"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 24, 2013

Gasolina na inflação


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O governo federal optou por uma aposta de alto risco. 
Decidiu manter altos os seus gastos numa hora em que a escalada da inflação exige maior rigor nas contas públicas.

O Orçamento da União é cada vez mais uma peça de ficção, mas a gestão petista parece crer que pode dar conta de uma realidade difícil lançando mão de mágicas contábeis.


A equipe econômica anunciou ontem que fará corte de R$ 28 bilhões no Orçamento de 2013. Será quase como passar a faca no vento. Numa contradição absoluta, o resultado do contingenciamento será o aumento dos gastos a um patamar nunca antes visto.

Isso acontece no exato momento em que todos os que ainda tentam entender a mixórdia em que se transformaram as contas públicas do país recomendam justamente o contrário: o governo precisa frear seus gastos para não jogar mais gasolina na fogueira desvairada da inflação.

No entanto, quando se cobra e se espera austeridade, a resposta de Brasília vem na forma de maior frouxidão com o dinheiro público. As despesas com pessoal, custeio, programas sociais e investimentos deverão atingir 19,2% do PIB neste ano.

Serão as maiores da história do país, e mais altas até do que o governo previa em seu projeto original, divulgado em agosto passado.

A opção pelo gasto recorde fica clara no relatório encaminhado pela equipe econômica ao Congresso, como destaca O Globo.
"O cenário de crise internacional levou o governo a adotar e manter medidas de estímulo à economia, que, neste momento, levam à redução na arrecadação e ao aumento de despesas", sustentou o Ministério do Planejamento no texto.

O governo petista cortou menos alegando que precisa estimular a economia. Sim, precisa, mas por meio de investimentos e abrindo mais espaço para que os empreendimentos privados aconteçam. Gastar mais pura e simplesmente só colabora para piorar o cenário para a inflação, prejudicando mais, claro, os mais pobres.

Guido Mantega e sua equipe parecem se esquecer de que a inflação brasileira está no último furo da meta estipulada para o ano. E só não ultrapassa o teto porque vira e mexe sai algum coelho da cartola, como o que irá segurar os reajustes das tarifas de ônibus em São Paulo e o que antecipa para agora créditos de Itaipu que só venceriam até 2023.

Com as atitudes anunciadas ontem pelo governo, não resta dúvida de que, na semana que vem, o Banco Central terá de aumentar novamente a taxa básica de juros. É possível que, desta vez, a dose tenha que ser maior que o 0,25 ponto percentual de abril.

Com a leniência da equipe econômica, sobra para o BC fazer todo o serviço sujo do combate à inflação.

Por meio de um monte de malabarismos, o governo tenta mostrar que suas contas têm pé e cabeça. Mas elas não têm. A programação orçamentária tornou-se um amontoado de cifras que quase nada dizem, dada a parca credibilidade de que goza o Ministério da Fazenda no trato do dinheiro público.

Quem crê que o superávit fiscal necessário para estabilizar a dívida pública e, também, não atiçar ainda mais a inflação será cumprido?

As premissas utilizadas para fechar as contas não são verdadeiras:
o governo trabalha com crescimento do PIB irrealista (3,5%), com esforço fiscal de estados e municípios impraticável (1% do PIB, o que não acontece desde 2008), com promessas de investimentos que a incompetência da gestão petista torna inexequíveis.

A meta de economia também vai ladeira abaixo. De R$ 108 bilhões previstos inicialmente, pode cair a menos de R$ 43 bilhões. O governo insiste que, ainda assim, estará cumprindo suas obrigações fiscais, atingindo os 3,1% do PIB previstos na meta. Só à custa de muita criatividade.

Para a Consultoria de Orçamento da Câmara, o esforço fiscal poderá ser de apenas 1,4% do PIB em 2013.

A escalada da inflação brasileira decorre de alguns fatores que escapam ao controle do governo, como o clima e problemas externos. Mas deve-se, sobretudo, ao aumento de gastos da gestão federal nos últimos anos. Só o próprio governo petista não parece concordar com esta avaliação, e insiste em brincar com fogo. 

 uem paga a conta da irresponsabilidade é quem vive de salário e se assusta todas as vezes que tem de comprar tomate para a salada.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Gasolina na inflação

UM POUCO DA 1,99 MAIS "PREPARADA" DO CACHACEIRO PARLAPATÃO

O jornal Valor Econômico desta sexta-feira traz um matéria interessante sobre o estilo de comando da nossa presidente Dilma Rousseff. Vale a pena ler a matéria que está muito interessante e vai ao encontro do se escuta nas conversas de bar em Brasília. Quero apenas destacar quatro parágrafos da matéria:

“O estilo “mandão” de Dilma era conhecido desde que se tornou ministra das Minas e Energia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros traços marcantes apareceram ou se tornaram mais visíveis quando chegou à Presidência. “Eu sou a presidenta, eu posso”, passou a ser frase rotineira em conversas com assessores próximos. Alguns pensavam, mas não diziam: “Pode, mas será que deve?”.
…….

“Ela está cercada de pessoas medíocres, que não a questionam. Todo mundo morre de medo dela. Ela não tem humildade para escutar os outros. Não dá para ter 39 ministérios, 39 subordinados. Em uma empresa, esse modelo não funcionaria”, disse um alto executivo de um banco de investimento. A imagem de pessoas centralizadoras hoje está muito associada a empresas de donos, fundadores de grandes grupos de primeira geração. “Fui muito centralizador, mas esse modelo não funciona mais. Tem que delegar e ouvir mais”, disse um grande empresário do setor de infraestrutura e energia“.  
……..
“O processo de governo é muito ruim”, diz um ministro que tem uma pilha de projetos sendo “espancados” na Casa Civil. Os empresários criticam os ministros e os ministros, com raras exceções, criticam a Casa Civil da ministra Gleisi Hoffmann, habitada, segundo eles, por técnicos jovens, inexperientes e, às vezes, arrogantes. Não é raro um deles ligar para um ministro de Estado a fim de tomar satisfações sobre algum projeto”
…..
“Na equipe econômica chama-se as escolhas de Dilma de “estilingadas”, decisões que, depois de tomadas, batem num muro e voltam. Só um ano e meio depois de estar no comando do governo ela se convenceu de que o Estado brasileiro não está em condições de investir e admitiu fazer as concessões. Ainda assim, tabelou por baixo o lucro das empresas, no caso das rodovias. Voltou atrás, quando percebeu que não daria certo.”

Acho que os trechos acima dão uma boa ideia da gestão centralizadora do governo. O que me impressiona é por que a presidente só conheceu os limites da maquina pública para fazer investimento depois de um ano e meio do governo, se ela já era ministra da casa civil. Espero que a presidenta continua identificando as falhas do seu governo e adotando essa postura pragmática de voltar atrás e mudar.

O problema é que agora, com o clima eleitoral nas ruas, ninguém espera mudança alguma até eleições. Assim, essa tarefa será do próximo presidente quem quer que seja ele ou ela.
Transcrito do original em : 

QUAL DAS DUAS É A MAIS "PREPARADA" ? Inflação semanal sobe em cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV


http://4.bp.blogspot.com/-z1NW1p5otLA/UTorBOYuZMI/AAAAAAABBeM/GZyk8lB3eMs/s1600/infla%C3%A7ao+2-anos-de-governo-dilma-e-a-infla%C3%A7%C3%A3o-por-sponholz.jpg

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou em cinco de sete capitais na terceira semana de maio sobre a semana anterior, informou nesta sexta-feira (24) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A inflação geral medida pelo IPC-S subiu para 0,40% no período, uma alta de 0,02 ponto percentual sobre o resultado da semana anterior.


Por capitais, as altas foram registradas em 
Belo Horizonte (de 0,54% para 0,57%), 
Recife (de 0,50% para 0,51%), 
Rio de Janeiro (de 0,39% para 0,44%), 
Porto Alegre (de 0,24% para 0,41%) 
e em São Paulo (de 0,42% para 0,49%).

Em Salvador foi registrada queda, passando de alta de 0,05% para deflação de 0,30%. Em Brasília, a taxa caiu de 0,64% para 0,59%.

Jornal do Brasil