"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 01, 2012

300/200/100%"PREPARADO" V : O PIB com o pé no freio

A economia brasileira começou o ano com pé no freio. No primeiro trimestre, o PIB cresceu apenas decepcionante 0,2% sobre o trimestre anterior, informou o IBGE nesta manhã.

Repete-se o que tem sido uma sina no governo Dilma Rousseff:

mais uma vez, as esperanças estão depositadas num futuro que, infelizmente, nunca chega.

Na taxa acumulada nos últimos 12 meses, o PIB cresceu apenas 1,9%. Para se ter ideia do que isso significa, há um ano a economia brasileira rodava à velocidade de 6,3% anuais. Desde então, foi decaindo progressivamente até chegar agora a menos de um terço do que era.

Nesta toada, até os 2,7% do pibinho de 2011 começam a parecer uma miragem para este ano. Segundo a LCA Consultores, ouvida pelo blog Casa das Caldeiras, do Valor Econômico, para crescer 3% em 2012, o PIB precisaria avançar 7% ao ano, na média, de agora até o fim do ano.

Não parece nem um pouco crível.


Os resultados do IBGE vieram recheados de más notícias - vale destacar que apenas as previsões mais pessimistas esperam um valor tão baixo quanto 0,2% no trimestre.
A agricultura conseguiu sair-se pior que a indústria e foi o setor com maior queda: 7,3% sobre o trimestre anterior.


Na mesma base de comparação, os investimentos também caíram 1,8%. Por esta ótica, apenas o consumo, tanto o do governo quanto o das famílias, cresceu. A taxa de poupança caiu de 19,5% do PIB no primeiro trimestre de 2011 para 18,7% agora.

No trimestre, o Brasil saiu-se pior que os Brics, que economias mais maduras como EUA, Japão e Alemanha e também em relação a alguns países vizinhos, como Chile e México.

Só ganhamos de algumas das economias mais problemáticas do mundo hoje, como Espanha, Portugal e Itália, mostrou a
Agência Estado

As perspectivas para o segundo trimestre também não são boas, a considerar os primeiros resultados já conhecidos para abril. É o caso, por exemplo, da produção industrial, em movimento definitivamente ladeira abaixo.

Ontem, o IBGE havia mostrado que o setor encolheu 2,9% em abril na comparação com mesmo mês de 2011.


Curiosamente, no cômputo do PIB a indústria foi a de melhor desempenho, com alta de 1,7% sobre o trimestre anterior. Uma das explicações seria o peso da construção nas contas nacionais, diferentemente da sua participação na produção industrial pesquisada pelo IBGE, mais calcada nos setores de transformação.

Com todo este desalento, o único que não demostra preocupação em relação ao comportamento geral da economia é justamente quem mais deveria estar incomodado com o ritmo decepcionante:
o ministro da Fazenda.

Em mais uma de suas previsões alienadas, Guido Mantega
disse hoje pela manhã que ainda espera uma alta de até 4,5% no ano. Só pode estar faltando seriedade.

Observe-se o desempenho de segmentos que ajudam a antever comportamentos futuros da economia, como os bens de capital - isto é, maquinário usado pelos demais elos da cadeia para expandir a produção. Eles exibem queda de quase 10% no ano até abril. A produção de bens duráveis - como carros, eletrodomésticos e celulares, por exemplo - também cai na mesma proporção.

Por todos estes sinais, não restam dúvidas de que os impulsos que o governo vem dando à economia não estão surtindo efeito. Há um problema crônico, que já vem de longa data, mas que não tem obtido atenção oficial adequada:
a repetida baixa da produtividade industrial.

Entre 2000 e 2009, a queda foi de 0,9% ao ano. As condições de competitividade como um todo também mantêm-se sofríveis.


O governo já tentou de tudo para "levantar" o PIB - usando uma acepção cara a Mantega. Incentivos esparsos e fragmentados à indústria, por meio da edição de sete pacotes desde 2008. Desonerações tributárias a conta-gotas, concedidas a quem dispõe de mais poder de pressão sobre Brasília, além da imposição de barreiras comerciais que transformaram o Brasil no campeão mundial do protecionismo - como mostra hoje O Estado de S.Paulo.

Entretanto, aquilo que cabe estritamente ao governo, ele não faz:
pôr em marcha um programa ousado de investimentos públicos que melhore a competitividade do país e destrave o ímpeto empreendedor privado.

Não há rigorosamente nada sendo executado hoje a contento pelo poder público federal. Na realidade, os investimentos estão em queda:

-3,5% até abril, como informou o Tesouro Nacional anteontem.

Com os números conhecidos hoje, vão se confirmando as previsões mais sombrias para o país neste ano. Caminhamos para o segundo ano de naufrágio do governo Dilma.

É um filme que se repete, e que ninguém gostaria de assistir de novo. Seria bom a presidente rever, urgentemente, o rumo que tem dado à gestão da economia.
Parece evidente que o atual não está dando certo.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O PIB com o pé no freio

ENROLAÇÃO ! CPI DA "SOBRIEDADE E FOCO" : CPI investiga pouco Cachoeira e fica travada por polêmicas


Falta de documentos, informações de sigilos ininteligíveis e muita disputa política sobre outros temas tornam a CPI do Cachoeira, instalada há mais de um mês, uma investigação inócua até agora, sem avanços na apurações da Polícia Federal feitas nas operações Vegas e Monte Carlo, que servem de matéria-prima para os parlamentares.

Esses problemas são acrescidos de um comando confuso dos trabalhos decorrente principalmente da inexperiência do presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), em CPIs.

Rêgo, por exemplo, admite que comandar uma investigação parlamentar é um terreno ainda inexplorado na sua carreira.

"Quando eu era líder do governo, eu lutava para impedir CPIs. Quando eu fui oposição, lutei para instalar CPI, mas nunca consegui. Então, essa é uma experiência completamente nova para mim", contou o senador à Reuters lembrando dos tempos de atuação parlamentar na Paraíba.

Ele e outros membros da comissão ponderam também que essa CPI é diferente de outras que o Congresso já fez, porque começou com uma investigação detalhada da PF. Normalmente, os parlamentares investigam uma denúncia ou um fato específico que dá origem a uma série de pequenas apurações ao longo dos trabalhos.

Nesse caso, a investigação está pronta e o Congresso tenta aprofundar a amplitude das atividades do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no meio político e empresarial.

O foco definido e a investigação de anos dos policiais federais deveria colaborar para a produtividade da CPI, mas não é isso que ocorreu até agora.

Desde os primeiros dias de instalação, os membros da comissão gastaram mais tempo enfrentando polêmicas que não estava diretamente relacionadas com Cachoeira. É o caso da disputa envolvendo os parlamentares e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Foram pelo menos duas semanas de debates sobre a conveniência de levar Gurgel à CPI para explicar sua atuação na operação Vegas, que foi concluída em 2009 e usada somente neste ano pelo procurador para apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pelo seu estreito relacionamento com Cachoeira.

Os membros da CPI querem saber por que ele demorou tanto para usar o inquérito para apresentar a denúncia.

Gurgel reagiu e disse que os parlamentares que o questionavam queriam apenas desestabilizá-lo pela proximidade do julgamento do mensalão, escândalo deflagrado em 2005, durante o governo Lula, e esquema em que parlamentares receberiam recursos em troca de apoio político ao governo.

A CPI debateu o tema à exaustão e pediu explicações por escrito a Gurgel que atendeu ao pedido.

E somente nesta semana os membros da CPI pediram a quebra de sigilo de Demóstenes, que deveria ser um dos focos da investigação.

"Isso tem acontecido porque o relator é muito fraco. Sofre muita pressão. De dia diz uma coisa e à noite diz outra", avaliou um parlamentar do PT que integra da CPI ao se referir ao petista Odair Cunha (MG), que relata os trabalhos da comissão.

A reclamação demonstra ainda que a base governista está desarticulada na CPI e sofre com disputas internas nas bancadas do PT e do PMDB e entre elas também

Exemplo disso, foi a convocação, na quarta-feira, do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT, para depor da CPI. Mesmo com ampla maioria no plenário, os partidos aliados não impediram o constrangimento a um governante do partido da presidente Dilma Rousseff.

O PMDB tentou articular na terça-feira com o PT para que a quebra do sigilo bancário da construtora Delta fosse seletiva e atingisse apenas as contas que abasteceram empresas ligadas a Cachoeira. Mas os petistas não cumpriram o acordo e aprovaram a quebra irrestrita.

A desarticulação é comemorada pela oposição, que vê a situação como uma oportunidade de evitar que as investigações se restrinjam ao governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo.

"É verdade, nunca houve uma base governista tão desarticulada", analisou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que admite que a situação de Perillo "não é fácil".

Fora a desarticulação e a falta de documentos, o presidente da CPI disse que fica "angustiado" de ter de lidar com o ego dos deputados e senadores, sempre dispostos a fazer discursos para os eleitores nas sessões da comissão.

Rêgo costuma dizer que "se não fosse aquela luzinha vermelha" das câmeras da TV Senado e das demais emissoras sua vida seria muito mais fácil.

Outra dificuldade que tem sido enfrentada pela comissão é o silêncio dos depoentes. Todos os nove suspeitos de participar no suposto esquema convocados para prestar esclarecimentos se recusaram a responder às perguntas dos parlamentares, entre eles Cachoeira e Demóstenes.

Mas Rêgo espera que nas próximas semanas a investigação parlamentar avance, já que muitos documentos estão chegando à comissão de forma acessível e que os parlamentares finalmente se debrucem sobre eles para apurar a atuação de Cachoeira

JEFERSON RIBEIRO/Estado

SAMBA DE UMA NOTA SÓ ! AGORA VAI ? 300/200/100%"PREPARADO" IV : DE NOVO A EXPECTATIVA E A REALIDADE.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu na manhã desta sexta-feira que o desempenho do Produto Inter Bruto (PIB) no segundo trimestre será melhor que o registrado nos primeiros três meses do ano 0,2% de alta na comparação com o desempenho do último trimestre do ano passado.

No primeiro trimestre repetimos o crescimento do último trimestre do ano passado. Então, não houve aceleração nem desaceleração. O segundo trimestre terá crescimento maior que o primeiro disse o ministro.

O crescimento ocorrerá sobretudo por conta das medidas de incentivo à economia que o governo tem tomado ao longo dos últimos meses, afirmou Mantega. A redução dos juros e o controle do câmbio, segundo o ministro, serão os grandes responsáveis pelo aquecimento econômico.

Para ele, o segundo semestre será ainda mais favorável, porque os juros menores, câmbio controlado e as desonerações de produtos para incentivo ao consumo surtirão ainda mais efeito.

Vamos chegar ao segundo semestre com essas medidas fazendo mais efeito e com o crédito mais abundante às empresas e ao consumo. No segundo semestre, devemos atingir o crescimento que queremos de 4% a 4,5% estimou.

Tombini vê recuperação gradual

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o resultado do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre deste ano, de 0,2% frente os três últimos meses de 2011, confirma que a recuperação da atividade econômica tem sido bastante gradual.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, Tombini destaca que ficou a cargo da demanda doméstica a sustentação do crescimento. A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda, afirmou o presidente.

Tombini afirmou ainda que o ritmo de crescimento da economia deve aumentar ao longo do ano. Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira.

Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste ano

Delta aciona Supremo para impedir quebra de sigilo na CPI

Os advogados da Construtora Delta deram entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para tentar impedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da empreiteira.

A quebra dos sigilos foi aprovada esta semana pela CPI do Cachoeira, que apura denúncias de corrupção envolvendo o empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Segundo a defesa da Delta, a CPI não fundamentou a decisão de violar os sigilos da empresa. A citação de reportagens jornalísticas sobre o suposto crescimento financeiro da empresa Delta, por si só, não é fundamento para se devassar as ligações telefônicas efetivadas pelos trinta mil funcionários, argumentam os advogados.

No mandado de segurança, os advogados alegam que o único elo entre Cachoeira e a construtora encontrado pela CPI é a filial do Centro-Oeste, o que não justifica a quebra de sigilo dos dados nacionais da empresa. Eles também criticam a abrangência do período da devassa dos dados, de 2002 até hoje, pois acreditam que a única suspeita apontada pela CPI, a cooptação de dinheiro ilícito para campanha eleitoral, ocorreu em 2010.

Os advogados pedem decisão liminar devido ao risco de dano de difícil reparação. A relatora do caso é a ministra Rosa Weber.

O Globo

HOLDING J&F DESISTE DE COMPRAR CONSTRUTORA DELTA DELTA


A holding dos irmãos Batista, a J&F Participações, acaba de anunciar a desistência da compra da construtora Delta – empreiteira líder em obras do PAC, fundada pelo empresário Fernando Cavendish e que está envolvida nas denúncias que mostram as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos de todo o país.

A companhia também comunicou que está de saída da gestão da construtora.

Em 8 de maio, o grupo havia anunciado a entrada na administração da Delta e apenas a intenção de adquiri-la. Uma decisão de compra definitiva só ocorreria após a conclusão de um processo de auditoria, conduzido na companhia pela KPMG, cujo objetivo era fazer um levantamento completo da situação financeira e dos contratos da Delta.

No mercado, há rumores de que a desistência guarda relação com a quebra do sigilo fiscal da empreiteira, determinada pela CPI do Cachoeira. A assessoria de comunicação da Delta, contudo, nega a informação.

O comunicado da J&F explica que a desistência deve-se à própria deterioração dos negócios da Delta, sobretudo nos últimos dias. "O prolongamento da crise de confiança sobre a Delta tem deteriorado o cenário econômico-financeiro da construtora, gerando um fluxo financeiro negativo e alterando substancialmente as condições inicialmente verificadas", diz o documento.

300/200/100%"PREPARADO" III - brasil maravilha SEM "MARQUETINGUE" : Brasil fica em último entre os emergentes :


Com a divulgação do PIB no primeiro trimestre deste ano, o crescimento do Brasil aparece na quinta e última posição entre os países emergentes.

Em primeiro lugar está a China, que registrou alta de 8,1% nos três primeiros meses do ano frente ao mesmo período do ano passado,
seguida pela Índia (5,3%),
Rússia (4,9%),
África do Sul (2,1%)
e Brasil (0,8%).

Entre os países que já divulgaram os resultados das contas trimestrais este ano, o Brasil ficou atrás de seis, na comparação com o trimestre anterior. Embora IBGE frise que a análise serve apenas para comparação e evite falar em ranking, o melhor resultado foi obtido pelo Chile, com alta de 1,4%.

O Brasil ficou atrás também do México, com alta de 1,3%; do Japão, com crescimento de 1%; da Coreia do Sul, com avanço de 0,9%; e da Alemanha e dos Estados Unidos, ambos com alta de 0,5%.

Com desempenho abaixo do brasileiro vieram França e União Europeia, ambos com estabilidade;
Portugal, com queda de 0,1%;
Holanda, com recuo de 0,2%;
Espanha e Reino Unido, ambos com baixa de 0,3%;
e Itália, cujo PIB recuou 0,8%.
Os países do Brics não entraram nessa comparação.

Revisão nas taxas de crescimento de 2011

O IBGE divulgou revisões na evolução do PIB no ano passado. No quarto trimestre de 2011, a taxa de expansão mudou de 0,3%, calculada anteriormente, para 0,2% na nova estimativa, em comparação ao trimestre anterior.

No terceiro trimestre, foi mantida queda de 0,1% na mesma base de comparação. O segundo trimestre de 2011 manteve a taxa de 0,5%. Já no primeiro trimestre de 2011, a taxa de expansão mudou de uma alta de 0,6% para crescimento de 0,9%.

O Globo

MULTAS ! TCU: de R$ 29 bilhões de multas aplicadas, só 5% são arrecadados

Há cerca de quatro anos o Tribunal de Contas da União (TCU) faz um acompanhamento do total das multas aplicadas por órgãos e entidades de regulação e fiscalização da administração pública federal.

Relatório relativo ao período de 2008 a 2011, e divulgado no último dia 23, registrou quase 1 milhão de multas, somando R$ 29,2 bilhões. Mas o valor real arrecadado pelas entidades alcançou apenas R$ 1,7 bilhão, pouco mais de 5% do total.

Das 17 entidades analisadas pelo TCU, o Inmetro ficou em primeiro lugar na lista de arrecadadores, com 332 mil multas aplicadas no período e que somaram juntas R$ 609,9 milhões. Desse total, foram arrecadados R$ 541 milhões (88,7% ).

Já o IBAMA, por outro lado, só arrecadou 0,7% de um montante de R$ 13,5 bilhões relativos a 89 mil multas aplicadas no mesmo período.

Na lanterna da lista, em termos de valores, aparece a Agência Nacional das Águas (ANA) com apenas R$ 62,8 mil arrecadados relativos às penalidades pagas, embora a agência tenha aplicado somente 55 multas no período, somando R$ 85,3 mil.

De acordo com a assessoria do TCU, existem aspectos legais e operacionais que devem ser levados em consideração para o fato da arrecadação não corresponder ao número de multas aplicadas.

O tribunal explicou que, nas dívidas maiores, a pessoa ou a instituição multada tenta recorrer da cobrança na tentativa de postergar o pagamento do valor devido. E argumenta que isso acontece porque a legislação brasileira não tem mecanismos que façam com que o autuado seja impedido de protelar o pagamento.

Para o TCU, existe a possibilidade dos órgãos adotarem outras medidas para agilizar o pagamento das multas, como uma cobrança extrajudicial ou algum mecanismo que incentive o autuado a pagar o devido.

- Há no Congresso um projeto para mudar a negociação entre o credor e o devedor, fazendo com que o pagamento das multas seja menos traumático - diz a assessoria do tribunal.

Enquanto isso não acontece, quase todos os órgãos tomaram providências para agilizar a prestação de contas nos últimos dois anos, o que levou o TCU a ficar otimista com esse comprometimento, ainda que o resultado das medidas adotadas recentemente só venha a aparecer daqui a dois ou três anos.

O site Contas Abertas publicou uma análise do TCU onde ficou constatada a pouca oscilação quanto aos recebimentos das multas de um ano para o outro, com exceção da diferença entre 2010 e 2011, que foi superior a 43%.

Em 2008 foram R$ 385,5 milhões;
em 2009, R$ 364,7 milhões;
em 2010, R$ 373,8 milhões;
e em 2011, R$ 543,2 milhões.

Outro dado que chama a atenção é que dos 17 órgãos analisados, 15 arrecadaram menos que 50% do valor cobrado, enquanto que 12 deles sequer alcançaram 20%.

Ou seja: a maioria das multas não é paga.

300/200/100%"PREPARADO"II : Empresas brasileiras perderam R$ 193,9 bilhões em valor de mercado. Petrobras teve terceiro maior tombo da América Latina e dos EUA

As 309 empresas brasileiras de capital aberto negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderam R$ 193,9 bilhões em valor de mercado no mês de maio, segundo levantamento da consultoria Economática divulgado nesta sexta-feira.

O setor de petróleo e gás foi o que sofreu o maior tombo em valores absolutos, justamente porque a Petrobras, maior empresa do Brasil em valor de mercado, sofreu a maior desvalorização:
de R$ 285,9 bilhões no fim de abril para R$ 254,5 bilhões no fim de maio, um tombo de R$ 31,4 bilhões.

Na sequência, foi a mineradora Vale, segunda maior em valor de mercado, quem mais perdeu. Caiu de um valor de mercado de R$ 214,9 bilhões no fim de abril para R$ 189,9 bilhões no fim de maio, recuo de R$ 24,9 bilhões.

Outros setores com fortes quedas em valor de mercado foram alimentos e bebidas, que perdeu R$ 24,5 bilhões, e telecomunicações (recuo de R$ 17 bilhões).

Empresas Americanas perderam um Brasil em valor de mercado

Nos Estados Unidos, os estragos foram ainda maiores.
As 1196 empresas de capital aberto dos EUA acompanhadas pela Economática perderam US$ 1,03 trilhões em valor de mercado, cifra bem aproximada ao valor de mercado total das 309 empresas brasileiras no fim de maio que juntas valiam US$ 1,06 trilhão.

A queda do valor de mercado da Petrobras no mês de maio foi a terceira maior dos Estados Unidos e da América Latina. O banco de investimentos JP Morgan teve a maior desvalorização, de US$ 37,4 bilhões.

O Globo

E NA REPÚBLICA DOS ENGANADORES DO brasil 300/200/100%"PREPARADO"... : Produção industrial caiu 0,2% em abril e já acumula queda de 2,8% no ano

A indústria brasileira voltou a produzir menos em abril.
O resultado foi divulgado pelo IBGE no mesmo dia que o governo anunciou mais medidas para conter a entrada de eletrodomésticos e motos importadas e proteger a indústria.


Segundo o IBGE, a queda foi de 0,2% na comparação com março.
Frente a abril de 2011, a redução foi ainda maior:
2,9%, no oitavo recuo seguido nesse indicador.

Com isso, o setor - que deve ser o principal responsável pelo resultado fraco do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre que o IBGE divulga hoje - mostra que, até o momento, os incentivos do governo ao consumo não chegaram a movimentar as engrenagens da indústria.

Especialistas acreditam que uma reação mais efetiva do setor só deverá acontecer no segundo semestre, o que pode reduzir ainda mais as expectativas de crescimento para o ano. De janeiro a abril, a produção já ficou 2,8% menor.

- Os dados da indústria, junto com o PIB do primeiro trimestre que deve ser fraco, dão mais argumento para que o governo adote mais medidas de incentivo e até de protecionismo - disse André Guilherme Perfeito, da Gradual Investimento.

Segundo Fernando Abritta, economista da coordenação da Indústria do IBGE, os incentivos ainda não foram sentidos, em parte, porque setores estão com elevado estoque. A redução dos juros e a elevação do crédito podem estar até elevando as vendas, mas só no fim do primeiro semestre devemos ver essas medidas se refletir na produção industrial - afirmou Fernando Abritta, .

O investimento, traduzido pela produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) mostrou um avanço em abril, de 1,9%, mas ainda assim acumula queda de 9,8% no ano. Os bens intermediários (insumos para indústria) ficaram estagnados.

E os bens não duráveis (alimentos, vestuário e remédios) lideraram a queda na produção do mês, retraindo 1,4%, seguidos dos bens duráveis (eletrodomésticos e carros, exatamente os que receberam mais estímulos do governo) tiveram a produção reduzida em 0,5%.

- O que nos preocupa é que os bens intermediários, que é a produção que segue para indústrias, continuam fracos. E também a queda de 9,8% nos bens de capital no ano, o que mostra que o investimento está muito baixo - disse Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

"Apesar dos estímulos ao crescimento já impactarem positivamente a demanda, a reação da atividade industrial está mais lenta do que o antecipado. Outra fonte de moderação do crescimento é o nível de estoques ainda elevado em alguns setores. Portanto, aumentou a chance de um crescimento menor no segundo trimestre deste ano, o que deve afetar negativamente as perspectivas de crescimento da economia em 2012, mesmo com a aceleração na segunda metade do ano", afirmou, em nota, Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco.

O setor externo não prejudica apenas com as incertezas. A LCA Consultores lembra que a economia argentina vive um forte esfriamento, afetando as exportações de manufaturados brasileiros.

Indústria do Rio fatura menos

Os indicadores industriais da Firjan de abril, que serão divulgados hoje, apontam uma queda de 1,7% nas vendas. O resultado reverte a alta de 3,9% de março. O total de horas trabalhadas - indicativo mais próximo da produção - caiu 0,5% no mês. Para Guilherne Mercês, economistada federação, nem a recente alta do dólar resolve o problema da indústria.

- Isso pode trazer um alívio temporário, com uma redução na pressão dos setores que concorrem com importados e uma melhoria das margens dos exportadores, mas os problemas da indústria são estruturais.

Henrique Gomes Batista O Globo