"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 10, 2011

O BRASIL DA CORJA! DO CACHACEIRO NOJENTO E SUA CRIATURA : A NADA E COISA NENHUMA, A SUBSERVIENTE. TRATANTES.


Projetos inaugurados pelo ex-presidente e pela então pré-candidata petista durante a corrida eleitoral do ano passado estão parados ou apresentam uma série de problemas. A maioria desses empreendimentos faz parte do PAC

Buritizeiro
"Não sei se ainda no meu governo, mas o que posso dizer para vocês é que a gente não vai deixar a obra pelo meio", prometeu o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a moradores de Buritizeiro, na região norte de Minas Gerais, que acompanhavam a visita oficial com a expectativa de se verem livres de fossas no quintal de casa.
Era 14 de outubro de 2009, ano pré-eleitoral, em que a Justiça não permite campanha.

A ponderação de Lula sobre a chance de não honrar o compromisso em seu mandato foi ouvida por uma espectadora especial.
Assistia ao "comício", como deixou escapar o próprio Lula, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República.


Mas quem votou na petista com o sonho de ver a rede de esgoto implantada no município de cerca de 30 mil habitantes está decepcionado.
A caravana presidencial se foi e, desde junho do ano passado, o empreendimento está parado.


O caso de Buritizeiro não é único.
Obras inauguradas por Lula e Dilma na corrida eleitoral estão paralisadas ou caminham a passos lentos. Outras mal foram entregues e já apresentam problemas.


As visitas oficiais às obras, a maioria do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foram intensificadas em 2008. Na época, Lula abusou da estratégia de vinculá-las a Dilma, ministra de perfil técnico e desconhecida pelo eleitorado.

Sempre ao lado do ex-presidente, a campanha antecipada pela "mãe do PAC" rendeu a Lula seis multas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 6 de julho de 2010, quando a corrida pelo voto começou oficialmente.
Hoje, as promessas caíram no esquecimento oficial e se converteram em indignação da população.


"As ruas estão completamente esburacadas. Ninguém consegue parar o carro em frente à minha casa e ao comércio. Se Dilma continuar assim, não votamos nela nem para vereadora de Buritizeiro", reclama a comerciante Maria Madalena Rodrigues, 68 anos.

Ela se lembra do dia em que Lula e Dilma visitaram a obra, em outubro de 2009, mas sua maior recordação é o dia em que a obra parou, oito meses depois, em junho do ano passado.

"Não aguento mais limpar fossa. Além disso, agora tenho lama e buraco na porta de casa."
Segundo o prefeito do município, Salvador Raimundo Fernandes (PT), a empresa vencedora da licitação das obras declarou falência depois de gastar cerca de R$ 4 milhões na rede de esgoto.


"Estamos sofrendo as consequências até hoje, com ruas esburacadas e valas abertas. Agora, o governo federal liberou mais R$ 15 milhões para finalizarmos a obra."

Falta de verba
Buritizeiro foi uma das cidades visitadas na caravana de Lula e Dilma para ver as obras de transposição do Rio São Francisco — a rede de saneamento faz parte da revitalização do Velho Chico, que recebe o esgoto da cidade.
A comitiva passou também por Pirapora (MG),
Barra (BA),
Custódia (PE),
Floresta (PE)
e Sertânia (PE).


Na última, Lula e Dilma viram 2,7 mil operários trabalhando na construção de um canal para a passagem do curso d"água. No fim do ano passado, todos foram demitidos e as obras, paralisadas. Segundo o vereador Junhão Lins (PSDB), a cidade virou um "cemitério".

"Estávamos em pleno crescimento. Os comerciantes investiram para atender os trabalhadores das obras. Agora, todo mundo está aperreado. A impressão que se tem é de que apenas fez parte da campanha eleitoral."

A prefeita de Sertânia, Cleide Ferreira (PSB), diz que a previsão é de as obras voltarem no mês que vem, mas não sabe apontar o motivo da paralisação.
Segundo ela, os "boatos" são de que as empreiteiras responsáveis pela obra pediram mais dinheiro ao governo federal.


Na hora de comentar a situação, o governo se esquiva. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, responsável pelo PAC, a execução das obras é de competência de estados e dos municípios. À pasta, cabe somente "o repasse de recursos".

Amanda Almeida Correio Braziliense