"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 07, 2014

Oposição Ainda Mais Qualificada

As votações para governadores, senadores e deputados tucanos mostraram a força do PSDB, formando o time que vai ajudar a mudar o Brasil com Aécio Neves 

A oposição ao governo petista saiu das urnas tonificada pelos quase 35 milhões de votos que levaram Aécio Neves à disputa do segundo turno presidencial. Mas não apenas por esta razão. As votações para os Executivos estaduais e para os Legislativos também mostraram a força do PSDB, formando o time de governadores, deputados e senadores que vai ajudar a mudar o Brasil. 

O partido terminou o primeiro round da eleição com a reeleição de dois governadores: Geraldo Alckmin em São Paulo e Beto Richa no Paraná. Ainda disputa mais seis estados na votação que acontecerá daqui a 20 dias: Acre, com Márcio Bittar; Goiás, onde Marconi Perillo tenta a reeleição; Mato Grosso do Sul, com Reinaldo Azambuja; Pará, com Simão Jatene buscando seu segundo mandato; Paraíba, com Cássio Cunha Lima; e Rondônia, com Expedito Junior.

O PSDB também elegeu quatro senadores na eleição de domingo: Alvaro Dias, Antonio Anastasia, José Serra e Tasso Jereissati. Serra obteve em São Paulo a maior votação absoluta, com mais de 11 milhões de votos. Dias conquistou no Paraná a maior votação do país em termos proporcionais: venceu a eleição com 77% da preferência dos paranaenses.

Com isso, a bancada tucana no Senado passará a contar com dez integrantes – dos atuais membros, só um tentou e não conseguiu se reeleger – e é, certamente, a mais qualificada do Congresso, com nada menos que seis ex-governadores.

O desempenho do PSDB na votação para a Câmara dos Deputados foi ainda melhor. O partido terá a terceira maior bancada, com 54 deputados. O resultado representa crescimento de 23% em relação à composição atual, com 44 parlamentares.

Em contrapartida, os partidos com as maiores bancadas (PT e PMDB) perderam cadeiras em comparação com a situação vigente. Os petistas na Câmara encolheram 20% e os peemedebistas, 7%. Junto com o PSDB, um dos poucos partidos que teve avanço expressivo no Congresso foi o PSB de Marina Silva. 

Os tucanos também mantiveram importantes bancadas nas assembleias estaduais. Foram eleitos no último domingo 95 deputados estaduais. O PSDB terá representantes no Legislativo de 25 das 27 unidades da Federação.

Os resultados das urnas premiam a forma coerente com que o PSDB vem agindo tanto no Congresso quanto nos estados que governa. Um partido que está há 12 anos na oposição, resistindo à má política que o PT pratica, demonstra desta forma a força das ideias e das convicções a favor do Brasil. Está, portanto, mais preparado do que nunca para voltar a comandar o país com Aécio Neves.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

ANTES UMA PERGUNTA ! ONDE ESTÁ O CACHACEIRO VIGARISTA? MP-DF dá prazo de 30 dias para Dilma explicar eventual uso dos Correios.


O procurador da República Frederick Lustosa de Mello deu prazo de 30 dias para que a presidente Dilma Rousseff dê explicações sobre denúncia de uso político dos Correios em benefício de sua campanha à reeleição. Uma investigação preliminar foi instaurada pela Procuradoria da República no Distrito Federal, com base em representação do PSDB.



O pedido de apuração se baseou em reportagens do Estado, que revelaram uma "exceção" aberta pelos Correios para entregar 4,8 milhões de panfletos da candidata sem chancela ou estampa digital. O partido também incluiu na representação um vídeo, divulgado pelo jornal, no qual o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) diz que Dilma só aumentou suas intenções de voto em Minas Gerais porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios" atuando na campanha.

O procurador avaliará se há indícios de improbidade administrativa na conduta dos envolvidos no caso. Caso entenda que sim, abrirá inquérito para aprofundar as investigações. Além de Dilma, o procurador também pediu explicações do deputado Durval Ângelo, do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, e dos diretores regionais José Pedro de Amengol Filho (Minas), Divinomar Oliveira da Silva (interior paulista) e Wilson Abadio de Oliveira (Grande São Paulo).

O ofício endereçado a Dilma ainda precisa ser analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que decidirá se vai remetê-lo ou não para a presidente. No entanto, é praxe o envio com pedido de explicações. Até esta terça-feira, 7, o documento ainda estava na procuradoria da República do DF e não havia chegado ao gabinete de Janot.

O PSDB acusa a campanha da presidente Dilma de infringir os artigos 332 e 377 do Código Eleitoral, que caracterizam como crime impedir o exercício de propaganda política - o candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), afirma que os Correios não entregaram panfletos de sua campanha em Minas. 

A legislação citada pelo partido também prevê como crime o uso de empresas públicas para beneficiar partido ou organização de caráter político." A pena é detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.


Erich Decat e Andreza Matais - O Estado de S. Paulo

Basta de PT ( P artido dos T orpes) . Dilma foi a terceira pior presidente em termos de crescimento econômico. Só perdeu para Floriano Peixoto e Fernando Collor

Estamos vivendo um momento histórico. 
A eleição presidencial de 2014 decidirá a sorte do Brasil por 12 anos. Como é sabido, o projeto petista é se perpetuar no poder. Segundo imaginam os marginais do poder — feliz expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello quando do julgamento do mensalão —, a vitória de Dilma Rousseff abrirá caminho para que Lula volte em 2018 e, claro, com a perspectiva de permanecer por mais 8 anos no poder. 

Em um eventual segundo governo Dilma, o presidente de fato será Lula. Esperto como é, o nosso Pedro Malasartes da política vai preparar o terreno para voltar, como um Dom Sebastião do século XXI, mesmo que parecendo mais um personagem de samba-enredo ao estilo daquele imortalizado por Sérgio Porto.

Diferentemente de 2006 e 2010, o PT está fragilizado. Dilma é a candidata que segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. Seu criador foi derrotado fragorosamente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país. Imaginou que elegeria mais um poste. 

Não só o eleitorado disse não, como não reelegeu o performático e inepto senador Eduardo Suplicy, e a bancada petista na Assembleia Legislativa perdeu oito deputados e seis na Câmara dos Deputados. 
A resistência e a recuperação de Aécio Neves foram épicas. Em certo momento da campanha, parecia que o jogo eleitoral estava decidido. Marina Silva tinha disparado e venceria — segundo as malfadadas pesquisas. Ele manteve a calma até quando um dos seus coordenadores de campanha estava querendo saltar para o barco da ex-senadora.

E, neste instante, a ação das lideranças paulistas do PSDB foi decisiva. 
Geraldo Alckmin poderia ter lavado as mãos e fritado Aécio. 
Mas não o fez, assim como José Serra, o senador mais votado do país com 11 milhões de votos. Foi em São Paulo que começou a reação democrática que o levou ao segundo turno com uma vitória consagradora no estado onde nasceu o PT. 
Esta campanha eleitoral tem desafiado os analistas. 
As interpretações tradicionais foram desmoralizadas. 
A determinação econômica — tal qual como no marxismo — acabou não se sustentando. É recorrente a referência à campanha americana de 1992 de Bill Clinton e a expressão “é a economia, estúpido”. 


Com a economia crescendo próximo a zero, como explicar que Dilma liderou a votação no primeiro turno? Se as alianças regionais são indispensáveis, como explicar a votação de Marina? E o tal efeito bumerangue quando um candidato ataca o outro e acaba caindo nas intenções de voto? Como explicar que Dilma caluniou Marina durante três semanas, destruiu a adversária e obteve um crescimento nas pesquisas? 


Se Lula é o réu oculto do mensalão, o que dizer do doleiro petista Alberto Youssef? Imagine o leitor quando o depoimento — já aceito pela Justiça Federal — for divulgado ou vazar? De acordo com o ministro Teori Zavascki, o envolvimento de altas figuras da República faz com que o processo tenha de ir para o STF. E, basta lembrar, segundo o doleiro, que só ele lavou R$ 1 bilhão de corrupção da Refinaria Abreu e Lima.

Basta supor o que foi desviado da Petrobras, de outras empresas e bancos estatais e dos ministérios para entender o significado dos 12 anos de petismo no poder. É o maior saque de recursos públicos da História do Brasil.  Nesta conjuntura, Aécio tem de estar preparado para um enorme bombardeio de calúnias que irá receber. Marina Silva aprendeu na prática o que é o PT.
 Em uma quinzena foi alvo de um volume nunca visto de mentiras numa campanha presidencial que acabou destruindo a sua candidatura. Não soube responder porque, apesar de ter saído do PT, o PT ainda não tinha saído dela. Ingenuamente, imaginou que tudo aquilo poderia ser resolvido biblicamente, simplesmente virando a face para outra agressão. Constatou que o PT tem como princípio destruir reputações. E ela foi mais uma vítima desta terrível máquina. 

O arsenal petista de dossiês contra Aécio já está pronto. Os aloprados não têm princípios, simplesmente cumprem ordens. Sabem que não sobrevivem longe da máquina de Estado. Contarão com o apoio entusiástico de artistas, intelectuais e jornalistas. Todos eles fracassados e que imputam sua insignificância a uma conspiração das elites. E são milhares espalhados por todo o Brasil.

Teremos o mais violento segundo turno de uma eleição presidencial. O que Marina sofreu, Aécio sofrerá em dobro. Basta sinalizar que ameaça o projeto criminoso de poder do petismo. O senador tucano vai encontrar pelo caminho várias armadilhas. A maior delas é no campo econômico. O governo do PT gestou uma grave crise. Dilma foi a terceira pior presidente da história do Brasil republicano em termos de crescimento econômico. 

Só perdeu para Floriano Peixoto — que teve no seu triênio presidencial duas guerras civis — e Fernando Collor — que recebeu a verdadeira herança maldita: uma inflação anual de quatro dígitos. O PT deve imputar a Aécio uma agenda econômica impopular que enfrente radicalmente as mazelas criadas pelo petismo. Daí a necessidade imperiosa de o candidato oposicionista deixar claro — muito claro — que quem fala sobre como será o seu governo é ele — somente ele.



Aécio Neves tem todas as condições para vencer a eleição mais difícil da nossa história. Se Tancredo Neves foi o instrumento para que o Brasil se livrasse de 21 anos de arbítrio, o neto poderá ser aquele que livrará o país do projeto criminoso de poder representado pelo PT. E poderemos, finalmente, virar esta triste página da nossa história.


Marco Antonio Villa é historiador
Basta de PT