"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 18, 2013

NO JEITO DA NADA E COISA NENHUMA DE "GUVERNÁ" II ...O custo da inflação reprimida

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No balanço de ganhos e perdas, comum nesta época do ano, tem destaque, no capítulo das "perdas" a ginástica que o governo faz para tentar controlar uma inflação renitente, varrendo para debaixo do tapete dos subsídios pressões altistas de tarifas e preços administrados.

Esconde-se o lixo durante algum tempo, mas ele continua lá e, mais cedo ou tarde, terá de ser removido. Um dos exemplos mais aberrantes é o caro e crescente subsídio arcado pelo Tesouro para evitar elevações nas tarifas de energia elétrica — também um símbolo da desconfiança que o governo tem do mercado.

Estima-se que, até outubro, esta conta já somava mais de R$ 8 bilhões. Ha, aqui, cuidados devido à inflação, persistente na fronteira perigosa dos 6%, mas também razões político eleitorais, a fim de que não seja desmentida a promessa da presidente Dilma de cortar a conta de luz em 10%.

O corte, muito bem-vindo porque reduz o Custo Brasil e alivia o bolso da população, foi decretado, porém, de forma vertical, por meio de um modelo draconiano de renovação de concessões. Empresas fora do alcance do governo federal puderam rejeitá-lo. Não foi, por óbvio, o caso da Eletrobrás e outras. E como os números não batem — até porque o momento hidrológico ruim força que as termelétricas, de operação mais cara, fiquem ligadas o ano inteiro —, o peso do prejuízo das empresas cai sobre o Tesouro. Ou seja, há mais lançamento de títulos, e a dívida pública continua em alta, sob a vigilância das agências internacionais de avaliação de risco.

O grave problema em curso no setor elétrico traduz à perfeição a política de puxadinhos e gatilhos na tentativa de reprimir artificialmente uma inflação que, nos preços livres, gira na faixa de exorbitantes 7% do ano.

O arremedo de solução, o jeitinho, tem sido conter os preços ditos públicos com subsídios semidisfarçados. Na energia elétrica, o Tesouro. Nos combustíveis, o caixa da Petrobras, mas que também baterá no Tesouro em algum momento, pois a União é a grande acionista da estatal.


Os preços que dependem de caneta oficial para ser remarcados têm subido apenas 1%. Porém, para o ano que vem, de eleições, o BC espera algo como 4%. O cobertor esta cada vez mais curto.

E, em nome deste mascaramento da inflação, até a segurança no trânsito fica em segundo plano, com a ideia de se adiar a obrigatoriedade de freios ABS e airbags nos veículos novos, rejeitada por alguns em função de um aumento inicial de custo nos veículos. Tudo é trocado por alguns centésimos de percentual no IPCA — inclusive, despesas evitáveis nas emergências do SUS e dramas humanos. Mas as causas reais da inflação — como gastança pública — não costumam ser atacadas como devem.
 
O Globo

NO JEITO DA NADA E COISA NENHUMA DE "GUVERNÁ" ... O embuste do brasil maravilha : Déficit em conta corrente soma US$ 5,14 bilhões em novembro

O déficit em transações correntes do País somou US$ 5,145 bilhões em novembro, informou o Banco Central, nesta quarta-feira, 18.
O número ficou acima da estimativa do BC, de US$ 4,4 bilhões.

O resultado ficou dentro do intervalo previsto, segundo levantamento do AE Projeções, que apontava déficit entre US$ 4,200 bilhões e US$ 5,586 bilhões, mas acima da mediana de US$ 4,700 bilhões.

De acordo com o BC, a conta de rendas ficou negativa em US$ 3,478 bilhões. A de serviços, negativa em US$ 3,519 bilhões. Essas saídas de recursos foram parcialmente compensadas pelo superávit comercial de US$ 1,740 bilhão e pelas transferências unilaterais positivas em US$ 111 milhões.

No acumulado de janeiro a novembro de 2013, o déficit em conta corrente soma US$ 72,693 bilhões, o equivalente a 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses até novembro, o saldo está negativo em US$ 81,100 bilhões, o que representa 3,66% do PIB.

2013.
Para 2013, o Banco Central revisou a projeção de déficit nas transações correntes de US$ 75 bilhões para US$ 79 bilhões, equivalentes a 3,57% do PIB. A autoridade monetária manteve a expectativa de superávit comercial deste ano de US$ 2 bilhões, o equivalente a 2,85% do PIB.

O BC deixou inalteradas ainda a previsão de exportações, de US$ 241 bilhões, e a estimativa de importações, de US$ 239 bilhões.

Ao contrário do que o Banco Central dizia esperar em notas e comunicados anteriores, a previsão de gastos com viagens internacionais em 2013 aumentou. Embora a autoridade monetária previsse um arrefecimento desses gastos no segundo semestre, a estimativa para o ano subiu de US$ 17,2 bilhões para US$ 18,6 bilhões.

Já a previsão de despesas com juros diminuiu, de US$ 13,6 bilhões para US$ 13,4 bilhões, enquanto a estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior foi mantida em US$ 24 bilhões.
 
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Eduardo Cucolo e Anne Warth - Agência Estado