"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 10, 2013

E NO DE(s)CÊNIO DO brasil maravilha DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 ... Brasil: um país de consumidores

O PT veiculou ontem mais uma peça de ficção em cadeia nacional de rádio e TV. O programa partidário dos mensaleiros faz uso das mistificações de sempre, apresenta um país muito diferente do real, sugere que o Brasil inexistia até 2003 e ignora que aqui vivam cidadãos. 
Para o PT, somos todos agora meros consumidores.

Em seus dez minutos de duração, o programa é um ato de campanha eleitoral. Mais uma vez, vincula umbilicalmente a atual presidente a seu antecessor, talvez para não ter que enfrentar a dura constatação de que, passados quase dois anos e meio, o governo de Dilma Rousseff praticamente inexiste.

Quando apresenta realizações, o PT ou apropria-se de feitos alheios ou, muitas vezes, lança mão de informações gelatinosas. 
 
Como, por exemplo, quando fala do número de empregos gerados nos últimos dez anos: 
foram muitos, é verdade, mas nenhuma estatística oficial disponível no Ministério do Trabalho chancela os mais de 19 milhões de vagas que o partido apregoa ter criado. 
 A diferença se conta na casa dos milhões.

Os petistas também falam em 41 mil bolsas concedidas a estudantes por meio do Ciência sem Fronteiras, repetindo o mesmo número que Dilma usara em pronunciamento à nação em 1° de maio. Recentemente, porém, a
Folha de S.Paulo mostrou que as estatísticas estão inchadas por bolsistas que nada têm a ver com o programa e o total de beneficiários não chega nem à metade do que o governo diz.

Na seção das mistificações, há as de sempre. 
Dilma apresentada como quem está "moralizando o serviço público" talvez seja a mais risível delas - desta vez, pelo menos, nos pouparam de vê-la posando na TV como "gerente eficiente"... 
 
Mas há também a falácia de que o governo petista está "combatendo a inflação de forma implacável", vocalizada pelo insuspeito Guido Mantega.

Não faltaram também as promessas de que, agora, enfim, virão as melhorias na nossa caquética infraestrutura: milhares de quilômetros de rodovias e de ferrovias, novos portos, usinas e linhas de transmissão. A julgar pela vacilação em torno da definição das regras de concessão, num eterno jogo de tentativa e erro, e da total incapacidade de arbitrar as mudanças no marco legal do setor portuário, é melhor esperarmos sentados...

Mas um dos aspectos mais evidentes da propaganda, e que também tem marcado os posicionamentos petistas nos últimos tempos, é a redução dos cidadãos brasileiros à condição de simples consumidores. Ontem, o PT se apresentou como o partido que "ajudou o brasileiro a consumir mais e melhor", "valorizou o consumidor" e transformou shoppings em "direito de todos". 
 
Valesse ainda o slogan do governo Lula, poderíamos dizer: 
Brasil, um país de consumidores.

É curioso que o partido que passou longos anos pregando as fracassadas ideias socialistas, hoje tente se caracterizar como a agremiação que abriu as portas do mercado de consumo para milhões de pessoas. Conquistas e direitos da cidadania parecem não interessar mais. 
Deve ser por que, como diz Rui Falcão no programa, eles "não se prenderam a velhos dogmas"...

O que realmente interessa para a melhoria das condições de vida da população é apresentado como um desafio futuro. Dar saúde, educação e segurança que prestem aos brasileiros seria a próxima etapa do venturoso projeto petista. "A questão básica agora é qualidade", diz a presidente-candidata. 
 
Mas só agora, Dilma? 
Só onze anos depois de o PT subir ao poder? 
Com mais da metade de seu mandato perdido em torno do nada?

Por trás desta visão de mundo, parece estar também a forma pela qual o PT encara os brasileiros: 
"Boa parte da nossa população não está preparada para um mundo cada vez mais desenvolvido e altamente competitivo", diz Dilma.

Será que os governos petistas não tiveram tempo suficiente para mudar isso?
Ou será que a opção foi deixar tudo como está?

Por tudo o que se viu ontem na TV, os petistas demonstram preferir que assim os brasileiros permaneçam, a fim de que continuem a ser usados como massa de manobra de suas políticas nada emancipatórias, seu discurso mentiroso e sua maneira torpe de retratar a realidade do país.

Agradar consumidores é sempre mais fácil do que enfrentar cidadãos.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Brasil: um país de consumidores

Reflexo da Selic - Juros sobem e interrompem quatro meses de redução


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Das seis linhas de crédito pesquisadas, 
uma foi reduzida (cheque especial), 
outra se manteve inalterada (cartão de crédito rotativo).


Após quatro meses seguidos de queda, os juros cobrados da pessoa física interromperam o ciclo de baixa e tiverem leve alta em abril, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). 
A taxa passou de 5,40% para 5,43% ao ano.

Na pessoa jurídica, as taxas de juros ficaram inalteradas. Segundo a Anefac, a pequena elevação no caso das pessoas físicas pode ser atribuída à alta do juro básico da economia, a Selic.

Linha de crédito Março/2013 Abril/2013 Variação (%)

Taxa no mês Taxa no ano Taxa no mês Taxa no ano
Juros comércio 4,00% 60,10% 4,10% 61,96% 2,50%
Cartão de crédito 9,37% 192,94% 9,37% 192,94% 0,00%
Cheque especial 7,72% 144,09% 7,70% 143,55% -0,26%
CDC – bancos- financiamento de automóveis 1,52% 19,84% 1,54% 20,13% 1,32%
Empréstimo pessoal (bancos) 2,91% 41,09% 2,94% 41,58% 1,03%
Empréstimo pessoal (financeiras) 6,88% 122,21% 6,91% 122,96% 0,44%
Taxa média 5,40% 87,97% 5,43% 88,61% 0,56%

Das seis linhas de crédito pesquisadas, uma foi reduzida (cheque especial), uma se manteve inalterada (cartão de crédito rotativo) e quatro foram elevadas (juros do comércio, CDC-bancos, financiamento de automóveis, empréstimo pessoal – bancos e empréstimo pessoal – financeiras).


Março/2013 Abril/2013
Linha de crédito Taxa no mês Taxa no ano Taxa no mês Taxa no ano
Juros comércio 4,00% 60,10% 4,10% 61,96%
Cartão de crédito 9,37% 192,94% 9,37% 192,94%
Cheque especial 7,72% 144,09% 7,70% 143,55%
CDC – bancos- financiamento de automóveis 1,52% 19,84% 1,54% 20,13%
Empréstimo pessoal (bancos) 2,91% 41,09% 2,94% 41,58%
Empréstimo pessoal (financeiras) 6,88% 122,21% 6,91% 122,96%
Taxa média 5,40% 87,97% 5,43% 88,61%

Considerando todas as reduções da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central desde julho de 2011, tivemos neste período uma redução da Selic de 5,50 pontos percentuais (redução de 40,00%) de 12,50% ao ano em julho de 2011 para 7,50% ao ano em abril de 2013. 

Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 32,60 pontos percentuais (redução de 26,90%) de 121,21% ao ano em julho de 2011 para 88,61% ao ano em abril de 2013.

Yolanda Fordelone
Estadão