"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 01, 2013

Reestatizar as estatais

O governo do PT cumpriu o que prometeu:
transformou a Eletrobrás na "Petrobras do setor elétrico".

Infelizmente, fez isso no pior sentido. Tanto uma quanto a outra das nossas maiores estatais foram levadas para o buraco pelas gestões Lula e Dilma.

Está na hora de recuperar este patrimônio para o povo brasileiro.

Ainda no governo Lula, a Eletrobrás anunciou um ambicioso plano para equiparar-se ao que outrora fora a Petrobras:

uma estatal com investimentos robustos, negócios lucrativos aqui e no exterior, administração rigorosa, reconhecimento de mercado.

Nada disso se realizou.

Mas, assim como vem acontecendo com a companhia de petróleo nos últimos anos, a estatal de energia agora amarga perdas gigantescas e enfrenta uma crise sem precedentes. Na quinta-feira, a Eletrobrás
anunciou seu maior prejuízo desde que a companhia foi criada, há mais de 60 anos:
R$ 6,9 bilhões em 2012. 

O resultado no quarto trimestre do ano passado foi o pior já registrado por uma companhia de capital aberto no Brasil:
perda de R$ 10,5 bilhões.

A Eletrobrás sente os dissabores da drástica, intempestiva e autoritária mudança nas regras do setor elétrico baixadas na marra pelo governo Dilma Rousseff em fins do ano passado. A estatal foi obrigada a reduzir suas tarifas para garantir a renovação de suas concessões - tudo isso imposto goela abaixo pelo seu controlador, o governo federal.

Não fosse isso, teria lucrado quase R$ 6 bilhões em 2012.

A nossa estatal do setor elétrico é um dos exemplos mais prontos e acabados dos estragos que a sujeição e a ocupação da máquina por interesses político-partidários é capaz de produzir. Ao longo das gestões petistas, teve nada menos que seis presidentes, sempre ao sabor das conveniências políticas e nunca da eficiência técnica.

A Eletrobrás vergou sob o peso das tarifas mais baixas, bem como da participação obrigatória em obras bilionárias do setor elétrico. "Sem a presença da estatal nos consórcios, nenhuma privada entraria em projetos como as hidrelétricas do rio Madeira ou Belo Monte", analisou a
Folha de S.Paulo na sexta-feira.

O plano de investimentos da Eletrobrás - que prevê R$ 52,4 bilhões até 2017 - está sob risco. Só irá parar em pé com injeção de muito dinheiro público. Os trabalhadores serão os primeiros a pagar pela crise: entre 4 mil e 5 mil funcionários, de um total de 27 mil, serão desligados da estatal.

Usinas termelétricas também serão desativadas. 
Em estudo recente, o Instituto Acende Brasil mostrou como as estatais do setor elétrico têm registrado baixa eficiência em função da alta politização de sua gestão. As empresas do grupo Eletrobrás, por exemplo, figuram como as de menor produtividade por trabalhador e as de maiores custos operacionais.

Infelizmente, a Eletrobrás não está sozinha quando o assunto são os descalabros que as gestões do PT vêm produzindo em nossas estatais. A Petrobras é a principal vítima da manipulação dos governos petistas sobre o patrimônio do povo brasileiro.

Não bastasse ser usada como instrumento de controle da inflação, a empresa tem agora seus ativos negociados na bacia das almas, como mostra a edição desta semana da revista
Época.

Já era conhecido o caso da refinaria de Pasadena, que deve render prejuízo de US$ 1 bilhão à Petrobras nos EUA, num dos piores negócios que se tem notícia no mundo empresarial. Mas sabe-se agora que nossa estatal também está se desfazendo de bens e instalações na Argentina como quem vende bananas na hora da xepa.

A empresa pôs pelo menos US$ 5 bilhões na Petrobras Argentina e agora cogita vendê-la por menos de US$ 1 bilhão.

O negócio envolve empresários próximos a Cristina Kirchner, está sendo fechado em caráter sigiloso e em tempo recorde, mesmo depois de a área técnica da Petrobras ter manifestado oficialmente que não tinha interesse em se desfazer dos ativos argentinos, uma vez que se espera que eles entrem num ciclo de valorização doravante.

A revista também mostra que empresários amigos do PT estão prestes a abocanhar nacos polpudos da Petrobras na África, como a produção e exploração de petróleo em Angola,
Benin,
Gabão,
Líbia,
Namíbia,
Nigéria e Tanzânia.
 
É o patrimônio do povo brasileiro sendo entregue a interesses privados encastelados no condomínio petista.

Eletrobrás e Petrobras são faces da mesma moeda: o uso de bens públicos para fins político-partidários. O partido que se notabilizava por defender o patrimônio público pratica, no poder, a maior predação de que se tem notícia em nossa história.

É hora de reestatizar as estatais que o PT pôs sob seu jugo e devolvê-las ao povo brasileiro.
 
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Reestatizar as estatais

Nenhum comentário: