram no mundo - exceção feita às argentinas, que contam pouco na ciranda global. Por que o país está sendo tão castigado?

A Bovespa caiu ontem 8,08%, ampliando para 29,78% as perdas no ano. Entre 91 índices acompanhados pela agência Bloomberg, o da bolsa brasileira lidera as quedas.

Apenas nesta segunda-feira negra, as empresas listadas na bolsa de São Paulo perderam R$ 174 bilhões em valor de mercado.

A crise desencadeada desde a última semana e agravada agora pelo rebaixamento da dívida pública norte-americana fez o Ibovespa encolher dois anos em poucos dias. O índice recuou ontem para o patamar de 30 de abril de 2009.

Petrobras e Vale estão entre as empresas mais machucadas. Só ontem, suas ações caíram 7,8% e 9,4%, respectivamente. A estatal perdeu R$ 66,6 bilhões em valor de mercado desde a última semana; a mineradora, R$ 51 bilhões.

Petrobras e Vale sofrem, em parte, porque negociam commodities, cujas cotações encaram agora perspectiva de forte queda no mundo.

Mas sofrem também porque viram seus negócios capturados pelo governo federal. A ingerência espúria dos últimos meses cobra agora um preço altíssimo.

Analistas ouvidos pelos principais jornais prognosticam que a crise deve bater no Brasil, principalmente, por meio do recuo das cotações das commodities. Com preços muito altos, tais produtos - em especial, soja, minério de ferro e açúcar - ajudaram a turbinar a entrada de capital externo no país. A fonte deve parar de jorrar.

Cairão as exportações e, com elas, a oferta de capital para financiar as contas externas. Como as vendas deste ano já estão, na maior parte, contratadas, o resultado de 2011 não deve se alterar.
Mas já há quem preveja déficit comercial no ano que vem.

O crescimento do PIB também ficará comprometido.
Ontem mesmo, o ministro Guido Mantega já cuidou de preparar o país para um nível mais baixo que os 4% que o governo Dilma vinha prevendo.
"Não podemos fazer milagre", afirmou ele.

A percepção dos investidores sobre o Brasil já vinha se deteriorando, segundo o Valor Econômico.

O jornal cita análise feita pelo Instituto Internacional de Finanças segundo a qual houve aumento das "incertezas sobre a direção da política [econômica]" e do "sentimento de baixa que tem pesado tão fortemente sobre o mercado de ações brasileiro este ano".

"A aversão global ao risco já vinha se refletindo na redução de 70% do fluxo de investimentos de portfólio para o Brasil no primeiro semestre, comparado ao mesmo período de 2010.

O fluxo para títulos de dívida também caiu 25% em relação ao segundo semestre do ano passado", ressalta o Valor.

A resposta mais esperada pelos analistas brasileiros à crise deve ser o corte dos juros e a redução dos depósitos compulsórios dos bancos. Em suma: uma ação preferencialmente monetária, e não fiscal, como ocorreu em seguida à crise de 2008 quando o governo Lula afrouxou os gastos públicos e insuflou a inflação que até hoje tentamos debelar.

Outro aspecto escamoteado e algo obnubilado pela farra do endividamento que vivem outros países é que o Brasil também tem um nível alto de dívidas. A bruta chegou a bater em 64% do PIB em outubro de 2009 e hoje está em 56% do PIB, nível quase idêntico ao de setembro de 2008.

"Reduzir para valer os gastos em custeio é uma medida de segurança diante da possibilidade crescente de haver algum impacto mais forte proveniente do exterior. (...)
Ser conservador na política fiscal é o mais indicado para uma fase de maior turbulência mundial", defende O Globo em editorial.

O Estado de S.Paulo vai na mesma linha:
"O uso da política monetária, isto é, a redução dos juros, exige que a política fiscal dê sua contribuição para que isso seja feito de modo eficaz.

Com efeito, é indispensável que o governo reduza paralelamente seus gastos, que hoje estão contribuindo para manter uma demanda elevada de bens e serviços que nossa fase de desenvolvimento-investimentos não permite".

Surge, portanto, no horizonte uma oportunidade ímpar para que seja feito o tantas vezes adiado ajuste na exótica taxa de juros que o Brasil pratica.

Em 2008, esta janela também se abriu, mas se fechou sem ser aproveitada , por causa da imperícia do nosso Banco Central:
enquanto todo o mundo reduzia as taxas, nós a aumentamos.

Espera-se que novas barbeiragens não se repitam agora e que o governo não fique fantasiando que vivemos numa ilha.

Fonte: ITV

BRASIL CARCOMIDO : ALÍVIO NO PMDB. TEM PETRALHA, DIGO, PETISTA ENVOLVIDO NA AÇÃO DA PF, LOGO...

As primeiras notícias da manhã sobre a ação da Policia Federal no Ministério do Turismo provocaram grande apreensão no PMDB, responsável pela indicação do ministro Pedro Novaes (PMDB-MA).

Com a chegada de mais detalhes da ação da PF, veio o alívio: indicados pelo PT também foram atingidos e presos na mesma Operação Voucher da PF.

Segundo fontes do PMDB, o secretário-executivo Frederico Costa, que teve a prisão decretada nesta manhã, permaneceu no cargo, como o segundo do ministério, por indicação do líder do governo, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Outro que teve a prisão preventiva decretada é o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA), indicado pelo ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA); e ainda o ex-presidente da Embratur Mário Moysés, que chegou ao cargo por nomeação da ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) e permaneceu na atual gestão a pedido do ex-ministro Antonio Palocci (PT-SP).

Ou seja, as prisões atingem igualmente PT e PMDB.

“Isso tudo afeta o ministro Pedro Novaes”, reconheceu um peemedebista, lembrando que ele fora chamado a Brasília pela presidente Dilma Roussef.

A sequência de denúncias pela imprensa e ações da Polícia Federal sobre cargos e empresas públicas indicam, na avaliação de autoridades do Palácio do Planalto, que as indicações políticas chegaram ao extremo.

Em muitos casos, valem mais do que o currículo dos nomeados. A presidente Dilma Rousseff está recomendando que, na renovação dos cargos, os ministros recorram a nomes técnicos.


Produção industrial cai em 9 de 14 regiões, mostra IBGE

A produção industrial brasileira, que recuou 1,6% em junho, caiu em 9 dos 14 locais pesquisados em junho sobre maio, descontadas as influências sazonais, divulgou nesta terça-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os recuos mais acentuados ocorreram no Rio de Janeiro, de 4,5%,
no Amazonas, de 3,7%,
seguidos por Ceará, de 2,9%,
Espírito Santo, de 2,4%,
Pará, de 1,8%,
e no Rio Grande do Sul, de 1,6%.


Com quedas abaixo da observada no total nacional ficaram São Paulo (-1,5%), Minas Gerais (-1,3%) e Santa Catarina (-0,1%).

As cinco áreas com avanço foram Bahia (5,6%),
Pernambuco (4,8%),
Paraná (3,1%),
Goiás (2,3%)
e região Nordeste (0,5%).


Na comparação com junho de 2010, 9 dos 14 locais pesquisados apresentaram avanço na produção, com destaque para o crescimento de dois dígitos de Goiás (26,1%), especialmente influenciado pelos avanços nos setores de produtos químicos e de alimentos e bebidas.

Acima da média nacional (0,9%) destacam-se também Espírito Santo (8,0%),
Bahia (6,1%),
Pará (4,5%),
São Paulo (1,9%),
Paraná e Pernambuco (ambos com 1,6%)
e Minas Gerais (1,3%).
Rio Grande do Sul, com acréscimo de 0,7%, apontou avanço na produção no índice mensal de junho de 2011.


Ceará (-14,6%),
Santa Catarina (-7,3%)
e Rio de Janeiro (-3,9%) mostraram os recuos mais intensos,
enquanto Amazonas (-0,2%) e região Nordeste (-1,7%) tiveram quedas mais moderadas.

G1

BRASIL CARCOMIDO! QUEM CONTROLA O CONTROLADOR? Emenda de deputada do PMDB favoreceu contrato do Turismo investigado pela PF.

A deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) foi a autora de duas emendas - uma de R$ 4 milhões e outra de R$ 5 milhões - que favoreceram o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) nos contratos com o Ministério do Turismo para capacitação profissional no Amapá.

Operação da Polícia Federal nesta terça-feira, 9, prendeu 38 pessoas, incluindo dirigentes da entidade e funcionários do ministérios vinculados ao convênio entre o Turismo e o Ibrasi. Todos os contratos estão em vigência.

Segundo documentos obtidos pelo Estado, a deputada Fátima Pelaes enviou, no dia 12 de novembro de 2009, um ofício ao então ministro do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho, em que indicou uma emenda parlamentar dela no valor de R$ 4 milhões para o Ibrasi (abaixo).

No mês seguinte, no dia 21 de dezembro daquele ano, o Ministério do Turismo assinou o convênio no valor de R$ 4,4 milhões com a entidade, sendo R$ 4 milhões dos cofres do governo (fruto da emenda da deputada) e o restante como contrapartida do Ibrasi.
O ofício da deputada está no processo do convênio.


O contrato foi assinado por Mário Augusto Lopes Moysés, então secretário-executivo do ministério. Ele é um dos presos na operação da Polícia Federal desta terça-feira.


No dia 30 de junho do ano passado, um novo ofício da deputada Fátima Pelaes solicitou a destinação de uma outra emenda dela, agora de R$ 5 milhões, para o Ibrasi.

Meses depois, no dia 15 de setembro, o ministério assinou convênio no mesmo valor com a entidade para “Implantação de processos participativos para Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Turismo do Estado do Amapá”.


Este contrato foi assinado por Frederico Silva da Costa, atual secretário-executivo do ministério e que também foi preso pela Polícia Federal. Na época, ele era Secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo.

Um terceiro contrato foi assinado pelo Ministério do Turismo no valor de R$ 6,9 milhões com o Ibrasi em 2009 para “Desenvolver metodologia para realização de pesquisas e promover a sua aplicação no que tange ao estudo e diagnóstico nos terminais portuários dos passageiros no litoral brasileiro”.

Neste convênio, a príncípio, não aparece emenda parlamentar.

O Estado procurou a assessoria da deputada Fátima Pelaes, mas não houve retorno até o momento.

ROSSI : "Há sempre uma concorrência natural por e$paço", diz ele sobre a pa$ta. FRENÉTICA/FAXINEIRA APÓIA.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, sob pressão, tentou mostrar ontem que não tem ligação com as novas irregularidades em sua pasta e admitiu que a disputa por espaço político na Conab pode estar alimentando as denúncias.

Sem responder a algumas perguntas, Rossi criticou órgãos da imprensa que, segundo ele, estariam dando espaço a pessoas e ex-funcionários que tiveram interesses contrariados.

Ao sugerir disputa política no setor, o ministro se refere ao fato de que há indicações políticas na Conab feitas por pelo menos três partidos - PMDB, PT e PTB.


- Há sempre uma concorrência natural por espaço. A Conab tem diretores de vários partidos, e isso tem gerado problemas. Hoje, sinto que há uma certa dificuldade de entendimento entre os diretores - disse Rossi, em entrevista.

Ele se defendeu dizendo que abriu inquérito administrativo para apurar a denúncia, da revista "Veja", de que o lobista Júlio Fróes teria usado sala e computadores do ministério e distribuído pacotes de dinheiro a funcionários do setor de licitações da pasta.

Rossi disse ainda que não conhecia Israel Leonardo Batista, ex-chefe da comissão de licitação do ministério, que admitiu à "Veja" ter recebido o pacote de dinheiro de Fróes e recusado. O ministro ponderou que havia uma disputa entre dois grupos na pasta, um ligado à gestão anterior e outro que ascendeu:

- Ele (Israel) fez acusações graves, mas precisa comprovar. Todos serão chamados, e ninguém apontou fato ilegal que eu tivesse cometido. O ônus da prova é de quem alega.

Rossi lamentou a saída de Milton Ortolan, contando que pediu que ele apenas se afastasse durante as investigações, mas que o assessor e seu amigo há 25 anos não aceitou, por ter se sentido humilhado e insultado com a reportagem. O ministro defendeu o contrato de R$9 milhões, feito pelo ministério com a Fundação São Paulo, entidade mantenedora da PUC-SP, para capacitação de funcionários da pasta.

Rossi disse que tudo foi feito dentro da lei e que a dispensa de licitação ocorreu porque o produto oferecido por eles é único.

Indagado se se sente firme no cargo, respondeu:

- A presidente Dilma tem me dado todos os motivos para que eu me sinta firme e confortável, e meu trabalho está sendo avaliado. Não tenho necessidade vital de estar aqui.

O ministro negou que haja algum tipo de orquestração política contra ele ou o PMDB, mas ponderou que o partido tem crescido em áreas importantes e que a disputa pela prefeitura de São Paulo tem criado problemas e confrontos.

Isabel Braga O Globo

VOLATILIDADE/CALMA/PRUDÊNCIA - "Quem está fora, fique fora! Quem está dentro, tenha sangue frio e mantenha posição!"


Ontem foi um daqueles dias em que a tela do computador é monocromática. Os mercados de capitais ao redor do mundo operaram no vermelho e ao acessarmos os serviços de informações o susto foi grande. Em momentos como este, de alta volatilidade do mercado, maior deve ser a atenção à estratégia traçada para a carteira.

Investir na bolsa em períodos como este exige um grau de conhecimento e dedicação maior que em outros momentos. Afinal, maior volatilidade significa maior grau de risco.

Mercados nessas condições exigem muito sangue frio.
A resposta que todos estão buscando é sobre o fundo do poço e saber isso não está nada fácil. Em diversas ocasiões vi muita gente boa queimando a língua em relação às suas apostas de que o piso do poço já havia sido atingido.


Nesta hora, costumam aparecer muitas "dicas" ou "informações de bastidores". Ouço algumas vozes recomendando comprar porque afinal o mercado está "barato". Que há muitas pechinchas esperando pelo seu dinheiro.

O momento exige que eu seja direto:
"Quem está fora, fique fora! Quem está dentro, tenha sangue frio e mantenha posição!"


Dar ouvidos a especulações é se abrir à possibilidade de cometer as maiores bobagens, como comprar na alta e vender na baixa - sair da posição quando os preços já estão no fundo do poço.

Ou pior:
voltar para a posição de alta quando os preços estão prestes a cair novamente.
Esse alerta é, principalmente, indicado para aquelas pessoas sem grandes conhecimentos sobre investimentos ou que não têm tempo para se dedicar a análises sobre empresas e mercados.


O grande erro que muitos cometem é ser influenciado pela alta volatilidade de preços e abandonar suas estratégias de longo prazo. Muitos investidores nem sequer mantêm uma carteira bem diversificada. São ávidos por "dicas de cocheira" e alteram suas posições com base em qualquer nova.

A chance de realizar perdas é muito grande.

É essencial para o investidor presente na bolsa, neste momento, ter muita frieza, mirar no longo prazo e firmar uma estratégia de investimentos. Lembre-se de não fazer confusão entre prejuízo econômico com prejuízo financeiro. A perda econômica pode ser reversível, a financeira é que sentimos no bolso e é irrecuperável.

Algumas dicas são sempre importantes:

Investigue. Não jogue o seu dinheiro no escuro.

Desconfie de dicas muito fáceis.

Acompanhe o mercado 24 horas.

Evite a opinião da massa.

Cuidado com o tipo de ordem que você dá ao seu corretor.

Tenha calma e mais calma!

Volatilidade significa alto risco.
A palavra significa a propriedade de certas substâncias sólidas ou líquidas de se transformarem em gasosas. Assim, fique atento para não transformar seu dinheiro em vapor. Prudência é a palavra de ordem.

Fabio Gallo Garcia O Estado de S. Paulo

MOTIM NO BARCO DO MINISTRO PASSOS! "São 2.800 servidores e nenhum se qualifica para ser diretor?"


Triunvirato nomeado para a diretoria interina do Dnit a fim de não paralisar as atividades do órgão contesta as indicações de Dilma Rousseff e incita servidores a se rebelarem

Os três servidores nomeados "em caráter transitório" para ocupar diretorias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) mobilizam funcionários do órgão para promover um levante contra cinco das sete indicações da presidente Dilma Rousseff para as diretorias efetivas.

Na manhã de ontem, Luiz Heleno Albuquerque, interino da Diretoria Executiva;
Eloi Angelo Palma; interino da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária;
e Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, interino da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária, comandaram assembleia de servidores no auditório do órgão, no Setor de Autarquias Norte, em Brasília, cobrando alterações na lista de indicações do governo — prevista para ser sabatinada no Senado nos próximos dias.

Os funcionários foram convocados pelo sistema de som do prédio do Dnit e o Correio acompanhou a mobilização.


Aplaudido por cerca de 500 servidores que lotaram o auditório, com todas as cadeiras preenchidas e grande número de funcionários em pé, Luiz Heleno foi o autor do discurso mais inflamado.

O diretor temporário afirmou que a presidente tem a prerrogativa de escolher o diretor-geral do Dnit — indicação que ficou com o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe — e o secretário executivo do departamento — na lista de Dilma, é o servidor da Controladoria-Geral da União (CGU) Tarcísio Gomes de Freitas —, mas o quadro técnico teria que ficar com o próprio Dnit.

Luiz Heleno elogiou a escolha de Fraxe e de Tarcísio, mas questionou os critérios adotados nas outras cinco indicações.


O diretor interino disse ainda que muitos funcionários do Dnit tinham currículo "até melhor" do que os indicados, e que a escolha da nova diretoria "não contemplou discussão interna".

Ainda de acordo com Luiz Heleno, a lista foi feita "de cima para baixo" e o fato de nenhum servidor do órgão ter sido lembrado significa uma "intervenção branca" no departamento.

No quadro técnico escolhido pela Presidência, a Secretaria de Gestão dos Programas dos Transportes, também da pasta, foi prestigiada com três indicações; o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) com uma; e um funcionário do Ministério da Fazenda em exercício no governo do Rio de Janeiro ficou com um posto na área financeira.

"O Dnit não vai ser uma casa de cordeiros esperando a faca entrar no nosso bucho", discursou Luiz Heleno.


Ameaças
Durante a assembleia, os oradores afirmaram que, se os quadros do Dnit não fossem contemplados nas indicações, a rotina do trabalho poderia ser "prejudicada".

A paralisação seria usada como forma de pressão contra o governo. Luiz Heleno informou que a reunião seria curta, pois ele ainda se encontraria com o ministro Paulo Sérgio Passos ontem.

Ele perguntou aos funcionários se poderia apresentar ao ministério o pleito como um pedido de todo os servidores. Os funcionários levantaram as mãos e aprovaram a representação do diretor temporário.


Antes do fim da reunião, um servidor pegou o microfone para pedir que os três diretores não entregassem os cargos, pois poderia acarretar a extinção do órgão e a paralisação das licitações — o governo convocou os diretores temporários para garantir o quorum da diretoria colegiada do Dnit, responsável pela avaliação das concorrências públicas.

Servidores aplaudiram a manifestação de Luiz Heleno e reforçaram as críticas à lista de Dilma. "Os indicados não têm know how, só currículo acadêmico", criticou um funcionário.

"São 2.800 servidores e nenhum se qualifica para ser diretor?", questionou outro servidor.


Após o encontro dos diretores temporários com os servidores, o Correio tentou entrevistar Luiz Heleno, mas o diretor interino não quis falar sobre as críticas contra os indicados do governo e pediu que a reportagem procurasse a assessoria do órgão.

Questionada se a mobilização dos servidores tinha o objetivo de pleitear a manutenção dos diretores temporários no cargo, a assessoria respondeu que os interinos não fizeram isso para permanecerem nos respectivos postos, mas porque "acham que tem que ter gente da casa" na lista de indicados.


Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, os diretores interinos se reuniram com o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Miguel Masella, e não com o ministro.

Eles afirmaram que não renunciarão às diretorias temporárias e ouviram do secretário executivo o compromisso de que servidores do Dnit serão nomeados para as coordenações-gerais.
O órgão tem 21 cargos dessa categoria.

Josie Jeronimo Correio Braziliense

"REPÚBLICA DA PROPINAGEM" : CONAB, R$22 milhões PARA LIBERAR PAGAMENTO DE UMA DÍVIDA DE R$150 milhões .

A reunião em que teria sido proposta propina de R$22 milhões para funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) liberarem o pagamento de uma dívida de R$150 milhões à empresa Spam ocorreu em instalações da Infraero no Aeroporto de Brasília.

A informação é do advogado Antônio Carlos Simões, que revelou detalhes do esquema à revista "Veja". Ao GLOBO, ele afirmou que o encontro ocorreu numa das salas de reunião da Infraero, no terminal do aeroporto. E explicou que um outro representante da empresa foi quem organizou o encontro.

Simões afirmou que o advogado Domingos Flores Fleury da Rocha, que também atua no caso, a serviço da Spam, pediu que ele comparecesse à reunião, ocorrida no início de março, em sala no andar superior ao térreo.

Segundo Simões, Fleury, acompanhado de um homem que se apresentou como advogado da Conab, propôs o pagamento de um percentual sobre o valor da dívida para servidores da Conab.

- O doutor Fleury foi quem falou que tinham solicitado uma comissão de 15% para fazer o pagamento e que precisava da minha concordância - conta.

Simões explicou que o suposto representante da Conab, que foi descrito por ele como moreno, gordo e de estatura mediana, não se identificou.

Procurado, Fleury não se pronunciou ontem.
A Infraero informou que aluga salas a concessionários tanto em áreas restritas (de embarque) quanto nas de livre circulação.

Segundo a empresa, há a possibilidade de que os participantes do encontro tenham sido flagrados em locais de movimentação pública, mas as imagens só ficam guardadas por 30 dias.

O Globo

SÓ ONTEM, PERDAS : BOVESPA/R$174 bi - PETROBRAS/R$21,8 bi - GOVERNO/R$11 bi - VALE/R$20,86 bi - EIKE/R$7,421 bi/


Valor de mercado da Petrobras encolhe R$21,8 bilhões

Em apenas um dia, investidores que têm ações de empresas listadas no Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), perderam somados R$174 bilhões, segundo a base de dados consultoria Economatica.

Essa foi a perda de valor de mercado ontem dos 69 papéis de 63 empresas que compõem o índice, que caiu para R$2,202 trilhões.

O maior tombo foi da Petrobras.
A estatal perdeu em apenas um dia R$21,8 bilhões em valor de mercado. O governo federal tem quase a metade do capital social da companhia, o que significa que registrou uma "perda" de quase R$11 bilhões apenas ontem.

O segundo maior tombo foi da Vale.
A mineradora registrou um recuo no valor de mercado de R$20,86 bilhões com a queda nas ações.

O empresário Eike Batista, homem mais rico do Brasil, também perdeu uma parte de sua fortuna ontem. As empresas de seu conglomerado X - letra que batiza todas suas companhias - tiveram somadas perda de R$7,421 bilhões.

Eike tem cerca de dois terços do grupo EBX e registrou perdas pessoais na casa de R$4,9 bilhões. Mas, se não vendeu os papéis, nada o impede de recuperar o valor. Suas empresas listadas são OGX, MMX, MPX, LLX, Portx e OSX (Bruno Villas Bôas).

O Globo