"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 18, 2012

Anatel pune com suspensão de vendas TIM, Claro e Oi


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou nesta quarta-feira punições às operadoras TIM, Claro e Oi, que deverão suspender vendas de novas linhas a partir de segunda-feira. As vendas da TIM serão suspensas em 18 estados mais Distrito Federal , da Oi em 5 estados e da Claro em 3 estados. Só haverá, porém, uma empresa proibida de vender em cada estado.

Vale dizer que estamos exigindo nessa cautelar que empresas apresentem plano de investimentos em até 30 dias, com previsão para melhora da qualidade de rede, completamento de chamadas e qualidade nos serviços disse João Batista Rezende, presidente de Anatel.

As vendas das três operadores estão suspensas até elas entregarem esse plano, no prazo máximo de 30 dias. Para Vivo, CTBC e Sercomtel, há recomendações para oferta de informações e melhora dos serviços, mas nenhuma punição.

As redes sociais têm exigido cada vez mais rede aos usuários, que exigem qualidade nos serviços das operadoras. Entendemos que a medida se faz importante, porque nos últimos 12 meses temos acompanhado com preocupação. (...) Há problema na qualidade das redes, como interrupções de chamada ou chamadas não completadas disse Rezende.

Juliana Pereira, secretária da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) afirma que vê esta atitude da Anatel como uma resposta às inúmeras demandas dos consumidores sobre a área de telefonia:

O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor apoia esta ação. Embora até onde temos informações, a Anatel está se valendo das suas próprias avaliações e rankings, a realidade é que a falta de qualidade do serviço de telefonia é também um dos grandes problemas registrados no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que reúne as reclamações de 23 estados mais o Distrito Federal.

Segundo ela, quando a Anatel toma uma medida desta envergadura está em consonância com a expectativa dos procons e com o próprio papel da agência reguladora. É muito importante que os consumidores apoiem esta atitude da Anatel, até porque não adianta poder comprar e não ter qualidade no serviço.

Juliana afirma ainda que espera que, com esta medida, as empresas parem com a prática de venderem quando não conseguem prestar o serviço oferecido e que apresentem, rapidamente, um plano emergencial de melhoria de qualidade com resultados efetivos para os consumidores.

Reclamações aumentaram nos últimos 18 meses

Segundo a Anatel, nos últimos 18 meses houve evolução no quadro dessas reclamações, que varia de estado para estado, mas em alguns chega a 100% o índice de reclamação sobre as qualidades de rede.

Na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, havia manifestado preocupação com a qualidade dos serviços da TIM, citando até que seria possível a suspensão das vendas de novas linhas da operadora. Segundo ele, o problema se concentrava em seis ou sete estados.

Segundo dados do Sindec de janeiro a junho de 2012, a Claro liderou o ranking de reclamações, com 26.376 (37,56%). A Vivo recebeu 10.670 queixas (15,19%), a TIM 10.221 (14,55%) e a OI somou 10.140, o que equivale a 14,44% das reclamações.

As principais queixas foram cobrança indevida, (44,65%); problemas com contrato (11,28%); dúvida sobre cobrança, reajuste e contrato (10,33%) e serviço não fornecido (3,79%) e vícios de qualidade (3,15%).

Segundo da Anatel, em junho existiam 256 milhões de linhas de telefonia celular no Brasil. O número cresce a ritmo de 19% ao ano. Do total, 82% são pré-pagos e o restante pós pagos. Só no mês passado, segundo dados divulgados hoje, foram registrados 1,18 milhão de novas habilitações de celulares no país.

A Vivo é a maior operadora do país, com 75,7 milhões de usuários, seguida pela TIM, com 68,9 milhões, Claro, com 63 milhões e Oi, com 47,8 milhões.

Ações da OI e da TIM lideraram queda na Bovespa

Antes mesmo de a Anatel anunciar sua decisão de punir as operadoras, as ações da TIM e da Claro lideraram o ranking das maiores quedas no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta tarde.

Os papéis PN da OI lideraram as baixas com desvalorização de 3,85% a R$ 9,23. Em seguida, vieram as ações ON da TIM Participações S/A com queda de 2,15% a R$ 9,52.

Os papéis ON da OI ocuparam a terceira colocação no ranking das quedas, com desvalorização de 2,06% a R$ 10,88. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão com alta de 1,25% aos 54.583 pontos.

As empresas terão que ter uma programa de qualidade diz Pedro Galdi, economista da SLW corretora.
 Estados onde cada operadora terá que suspender as vendas

O Brasil e a arte de pensar

A certa altura do excelente e instigante filme "O Leitor", do diretor inglês Stephen Daldry ("As Horas"), o protagonista, estudante de direito, é levado por um professor para assistir a um julgamento coletivo, que se desdobra por vários dias.

Lá pelas tantas, ele descobre ser o único a saber de detalhe que pode salvar uma ré de terrível condenação.


Dada a gravidade e repercussão dos crimes em exame, ele fica confuso e vai aconselhar-se com o mestre. Esse não hesita em recomendar ao jovem procurar o juiz da causa e lhe contar o que sabe. E reforça o conselho com uma frase, aparentemente banal, que é mais ou menos assim:
"Não importa o que você pensa, importa o que você faz."


O conselho do professor de direito, no filme um coadjuvante de luxo, vivido pelo grande Bruno Ganz (o Hitler de "A Queda"), tem tudo a ver com o Brasil e com sua história recente, e também não tão recente assim, no terreno da construção do seu, digamos, alicerce.

Mais precisamente, da construção de uma infraestrutura digna de uma nação, cujos dirigentes e parte das elites se gabam de ser a sexta maior economia do mundo (não importa se graças ao câmbio sobrevalorizado), assim como há 40 anos a ditadura militar jactava-se de sermos a oitava economia, fechando os olhos para a "Belíndia" dos poucos muito ricos e dos muitos muito pobres, que o economista Edmar Bacha desnudou na sua célebre fábula de 1974.

Não se trata aqui de fechar os olhos para os inegáveis progressos dos últimos dez anos no terreno do combate à desigualdade, ainda que mesmo nesse campo haja muitas maratonas, para entrar no clima olímpico, a percorrer.

A realidade é que quando se fala da construção física deste país, que querem que se orgulhe de ser rico, andamos, para ser generoso, a passos de tartaruga. Quase tudo pensado e quase nada feito.


A realidade é que andamos a passos de tartaruga

Sem entrar no mérito da viabilidade, o projeto de um túnel ferroviário sob a baía de Guanabara, por exemplo, foi proposto ao imperador Pedro II, conforme documento arquivado na Biblioteca Nacional. Há algumas décadas, ele é parte do projeto da linha 4 do metrô carioca.

Em palestra recente, em que buscava convencer a plateia de que a economia chinesa, hoje vital para a saúde do balanço da Vale, não vai se desacelerar fortemente, o diretor-financeiro da mineradora, Tito Martins, disse que, entre as obras de infraestrutura do mais recente programa econômico chinês, está a construção de nada menos que 92 grandes aeroportos "do porte de Cumbica", nas palavras do executivo.

E não é que a China já não disponha de grandes e modernos aeroportos, e que não venha trabalhando em ritmo acelerado em centenas de outras obras de grande porte, incluindo a conclusão, antes do prazo estipulado, de 16 mil quilômetros de trem de alta velocidade. Nós, cá, sabemos das idas e vindas do nosso modesto trem-bala (mais uma vez sem entrar no mérito)!

E sabemos também da novela dos nossos aeroportos, mesmo empurrados por uma Copa do Mundo e uma Olimpíada.


Ok, a China não é parâmetro.
O México será?

Pois o metrô da Cidade do México, com suas 11 linhas, 202 quilômetros e 175 estações, que retirou a capital mexicana da lista das mais poluídas do mundo, é praticamente contemporâneo dos seus pares de São Paulo (quatro linhas, 65,3 quilômetros e 58 estações) e do Rio de Janeiro (duas linhas, 46,2 quilômetros e 35 estações).

E a ferrovia Norte-Sul?
E a ferrovia Transnordestina?
E a transposição do São Francisco, outra vez sem entrar no mérito.
E o eterno drama dos portos ineficientes?

Ah, nos transportes domésticos, o Brasil optou por privilegiar o modal rodoviário?
Quem não sabe da aventura que é trafegar pela maior parte da BR-101, especialmente se o rumo for o da castigada região Nordeste?

Ou ir ao encontro dos caminhões de minério na inacreditável Rio-Belo Horizonte, descontado o trecho entre a capital fluminense e Juiz de Fora? Ou atravessar a serra do Cafezal na Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), apenas para ficar em alguns dos principais eixos do país, privatizados ou não?

Tudo isso sem mencionar a tragédia do saneamento básico, a mais completa tradução, com licença de Caetano Veloso, do nosso subdesenvolvimento e do descaso com que sempre foram tratados o bem-estar e a saúde da população. Se São Paulo tem o rio Tietê e o Rio de Janeiro tem o canal do Mangue, o que pensar de terras menos cotadas?

Por toda parte onde há centros urbanos, os rios brasileiros são depósitos de lixo e de dejetos, que vão bater no meio do mar, agora recorrendo a Luiz Gonzaga e Zé Dantas. A baía de Guanabara, paisagem patrimônio cultural da humanidade, que o diga.

Os dois últimos governos têm o mérito de terem saído do absoluto imobilismo, mas já é proverbial a lerdeza das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o cartão de visita das obras de infraestrutura deste governo e do anterior.

No editorial da edição de junho do boletim "PrimeLine", publicação que o Bradesco distribui a clientes, o economista Octavio de Barros, diretor de pesquisa e estudos econômicos do banco e um dos analistas que mais vêm dando respaldo à política econômica dos dois últimos governos, após vários parágrafos de esforços para digerir os motivos pelos quais, apesar dos fundamentos ajustados, a economia não decola, escreve quase em tom de lamento:

"Também no setor público, os investimentos avançam muito mais lentamente do que poderíamos imaginar. Copa, Olimpíada e a precariedade infraestrutural acalentaram a ilusão de que os investimentos iriam decolar, finalmente. Mas isso não aconteceu. Uma hora eles provavelmente chegam."

Ou vamos seguir nos alimentando de pensamentos vãos.


Chico Santos Valor Econômico

E NO país DO pib "DESTERRADO" : Fluxo cambial muda de direção e está negativo em US$ 212 milhões

A saída de dólares voltou a superar as entradas neste mês, de acordo com dados apurados pelo Banco Central (BC) até o dia 13. Nos últimos dois dias da semana passada, o saldo se reverteu e ficou negativo, resultando em saldo cambial negativo em US$ 212 milhões neste mês, com o saldo entre as operações de importação e exportação negativo.

Esse saldo é resultado de déficit de US$ 1,010 bilhão na conta comercial (as exportações somam US$ 6,234 bilhões e as importações US$ 7,244 bilhões), e superávit nas operações financeiras de US$ 798 milhões (compras de US$ 11,422 bilhões e vendas de US$ 10,624 bilhões).

De acordo com o economista Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências, o fluxo financeiro mostra como anda o humor dos investidores estrangeiros em relação a ativos brasileiros.

- O saldo nas operações financeiras ainda está positivo, o que mostra que não há uma fuga de ativos brasileiros. Mas a entrada é bem menor do que vimos no início do ano. O fluxo financeiro de recursos estrangeiros começou a diminuir em março, depois que o governo adotou medidas para frear o capital especulativo, como o aumento do Imposto sobre Operações Finaceiras (IOF) em empréstimos externos. O resultado também mostra a cautela no cenário externo, com pouco espaço para posições de maior risco - explica o economista.

Já o déficit de mais de US$ 1 bilhão nas transações comerciais é, segundo o economista da Tendências, mais um ajuste técnico, do que propriamente uma mudança radicial na balança comercial.

- Não houve uma mudança estrutural na dinâmica da balança comercial. É só uma questão de ajuste. Houve uma sequência de entradas fortes em abril e maio, tentando se antecipar a possíveis restrições do governo. Aconteceu uma antecipação de pagamentos nesses meses e isso sempre causa algum ruído nos números da balança comercial - avalia Campos Neto.

A Associação dos Exportadores Brasileiros (AEB) prevê que as exportações, este ano, devem somar US$ 237 bilhões, com queda de 7,4% em relação a 2011. Já as importações devem totalizar US$ 229 bilhões, um aumento de 1,2%. No ano passado, o saldo de exportações e importações fiou positivo em US$ 30 bilhões. Neste ano, segundo previsão da AEB, deve ficar em US$ 8 bilhões. Na estimativa do governo, o superávit deve ser de US$ 15 bilhões.

Ao final de junho, mais dólares entraram no país do que saíram, e o saldo foi positivo em US$ 318 milhões. Ao longo desde mês, as compras de dólares ajudaram a manter o saldo positivo na segunda semana do mês, mas vendas de moeda em valores maiores que US$ 1 bilhão por dia foram apuradas no final da semana passada, revertendo o saldo financeiro.

No ano, as entradas de dólares superam as saídas em US$ 22,731 bilhões, com saldo comercial superavitário em US$ 19,124 bilhões e saldo financeiro positivo em US$ 3,607 bilhões.

O Globo

É MEL NA CHUPETA : Senador Wilder Morais vai receber R$ 16 mil por um dia de trabalho

O senador Wilder Morais (DEM-GO), que assumiu o lugar de Demóstenes Torres, vai receber este mês cerca de R$ 16,3 mil, mesmo tendo comparecido somente uma vez em Plenário, na última sexta-feira, para tomar posse. Com o recesso da casa, que começou nesta quarta-feira, o novo senador só retornará em agosto.

O subsídio mensal dos senadores é de R$ 26.723,23. Wilder tomou posse na última sexta-feira, e seu salário será proporcional a partir desta data, segundo informou a assessoria de imprensa do Senado. No entanto, o senador não voltou mais à Casa. Segundo informações do seu gabinete, ele viajou com a família assim que tomou posse.

A Secretaria Geral da Mesa Diretora do Senado também informou que não há registro de presença dele em Plenário nesta semana - Wilder faltou a sessão ordinária realizada na terça-feira.

O novo senador tomou posse na manhã da última sexta-feira. Ele era o primeiro suplente de Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado por conta do seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Wilder ocupou o gabinete de nº 13, que era de Demóstenes. Ele terá mais seis anos e meio de mandato.

Wilder recorreu à sua página no Twitter para se defender e negar que tenha relação com Carlinhos Cachoeira. Após a divulgação no Jornal Nacional de áudios em que Cachoeira diz ser o responsável pela indicação de Wilder à suplência de Demóstenes e à secretaria de Infraestrutura do governo de Goiás, o suplente escreveu quatro posts explicando que a conversa foi pinçada de uma ampla discussão em que seu real propósito foi colocar um ponto final em uma conversa constrangedora dos dois sobre sua separação da ex-mulher e atual de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça.

Não aceito corrupção ! Corrupção líquida.

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No primeiro filme, vemos as cores vivas de um bebê risonho e cheio de vida, deitado em seu berço esplêndido com tudo aquilo que precisa para ser feliz:
paz,
carinho,
conforto,
brinquedos e a mamadeira com o alimento.

Ele é a mais bela, pura e verdadeira representação do povo brasileiro, existindo e vivendo com dignidade e respeito o pleno gozo de seus direitos humanos, civis, sociais e políticos.

Na sequência, por força da ação devastadora da corrupção, as cores se esmaecem gradualmente e os itens que antes compunham a perfeita e irretocável cena existencial começam a desaparecer, levando embora o antes justo sorriso. O discurso de fundo adquire tons dramáticos.

A nova cena que surge mostra tudo em preto e branco, simbolizando o total desbotamento da cidadania pela corrupção. O bebê perdeu até o lar em que vivia e foi parar na sarjeta. Está chorando abandonado em desespero por se ver privado de tudo.

No segundo filme, corrupto e corruptor são vistos em ação com dinheiro escorrendo por todos os lados e a locução afirma que para se dar bem na vida é necessário molhar a mão, como algo natural e integrado à nossa essência e à nossa cultura.

A ideia aqui é mostrar a amplitude da corrupção, presente também nas relações privadas. O jeitinho brasileiro, de querer sempre levar vantagem em tudo, é ilustrado com a ideia de propina até para furar fila.

Eis que uma menina, representando as novas gerações, assume a atitude da ética, não querendo compactuar com a corrupção, jogando-lhes um grande balde de água, simbolizando sua coragem e destemor no enfrentamento e punição.

Peças-chave da campanha Não aceito corrupção, do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD), os filmes pretendem desnudar abruptamente nossa corrupção, para destacar que ela aniquila hoje os direitos das pessoas e que as próximas gerações correm sério risco, chamando-se ao final cada um a cumprir seu papel.

O objetivo estratégico central é o resgate da capacidade de indignação frente à corrupção diante do diagnóstico realista e contemporâneo do problema, até porque Zygmunt Baumann nos alerta com lucidez que esta contemporaneidade vive o fenômeno da liquefação dos laços sociais, sustentando que as relações interpessoais se tornaram fluidas e incertas e que os valores e tradições se dissolveram.

Ensina-nos Baumann também que a transformação dos sólidos em líquidos simboliza um tempo de desapego e provisoriedade, gerando uma falsa sensação de liberdade, que traz em seu avesso a evidência do desamparo social em que se encontram os indivíduos na modernidade líquida.

A tal liquefação, da qual se poderia esperar a geração de uma progressiva liberdade, construindo uma nova ordem econômica, na verdade dá ensejo à progressiva perda de valores e irresponsabilidade pelas atitudes humanas.

Na realidade brasileira, muitos desvios têm evidenciado essa perda de valores e do sentido existencial coletivo e a própria perda da linha divisória entre o público e o privado, como o mau exemplo do então senador que acaba de ser cassado por usar o mandato parlamentar para servir a interesses particulares.

Mas, essa cassação, ainda que por voto secreto, traz alento, especialmente porque significa que o clamor público foi respeitado e porque pela primeira fez não foi possível o caminho da impunidade pela renúncia, porque essa porta foi muito bem trancada pela Lei da Ficha Limpa.

O controle da corrupção exige planejamento estratégico e vontade política para o transformar em política pública permanente, que inclui educação para a cidadania, além da eficiência do sistema de justiça. É importante reverter a imagem de impunidade e promover mudanças legais, como criminalizar a corrupção privada, criar o confisco punitivo integral do patrimônio de corruptos e restabelecer os bilhetes de loteria nominais para evitar lavagem de dinheiro dos que se dizem sortudos.

Numa democracia pelos partidos, precisamos remodelá-los e modernizá-los, exigindo deles comportamento ético na outorga de legendas parlamentares e na gestão dos recursos financeiros recebidos.

Mesmo em tempos de modernidade líquida, precisamos dizer a uma só voz: não aceito corrupção! E coibir o abuso do poder econômico, com financiamento público de campanhas, voto distrital, instituição de quarentenas, limitação de mandatos parlamentares e escolha transparente e democrática de suplentes ao Senado.

Precisamos com urgência da aprovação da reforma política.
Que prevaleça o espírito republicano e o interesse do Brasil!



ROBERTO LIVIANU
Promotor de Justiça e doutor em direito pela USP, vice-presidente Movimento do Ministério Público Democrático (MPD) e coordenador-geral da campanha Não aceito corrupção (www.naoaceitocorrupcao.com.br), é autor de Corrupção e direito penal Um diagnóstico da corrupção no Brasil (São Paulo, 2006 Ed. Quartier Latin)

Votação do STJ deve por fim à polêmica sobre desaposentadoria

A novela dos aposentados que reivindicam o direito de desaposentadoria para concessão de novo benefício sem a devolução dos valores já recebidos pelo INSS pode estar próxima de ter um fim.

A partir de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai decidir se o direito é válido ou não.

Cerca de 500 mil aposentados continuam trabalhando e contribuindo para a Previdência Social e 70 mil estão com ação tramitando na Justiça para trocar a atual aposentadoria por outro benefício mais vantajoso, que considere o tempo de trabalho e contribuição adicional.

O STJ admitiu que existe divergência de interpretação quanto à devolução dos valores já recebidos e decidiu suspender a tramitação de todos os processos no país que enfrentam a mesma controvérsia, até o julgamento do caso de um aposentado que teve o recurso negado pela 7ª Vara do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte.

A Corte aceitou o processamento do incidente de uniformização de jurisprudência suscitado pelo aposentado e a decisão deve abrir jurisprudência para todas as ações que tramitam na Justiça.

De acordo com o advogado especialista em previdência Diogo Medeiros, a decisão do STJ foi acertada e beneficiará os segurados que passam por processo semelhante.

O STJ já vem julgando reiteradamente a favor da desaposentação sem a necessidade de devolução das quantias já recebidas, o que tornou, de certa forma, previsível o julgamento do incidente de uniformização disse Medeiros, para quem o acordo da Corte deverá ser estendido a todos os julgamentos pendentes.

A decisão pode beneficiar outros aposentados de modo que os processos futuros possam ser mais céleres acrescentou.

Também chamada de desaposentação no meio jurídico, a prática consiste em pedir o recálculo do benefício levando em consideração as contribuições do trabalhador feitas após a aposentadoria.

A desaposentadoria ganhou força a partir de 1999, quando entrou em vigor o fator previdenciário fórmula de cálculo do benefício baseado no anos de contribuição e na idade do trabalhador na hora da aposentadoria. Na prática, o fator reduziu o valor dos benefícios da maioria dos trabalhadores.

O processo de troca do benefício favorece os aposentados que continuaram trabalhando ou voltaram ao mercado após a concessão da aposentadoria. Eles continuam contribuindo com o INSS, mas o valor do benefício não é alterado. Os segurados pedem a troca do benefício levando em conta os anos a mais e a idade atual.

Ainda não há previsão legal para a desaposentadoria e somente pode ser obtida por meio de decisão judicial. O Ministério da Previdência entende que se o segurado abrir mão do benefício atual, deveria devolver todos os valores já recebidos. E informou que não se pronunciaria até o julgamento do caso pelo STJ.

As decisões dos juízes têm variado entre garantir o direito com ou sem a devolução dos valores ou simplesmente rejeitar o pedido. O direito à desaposentadoria está sendo analisado por meio do Recurso Extraordinário (RE) 381367 e do 661256.

O ministro Marco Aurélio, relator do processo, já havia informado que, se depender dele, os aposentados terão o direito reconhecido.


O Globo

E NA PU...LÍTICA... O CUSTO DA MOEDA DE TROCA

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O mês de junho marcou a reta final da definição das alianças para as eleições municipais de outubro.Quinta maior bancada no Congresso, o PP ficou à frente do PT e só atrás do PMDB -donos das maiores bancadas no Congresso. A eleição de Haddad em São Paulo é vista como principal objetivo eleitoral do PT, maior partido de sustentação do governo federal.

Polêmica, a aliança com Maluf garantiu ao petista, neófito em eleições e em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, equilíbrio em relação a seu principal adversário, José Serra (PSDB), no tempo da propaganda de rádio e TV.

A partir de 14 de junho, data em que Paulo Maluf passou a considerar publicamente a possibilidade de apoiar Haddad em vez de Serra, a liberação de emendas para o PP quintuplicou. Até aquela data, a liberação acumulada desde janeiro era de R$ 7,2 milhões. De um mês para cá, foram mais R$ 36,6 milhões para emendas do partido. O levantamento foi feito com base nas 20 ações de governo que mais concentram emendas.

Um dos principais aliados de Maluf em São Paulo, o deputado federal José Olímpio foi o segundo mais beneficiado entre os pepistas, obtendo R$ 4,2 milhões para ações apoiadas por ele. Outro parlamentar do PP paulista beneficiado foi Beto Mansur, ex-prefeito de Santos e que tem Maluf como seu padrinho dentro do partido.

A aliança do PT com o PP em São Paulo foi celebrada na casa de Maluf no dia 18 de junho, com a presença de Haddad e do ex-presidente Lula, que posaram para fotos. Na ocasião, o governo entregou um posto-chave do Ministério das Cidades a um afilhado do ex-prefeito.

O ritmo de liberações de emendas indica também que, além do salto nas verbas para o PP, a ex-prefeita e hoje senadora Marta Suplicy (PT) foi a terceira mais agraciada entre 174 parlamentares que foram contemplados no período, com R$ 5,6 milhões. Marta, que pretendia ser a candidata petista em São Paulo, tem resistido a entrar na campanha de Haddad.


(Folha de São Paulo)

SEM MARQUETINGUE III ! E NO "brasil da carinhosa(MENTE) :Cresce taxa de assassinatos de crianças e adolescentes no Brasil "

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As chances de uma criança ou adolescente brasileiro morrer assassinado são maiores hoje do que eram há 30 anos, colocando o país na quarta pior colocação numa comparação com outros 91 países. Em 1980, a taxa de homicídios na população entre zero e 19 anos era de 3,1 para cada 100 mil pessoas.

Pulou para 7,7 em 1990, chegou a 11,9 em 2000 e alcançou 13,8 em 2010. Um crescimento de 346,4% em três décadas, em contraste com a mortalidade provocada por problemas de saúde, que teve queda acentuada. Quando considerada toda a população, a taxa de homicídios em 2010 foi de 27 por 100 mil habitantes.

Considera-se que há uma epidemia de homicídios quando a taxa fica acima de 10 por 100 mil.


No Brasil, em 2010, 8.686 crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio. De 1981 a 2010, o país perdeu 176.044 pessoas com 19 anos ou menos dessa forma. Meninos representam em torno de 90% do total.

Os números são do estudo Mapa da Violência 2012 Crianças e Adolescentes do Brasil, do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador de Estudos sobre a Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) no Brasil. Além dos assassinatos, o estudo analisou as mortes violentas causadas por fatores externos, dividindo-as em cinco grupos:
homicídios, acidentes de transporte, outros acidentes, suicídios e outras violências.

Em 2010, de todas as mortes violentas de crianças e adolescentes, 43,3% foram homicídios; 27,2% acidentes de transporte; 19,7% outros acidentes.

Alagoas:
estado com mais homicídios

Em 1980, 16.457 crianças e adolescentes morreram de uma dessas cinco causas, de um total de 244.942 óbitos verificados na faixa etária do zero aos 19 anos. Desde então, mesmo quando o número absoluto de mortes violentas diminuiu, seu peso no total de óbitos só aumentou. Em 1980, eram 6,71% de todas as mortes.

Vinte anos depois, em 2010, o índice alcançou 26,48% (20.048 de 75.708). Se desconsiderados os bebês com menos de um ano de idade, as mortes violentas foram responsáveis por mais da metade dos óbitos 53,2% em 2010.

O aumento mais acentuado tanto na taxa de todas as causas externas quanto na de homicídios ocorreu na década de 1980. Nos anos 90, houve desaceleração, mas ainda assim cresceu. Entre 2000 e 2010, a taxa de causas externas diminuiu, atingindo seu menor índice em 2006, mas desde então voltou a crescer.

Os homicídios caíram no começo da última década, mas voltaram a aumentar, superando em 2010 a taxa observada dez anos antes. Em 1980, representavam 0,7% de todas as mortes de crianças e adolescentes. Em 2010, foram responsáveis por 11,5%.

Entre os estados, o que proporcionalmente mais teve crianças e adolescentes assassinados em 2010 foi Alagoas, com uma taxa de 34,8 por 100 mil. O estado era o décimo em 2000, quando a taxa era de 10,1 por 100 mil. Enquanto Alagoas passou da décima para a primeira posição, o Rio fez o caminho inverso.

O estado tinha a pior taxa em 2000 25,9 por 100 mil e em 2010 era o décimo pior, tendo caído 33,3%, para 17,2 assassinados a cada 100 mil.


A maior queda na taxa de homicídios foi em São Paulo: 76,1% entre 2000 e 2010. Além de Rio e SP, Pernambuco, Distrito Federal, Roraima e Mato Grosso do Sul caíram. O estudo levou em conta 523 municípios que, segundo o Censo 2010, têm população com mais de 20 mil pessoas de zero aos 19 anos.

Para Julio Jacobo há uma interligação de fatores que ajuda a explicar o aumento. Ele lembra que em 2000 foi implantado o Plano Nacional de Segurança Pública, que concentrou seus investimentos nos maiores polos de violência. Mas novos polos surgiram:
Surgiram polos no interior e em outros estados sem recursos financeiros e sem tradição das polícias para o enfrentamento da criminalidade.

O Globo

SEM "MARQUETINGUE" II ! GERENTONA MOSTRANDO "SERVIÇO" : Com expansão de 12%, déficit em serviços atinge US$ 16 bi

Enquanto o superávit da balança de bens do país está diminuindo em relação ao ano passado, o saldo negativo do comércio de serviços vem aumentando.

No acumulado de janeiro a maio, com relação ao mesmo período de 2011, o Brasil importou 12% a mais de serviços, fazendo o déficit alcançar US$ 16,3 bilhões (também 12% de alta) e pressionar o balanço de pagamentos.


O acréscimo, no entanto, é menor do que os 35% verificados no mesmo período do ano passado em relação a 2010, refletindo em parte a desaceleração da economia. Os analistas apontam, porém, que como 69% do saldo negativo foi originado por aluguel de equipamentos e transportes, que atendem setores com grande dependência de importações, não há perspectiva de diminuição sensível do ritmo de expansão do déficit até o fim do ano.

Eles também não esperam reversão dessa tendência negativa em um futuro próximo.

As exportações somaram US$ 16,9 bilhões, e aumentaram na mesma proporção que as importações. Em 2011, as compras cresceram 28% e as vendas, 22%.

A desaceleração nas duas pontas da balança de serviços é efeito de uma causa maior, segundo Silvio de Campos Neto, da Tendências Consultoria. O baixo ritmo de crescimento da economia mundial torna mais difícil o aumento das exportações em todos os setores. Por outro lado, a redução da atividade econômica interna do país, também ocasionada em parte pelo cenário externo, demanda menos serviços, impactando as importações. "Não há discrepância entre os cenários", disse.

O peso maior no resultado foi o de aluguel de equipamentos. As compras estão fortemente ligadas à Petrobras, que precisa do maquinário para seguir expandindo a produção, assim como empresas ligadas ao setor de infraestrutura. O déficit em aluguel subiu mais que a média geral de janeiro a maio ao atingir US$ 7,7 bilhões - 21% a mais do que em 2011.

O setor de transportes também é dependente da própria dinâmica interna da economia e, a exemplo do aluguel de equipamentos, deve continuar com um déficit significativo. Os dados do Banco Central mostram que o saldo negativo ficou em US$ 3,5 bilhões, cifra 19% maior que ano passado.

Juntos, os dois setores formaram a base do resultado dos cinco primeiros meses do ano, mostrando o caráter estrutural do déficit na balança de serviços, segundo Welber Barral, sócio da Barral M Jorge.

"Temos um problema histórico. Toda a logística de comércio exterior, por exemplo, é feita por estrangeiros. Também são consideráveis as remessas de royalties para fora do país", afirmou.

Até o fim do ano apenas um segmento deve ter uma diminuição mais sensível no ritmo do aumento das importações. Com o câmbio desvalorizado, viagens internacionais não deve ver o déficit de US$ 6 bilhões crescer substancialmente. "As famílias estão mais endividadas e consumindo menos", disse o economista da LCA Consultores Francisco Pessoa. Na comparação com o ano passado, o saldo negativo no setor avançou 7,8%.

Para ele, as condições da economia vão ter efeito limitado na redução do ritmo do crescimento do déficit na balança global de serviços. "Há um descolamento da economia em relação ao setor de petróleo e infraestrutura que impede a queda dos aluguéis. Transportes também não vai ceder."

Apesar de o superávit da balança comercial ter caído 26,5% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao ano passado e chegado a US$ 6,3 bilhões, a corrente de comércio aumentou 4,5%, influenciando a necessidade de fretes.

Não bastassem os setores onde há deficiências de empresas brasileiras para competir, nos segmentos onde o país possui competência para vender serviços não há um movimento que indique mudança, segundo Barral.

"Como compensar os setores em que não vai haver recuo da demanda para equilibrar a balança?

Teríamos que ir mais ao exterior, mas não conseguimos. Serviços bancários e tecnologia da informação, em que somos muito competitivos, quase não exportamos", disse para depois completar:
"É um grande desafio para o país."

Rodrigo Pedroso | De São Paulo Valor Econômico

SEM "MARQUETINGUE" ! E NO brasil maravilha da GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA FAJUTA : Inflação sobe e volta a incomodar

A inflação dá sinais de que quer voltar a assustar os consumidores. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que o custo de vida ficou mais pesado em seis das sete principais capitais do país na semana terminada em 15 de julho.

A cidade com a maior aceleração foi Brasília, onde ao Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) passou de 0,16% para 0,29%. No geral, o indicador teve alta de 0,22%, fato que levou os analistas a reverem, para cima, as apostas no mercado futuro de juros.

O indicador que mais preocupou os analistas, porém, foi o Índice Geral de Preços — 10 (IGP-10), que subiu de 0,96% em julho. No mês passado, havia ficado em 0,73%. Quando analisados em conjuntos, as duas taxas mostram, no entender dos especialistas, que os reajustes no atacado estão chegando ao consumidor.

No IGP-10, por exemplo, esses preços passaram de uma alta de 0,74% em junho para 1,24% em julho, uma aceleração tanto nos produtos agrícolas quanto nos industriais.


"Estamos vendo um choque nos preços das commodities agrícolas que parece ainda estar no início da sua incorporação pelos IGPs. Desta vez, não teremos o dólar baixo para ajudar. Com isso, o aumento dos produtos agrícolas passaram de 0,33% para 1,94%", observou Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Do lado industrial, a pressão tem vindo do reajuste dos combustíveis aos custos de produção.

"E já temos mais uma pressão do novo aumento do diesel. Ainda assim, o estrago foi menor que o na agricultura, mas a tendência não é das melhores", disse.


» Vendas de veículos caem

As vendas de automóveis comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil caíram 2,97% na primeira quinzena de julho, ante igual intervalo do mês anterior, mas avançaram 15,26% na comparação com um ano antes. Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave, que representa as concessionárias de veículos. As vendas totalizaram 177.042 unidades nos primeiros 15 dias de julho.

O desempenho do setor automotivo em julho e em agosto será chave para determinar a manutenção ou a revisão das previsões para o mercado feitas pela Anfavea, associação que representa as montadoras no país.

A estimativa inicial da instituição para a segunda metade do ano é de alta de 4% a 5% nas vendas e de crescimento de 2% na produção.



Correio Braziliense