"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 24, 2011

DEPOIS DO TOUCINHO "INTRODUZIDO" NO RABO DO PORCO GORDO. A HORA DO : "PAGAR, DOAR, CONTRIBUIR,"

Nelson Motta

Lula já tem agendadas 23 palestras até o fim do ano no Brasil e no exterior, que devem lhe render no mínimo 6 milhões de reais.
Somando-se o que já faturou até agora, e o que ainda virá, vai fechar o seu ano fiscal bem acima dos 10 milhões.
Nada mal para um primeiro ano de atividades, nada contra também, muito pelo contrário, ele merece, vale quanto pesa.


Na sociedade de livre mercado ele está valorizado e é justo que seu custo seja proporcional aos benefícios que traz aos que o pagam.


Ver a cara, a fúria e os palavrões de Lula ao assinar sua declaração de renda e preencher um cheque de pelo menos 3 milhões de reais para a Receita Federal não tem preço.

Lula vai sentir na própria carne a sensação de quem trabalhou, viajou, se esforçou, se cansou e aturou chatos durante quatro meses do ano, exclusivamente para alimentar o Leão.

Mas depois das mordidas, dos milhões que vão lhe sobrar, quanto ele vai doar ao PT, ao Instituto Lula, a causas sociais?
Mas como doação mesmo, não como renuncia fiscal via Lei Rouanet ou do ICMS, que é outra incógnita:
que artistas e ONGs merecerão fatias de renuncia fiscal da empresa de palestras de Lula? Velhos companheiros já estão sonhando com doações generosas de seu rico correligionário para as campanhas eleitorais de 2012.


Com certeza ele sabe muito bem como, onde, por que e por quem são gastos os nossos impostos. Agora vai sentir como os quatro meses de trabalho dele são torrados.
Porque imposto no bolso dos outros não é refresco, é verba pública.


O vício já vem do verbo:
pagar ou contribuir?
Enquanto nos Estados Unidos e na Inglaterra os pagadores de impostos e taxas são chamados de “tax payers”, aqui nos chamam de contribuintes, que logo remete a algo facultativo, circunstancial:

“O senhor pode contribuir para a nossa obra social?”
“Agora não dá, passa na semana que vem, tá?”


Assim, as contrapartidas do Estado também ficam relativas e opcionais.
Pagadores se sentem com muito mais moral e autoridade para cobrar serviços e ações do Estado do que meros contribuintes.


Lula vai sentir no bolso as diferenças entre uns e outros.

" o nunca antes neste país" DO PALHAÇO PARLAPATÃO CACHACEIRO ASQUEROSO SEM NOÇÃO.


Lula não está satisfeito de ter realizado a maior obra de governo desde a chegada das naus de Cabral às costas da Bahia, em 1500.

Não basta que tudo de bom “neste país” haja começado a 1º de janeiro de 2003, data de início do lulalato, nem que o saneamento econômico promovido pelos presidentes Itamar Franco e FHC tenha sido apagado do mapa.

Agora, Lula quer dar – e dá – lições ao mundo.

Temos um novo “Guia Genial dos Povos”.

De Recife, pelas ondas da Rádio Jornal do Commercio, Lula falou para o mundo: “A crise que está acontecendo na Europa e nos Estados Unidos, no fundo, é por falta de coragem para tomar decisões políticas e econômicas que precisam ser tomadas”.

O Guia Genial dos Povos, porém, manteve para si mesmo qual é a receita que tem para os Estados Unidos, para a Europa, para o mundo. Provavelmente espera que Barack Obama, Angela Merkel, Hu Jintao, Nikolas Sarkozy e outros líderes frágeis, indecisos e inexperientes façam fila no salão de festas do edifício em que reside, em São Bernardo do Campo (SP), à espera de serem por ele recebidos em seu apartamento, um por um, quando então confidenciará as soluções para a crise mundial.

Falta de coragem.

Será que é a mesma que faltou ao Guia Genial dos Povos para, mesmo surfando em inéditos índices de popularidade…

… fazer a reforma da Previdência que não fez?

… tomar a iniciativa da reforma política?

… enxugar o governo, diminuir despesas — o exato contrário de sua “obra” — e possibilitar a baixa dos juros?

… revelar, enfim, quem foi que o traiu no episódio do mensalão e, em vez de choramingar na TV, exigir que os culpados fossem para a cadeia?

O Guia Genial dos Povos, Lula, mencionar “falta de coragem” em líderes que estão tomando decisões gravíssimas, com implicações para centenas de milhões de pessoas, além de constituir uma piada é, além disso, falar de corda em casa de enforcado.

Ricardo Setti