"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 30, 2014

E NO ESTÁDIO MAIS CARO DA "COPA DAS COPAS" DOS CANALHAS/VELHACOS/PATIFES... Mosquito da dengue ataca no Mané Garrincha. Governo de Brasília mantinha infestação em sigilo.


Governo de Brasília mantinha infestação em sigilo. Inspeção nesta sexta-feira constatou que focos de larvas subsistem no estádio, inclusive no campo onde jogarão, entre outras, as seleções do Brasil e de Portugal.

A Vigilância Sanitária do Distrito Federal encontrou vários focos do mosquito transmissor da dengue dentro das instalações do estádio Mané Garrincha, uma das doze arenas que receberão jogos da Copa do Mundo e, ironicamente, a que mais consumiu dinheiro público. A descoberta se deu em março e vinha sendo mantida sob sigilo pelo governo local.

Larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, foram descobertas ao redor do gramado e também próximo às traves. Segundo o gerente de Vigilância Ambiental, Vetores e Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde, Júlio César de Trindade Carvalho, havia água infectada em diversos lugares do estádio.

Os técnicos responsáveis pelas inspeções produziram um relatório detalhando a situação. O documento foi encaminhado à cúpula da secretaria. Como medida de emergência, agentes sanitários têm trabalhado no estádio desde o mês passado, aplicando inseticidas nas áreas onde foram encontrados os focos do mosquito. Na manhã desta sexta-feira, uma nova inspeção foi realizada.

As larvas se espalharam principalmente pelas valas de escoamento localizadas na lateral do gramado. São justamente as canaletas que deveriam impedir o acúmulo de água que têm contribuído para a disseminação do mosquito. Também foram encontradas larvas do mosquito nos buracos onde são fincadas as duas traves do campo. O mosquito se reproduz em água parada.

Havia ainda larvas do mosquito na área externa do estádio.
“Encontramos focos em três locais: 
nos buracos onde se encaixam as traves do gol,
no campo e nas canaletas de escoamento do gramado, que têm caixas de retenção de água, e nos canteiros de obras que ainda restam”, diz o agente de vigilância ambiental Reginaldo Feliciano da Silva Braga, um dos responsáveis por encontrar os focos.

Estádio mais caro entre todos os da Copa do Mundo 2014, o Mané Garrincha custou aos cofres públicos quase 2 bilhões de reais, quase três vezes mais do que os 700 milhões orçados inicialmente. De acordo com uma auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal, a obra foi superfaturada em mais de 430 milhões de reais.

A arena tem capacidade para 69.400 torcedores e vai sediar sete jogos da Copa do Mundo – quatro na fase de grupos, um nas oitavas de final, um nas quartas de final e a disputa de terceiro lugar. A primeira partida, entre Suíça e Equador, será no próximo dia 15. A seleção brasileira jogará no estádio no dia 23 de junho, contra Camarões.

Em fevereiro, VEJA revelou que, no ano passado, às vésperas da Copa das Confederações, o governo do Distrito Federal escondeu relatórios técnicos que alertavam sobre o avanço da doença.

Veja.com

PADRÃO GERENTONA 1,99 DE NADA E COISA NENHUMA DESAVERGONHADO DE "GUVERNÁ" : MAIS UM PIBINHO DA "INCOMPTENTA" DO CACHACEIRO.

O PIB brasileiro cresceu 0,2% no primeiro trimestre. 

O resultado, um fiasco por si, torna-se ainda pior quando visto nos detalhes. Indústria, investimentos, exportações e consumo das famílias caíram. 
O pibinho brasileiro perde feio da maior parte dos países no trimestre. 

O que já está mal pode piorar: 
no segundo trimestre, todos os indicadores até agora vieram ruins. 
Estamos aprisionados no padrão Dilma de baixo crescimento e inflação alta.
Deu o esperado: 
o pibinho cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre. 
Se o resultado geral não surpreendeu, o retrato atual da economia brasileira revelado nesta manhã pelo IBGE é mais decepcionante do que se previa. 
É o velho padrão Dilma de desempenho.

A agropecuária foi, mais uma vez, quem salvou o PIB de frustração maior. Cresceu 3,6% e acumula alta de 4,8% em 12 meses. 
O consumo do governo aumentou 0,7%, em mais uma demonstração da hipertrofia estatal. Serviços também tiveram expansão (0,4%) no trimestre. 
De positivo, foi só.

Tudo o mais veio em baixa, com destaque para a indústria. 
O setor que mais tem sofrido nas mãos do PT teve queda de 0,8% nos três primeiros meses do ano e, nos últimos quatro trimestres, acumula alta de apenas 2,1%. Construção civil (-2,3%) e transformação (-0,8%) tiveram os piores desempenhos.

O consumo das famílias, motor que durante largo período impulsionou a economia, também rateou. A queda foi pequena (-0,1%), mas representa a primeira marca negativa deste indicador desde o terceiro trimestre de 2011, quando comparado com o trimestre imediatamente anterior.

Para complicar ainda mais o cenário, os investimentos também caíram, e muito. A queda da chamada “formação bruta de capital fixo”, ou seja, o que é aplicado em máquinas, equipamentos e construções, foi de 2,1% no trimestre. No acumulado em 12 meses, ainda há alta de 4,1%.

Como consequência, a taxa de investimento do país manteve-se muito baixa: 17,7% do PIB. Há um ano estava em 18,2% e no primeiro trimestre de 2011 atingia 19,5% do PIB. O Brasil continua sendo um dos países em desenvolvimento com menor patamar de investimento em proporção do PIB – para comparar: 
China (46%), 
África do Sul (22%), 
Índia (29%), 
Chile (25%) e por aí vai...

Exportações caíram 3,3%, enquanto as importações apresentaram expansão de 1,4%. O governo brasileiro não vai conseguir, contudo, culpar o ambiente externo pelo mau desempenho da nossa economia. No primeiro trimestre, a maioria dos países obteve resultados bem mais expressivos que o do nosso PIB, segundo o Trading Economics.

China, Japão e Índia cresceram mais de 1% na comparação com o trimestre anterior. Alemanha, Reino Unido, Colômbia e Austrália, 0,8%. 
A problemática Espanha avançou o dobro do Brasil e a Turquia, 0,5%. 
Abaixo de nós, entre as economias relevantes, aparecem França (0%), 
Itália (-0,1%), 
Argentina (-0,4%), 
Rússia (-0,5%) e EUA (-1%).

Se o primeiro trimestre foi amargamente ruim, para o resto do ano as perspectivas não são alvissareiras. “Todos os indicadores de atividade [do segundo trimestre] já divulgados são piores do que os já anunciados para o primeiro trimestre”, segundo o Valor Econômico. “Abril e maio terminaram sem dados que deem alento à economia”.
Quando o governo atual começou, Dilma Rousseff autorizou sua equipe econômica a divulgar que previa promover crescimento médio de 5,9% ao longo de seu mandato. A presidente não vai nem passar perto disso: 
sua média ficará, na melhor das hipóteses, em torno dos 2% atuais. 
É a terceira pior de toda a história republicana brasileira.

O Brasil experimenta o padrão Dilma de excelência, desempenho e desenvolvimento: 
executa mal, 
cuida mal da população 
e não consegue fazer o país avançar. 
Estamos aprisionados numa armadilha de baixo crescimento e inflação alta. 
O tempo que o país tinha a perder com a presidente e com os petistas já acabou.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

maio 29, 2014

O Bolsa Família é de todos os brasileiros


Petistas e aliados tentaram ontem derrotar proposta que garante aos beneficiários do Bolsa Família que eles não serão desligados do programa caso melhorem de vida. Ao PT, o que interessa é um programa para chamar de seu e uma massa de manobra para manipular a cada eleição. Para o PSDB, o que importa é que a concessão, pelo Estado, de benefícios aos que deles necessitam é ponto de partida para uma vida mais digna e não ponto de chegada.

O Bolsa Família é uma conquista da cidadania e está incorporado à vida dos brasileiros. Trata-se de programa fundamental para garantir proteção social a milhões de cidadãos. Não é, porém, intocável e merece ser continuamente aperfeiçoado em benefício das famílias atendidas, de maneira a permitir-lhes superar a condição de pobreza.

Foi com este objetivo que a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou ontem projeto de lei de autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que garante o pagamento do Bolsa Família por, pelo menos, seis meses a famílias que conseguirem aumentar sua renda e, desta forma, corriam risco de perder o direito ao benefício.

“O projeto permite a extensão da permanência no programa das famílias que, em função de atividade remunerada, percam as condições de extrema miséria e, ainda, retira o teto de meio salário mínimo, possibilitando aos beneficiários tranquilidade para administrar a melhoria em suas condições de vida, sem enfrentar a insegurança de ser excluído do programa”, escreve a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) no relatório aprovado ontem.

A proposta segue agora para análise na Comissão de Direitos Humanos do Senado em caráter terminativo, ou seja, se aprovada também lá seguirá direto para apreciação da Câmara. O caminho é árduo, porque o PT já está fazendo de tudo para barrar o benefício. Eles se acham donos do Bolsa Família e não aceitam que ninguém, se não eles próprios, cuide do programa.

Na votação de ontem, quatro petistas e cinco senadores da base aliada votaram contra a proposta que garante aos beneficiários do Bolsa Família que eles não serão desligados do programa caso melhorem de vida. Nove senadores votaram contra a possibilidade de um pai de família poder buscar com tranquilidade um emprego, sem medo de perder o benefício.

Foram eles: 

Ana Rita (PT-ES), 
Ângela Portela (PT-RR), 
Humberto Costa (PT-PE) e Paulo Paim (PT-RS); 
Armando Monteiro (PTB-PE), 
João Alberto Souza (PMDB-MA), 
João Durval (PDT-BA),
 Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Vital do Rêgo (PMDB-PB).

A proposta de Aécio foi vitoriosa com o apoio de dez senadores: 
Ana Amélia Lemos (PP-RS), 
Cícero Lucena (PSDB-PB), 
Eduardo Amorim (PSC-SE), 
Jayme Campos (DEM-RN), 
José Agripino (DEM-RN), 
Lúcia Vânia (PSDB-GO), 
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), 
Paulo Davim (PV-RN), 
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Sérgio Petecão (PSD-TO).

O PT acha que o Bolsa Família é propriedade sua e considera qualquer iniciativa em prol das 14 milhões de famílias beneficiárias um ato de lesa-pátria. Tanto que, ontem mesmo, logo após a votação no Senado, escalou a ministra de Desenvolvimento Social para atacar a proposta e fazer proselitismo eleitoral. Coisa feia.
O PT insiste em distorcer os fatos e em tentar reescrever a história. 
Nunca é demais lembrar que o Bolsa Família nada mais é do que o passo seguinte à rede de proteção social estruturada no governo Fernando Henrique Cardoso, apenas oportunisticamente rebatizada pela gestão Lula. Naquela época, cerca de 6 milhões de famílias já eram beneficiadas – pouco menos da metade do total atual.

O relevante é que o PSDB tem uma concepção e um projeto de superação da pobreza que vai muito além da mera concessão de renda pelo Estado. Inclui também a melhoria das condições de vida da população mais pobre, por meio da oferta de melhores serviços de saúde, educação, saneamento e, principalmente, geração de emprego.

Em suma, a concessão, pelo Estado, de benefícios aos que deles necessitam é ponto de partida para uma vida mais digna e não ponto de chegada, como quer manter o PT. Aos petistas, o que interessa é ter um programa para chamar de seu e uma imensa massa de manobra para manipular a cada eleição. A nós, interessa a superação definitiva da miséria. 

Foi contra isso que os petistas, mais uma vez, votaram ontem.

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MAIS IMPUNIDADE PARA CASTA ? AOS POUCOS "ELES" VÃO SE "CONFORMANDO NOS CONFORMES" . HOJE VIVEMOS TEMPO ESTRANHO. AMANHÃ PRENÚNCIO DE PIORES : STF deixará de julgar ações contra parlamentares em plenário

Julgamentos de deputados e senadores ocorrerão, a partir de agora, fora do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte decidiu retirar do plenário as análises e transferi-las para as turmas da Corte. 


A medida reduz o número de julgadores de onze para cinco e, na prática, barra as transmissões ao vivo feitas pela TV Justiça. As duas turmas funcionarão como uma espécie de minipleno usada normalmente para lidar com recursos e habeas corpus. No Supremo, são duas.

A mudança foi aprovada na quarta-feira pelos ministros, depois de o tribunal ter passado o segundo semestre de 2013 analisando exclusivamente os recursos do mensalão - julgamento já havia tomado o todo o segundo semestre de 2012.

Os ministros alegam que a alteração permitirá que o plenário do STF acelere os processos que estão na fila, até porque, com duas turmas e cinco ministros em cada, dois processos podem ser julgados ao mesmo tempo. Os ministros argumentam que os outros casos, como os recursos com repercussão geral e as ações diretas de inconstitucionalidade, também serão analisadas com mais celeridade.

Caso o escândalo do mensalão tivesse sido julgado pelo novo modelo, os réus poderiam ser absolvidos com apenas três votos, já que as turmas têm cinco integrantes. Também não haveria transmissão de TV ao vivo. As sessões das duas turmas - que ocorrem concomitantemente - não serão televisionadas.

Nos bastidores, integrantes da Corte dizem não haver sentido em uma solução que direcione as transmissões da Corte para um julgamento de um parlamentar porque um caso menos rumoroso, em debate na outra turma, poderia ser mais importante do ponto de vista jurídico. Por isso, hoje, o monopólio do plenário.

"O objetivo é agilização. É ter-se realmente um julgamento mais célere das ações penais", disse o ministro Marco Aurélio Mello. Questionado se a solução seria benéfica para parlamentares, o ministro afirmou que não haverá alteração. "Não será nem melhor nem pior, o ideal em termos de emenda constitucional é que se acabe com a prerrogativa de foro", afirmou Mello. 

Fim dos infringentes - 
Outro efeito prático da decisão é a extinção dos embargos infringentes. O regimento interno do STF permite que um réu condenado que obtiver quatro votos em favor de sua absolvição pode pedir novo julgamento ao tribunal. Como as turmas são compostas por apenas cinco ministros, um deputado que for condenado nunca terá quatro votos por sua absolvição. Terá apenas dois votos, no máximo, num placar apertado de três votos a dois.

Foi por meio dos embargos infringentes que parte dos réus do mensalão se livrrou da condenação pelo crime de formação de quadrilha. O ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado José Genoino conseguiram, num segundo julgamento, reverter parte da condenação e, com isso, tiveram as penas reduzidas.

A mudança no regimento do Supremo era discutida pelo menos desde o ano passado. Uma das preocupações era garantir que parlamentares e outras autoridades com foro privilegiado tivessem direito a julgamento por duas instâncias. Uma das ideias iniciais era delegar às turmas o julgamento dos parlamentares. Em caso de condenação, eles poderiam recorrer, sendo então julgados pelo plenário do STF. Essa era uma preocupação, por exemplo, do ministro Celso de Mello.

A justificativa dos ministros é que a medida vai tentar desafogar os trabalhos. A principal preocupação seria acelerar a análise de casos que tratam de questões constitucionais, que é a principal atribuição da Corte. Há casos de ações questionando leis há mais de vinte anos. Segundo o tribunal, há hoje 99 ações penais a espera de julgamento e aproximadamente 500 inquéritos em tramitação.

A mudança aprovada pelo Supremo atinge, além de deputados e senadores, ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas, integrantes de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União e chefes de missões diplomáticas.

Veja.com
(Com Estadão Conteúdo)

BONS VENTOS ! QUE EM OUTUBRO VENHA UM TORNADO : PT perde eleição na Previ pela primeira vez em 14 anos


Assim como ocorreu na Funcef, o PT sofreu uma derrota expressiva nas eleições de ontem para o conselho deliberativo da Previ.

O PT, que disputava a eleição concentrado na chapa 4, perdeu uma eleição na Previ pela primeira vez em quatorze anos. Teve 22% dos votos.

Ficou atrás da chapa 3, ligada a Valmir Camilo, ex-presidente da associação nacional de funcionários do Banco do Brasil. que conseguiu a preferência de 31% dos eleitores. Camilo sempre foi opositor da turma de Luiz Gushiken, que entrou em 2000 e reinou até ontem.

Numa palavra, como ressalta quem entende a alma dos grandes fundo de pensão estatais, os funcionários de estatais rejeitaram as chapas do PT.

BRASIL REAL SEM O MARQUETINGUE DOS CANALHAS E DESAVERGONHADA GERENTONA DE NADA E COISA NENHUMA : Térmicas ameaçam cortar luz de Manaus. Empresas cobram na Justiça pagamentos atrasados da Eletrobrás Amazonas Energia e colocam em risco fornecimento da cidade

Donos de usinas termoelétricas que abastecem Manaus decidiram cobrar na Justiça a estatal Eletrobrás Amazonas Energia pela falta de pagamento. Há cinco meses sem receber pela energia gerada, as empresas ameaçam parar de produzir por incapacidade financeira e falta de materiais para operação e manutenção das usinas. 

Isso significa deixar a capital do Amazonas e cerca de 460 mil consumidores às escuras. 

Em nota, a Amazonas Energia confirmou a inadimplência e explicou que os atrasos são decorrentes "da falta de recebimento dos recursos da CCC (Conta de Consumo de Combustível)" - hoje bancada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que virou um varal para bancar os mais diversos programas e despesas do setor elétrico. O assunto, segundo a estatal, está sendo tratado pelo Ministério de Minas e Energia, que não se pronunciou. "A distribuidora está em processo de negociação com as geradoras para que não haja impacto no suprimento."

Empresas ouvidas pelo Estado afirmam que, para honrar compromisso básicos, como pagar o salário de funcionários, tiveram de recorrer a empréstimos bancários por falta de caixa. Pedidos de insumos importantes para a operação das térmicas, como óleo lubrificante, que precisam ocorrer com 60 dias de antecedência, não foram feitos e o estoque está no fim.

"Só não paramos antes porque recorremos a bancos e ao capital dos sócios. Mas agora chegamos ao limite. Não temos mais o que fazer", afirma um executivo. A inadimplência da Amazonas Energia tem provocado um efeito cascata. Sem dinheiro em caixa, as empresas deixaram de pagar fornecedores, que agora não aceitam novos pedidos.

Em documento obtido pela reportagem, a GenRent, geradora responsável por 25% da demanda de Manaus, afirma à Amazonas Energia que sua operação poderá sofrer interrupções a qualquer momento por falta de insumos essenciais para o funcionamento das unidades. A empresa está no grupo de geradores que estão cobrando a estatal na Justiça por um débito de R$ 45 milhões.

Procurada, a companhia afirmou que o assunto está sendo tratado pela área jurídica e que não se pronunciará. Outra empresa que já entrou na Justiça para cobrar a subsidiária do Grupo Eletrobrás é a PowerTech, do grupo Lempar. A empresa também não quis comentar o assunto. No total, há cinco empresas com problemas de caixa por falta de pagamento da estatal. Essas usinas recebem o combustível da Amazonas Energia e bancam a operação e manutenção da unidade.

O problema é mais um reflexo das medidas adotadas pelo governo federal em 2012 para reduzir a tarifa de energia elétrica. Uma das decisões foi acabar com a CCC, criada em 1973 para ajudar no pagamento da geração termoelétrica (a base de óleo diesel e óleo combustível) dos Estados do Norte do País. Até o ano passado, o valor era rateado entre todos os brasileiros. Mas, para baratear a tarifa de energia, o governo federal eliminou o encargo.

Desde então as despesas com o subsídio têm sido bancadas pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), outro encargo que foi reduzido da conta de luz do brasileiro. Nos últimos meses, essa conta ganhou atribuições diversas, como honrar com o rombo bilionário das distribuidoras, pagar as indenizações das empresas que renovaram as concessões de geração e transmissão, bancar o Programa Luz Para Todos e cobrir a CCC. Resultado: faltou dinheiro para tudo, apesar de o Tesouro ter aportado recursos na CDE.

BRASIL REAL ! ESBÓRNIA/MARACUTAIA/CORRUPÇÃO/MENTIRA/ATRASO = CAIXA DE PANDORA/HERANÇA MALDITA - TCU vê falhas em contas apresentadas por DESAVEGONHA 1,99 E VELHACOS em 2013 - "patrimônio líquido da União pode estar superavaliado em mais de R$ 2 trilhões."


O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que 28% do valor total de ativos e passivos do balanço da União tem distorções graves, o que compromete a credibilidade das demonstrações contábeis do governo. Segundo o relator do processo, ministro Raimundo Carreiro, são problemas que precisam ser corrigidos, uma vez que o patrimônio líquido da União pode estar superavaliado em mais de R$ 2 trilhões.

De acordo com Carreiro, o governo não evidencia despesas futuras com o regime próprio de previdência, militares inativos, pensionistas militares e regime geral da previdência social. Isso significa que o passivo real do governo pode ser muito superior ao divulgado. "O balanço fica incompleto, pois não temos o potencial de despesas para os próximos anos", afirmou.
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Na avaliação do presidente do TCU, Augusto Nardes, é fundamental levantar essas informações, uma vez que o governo gastou R$ 455 bilhões no ano passado apenas com previdência e assistência social.

Outro exemplo mencionado por Carreiro foram distorções nos preços de imóveis. Em um dos casos, foi encontrada uma sobreavaliação em um imóvel da Universidade Federal do Piauí superior a R$ 2 milhões.

Carreiro criticou também o crescimento dos restos a pagar. "É praticamente um orçamento paralelo, e o governo chega a acumular quatro", afirmou.
O alerta para essas distorções no balanço da União faz parte do conjunto de ressalvas feito pelo TCU às contas da presidente Dilma Rousseff relativas a 2013. Nesta manhã, o tribunal recomendou ao Congresso Nacional a aprovação das contas, mas emitiu 26 ressalvas ao documento. O parecer do TCU serve de subsídio ao julgamento político das contas do governo, a cargo do Congresso. 

Se as recomendações não são atendidas, o TCU pode recomendar ao Congresso que rejeite as contas. O Congresso, porém, não analisa as contas presidenciais desde o último ano do governo Fernando Henrique Cardoso.

Banco Central. 
Carreiro defendeu ainda a autonomia formal do Banco Central (BC). Ao apresentar o relatório de análise das contas do governo, Carreiro destacou que o centro da meta da inflação somente em 2009. "De lá pra cá, sempre ficamos acima. A autoridade monetária tem que ter autonomia para conduzir a política monetária com total independência", afirmou.
Anne Warth - Agência Estado

PARA REGISTRO ! Joaquim Barbosa anuncia que deixará STF no próximo mês



O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou nesta quinta-feira, 29, que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, lhe comunicou que vai deixar o cargo e se aposentar. "Ele disse que vai deixar o Supremo. Comunicou que a visita era uma oportunidade para se despedir", contou Renan, após receber Barbosa em seu gabinete no Congresso.


Segundo o presidente do Senado, a princípio, o encontro desta quinta era uma reunião de rotina, aparentemente para tratar de temas relacionados ao STF, como o Código do Processo Civil, que Renan se comprometeu em acelerar a tramitação. No entanto, em meio às conversas, Barbosa comunicou que a visita desta era uma despedida porque ele deixará o STF em junho.

Segundo Renan, o presidente do Supremo não justificou a saída. Ele disse lamentar a notícia e que a informação era "surpreendente", pois via no "presidente do Supremo uma pessoa importante para o País". "Ele vai se aposentar. Sentimos muito, porque ele é uma das melhores personalidades do Brasil. Isso é muito triste", avaliou Renan.

Ao deixar o Senado em direção à Câmara, onde encontraria o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Barbosa disse rapidamente que "no momento oportuno" explicaria os motivos de sua aposentadoria. A Renan e aos senadores Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB, e Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, o presidente do Supremo disse que vai alugar um apartamento em Brasília e dividir residência entre o Rio, onde tem residência, e o Distrito Federal.


"Ficamos surpresos. A gente estava tomando café da manhã na casa do Renan e viemos encontrar com o Joaquim Barbosa, que pediu audiência. Ninguém sabia a pauta", comentou Eunício. Segundo ele, o ministro do STF iniciou a conversa dizendo: "Vim aqui pra dizer que vou me aposentar".

Calendário.  
Desde o fim do julgamento do mensalão, do qual foi relator do processo, Barbosa passou a ser considerado por partidos políticos como um nome forte para as eleições de 2014. Como magistrado, o presidente do Supremo poderia esperar até seis meses antes da votação de 5 de outubro para deixar a Corte e se filiar a uma legenda. Esse prazo, no entanto, venceu em 5 de abril e, com isso, Barbosa não pode disputar cargo eletivo neste ano.

Isso, no entanto, não o impede de futuramente entrar na carreira política. O próprio Barbosa, em entrevistas à imprensa, não descartou essa hipótese para os próximos anos. O presidente do Supremo chegou a pontuar em pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, mas também foi sondado para disputar os governos do Rio de Janeiro ou do Distrito Federal.


Nivaldo Souza e Murilo Rodrigues Alves - O Estado de S. Paulo

maio 27, 2014

QUAL A SURPRESA? O PAÍS ESTA ASSENHOREADO PELO P ARTIDO T ORPE E ALIADOS AFINS. LOGO... Violência bate recorde com PT


O Brasil bateu mais um triste recorde em 2012:
 nunca tantas pessoas morreram assassinadas no país. 
A explosão da violência se alastra por pequenos municípios e vitima principalmente os jovens. 

O governo federal assiste a tudo de braços cruzados: 
recursos orçamentários que deveriam ajudar a equipar as polícias e a ampliar o sistema prisional não saem dos cofres de Brasília. 
A PF, que deveria zelar pela segurança nas fronteiras, está sendo sucateada.
Surpresa, infelizmente, não chega a ser. 

Mas entristece constatar o que O Globo divulga hoje em primeira mão:
 a taxa de homicídios no país bateu recorde histórico no governo Dilma Rousseff. É a omissão do governo federal cobrando seu preço, sob a forma de níveis insuportáveis de violência Brasil afora.


Dados preliminares do Mapa da Violência relativos a 2012 indicam que 56.337 pessoas foram assassinadas naquele ano em todo o país. É mais que em qualquer guerra ao redor do mundo, com alta de 7,9% sobre 2011. O brasileiro enfrenta uma batalha diária que parece se desenrolar sob o olhar desinteressado do governo federal.

A taxa de homicídios atingiu 29 mortes para cada 100 mil habitantes, com aumento de 7% sobre 2011. É o maior índice da série estatística, iniciada em 1980. Ou seja, a violência brasileira está hoje no nível mais alto em mais de 30 anos.

“Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada”, sintetiza o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo.

Não é preciso ser expert ou debruçar-se sobre números para constatar. Basta experimentar a sensação de insegurança que vivem os brasileiros, tanto das grandes como das menores cidades, no seu dia a dia. Além de aumentar, o crime está se alastrando, comprovam os pesquisadores.

Entre 2003 e 2012, as taxas de homicídios caíram 21% nas capitais e nos grandes municípios, enquanto nas cidades menores subiram 23,6% no mesmo período. Além disso, o crime, antes mais intenso nos estados do Sudeste, migrou com força para a região Nordeste, que hoje concentra as cidades com maiores índices de violência do país.

Tráfico e consumo de drogas estão na raiz da explosão de insegurança: o consumo de cocaína mais que dobrou no Brasil desde 2005 e o de crack está entre os maiores do mundo, segundo estudo da Unifesp. Os jovens surgem como as principais vítimas da criminalidade.

As raízes da violência reforçam a responsabilidade do governo federal no combate ao crime. Segurança pública é, predominantemente, atribuição dos estados. Mas a vigilância das fronteiras, por onde entram drogas, armas e contrabandos que alimentam o crime organizado, é responsabilidade da União.

Entretanto, o zelo do governo petista para com a segurança pública é quase nulo. Os recursos federais que deveriam ajudar as polícias estaduais a se equiparem para enfrentar o problema não são liberados. Fundos como o Funpen e o de Segurança Pública, para reforço da estrutura penitenciária, são contingenciados: menos de um terço foi liberado na atual gestão.

A Polícia Federal encontra-se num processo de sucateamento. 
O orçamento destinado a investimentos foi reduzido à metade pela gestão Dilma e é o menor desde 2008. Neste ano, apenas 0,1% do orçamento de investimento da Polícia Federal – o equivalente a R$ 103 mil – foi pago até agora.

A população brasileira não se cansa de gritar que já não suporta mais viver sob o signo da violência. Todas as pesquisas de opinião colocam a insegurança como um dos dois principais problemas do país hoje, juntamente com o sofrível atendimento público em saúde.

É hora de mudar isso. 
O governo federal deve assumir a responsabilidade de capitanear todas as forças no combate intransigente à violência. A coordenação de uma ação maciça contra o crime deve partir de Brasília, que hoje assiste a tudo de braços cruzados. A legislação deve ser atualizada buscando um sistema mais rápido e mais moderno de execuções penais. Vamos dar um basta a esta guerra!

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

maio 26, 2014

Jogo sujo

Com o desespero da derrota batendo à porta, os petistas começaram a apelar para o vale-tudo que lhes é peculiar. A guerrilha petista junta terror, manipulação e mentira, mas inclui, também, componentes de ilegalidade. 
Neste enredo, a candidata-presidente tornou-se a porta-voz do medo. 
Dilma Rousseff despiu de vez a fantasia de presidente e vestiu com gosto o figurino de candidata em tempo integral.
 O jogo sujo está a pleno vapor.

Oficialmente, as campanhas eleitorais ainda não começaram. Mas o pessoal do governo já adota táticas de guerra típicas de quem está em desespero diante do risco de derrota. Faltando mais de quatro meses para as eleições, o PT e sua candidata-presidente partiram para o tudo ou nada. É o jogo sujo que estão dispostos a pôr em prática para manter suas boquinhas.

Em suas cada vez mais frequentes aparições públicas, Dilma Rousseff rasgou de vez a fantasia de presidente dos brasileiros e assumiu o figurino de candidata de uma facção em tempo integral. Suas manifestações já não guardam o menor resquício do equilíbrio que deveria nortear a postura de quem ocupa o principal posto da República.
Dilma tornou-se a porta-voz do medo. Em tudo o que diz em público, ocupa-se em enfiar alguma referência maldosa e leviana à oposição, que seria, segundo esta visão, portadora do retrocesso, condutora de uma viagem ao passado que só existe na fantasia dos petistas. A quem eles pensam que enganam?

Na semana passada, em evento com empresários da construção em Goiânia, Dilma disse que a oposição pretende acabar com o Minha Casa, Minha Vida. Neste fim de semana, o terror recaiu sobre programas sociais e iniciativas para beneficiar os jovens. Segundo a narrativa do PT, sem eles, tudo vai para o buraco. Dia sim, dia também, o mantra é repetido à exaustão.

A guerrilha petista junta terror, manipulação e mentira. Mas não para aí. Inclui, também, componentes de ilegalidade que o alopramento petista não se acanha em empregar no seu vale-tudo. Difamações na internet funcionam como munição e o aparato estatal é utilizado como trincheira do jogo sujo na rede.

Neste fim de semana, descobriu-se que computadores da prefeitura de Guarulhos – governada pelo petismo há 12 anos – estão sendo usados por gente do PT para atacar Aécio Neves. Desconfia-se que máquinas da Eletrobrás também disparam torpedos da imundice sem limites que a militância petista está disposta a espalhar por aí.
O PT luta com as armas que tem. Até porque sabe que não dispõe de muita coisa além disso pata tentar triunfar mais uma vez. Depois de três governos seguidos, a incapacidade executiva de Dilma e seus partidários é mais evidente que nunca, seu descompromisso com o país é mais danoso do que jamais foi. O povo brasileiro já percebeu isso.

A tática petista visa justamente buscar encobrir os reais problemas com os quais as pessoas se deparam no dia a dia, turvando-os com o véu da mistificação e a tarja da manipulação. O país está cansado disso. Quer, isso sim, que as dificuldades sejam encaradas, com responsabilidade, seriedade e realismo, a fim de serem definitivamente superadas

O PT chama as necessárias mudanças pelas quais o Brasil clama de “medidas impopulares”, “arrocho”, iniciativas para pôr “o país de joelhos”. Esta manipulação barata pode até ser eficiente junto a alguns grupos, mas já não engana os eleitores em geral, que, demonstram as pesquisas mais recentes de intenção de votos, vão desembarcando da candidatura oficial.

O que os cidadãos querem, o petistas não têm como entregar: um governo ético, comprometido com a eficiência, dedicado a trabalhar seriamente pelo país e pelos brasileiros, empenhado em aplicar da melhor forma possível o dinheiro recolhido dos contribuintes. Numa eleição assim, o PT não tem a menor chance de vitória. Por isso, apela para a guerra suja onde se move com tanta desenvoltura.
Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

BRASIL REAL ! AINDA SOBRE EXPECTATIVA X REALIDADE OU "e o mundo descobriu problemas não visíveis em 2007" : PADRÃO PETRALHA - Em sete anos Brasil passa do clima de festa à desconfiança

O momento era perfeito. 
Naquela tarde de 2007 na Suíça em que o então presidente Lula ouviu que a Copa de 2014 se realizaria no Brasil, foi dado o primeiro passo para coroar uma nova forma de o país se posicionar no cenário internacional. A economia crescia 6%, o país era festejado como potência do Brics e as políticas de redistribuição de renda fortaleciam o mercado interno e inspiravam outros países em desenvolvimento.

— Estejam certos de que o Brasil saberá, orgulhosamente, fazer a sua lição de casa — discursou Lula após o anúncio.
Sete anos depois, o clima é bem diferente. 
A economia desacelerou e o país desperta desconfianças no mercado financeiro internacional, além de sofrer com uma onda de greves e protestos, agravados pela inflação em alta e a falta de soluções para problemas como segurança e transporte. Sem falar dos sinais de corrupção e desperdício de dinheiro público que desmoralizam políticos e inflam orçamentos, como o custo dos estádios, que consumiu mais de R$ 8 bilhões financiados pelo governo. A imprensa internacional veio conferir “o que o Brasil é capaz de fazer” e ficou com a sensação de “dever de casa” não feito.

— O Brasil soube muito bem se vender e emergiu no cenário internacional de maneira inédita — analisa Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV, que cita diferenças na gestão política: — Dilma, por uma série de razões, não mostrou interesse pela política externa, mas o país ficou no centro das atenções pela Copa, e o mundo descobriu problemas não visíveis em 2007.

Eventos esportivos mundiais são considerados instrumentos do soft power, forma sutil e eficaz de exibir poder. Para Christina Stolte, pesquisadora do Instituto Alemão de Estudos Globais e do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, o Brasil não conseguiu animar os investidores com a vitrine da Copa, e atrasos e orçamentos nas obras chamaram a atenção para a baixa competitividade do país, somado ao baixo crescimento de 2% da era Dilma. Por outro lado, a repressão às manifestações, que não atingiu a violência vista na Turquia e Venezuela, pode demostrar um país com a democracia amadurecida.
— É preciso distinguir os ganhos políticos e econômicos. Para os investidores, certamente o país não ficou mais atraente. Politicamente, a imagem ainda pode ser outra. A democracia é um atributo muito positivo, que outros países emergentes, inclusive China e Rússia, não têm — diz Christina.

O Globo
Em sete anos, Brasil passa do clima de festa à desconfiança

PTBRAS II - A "INSISTENTE DEPENDÊNCIA" DA EXPECTATIVA X REALIDADE : Gasto da Petrobras com importações deve subir 24% este ano, para R$ 18,8 bi


O aumento do consumo de combustíveis, estimado pelo mercado em cerca de 4% neste ano, vai se traduzir em mais gastos com as importações de derivados, principalmente de gasolina e diesel. Segundo projeções feitas pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), os custos com a compra desses produtos podem subir 24,5% em relação ao ano passado. O montante pode chegar a US$ 18,8 bilhões, maior que os US$ 15,1 bilhões de 2013, já descontados os cerca de US$ 4,5 bilhões referentes às compras externas de 2012 contabilizadas apenas no ano passado.

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) estima que a demanda por gasolina e óleo diesel crescerá 4%, mesmo nível do ano passado. O diretor do CBIE, Adriano Pires, diz que a expectativa é que as importações de derivados somem 462,2 mil barris por dia, 23,3% a mais que os 374 mil barris médios por dia de 2013. O consumo total de combustíveis deve ficar em 2,3 milhões de barris por dia, contra 2,2 milhões de barris um ano antes.

Se por um lado a expansão das importações de derivados ainda pesará nas contas da Petrobras, por outro o aumento de 7,5% na produção de petróleo esperado para este ano vai melhorar a geração de caixa da estatal. E para alcançar essa meta, considerada “agressiva” pelo mercado, a Petrobras vem trabalhando desde o ano passado para a instalação de 11 novas plataformas.

Segundo a Petrobras, as 11 unidades, que começaram a ser instaladas em janeiro de 2013 e serão concluídas até o fim deste ano, ampliarão a capacidade instalada em 1,3 milhão de barris de petróleo por dia. Esses novos sistemas produzirão até dezembro mais de 650 mil barris de petróleo por dia. A estatal adiantou que somente os campos do pré-sal atingirão a produção recorde de 500 mil barris médios por dia neste ano, chegando a picos de 600 mil barris diários. O recorde de produção no pré-sal, de 470 mil barris diários, foi registrado no último dia 11.

— Pode ser que a Petrobras consiga atingir o aumento da produção previsto, de 7,5%, o que vai significar, na realidade, a produção voltar aos patamares de 2011, de cerca de 2 milhões de barris por dia. O governo conta com esse aumento da produção para melhorar o caixa da companhia, para compensar a falta de reajuste de preços dos combustíveis — explica Pires.

PDV pode comprometer novos projetos

Para o ex-diretor da Petrobras Wagner Freire, a produção crescerá em 2014, mas menos do que o projetado pela empresa. Segundo ele, o plano de demissão voluntária (PDV) pode dificultar o gerenciamento de novos projetos:

— Apesar de ter ótimos diretores, a dificuldade é o gerenciamento de seus projetos. Com o PDV, em dois anos haverá menos profissionais. E isso pode levar a dificuldades.

André Donha, diretor da KPMG no Brasil, também ressalta a questão operacional como fator determinante para permitir o aumento da produção:

— As paradas programadas, que vêm sendo feitas, são essenciais e já estão incluídas no cronograma da empresa. Essa programação é justamente para evitar as paradas corretivas, que são as piores e afetam a produção.

Já Claudio Duhau, analista da corretora Ativa, prevê que a produção apresentará melhora nos próximos meses.

— Crescer 7,5% é muito difícil, mas dá para chegar. Acho que se crescer 6% neste ano o mercado já vai gostar bastante — diz Duhau.

RAMONA ORDOÑEZ (EMAIL)

BRUNO ROSA (EMAIL)
O Globo

PTBRAS : Petrobras contratava navios só com autorização verbal


Sob o comando de Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras até 2012 investigado por suspeita de corrupção, o setor de abastecimento da estatal negociou e fechou contratos milionários de frete de maneira informal. Alguns deles foram baseados só em autorizações verbais.

A Folha teve acesso a um relatório de 2009 sobre o assunto feito pelo grupo de auditoria interna da Petrobras. O documento mostra que operações feitas no ano anterior sem obedecer a requisitos mínimos de controle estabelecidos pela empresa totalizam US$ 278 milhões. 

As irregularidades envolveram contratações de navios. Segundo os auditores da Petrobras, os contratos analisados descumpriram "procedimentos previstos no manual de afretamento".

Entre as falhas há falta de autorização por escrito para iniciar processos de afretamento; autorização prévia para tomada de preços com aval de gerente sem competência para tal; e contratações informais que levaram até 390 dias para serem registradas no sistema.
Também há falta ou atraso no registro de informações de todo o histórico de negociação no sistema de conferência de compras da empresa.
Neste caso, diz a auditoria, a irregularidade impede o rastreamento das condições de negociação, o que dificulta a própria apuração.

O relatório não revela as perdas sofridas pela Petrobras como consequência dessas irregularidades. Mas diz que seriam tomadas providências para "aprimorar os controles de autorização, visto que foram realizadas aprovações verbais e posteriormente formalizadas". O grupo propôs "rever o manual de afretamento".

AVALIAÇÃO

"Descontroles dessa magnitude podem ser resultado de falta de comando, falhas de comunicação, pressa. É uma situação inadmissível em uma empresa desse porte, e abre caminho para má fé", diz Fernando Filardi, pesquisador da área de administração do Ibmec-RJ.

Destino de 18% dos investimentos da Petrobras, a área de abastecimento é a segunda mais importante da empresa, atrás de Exploração e Produção, alvo de 70% dos investimentos.

Além da comercialização de petróleo e derivados -atividade que demanda contratações de navios para movimentação de carga em todo o mundo-, estão sob sua responsabilidade a gestão das 13 refinarias no Brasil e a construção de outras quatro.

Negócios relacionados a frete foram um dos alvos da Operação Lava Jato, investigação da Polícia Federal que apura suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro com recursos da petroleira e outras fontes.

Entre os investigados da PF estão Costa, que ficou preso por dois meses por suspeita de destruir provas, e o doleiro Alberto Yousseff. Costa foi libertado na segunda passada (19) por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki.

A Folha apurou que, até o STF suspender as investigações, a PF investigava se Costa reteve indevidamente uma comissão de 1,5% que deveria voltar à Petrobras. O valor é devolvido pelos afretadores no pagamento do frete.

Uma matéria da revista "Época" afirmou que documentos apreendidos no apartamento de Costa indicam que a dinamarquesa Maersk teria pago a ele R$ 6,2 milhões em "comissões" para ele.
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SAMANTHA LIMA DO RIO

O Globo 

SOS BRASIL REAL ! HORA DE DESPACHAR A MÃE DO PAC E GERENTONA DA "PRESIDÊNCIA" DO PAÍS E QUE VÁ CUIDAR DAS "FINANÇAS" DO CACHACEIRO : Atraso em seis obras do PAC provoca perda de R$ 28 bilhões

A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa.

O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

Em todos os casos foi considerado também o custo de oportunidade – o custo do dinheiro público aportado nas obras que ainda não gerou benefícios. "Se o programa deveria ficar pronto em três anos e sai em seis, isso reduz a produtividade global da economia", diz o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes. Ele explica que a dificuldade em administrar megaprojetos não é exclusiva do Brasil. Porém, os prazos estourados tornaram-se praticamente uma regra, o que merece atenção.
A CNI propõe que o próximo governo, seja qual for, intensifique o programa de concessões em infraestrutura. Para Coelho, esse é um campo em que a economia pode aumentar sua produtividade, visto que as reformas trabalhista e tributária demorarão a sair e gerar efeitos. Sugere, também, iniciativas para melhorar a qualidade dos projetos e para facilitar o licenciamento ambiental. O estudo faz parte de um conjunto de 43 documentos-propostas que serão entregues aos presidenciáveis em junho, quando a entidade pretende fazer um debate dos candidatos com os industriais.

Foram analisados o aeroporto de Vitória, o principal projeto de esgotamento sanitário em Fortaleza (Bacia do Cocó), a transposição do São Francisco, a Fiol, a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e as linhas de transmissão das usinas do Madeira. A maioria dos projetos ainda está em andamento.
Atraso. 
Das obras selecionadas, a que causou maior prejuízo foi a transposição do São Francisco. Originalmente estava prevista para terminar em junho de 2010 (eixo Leste) e dezembro de 2012 (eixo Norte). Como isso não ocorreu, o estudo estima quanto deixou de ser produzido pela agropecuária local, já considerando um crescimento proporcionado pela disponibilidade constante de água. E subtraiu da conta o custo da energia que deixará de ser gerada pela redução do fluxo de água para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

Os economistas da CNI chegaram a um total de R$ 11,7 bilhões de 2010 a 2015. A isso, foram somados R$ 5 bilhões referentes ao custo de oportunidade do dinheiro aplicado na obra, orçada em R$ 8,2 bilhões. A história da transposição segue o roteiro clássico de obra atrasada no País. Segundo o estudo, foi iniciada em 2005, baseada num projeto pouco detalhado de 2001 – que, evidentemente, estava desatualizado. Seguiram-se vários ajustes.

Para andar mais rápido, foi dividida em 14 subcontratos. Mas o que em tese ia acelerar a construção virou um pesadelo gerencial. A própria presidente Dilma Rousseff reconheceu que o governo subestimou a complexidade do projeto.

O Ministério da Integração Nacional afirma que a licitação da obra, em 2007, passou pelo crivo do Tribunal de Contas da União. Os ajustes ocorrem principalmente porque os canais, que chegam a 477 km, passam por diferentes tipos de terreno. Foi necessária, também, a negociação com concessionárias de água e esgoto. Segundo a pasta, a obra será concluída em 2015

Lu Aiko Otta / Brasília - O Estado de S.Paulo

maio 25, 2014

HOJE/AQUI/AGORA MAIS “espectros fantasmagóricos” VERDADEIROS DA "PARLAPATÃ" DESAVERGONHADA 1,99 : Inflação corrói nova classe média

A escalada da inflação atinge de forma perversa a parcela da população brasileira que ascendeu para a classe C e passou a consumir produtos e serviços antes inatingíveis. O dragão abocanhou R$ 73,4 bilhões desse grupo nos últimos 12 meses, segundo estudo do Instituto Data Popular, feito a pedido do GLOBO. A classe C movimenta cerca de R$ 1,17 trilhão por ano, calcula o instituto.

Nos últimos 12 meses, a inflação acumula alta de 6,28%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A mordida no orçamento só não foi mais doída porque a renda da classe C continuou a subir. No entanto, ainda em fase de expansão, a nova classe média já está dividida. Boa parte se encontra em uma “zona de rebaixamento” e corre o risco de voltar à classe D por causa das condições da economia brasileira: 
combinação de inflação persistente e juros altos.

Segundo uma estimativa construída pela corretora Gradual, dos 108 milhões de pessoas da classe C, cerca de 10 milhões estariam na fronteira da classe D e seriam mais vulneráveis a um rebaixamento. Elas ascenderam à classe média (grupo que, segundo os critérios da Data Popular, tem renda familiar de R$ 1.216 a R$ 4.256) com o aumento dos ganhos salariais no passado, mas ainda têm renda errante que pode diminuir ao sabor do quadro econômico.

O dilema na mesa do Banco Central é se deve controlar a inflação de serviços, que atualmente roda em 8,99%, por meio de uma elevação da taxa básica de juros a tal patamar que jogaria a nova classe C de volta ao subconsumo da classe D (com o aumento do juro, o crédito fica mais caro) — explica o economista-chefe da Gradual, André Perfeito.
Na visão de Perfeito, o governo tem gasto além da conta e isso coloca combustível na inflação, que prejudica não apenas a classe média, mas principalmente os mais pobres.

O presidente do Data Popular, Renato Meirelles, acrescenta que o debate tem de ser ainda mais amplo: 
a melhoria de vida da população passa necessariamente por aumento da produtividade e de investimentos.

Não dá para ficar apenas na corda bamba de segurar a demanda num país que tem demandas tão reprimidas como o Brasil — afirma Meirelles.

A assistente social carioca Cátia Soares de Sant'Anna trabalha em Angra dos Reis de segunda a quarta. As filhas ficam sob o cuidado da mãe dela no Rio. Desde o ano passado, diz que sentiu os preços subirem e alterou hábitos de consumo.

Antes eu fazia compras num mercado e só me preocupava com o produto. Hoje me preocupo com o valor. Compras, só no "dia da carne" ou no "dia da fruta". Vestuário também é preciso pesquisar. Não tem outra saída, tenho que planejar o que fazer com o salário — conta.
E esse planejamento incluiu o lazer das filhas: 
evitar ao máximo gastar fora de casa é uma regra. 
Se a família sai, o lanche vai preparado na bolsa. 
Cátia tem renda de R$ 1.335 — era de R$ 7 mil até 2012, quando se separou e perdeu o emprego.

Vaudiram Mendes Novais ganhava cerca de R$ 1.600 como garçom. 
Precisou sair do emprego e passar um tempo com a família na Bahia. Quando voltou para Brasília, não achou mais vaga em bares e restaurantes com o mesmo rendimento. Resolveu trabalhar como vendedor no quiosque de livros do cunhado e o salário caiu para R$ 1.200.

No supermercado, já senti o aumento dos preços e com a queda do meu salário cortei o supérfluo, como doces e biscoitos, e fiquei com o necessário:
 arroz, feijão e carne. E consegui baixar a conta do mercado de R$ 300 para R$ 200.

70% acreditam que preços subirão

Vaudiram não é o único que teve de ajustar as compras ao limite do orçamento. De acordo com o levantamento do Data Popular, 85% dos brasileiros acham que não conseguem ter mais o que adquiriam no passado com os mesmos recursos. Além de comprar menos, a pesquisa de preço voltou a ser tendência para os consumidores.

O brasileiro está mais criterioso e pesquisa mais preços na hora de comprar e isso não é só a classe C, é geral — diz Renato Meirelles.

Segundo o Instituto Data Popular, 70% dos brasileiros apostam que os preços aumentarão ainda mais em 2014. E duas em cada três pessoas acham que não está fácil pagar as contas.

Rochelle Matos é uma delas. 
Até melhorou de vida no último ano. 
Deixou de ser caixa de supermercado para vender artigos esportivos. 
O salário saltou de R$ 1.108 para cerca de R$ 1.500. 
O dinheiro, entretanto, parece estar mais curto. 

Na hora de listar o que deixou de comprar, ela dispara sem nenhuma dúvida:
Roupa e sapato! — conta antes de dar uma boa risada. — Isso era uma coisa que eu comprava muito mais antes.

Já na família da recepcionista Kelly Lucy Pimenta, o corte no orçamento foi carnívoro. Ela, o irmão gari, a irmã manicure e a mãe podóloga tiraram a picanha do fim de semana da lista de compras. O contrafilé também desapareceu da geladeira. E sonhos de consumo foram adiados.
Queria trocar de celular e comprar um tablet, mas só Deus sabe quando.

Kelly está entre os 54% da população do país que fazem parte da classe média, segundo os critérios do Instituto Data Popular. Mesmo com os brasileiros que estão na zona de rebaixamento, a projeção é que essa camada da população aumente e chegue a 58% em 2023, ou seja, 125 milhões de pessoas.

Só que para caber mais gente no andar de cima da pirâmide social será preciso investir e estancar o processo inflacionário estrutural em curso— arremata o economista André Perfeito.


O Globo

GABRIELA VALENTE (EMAIL · TWITTER)
Colaboraram Clarice Spitz e Luciano Abreu

BRASIL REAL DE HOJE E OS VERDADEIROS “espectros fantasmagóricos”(AQUI E AGORA) DA "PARLAPATÃ" DESAVERGONHADA 1,99 : Valor do investimento cai pelo 3º ano


O cenário incerto da economia, marcado por baixo crescimento do mercado doméstico e das exportações, provocou uma piora nas intenções de investimento da indústria. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), obtida com exclusividade pelo 'Estado', mostra que um terço (33,5%) das empresas não pretende investir em 2014, o maior resultado em três anos. 
No ano passado, 19,9% estavam nessa condição.

Entre as que vão investir, o desembolso será 4,7% menor neste ano e deve somar R$ 175,1 bilhões, o terceiro ano seguido de queda. Em 2013, os investimentos industriais somaram R$ 183,7 bilhões. A pesquisa consultou cerca de 1.200 empresas, de todos os portes, entre fevereiro e abril, e retrata a expectativa dos empresários da indústria nacional.

A decisão de frear investimentos nas fábricas é confirmada pelo resultado do Índice de Confiança de Investimentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que caiu 6,7% em abril e teve o maior recuo desde janeiro de 2009, no auge da crise global.

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"A expectativa de que a economia vai acelerar não é grande e há risco de racionamento de energia", observa o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, responsável pelo indicador, que reúne as expectativas dos executivos dos setores ligados a investimentos - máquinas, construção civil, incluindo insumos e serviços de engenharia.

"Este ano, a perspectiva de crescimento é baixa, 2015 provavelmente será de ajuste e o mercado internacional está se recuperando numa velocidade muito menor do que se imaginava", afirma José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia, responsável pela pesquisa. Esses fatores explicam o recuo do investimento.

Coelho destaca que a maior retração, de 7,2%, aparece nos investimentos em máquinas e equipamentos, que somam R$ 110,7 bilhões. Mas há recuos, porém menores, nos investimentos em gestão (-1,4%) e em pesquisa e desenvolvimento (-1,9%). O único setor no qual há intenção de aumento de investimento é o de inovação (2,2%).
Investimento defensivo.

"Os empresários estão fazendo investimento defensivo", afirma Roriz. Isto é, eles não expandem a capacidade de produção, mas investem para fabricar com custo menor para manter sua participação de mercado.

Alfredo Ferrari, diretor de vendas da Ergomat, fabricante de tornos e centros de usinagem - máquinas usadas por outras indústrias -, é um exemplo de empresário que optou pelo "investimento defensivo". Nos últimos dez anos, a empresa investiu todos os anos na ampliação da produção. Mas, neste ano, não vai investir em aumento da capacidade e concentrou os recursos em inovação. 

Os desembolsos estão direcionados para desenvolvimento de uma máquina nova, de alta tecnologia, que chega ao mercado no começo de 2015. "Demos um trégua nos investimentos em capacidade por causa da situação de mercado", diz Ferrari. No primeiro trimestre, a receita da empresa caiu 10% em relação igual período de 2013.
Já a Asvac, fabricante de bombas para plataformas de petróleo, decidiu não investir em 2014. "Foi a primeira vez que isso aconteceu em 31 anos", conta o sócio, Cesar Prata. No final de 2013, a empresa encolheu 20%, porque a Petrobrás ampliou as compras de fornecedores estrangeiros. E a decisão de não investir veio na sequência.

No caso da Whirlpool, que fabrica eletrodomésticos das marcas Consul e Brastemp, os investimentos somarão R$ 500 milhões este ano, com alta de 15% em relação ao ano passado.

Enrico Zito, presidente da unidade para América Latina, diz que os recursos serão aplicados em desenvolvimento de tecnologias e o reflexo deve aparecer nos resultados da companhia em dois ou três anos. "Quando planejamos os investimentos, assumimos que 2014 e 2015 seriam difíceis."
MÁRCIA DE CHIARA - O Estado de S.Paulo