A presidente Dilma se diz revoltada com a política monetária adotada pelos países desenvolvidos, que estaria levando à desindustrialização da economia brasileira.
Repete-se aqui a velha tática dos petistas de se vangloriar, atribuindo a méritos próprios o crescimento do país quando beneficiado por conjunturas econômicas internacionais muito favoráveis, e de se apressar em jogar nas costas de outras nações o desempenho econômico pífio do Brasil.
A economia brasileira cresceu muito pouco no ano passado — menos do que 3% —, abaixo de outros países emergentes.
A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas se aproxima de 10%, segundo o Dieese, a inflação continua alta e pressionando os custos na economia, e a taxa de investimentos brasileira é bem menor do que a dos países emergentes.
O país se desindustrializa rapidamente, transformando-se num exportador de commodities agrícolas e minerais. Há três anos a indústria de transformação não cresce e a produtividade do setor está caindo.
Essa situação é inversa à que ocorreu durante os governos FHC, quando se observava o crescimento sistemático da produtividade do setor.
O pequeno ímpeto da atividade econômica depende bastante do crescimento interno da demanda de bens de consumo, favorecida pelo crédito e por medidas pontuais de redução desse ou daquele tributo, o que estimula certo sentimento de conforto de parte da população.
Por seu lado, crescem os níveis de inadimplência dos consumidores, o que reduz o dinamismo da demanda.
O governo adota apenas medidas pontuais. Pouco ou nada faz para a conquista de condições estruturais e sustentáveis de competitividade, a chamada competitividade autêntica, baseada em um sistema tributário simplificado, infraestrutura econômica e social moderna, sistema educacional de qualidade, sistema de inovação tecnológica dinâmico etc.
Decorridos quase 10 anos de governos petistas, o custo Brasil só aumentou. O governo paralisou o movimento de reformas estruturais que marcava o país até o início dos anos 2000. Pouco foi feito na área tributária e não se avançou na reforma trabalhista.
Só agora o governo se empenhou para a aprovação do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo Público, idealizado ainda na Reforma Previdenciária do governo FHC (Emenda Constitucional 20, de 1998).
Não houve nenhum avanço significativo na melhoria da qualidade do sistema educacional e, na área de ciência e tecnologia, o país continua investindo muito pouco. Muito provavelmente por falhas de gestão e insuficiência de investimentos, deixam de ser evitados acidentes como o que comprometeu o programa antártico brasileiro.
A estrutura administrativa do setor público federal, hoje com 38 ministérios, se tornou crescentemente dispendiosa e ineficiente. O governo gasta muito e mal e, em decorrência disso, investe pouco. Nos últimos anos, a máquina pública permaneceu praticamente paralisada pelas denúncias de corrupção.
A execução do PAC é muito deficiente e o programa só serviu como propaganda oficial. Por viés ideológico ou pura ineficiência, o governo tem dificuldade em viabilizar parcerias com a iniciativa privada.
Demorou 10 anos para iniciar o processo de privatização dos aeroportos brasileiros, apesar das claras evidências de deterioração da infraestrutura no setor e da incapacidade do setor público de realizar os investimentos necessários para sua modernização.
Igualmente graves foram a fragilização e aparelhamento das agências reguladoras.
Áreas estratégicas, como o setor petrolífero, foram muito modernizadas nos governos FHC, que teve coragem para promover a quebra do monopólio, o que viabilizou o fortalecimento da Petrobras e a própria descoberta do pré-sal.
Já nos governos do PT, o modelo de exploração foi alterado, prejudicando os investimentos no setor, a Petrobras foi "aparelhada" e é, entre as petrolíferas, a que perdeu mais valor de mercado nos últimos anos.
Em vez de tentar colocar a culpa nos outros, seria muito mais produtivo que o PT fizesse o diagnóstico correto e reconhecesse que grande parte dos problemas do país tem origem interna e foram provocados pela letargia dos governos Lula/Dilma em dar continuidade aos avanços e reformas feitos nas gestões anteriores.
Para recuperar esses atrasos, serão necessários vários anos. E a conta será paga por todos os brasileiros, principalmente pelos mais pobres e trabalhadores.
Bruno Araújo Correio Braziliense
Repete-se aqui a velha tática dos petistas de se vangloriar, atribuindo a méritos próprios o crescimento do país quando beneficiado por conjunturas econômicas internacionais muito favoráveis, e de se apressar em jogar nas costas de outras nações o desempenho econômico pífio do Brasil.
A economia brasileira cresceu muito pouco no ano passado — menos do que 3% —, abaixo de outros países emergentes.
A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas se aproxima de 10%, segundo o Dieese, a inflação continua alta e pressionando os custos na economia, e a taxa de investimentos brasileira é bem menor do que a dos países emergentes.
O país se desindustrializa rapidamente, transformando-se num exportador de commodities agrícolas e minerais. Há três anos a indústria de transformação não cresce e a produtividade do setor está caindo.
Essa situação é inversa à que ocorreu durante os governos FHC, quando se observava o crescimento sistemático da produtividade do setor.
O pequeno ímpeto da atividade econômica depende bastante do crescimento interno da demanda de bens de consumo, favorecida pelo crédito e por medidas pontuais de redução desse ou daquele tributo, o que estimula certo sentimento de conforto de parte da população.
Por seu lado, crescem os níveis de inadimplência dos consumidores, o que reduz o dinamismo da demanda.
O governo adota apenas medidas pontuais. Pouco ou nada faz para a conquista de condições estruturais e sustentáveis de competitividade, a chamada competitividade autêntica, baseada em um sistema tributário simplificado, infraestrutura econômica e social moderna, sistema educacional de qualidade, sistema de inovação tecnológica dinâmico etc.
Decorridos quase 10 anos de governos petistas, o custo Brasil só aumentou. O governo paralisou o movimento de reformas estruturais que marcava o país até o início dos anos 2000. Pouco foi feito na área tributária e não se avançou na reforma trabalhista.
Só agora o governo se empenhou para a aprovação do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo Público, idealizado ainda na Reforma Previdenciária do governo FHC (Emenda Constitucional 20, de 1998).
Não houve nenhum avanço significativo na melhoria da qualidade do sistema educacional e, na área de ciência e tecnologia, o país continua investindo muito pouco. Muito provavelmente por falhas de gestão e insuficiência de investimentos, deixam de ser evitados acidentes como o que comprometeu o programa antártico brasileiro.
A estrutura administrativa do setor público federal, hoje com 38 ministérios, se tornou crescentemente dispendiosa e ineficiente. O governo gasta muito e mal e, em decorrência disso, investe pouco. Nos últimos anos, a máquina pública permaneceu praticamente paralisada pelas denúncias de corrupção.
A execução do PAC é muito deficiente e o programa só serviu como propaganda oficial. Por viés ideológico ou pura ineficiência, o governo tem dificuldade em viabilizar parcerias com a iniciativa privada.
Demorou 10 anos para iniciar o processo de privatização dos aeroportos brasileiros, apesar das claras evidências de deterioração da infraestrutura no setor e da incapacidade do setor público de realizar os investimentos necessários para sua modernização.
Igualmente graves foram a fragilização e aparelhamento das agências reguladoras.
Áreas estratégicas, como o setor petrolífero, foram muito modernizadas nos governos FHC, que teve coragem para promover a quebra do monopólio, o que viabilizou o fortalecimento da Petrobras e a própria descoberta do pré-sal.
Já nos governos do PT, o modelo de exploração foi alterado, prejudicando os investimentos no setor, a Petrobras foi "aparelhada" e é, entre as petrolíferas, a que perdeu mais valor de mercado nos últimos anos.
Em vez de tentar colocar a culpa nos outros, seria muito mais produtivo que o PT fizesse o diagnóstico correto e reconhecesse que grande parte dos problemas do país tem origem interna e foram provocados pela letargia dos governos Lula/Dilma em dar continuidade aos avanços e reformas feitos nas gestões anteriores.
Para recuperar esses atrasos, serão necessários vários anos. E a conta será paga por todos os brasileiros, principalmente pelos mais pobres e trabalhadores.
Bruno Araújo Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário