"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 01, 2013

E NO RITMO DO BUMBO DA ITINERANTE ... Balança Comercial tem pior resultado para março em 12 anos


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDx36o-doNJ1KQ76vj8OhwBxLn0cpkWeSvEEPBiT4k8vcxvWpormcpLH7-6S6B_UoPHvrLb_icQeC2XJin5EcNixoeCyNRL6KJ1lBG0bTNJdLgCBWd2YLWjGKVWCYdtMzPEGUg225pNk0/s400/Dilma+bumbo.jpg
A balança comercial brasileira registrou superávit de 164 milhões de dólares em março, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
O resultado veio abaixo do esperado pela mediana dos especialistas, que projetavam saldo positivo de 200 milhões de dólares. Trata-se do primeiro superávit mensal neste ano e o pior para o mês desde 2001, quando houve déficit de 274 milhões de dólares.

No mês passado, as exportações somaram 19,323 bilhões de dólares e as importações, 19,159 bilhões de dólares, ainda segundo o Ministério. O resultado ainda sofre as consequências do registro atrasado de aquisições de gasolina feitas pela Petrobras no exterior em 2012, mas que estão sendo contabilizadas somente neste ano, elevando as importações.

No mês passado, as importações de combustíveis e lubrificantes somaram 3,177 bilhões de dólares. Pela média diária, que somou 158,9 milhões de dólares, houve alta de 15,8% sobre um ano antes.

Apesar do resultado positivo de março, no acumulado dos três primeiros meses do ano, o saldo segue negativo em 5,150 bilhões de dólares, resultado das vendas externas de 50,839 bilhões de dólares e compras de 55,989 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, o saldo estava positivo em 2,419 bilhões de dólares. Em fevereiro, o saldo negativo de 1,276 bilhão de dólares foi o maior da série histórica do MDIC para o mês.

Na última semana do mês passado (dias 25 a 28), o saldo comercial ficou positivo em 165 milhões de dólares, com exportações de 4,552 bilhões de dólares e importações de 4,387 bilhões de dólares.


EFEITO PETROBRAS E CAOS LOGÍSTICO
 
Em janeiro, o governo alertou que a balança comercial deveria apresentar deficit nos primeiros meses do ano porque um grande "estoque" de operações de importação de combustíveis feitas pela Petrobras no terceiro trimestre do ano passado não foi contabilizado no saldo comercial de 2012. Entre janeiro e fevereiro, houve o registro de US$ 2,5 bilhões em compras atrasadas da estatal, o equivalente a cerca da metade do estoque total da Petrobras previsto para entrar na conta da balança comercial de todo o ano.
 
Segundo dados do governo, a supersafra impulsionou as exportações de milho que, no acumulado do ano, apresentam alta de 440% nas vendas frente ao mesmo período de 2012. O caos logístico para o escoamento de grãos nos portos brasileiros prejudicou, no entanto, as vendas de soja. Em relação ao ano passado, houve queda de 8,2% nas exportações do produto.
 
Segundo a secretária de comércio exterior, Tatiana Prazeres, apesar dos problemas para embarque, não há notícia de novos cancelamentos de contrato. "Estamos em contato permanente com o setor privado e fomos informados de que há apenas reprogramação de embarques em função de dificuldades logísticas enfrentadas nos últimos dez dias", afirmou.
 
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
 
As exportações cresceram 1,6% pela média diária impulsionadas pelas vendas de manufaturados (+4,1%) e de semimanufaturados (+17,2%). As vendas de produtos básicos caíram 3,7%. Nos três primeiros meses do ano, as vendas do Brasil para o exterior alcançaram US$ 50,8 bilhões, queda de 3,1% frente ao mesmo período do ano passado também pela média diária.
 
As importações subiram 12% em março devido ao aumento das compras de bens do exterior em todas as categorias de produtos: combustíveis e lubrificantes (+15,8%), bens de capital (+12%), matérias-primas e intermediários (+11,6%) e bens de consumo (+7,4%). No acumulado do ano, as compras do exterior chegam a US$ 56 bilhões, crescimento também de 12% frente ao mesmo período do ano anterior.
  VEJA.com/Folha
 

Reestatizar as estatais

O governo do PT cumpriu o que prometeu:
transformou a Eletrobrás na "Petrobras do setor elétrico".

Infelizmente, fez isso no pior sentido. Tanto uma quanto a outra das nossas maiores estatais foram levadas para o buraco pelas gestões Lula e Dilma.

Está na hora de recuperar este patrimônio para o povo brasileiro.

Ainda no governo Lula, a Eletrobrás anunciou um ambicioso plano para equiparar-se ao que outrora fora a Petrobras:

uma estatal com investimentos robustos, negócios lucrativos aqui e no exterior, administração rigorosa, reconhecimento de mercado.

Nada disso se realizou.

Mas, assim como vem acontecendo com a companhia de petróleo nos últimos anos, a estatal de energia agora amarga perdas gigantescas e enfrenta uma crise sem precedentes. Na quinta-feira, a Eletrobrás
anunciou seu maior prejuízo desde que a companhia foi criada, há mais de 60 anos:
R$ 6,9 bilhões em 2012. 

O resultado no quarto trimestre do ano passado foi o pior já registrado por uma companhia de capital aberto no Brasil:
perda de R$ 10,5 bilhões.

A Eletrobrás sente os dissabores da drástica, intempestiva e autoritária mudança nas regras do setor elétrico baixadas na marra pelo governo Dilma Rousseff em fins do ano passado. A estatal foi obrigada a reduzir suas tarifas para garantir a renovação de suas concessões - tudo isso imposto goela abaixo pelo seu controlador, o governo federal.

Não fosse isso, teria lucrado quase R$ 6 bilhões em 2012.

A nossa estatal do setor elétrico é um dos exemplos mais prontos e acabados dos estragos que a sujeição e a ocupação da máquina por interesses político-partidários é capaz de produzir. Ao longo das gestões petistas, teve nada menos que seis presidentes, sempre ao sabor das conveniências políticas e nunca da eficiência técnica.

A Eletrobrás vergou sob o peso das tarifas mais baixas, bem como da participação obrigatória em obras bilionárias do setor elétrico. "Sem a presença da estatal nos consórcios, nenhuma privada entraria em projetos como as hidrelétricas do rio Madeira ou Belo Monte", analisou a
Folha de S.Paulo na sexta-feira.

O plano de investimentos da Eletrobrás - que prevê R$ 52,4 bilhões até 2017 - está sob risco. Só irá parar em pé com injeção de muito dinheiro público. Os trabalhadores serão os primeiros a pagar pela crise: entre 4 mil e 5 mil funcionários, de um total de 27 mil, serão desligados da estatal.

Usinas termelétricas também serão desativadas. 
Em estudo recente, o Instituto Acende Brasil mostrou como as estatais do setor elétrico têm registrado baixa eficiência em função da alta politização de sua gestão. As empresas do grupo Eletrobrás, por exemplo, figuram como as de menor produtividade por trabalhador e as de maiores custos operacionais.

Infelizmente, a Eletrobrás não está sozinha quando o assunto são os descalabros que as gestões do PT vêm produzindo em nossas estatais. A Petrobras é a principal vítima da manipulação dos governos petistas sobre o patrimônio do povo brasileiro.

Não bastasse ser usada como instrumento de controle da inflação, a empresa tem agora seus ativos negociados na bacia das almas, como mostra a edição desta semana da revista
Época.

Já era conhecido o caso da refinaria de Pasadena, que deve render prejuízo de US$ 1 bilhão à Petrobras nos EUA, num dos piores negócios que se tem notícia no mundo empresarial. Mas sabe-se agora que nossa estatal também está se desfazendo de bens e instalações na Argentina como quem vende bananas na hora da xepa.

A empresa pôs pelo menos US$ 5 bilhões na Petrobras Argentina e agora cogita vendê-la por menos de US$ 1 bilhão.

O negócio envolve empresários próximos a Cristina Kirchner, está sendo fechado em caráter sigiloso e em tempo recorde, mesmo depois de a área técnica da Petrobras ter manifestado oficialmente que não tinha interesse em se desfazer dos ativos argentinos, uma vez que se espera que eles entrem num ciclo de valorização doravante.

A revista também mostra que empresários amigos do PT estão prestes a abocanhar nacos polpudos da Petrobras na África, como a produção e exploração de petróleo em Angola,
Benin,
Gabão,
Líbia,
Namíbia,
Nigéria e Tanzânia.
 
É o patrimônio do povo brasileiro sendo entregue a interesses privados encastelados no condomínio petista.

Eletrobrás e Petrobras são faces da mesma moeda: o uso de bens públicos para fins político-partidários. O partido que se notabilizava por defender o patrimônio público pratica, no poder, a maior predação de que se tem notícia em nossa história.

É hora de reestatizar as estatais que o PT pôs sob seu jugo e devolvê-las ao povo brasileiro.
 
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Reestatizar as estatais

POBRE BRASIL REAL ! brasil maravilha DA GERENTONA FALSÁRIA QUEBRA 1,99 presidenta do BC

http://4.bp.blogspot.com/_jUfPQZsEkfI/TJj4TloXaLI/AAAAAAAAD-g/RJ5sQt4Bkc4/s1600/Dilma+1,99.jpg
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo, são dois técnicos excelentes, de reconhecida credibilidade.
Nos últimos meses, porém, eles têm jogado boa parte desse capital fora, ao aceitarem ser submetidos a um processo de desmoralização em praça pública.

Mesmo incomodados com o atual nível da inflação — próximo do alarmante —, simplesmente se mostram impotentes para tomar as devidas providências porque o comando do BC está hoje nas mão da presidente Dilma Rousseff.

Técnicos do Banco Central muito próximos de Tombini e Hamilton são unânimes em dizer que, em tempos de normalidade, de prevalência da autonomia da autoridade monetária, dificilmente a taxa básica de juros (Selic) não teria subido ante às informações concretas de que a inflação vai estourar o teto da meta de 6,5% definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Nas contas do BC, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingirá 6,7% entre abril e junho. Mas não há nenhum sinal de ação concreta do Comitê de Política Monetária (Copom) para botar o custo de vida nos eixos.

 Tombini e Hamilton estão de mãos atadas”, diz um dos técnicos ouvidos pela coluna. A impressão que se tem dentro do BC é de que os dois só não abandonaram o barco para não serem chamados de covardes. 
 
Mais que isso: 
temem abrirem uma crise no governo e, pior, permitirem que um grupo mais heterodoxo assuma cargos estratégicos na instituição, provocando mais estragos na economia do que se vê hoje.
 
“Portanto, tanto o presidente quanto diretor de Política Econômica vão manter o discurso de que os juros são o melhor remédio para controlar a inflação, mas não vão agir sem que Dilma lhes dê aval. A submissão do BC ao Palácio do Planalto nunca foi tão evidente”, acrescenta o técnico.

Num BC mergulhado em frustração, a ordem é desconstruir o discurso do Planalto e do Ministério da Fazenda de que os defensores da alta dos juros são a favor de banqueiros e de investidores ávidos por engordarem suas fortunas. “Isso é uma bobagem”, ressalta um outro funcionário do Banco Central de grande credibilidade entre os colegas. 
 
Para constatar o perigo da inflação, basta ver um quadro elaborado pelo BC.

A inflação vai estourar o teto da meta muito em breve, vai cair um pouco até o fim do ano que vem (5,3%), mas voltará a subir em 2015, que poderá ser o primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma. Ou seja, a inflação continuará corroendo o poder de compra dos trabalhadores.
Desconfiança
 
O diagnóstico real, para alguns dos auxiliares de Tombini e de Hamilton, é de que o quadro atual da inflação beira o descontrole:
75% das 365 categorias de preços e serviços medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram alta em março.
E não é só:
mais de 30% dos itens auferidos apontaram reajuste superior a 10%.
Diante desses números, que comprovam a disseminação dos aumentos, fica fácil constatar que o país está diante de uma situação que exige uma postura mais dura do Copom. Mas, infelizmente, não temos um BC independente para fazer o que precisa ser feito.

Diante desse retrato desanimador, a percepção em relação ao país só tende a piorar. No exterior, é visível a desconfiança em relação à capacidade do governo de retomar o controle da inflação sem aumentar os juros e, por tabela, estimular o crescimento econômico. 

Entre os países emergentes, índices que medem a credibilidade do Brasil, como o CDS (Credit Default Swap), mostram resultados inferiores apenas aos da Argentina, que está prestes a dar um novo calote em sua dívida externa.

No país, os empresários também andam ressabiados com a disparada dos preços e a forte elevação dos custos de produção. É verdade que nem todos suspenderam os investimentos, como mostra a reportagem ao lado, pois reconhecem o potencial do Brasil, que independe das ações do presidente de plantão.
 
Mas os desembolsos estão longe de movimar o Produto Interno Bruto (PIB), que, em 2012, avançou apenas 0,9% e, neste ano, pode crescer menos do que 3%.
Herança maldita

Com os motes da campanha à reeleição de Dilma Rousseff nas ruas — juros baixos, energia barata e desoneração da cesta básica —, só restará aos diretores do Banco Central contar com muita sorte para que a inflação realmente caia nos próximos meses e o atual modelo de política econômica, baseado no consumo das famílias, não exploda.

A tentativa de Tombini de administrar as expectativas do mercado apenas no gogó se esgotou, como se viu na semana passada, quando ele tentou explicar o inexplicável.


Ou seja, dizer que a presidente Dilma não disse o que ela afirmou em alto e bom som: “Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico”.

Sendo assim, é bom o Palácio do Planalto se preparar.

Quando 2015 chegar, a presidente reeleita não poderá alegar que lhe foi entregue uma herança maldita. Tudo de ruim que vier a enfrentar será culpa exclusivamente dela.

Vicente Nunes Correio Braziliense
Vicente Nunes é editor de Economia

DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA "PALANQUEIRA" ITINERANTE... O balanço do BNDES


O uso de manobras contábeis pelo governo federal para a obtenção de um superávit primário mais aceitável já se tornou costumeiro, mas esse "tru­que" pode estar sendo levado longe demais.

No ano passado, para cum­prir a meta reduzida de 2,38% do PIB - a meta anterior era de 3,1%, o governo utilizou R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano e se apropriou ante­cipadamente de parte dos R$ 28 bi­lhões de dividendos das empresas es­tatais, alegando que, para isso, há previsão legal.

Pode ser, mas, no ca­so dos dividendos, eles devem ser pagos de acordo com os lucros apura­dos de forma confiável, o que não ocorreu, pelo menos com relação ao balanço do BNDES do segundo se­mestre de 2012.

Na ânsia de fazer a conta chegar ao resultado prometido, o Conselho Monetário Nacional, às vésperas da virada do ano, permitiu que o BNDES lançasse em seu balanço um quarto das ações que possuía em carteira sem atualizar o seu va­lor de referência,isto é, sem levar em conta as grandes oscilações das cotações desses papéis no mercado.

Isso inflou o lucro do BNDES em R$ 2,38 bilhões, o que foi útil para o governo, mas pode ter consequên­cias negativas para a instituição. Es­sa prática lança dúvidas sobre a cor­reção de seu balanço e pode limitar a sua capacidade de captar recursos no exterior.

Com o mercado exter­no menos acessível, o Tesouro Na­cional poderá ser obrigado a repas­sar um volume ainda maior de recur­sos para a instituição, que no ano passado recebeu nada menos do que R$ 55 bilhões.

O truque não passou despercebi­do pela auditora independente, que, em seu parecer sobre o balanço do banco, fez constar uma ressalva so­bre essa forma de contabilização de­sigual do valor das ações.

De fato, os lançamentos deveriam obedecer a um só critério, de acordo com os pa­drões contábeis internacionalmente aceitos, isto é, todas as ações que re­presentam participação do banco em outras empresas deveriam ser lançadas pelo seu valor de mercado no momento de fechamento do ba­lanço, independentemente da oscila­ção de suas cotações.

A abertura de exceção para que um quarto dos papeis seja contabilizado de outra maneira é inteiramente discrepante das melhores práticas contábeis.

Não por acaso, as ações contabili­zadas de "forma especial" são as mais afetadas pela desvalorização das cotações na Bovespa. Com a du­plicidade de critérios, o banco pode pagar mais dividendos ao Tesouro, engordando o superávit primário.
 
Essas circunstâncias foram leva­das em conta pela agência de classi­ficação de risco Moody"s, que rebai­xou a nota do BNDES e do BNDES-Par em dois degraus, passando-a de A3 para Baa2.

Como motivos para sua decisão, a Moody"s mencionou a "deterioração da qualidade de cré­dito intrínseca e, particularmente, o enfraquecimento de suas posi­ções de capital de nível 1".

Essas ra­zões podem ser discutíveis, mas ine­gavelmente criam um obstáculo a tomada de crédito no mercado in­ternacional.

Procurado pela reportagem do Es­tado, o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que a ressalva feita pela auditora indepen­dente represente "qualquer impedi­mento para a emissão externa", O banco afirma ainda ser o "emissor brasileiro com melhores condições de custos, após o governo brasilei­ro".


Como o BNDES não realizou qualquer operação no mercado ex­terno em 2012, não dá para ter com­provação prática disso. 
 
Fontes do mercado e do próprio governo admitem que a maquiagem do balanço torna mais difícil a colo­cação de papéis do BNDES. Além dis­so, há restrições regulamentares que investidores institucionais, como fundos de pensão, devem obedecer para a aquisição de papéis de institui­ções cujos resultados sejam coloca­dos em dúvida.

Ainda que os obstáculos venham a ser superados em negociações com investidores externos, o custo para o banco tende a ser maior.

O mais lamentável em tudo isso é a li­geireza e a irresponsabilidade com que o governo agiu para obter um re­sultado a curto prazo, desprezando normas fundamentais para assegu­rar a credibilidade do balanço de uma instituição do porte e da impor­tância do BNDES.

BRASIL REAL ! E NO DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 ... Alta de preços faz consumidor retomar antigas estratégias



Os consumidores já retomaram as velhas estratégias defensivas para minimizar o impacto da inflação nos gastos com as compras de supermercado:
substituir marca e produto, trocar de loja, ir atrás das ofertas e reduzir as quantidades compradas. Essas táticas não são novidade para os brasileiros que, 20 anos atrás, viveram a hiperinflação.

A costureira aposentada, Eugênia Moreira, de 85 anos de idade, que na sexta-feira fazia compras de supermercado com a neta Vanezza Madonna Morais, de 26 anos, sabe bem o que é hiperinflação. “Naquele tempo, eu fazia estoque de óleo, açúcar, sal”, lembrou a aposentada.

Hoje, a situação não é para fazer estoque. Mas, diante da alta de preços, ela começou a reduzir as compras.

Farinha de trigo, que era um item obrigatório na lista de com-
pras, deixou de ser. Tudo porque o preço do quilo da farinha já passa de R$ 3. Antes girava em torno de R$ 2. “Gostava muito de fazer bolos para servir para as visitas que iam em casa. Agora só dou um cafezinho”, disse Eugênia.

Com renda mensal em tomo de R$5 mil, entre aluguéis e aposentadoria, ela disse que os gastos com alimentos pesam muito no seu orçamento, especialmente agora que os preços desses itens dispararam.

Troca.

Já a administradora de empresas Cristina Serrentino, de 41 anos, casada e com um filho, trocou de supermercado para reduzir os gastos.

“Moro em Perdizes e tenho um Pão de Açúcar do lado da minha casa. Mas venho no Walmart da Pacaembu para economizar”, contou.

Na opinião de Cristina, tudo está mais caro. No fim do ano
passado, ela desembolsava cerca de R$ 700 por mês com produtos. Hoje a compra não sai pór menos de R$ 1 mil, Apesar de alta de preços ser generalizada, ela observou elevações mais expressivas nos preços dos alimentos.

“O preço do tomate está um absurdo: mais de R$ 9 o quilo. Antes não passava de R$ 4”, reclamou á administradora.

As irmãs Elisabeth Soares Pereira, cabeleireira, de 50 anos, e Elenice Soares Pereira, de 41 anos, empregada doméstica, concordam com Cristina, Além de trocarem o uso do tomate in natura pelo enlatado no preparo de molhos, elas substituíram marcas mais caras pelas mais baratas.

“Hoje estou levando o molho Bom Preço, que custa R$ 1,10, no lugar do Pomarola, que sai por R$ 1,80”, disse Elenice.

Elisabeth reduziu o feijão nas refeições.

Antes cozinhava feijão todo dia, agora só de vez em quando por causa do preço. Hoje o quilo de feijão custa R$ 6. A cabeleireira reclamou que até agora não viu o impacto das desonerações dos produtos da cesta básica nas despesas do supermercado, especialmente nos preços dos alimentos que, na sua opinião, são o foco da inflação.

O Estado de S. Paulo