"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 03, 2012

PTBRAS : Furo em tubulação provoca vazamento de gás na P-51


Um furo na tubulação que leva gás natural até um queimador (flare) para ser descartado provocou um vazamento da plataforma P-51, na Bacia de Campos, na madrugada de quinta-feira.

O acidente ocorreu durante uma parada programada na produção, para manutenção do sistema. A Petrobras não revelou o volume que vazou, mas garantiu que não houve vítimas, nem danos ambientais ou às instalações.

O processo de manutenção começou à 0h, com a despressurização do sistema. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) vazamento teria começado às 2h30, quando um ponto da tubulação junto à estrutura que sustenta a linha cedeu, abrindo um orifício de 6 milímetros.

Os poços foram fechados pela equipe de operação, ainda segundo o Sindipetro-NF, que realizou a parada total da plataforma.

"O reparo será feito antes do retorno à produção. A P-51 prossegue sua programação de parada, sem qualquer alteração em relação ao anteriormente planejado. A unidade deve voltar à operação em quatro dias", informou a Petrobras, em nota.

É o quarto vazamento registrado pela Petrobras este ano.
O primeiro, de 26 mil litros de óleo, na Bacia de Santos, foi no dia 31 de janeiro; no dia 13 de fevereiro, 4,7 mil litros de óleo foram derramados na Bacia de Campos, e no dia 18 de fevereiro, 70 litros de água com óleo vazaram na Bacia de Santos.

O Globo

QUASE 10 ANOS DE MUITA CACHAÇA E "MENSALÕES" COM GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA DE NADA E COISA NENHUMA NA "construção" DE UM "brasil maravilha" : JOGAR A CULPA NOS OUTROS É FÁCIL

A presidente Dilma se diz revoltada com a política monetária adotada pelos países desenvolvidos, que estaria levando à desindustrialização da economia brasileira.

Repete-se aqui a velha tática dos petistas de se vangloriar, atribuindo a méritos próprios o crescimento do país quando beneficiado por conjunturas econômicas internacionais muito favoráveis, e de se apressar em jogar nas costas de outras nações o desempenho econômico pífio do Brasil.


A economia brasileira cresceu muito pouco no ano passado — menos do que 3% —, abaixo de outros países emergentes.

A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas se aproxima de 10%, segundo o Dieese, a inflação continua alta e pressionando os custos na economia, e a taxa de investimentos brasileira é bem menor do que a dos países emergentes.


O país se desindustrializa rapidamente, transformando-se num exportador de commodities agrícolas e minerais. Há três anos a indústria de transformação não cresce e a produtividade do setor está caindo.

Essa situação é inversa à que ocorreu durante os governos FHC, quando se observava o crescimento sistemático da produtividade do setor.


O pequeno ímpeto da atividade econômica depende bastante do crescimento interno da demanda de bens de consumo, favorecida pelo crédito e por medidas pontuais de redução desse ou daquele tributo, o que estimula certo sentimento de conforto de parte da população.

Por seu lado, crescem os níveis de inadimplência dos consumidores, o que reduz o dinamismo da demanda.


O governo adota apenas medidas pontuais. Pouco ou nada faz para a conquista de condições estruturais e sustentáveis de competitividade, a chamada competitividade autêntica, baseada em um sistema tributário simplificado, infraestrutura econômica e social moderna, sistema educacional de qualidade, sistema de inovação tecnológica dinâmico etc.

Decorridos quase 10 anos de governos petistas, o custo Brasil só aumentou. O governo paralisou o movimento de reformas estruturais que marcava o país até o início dos anos 2000. Pouco foi feito na área tributária e não se avançou na reforma trabalhista.

Só agora o governo se empenhou para a aprovação do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo Público, idealizado ainda na Reforma Previdenciária do governo FHC (Emenda Constitucional 20, de 1998).


Não houve nenhum avanço significativo na melhoria da qualidade do sistema educacional e, na área de ciência e tecnologia, o país continua investindo muito pouco. Muito provavelmente por falhas de gestão e insuficiência de investimentos, deixam de ser evitados acidentes como o que comprometeu o programa antártico brasileiro.

A estrutura administrativa do setor público federal, hoje com 38 ministérios, se tornou crescentemente dispendiosa e ineficiente. O governo gasta muito e mal e, em decorrência disso, investe pouco. Nos últimos anos, a máquina pública permaneceu praticamente paralisada pelas denúncias de corrupção.

A execução do PAC é muito deficiente e o programa só serviu como propaganda oficial. Por viés ideológico ou pura ineficiência, o governo tem dificuldade em viabilizar parcerias com a iniciativa privada.

Demorou 10 anos para iniciar o processo de privatização dos aeroportos brasileiros, apesar das claras evidências de deterioração da infraestrutura no setor e da incapacidade do setor público de realizar os investimentos necessários para sua modernização.

Igualmente graves foram a fragilização e aparelhamento das agências reguladoras.


Áreas estratégicas, como o setor petrolífero, foram muito modernizadas nos governos FHC, que teve coragem para promover a quebra do monopólio, o que viabilizou o fortalecimento da Petrobras e a própria descoberta do pré-sal.

Já nos governos do PT, o modelo de exploração foi alterado, prejudicando os investimentos no setor, a Petrobras foi "aparelhada" e é, entre as petrolíferas, a que perdeu mais valor de mercado nos últimos anos.


Em vez de tentar colocar a culpa nos outros, seria muito mais produtivo que o PT fizesse o diagnóstico correto e reconhecesse que grande parte dos problemas do país tem origem interna e foram provocados pela letargia dos governos Lula/Dilma em dar continuidade aos avanços e reformas feitos nas gestões anteriores.

Para recuperar esses atrasos, serão necessários vários anos. E a conta será paga por todos os brasileiros, principalmente pelos mais pobres e trabalhadores.

Bruno Araújo Correio Braziliense