"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 05, 2011

Até o próximo escândalo.

Dilma Rousseff foi vendida ao país na campanha eleitoral do ano passado como a eficiência em pessoa. Mas, a cada dia que passa, vai ficando mais claro o logro da gerentona de mão cheia.

Seja nos descalabros no Ministério dos Transportes, seja em titubeios no dia-a-dia, a presidente demonstra fragilidade, tibieza e sérias dificuldades para impor suas decisões. Tudo o que não se viu nestes seis primeiros meses de gestão foi a eficácia prometida nos palanques.


Ontem, o Palácio do Planalto achou por bem manter Alfredo Nascimento no cargo de ministro de uma pasta conflagrada de irregularidades e corrupção. O noticiário diz que Dilma determinou uma "devassa" nos contratos da pasta e encomendou um "pente fino" à Controladoria Geral da União (CGU).

Mas preferiu não bulir com o PR.


É mais um recuo na conta da presidente, cujo histórico de idas e vindas começa a se tornar folclórico. A semana começara com Nascimento na corda bamba, mas com ameaças nada veladas de "rebelião" da base aliada em caso de punição aos infratores do PR nos Transportes.

Dilma, mais uma vez, acusou o golpe e preferiu não pagar para ver.
Que autoridade é esta?


Há motivos de sobra para fazer uma faxina geral no Ministério dos Transportes. A pasta acumula um histórico de malfeitos, cujos pedágios de 4% e 5% cobrados pelos "republicanos" são só a cereja mais vistosa do bolo. Como maior destinatário de verbas do PAC, é lá onde aflora mais dinheiro para os dutos da corrupção.
Obra que é bom, pouca.


A Folha de S.Paulo informa hoje que, neste ano, o ministério aumentou os valores de pelo menos 11 contratos de obras em estradas e ferrovias que tiveram irregularidades apontadas pelo TCU.

Foram R$ 113,5 milhões para empreendimentos suspeitos, tocados pelo Dnit e pela Valec, cujos dirigentes foram afastados neste fim de semana.


Em dois contratos da ferrovia Norte-Sul, sob a alçada da Valec, o TCU sugeriu a paralisação da obra, com suspeita de superfaturamento de R$ 120 milhões.
A recomendação não só não foi acatada, como os contratos foram aditados - ou seja, aumentaram de valor.


Tem mais.
Segundo O Estado de S.Paulo, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam superfaturamento num trecho da Norte-Sul entre Santa Isabel e Uruaçu (GO). A suspeita é de conluio: para fazer a obra, sete empresas foram habilitadas, houve sete vencedoras diferentes, para sete lotes disponíveis.


Só neste caso, o prejuízo aos cofres públicos ultrapassa R$ 71 milhões em valores atualizados. Mas as suspeitas de irregularidades estendem-se a toda a obra da ferrovia, desde o Maranhão até Brasília. A PF aguarda conclusão da fase de instrução para produzir novos relatórios.

Ontem, a CGU informou que tanto na esfera do Dnit quanto na da Valec pesam pelo menos 18 processos administrativos disciplinares e sindicâncias instauradas de 2009 a 2011.
Envolvem cerca de 30 dirigentes e servidores.

Outros 150 processos foram instaurados pelo Ministério dos Transportes, 66 relativos ao Dnit. O governo pode até parecer diligente, mas punição que é bom, nada.


Não há dúvida alguma de que o Ministério dos Transportes era usado como um feudo do PR para todo o tipo de ação espúria. E não é de hoje.
É desde o governo Lula, desde a época em que - conforme martela a propaganda oficial - Dilma Rousseff cuidava, zelosamente, da eficiência da máquina petista.


Ao manter Alfredo Nascimento no cargo, pode ser que a presidente não tenha simplesmente recuado, acossada pelas ameaças de um partido que tem 40 deputados, cinco senadores e uma ficha corrida de dar medo.

Pode ser que tenha, simplesmente, feito, mais uma vez, o que sempre se faz nos governos do PT:
passado a mão na cabeça dos aloprados da hora e mandado tocar o barco adiante.

Até que surja o próximo escândalo.

Fonte: ITV

A corrupção pré e pós-paga dos petistas.

Camuflada sob a rubrica de consultoria ou palestra, a fórmula petista de aumentar o patrimônio pessoal avançando sobre o patrimônio público, ou valendo-se de informações privilegiadas, como quase tudo que eles fazem, não tem nenhuma criatividade.

O que é novo nisso tudo é a forma descarada com que eles vêm agindo e a cara de pau com que fazem a defesa de sua mafiosa ética.


A começar por Luiz Inácio, ex-gerente da semicolônia, que montou um biombo para dar aparência legal aos seus trambiques, passando pelo aventureiro e chefe do "mensalão" José Dirceu, pelo velocista Palocci e chegando até à raia miúda da sigla que, sem maiores estruturas, agasalha a bufunfa na cueca, os petistas são o melhor exemplo da ascensão social dos brasileiros tão propagandeada por eles.

Palocci até hoje não revelou a lista de seus clientes de sua próspera consultoria, daí não podermos concluir se as propinas foram pré ou pós-pagas ou, ainda, das duas modalidades.

Como é público, entretanto, e na condição de arrecadador oficial da campanha de Dilma, que pelo menos dez milhões de reais entraram em seu bolso no período entre a sua eleição e a posse, quando ele já estava ungido na condição de "o homem da Dilma" dá para suspeitar que esta parcela correspondia a uma propina pré-paga.


Por outro lado, o case da firma de Luiz Inácio que tem fechado negócios palestristas exatamente com empresas, quase todas transnacionais, que obtiveram benefícios tais como empréstimos do BNDES, renúncia fiscal, encomendas e recomendações governamentais, além de outras formas de privilégio, é tão gritante que fica evidente aí o caso de uma propina pós-paga.

Palestras de 40 minutos ao preço de US$ 500 mil ou US$ 200 mil, para não acrescentar nada aos ouvintes a não ser uma ou outra piada requentada, é demasiada camaradagem.


Citemos uma situação exemplar:
Luiz Inácio foi convidado pela empreiteira Odebrecht para uma palestra em Caracas, na Venezuela de seu amigo Chávez.

A empreiteira obteve na véspera da palestra a liberação de cerca de US$ 600 milhões como pagamento de serviços prestados naquele país e no dia seguinte à palestra, o BNDES empresta quase US$ 500 milhões à PDVSA para que esta contrate obras com a referida empreiteira.
Que bonito case para constar no mais refinado breviário internacional de lobby.


Um novo grupo de poder das classes dominantes

O oportunismo quando chega ao poder, na condição de gerente dos interesses do imperialismo, da grande burguesia e do latifúndio, cobra um "pedágio" pelos seus serviços.

Vindo ele de uma extração de classe pequeno-burguesa, haja vista que mesmo os sindicalistas de origem operária como Luiz Inácio provêm de uma fração que Marx qualificou como aristocracia operária, e que pela sua inserção na burocracia sindical estão fora do proletariado.

Este tipo de gente, ao chegar ao gerenciamento do Estado, no caso brasileiro Estado burguês-latifundiário serviçal do imperialismo, não chegam a conformar uma nova classe e sim um grupo de poder a mais das classes dominantes.


Fica claro, portanto, que todo o radicalismo destilado pelos petistas nos anos de 1980 e parte dos de 1990 era nada mais nada menos que a ira do pequeno-burguês contra o burguês por não estar no seu lugar.

Logo que vislumbraram a possibilidade de ocupar os postos de mando no gerenciamento do velho Estado, os petistas mostraram a sua verdadeira face de dóceis serviçais das classes dominantes.
(...)
Varrer todo o oportunismo
Lenin já afirmava que pretender combater o imperialismo sem, simultaneamente, combater o oportunismo e o revisionismo não passava de fraseologia oca.

A necessidade, pois, de livrar o nosso país das garras do imperialismo, principalmente ianque, mas, também, do europeu, do japonês e do chinês, é tarefa que passa pelo combate frontal aos oportunistas que galgaram os postos de gerenciamento do velho e carcomido Estado brasileiro.

Sua ação tem se conduzido no sentido de seguir mantendo a exploração de nossa força de trabalho, a espoliação de nossas riquezas minerais, da terra e demais recursos naturais pelo grande capital nativo e forâneo em troca de se beneficiarem pessoalmente de uma ascensão de classe sob a base da traição e subjugação nacional, visto que em detrimento dos interesses da grande maioria do povo brasileiro.


Se houve um tempo em que, para as amplas massas, era difícil compreender esta questão, hoje isto não mais acontece, pois apesar da política assistencialista aplicada para turvar a vista dos pobres, a sua prática no favorecimento aos inimigos do povo tem sido cada vez mais ostensiva, o que não deixa margem a dúvida quanto ao seu real projeto.

A tentativa de ocultar dos brasileiros a repercussão da crise no sistema capitalista internacional, essencialmente no que concerne ao preço que o imperialismo tem cobrado de nosso país em termos de transferência de vultosos recursos para os bancos e para a sede das transnacionais, fica cada vez mais difícil de se realizar.

Os levantes, rebeliões e greves que vão se generalizando país a fora são a demonstração de que os oportunistas terão vida curta em sua intenção de enganar o povo por todo o tempo.
Sabedores disso, tratam de se locupletar com a mais voraz ganância.


Mais que nunca o papel da agitação política revolucionária se coloca na ordem do dia para levar ao proletariado e às amplas massas populares do campo e da cidade os fatos sobre os quais se ampara o desmascaramento do oportunismo.

Ainda mais agora, com a delatora Dilma Rousseff à frente do gerenciamento do velho Estado, é preciso mobilizar, politizar e organizar para cumprir a missão de realizar a revolução agrária e anti-imperialista pela instalação da República de Nova Democracia no Brasil.

Email:: anovademocracia@gmail.com

SOB MANTEGAS E TOMBINIS :Setor privado deve se proteger das flutuações no câmbio.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertou as empresas, especialmente não financeiras, sobre os riscos derivados da questão cambial.

Ele lembrou que a taxa de câmbio no Brasil é flutuante e que, por isso, não se pode supor que o dólar vai sempre cair, já que a direção pode abruptamente se inverter.


"É importante que o setor privado esteja atento à questão do
Hedge", disse Tombini.

Tombini destacou que em função das medidas adotadas pelo governo, houve redução nos fluxos de dólares. Segundo ele, o governo agiu exatamente para evitar que um fluxo excessivo de moeda de uma hora para outra se reverta, causando instabilidade.

Tombini destacou também que neste ano há uma melhor composição dos fluxos, com maior presença de Investimento Estrangeiro Direto (IED) - cerca de 60% do total - do que de demais fluxos - com cerca de 40%.

Empresas

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou há pouco que a autoridade monetária não tem identificado grandes exposições de empresas privadas não financeiras em "derivativos exóticos", como ocorreu no fim de 2008, mas recomendou atenção das firmas a esses movimentos.

"As empresas privadas não financeiras devem se proteger em relação a seus fluxos futuros de receitas em moeda nacional, considerando futuros compromissos de saída em moeda estrangeira", afirmou Tombini.


Cenário adverso

Tombini afirmou que, a despeito do cenário externo mais adverso, a economia brasileira está mais preparada para lidar com uma situação de crise que eventualmente se materialize.

Ele lembrou que, além das reservas internacionais, o BC recompôs o estoque de depósitos compulsórios acima do nível pré-crise e retirou outros incentivos.


Tombini também destacou que a inflação já começou a ceder e a economia brasileira tem seu ritmo de crescimento em convergência para a taxa sustentável de longo prazo (que ele não mencionou qual seria).

O presidente do BC destacou a solidez do sistema financeiro nacional e ressaltou que o crédito já cresce a um ritmo mais moderado.

(...)
Além disso, Tombini mencionou a perspectiva de investimentos por conta da exploração do pré-sal e dos grandes eventos esportivos.

Às 13h15, o dólar avançava 0,77%, aos R$ 1,565, após ter tido um início de negócios em alta mais moderada, de 0,50%.
Ontem, a moeda norte-americana atingiu a cotação de R$ 1,55, a menor cotação frente ao real desde 1999.


Fabio Graner e Eduardo Rodrigues, da Agência Estado

FINANCIAL TIMES : TUDO BOOM?

“Tudo boom?”, pergunta o “Financial Times”, no alto da página inicial de seu site nesta segunda-feira, 4.

O trocadilho abre uma análise intitulada

Os riscos de Brasil cair do ‘boom’ para a crise” (em tradução livre), assinada por Paul Marshall, diretor de investimentos da Marshall Wace, e Amit Rajpal, gerente da MW Global Financials Funds.


O texto diz que o endividamento dos brasileiros está em um nível “astronômico e em alta”. Nessa situação, o aumento das taxas de juros pode levar os devedores a não conseguirem honrar seus compromissos.

Curiosamente, no mesmo dia o Ministério da Fazenda do Brasil anunciou que o endividamento geral caiu, mas as famílias estão usando uma parte maior do seu orçamento para pagar dívidas
(saiba mais).

O artigo cita alguns indicadores que mostram a questão do endividamento no País:

- A taxa de juros paga pelos consumidores subiu de 41% ao ano em 2010 para 47% ao ano em maio de 2011;

- 50% da renda da classe média é usada para pagar dívidas;

- a inadimplência (atraso de mais de 15 dias no pagamento) subiu de 7,8% em dezembro do ano passado para 9,1% em maio último;

- a poupança do País, soma de recursos que consumidores, empresas e governo poupam, estava em 17% em 2010; a média dos mercados emergentes é de 32%.
(...)
Os autores da análise já haviam publicado um artigo em fevereiro, alertando para a combinação entre taxas de juros e endividamento.
Agora, eles acreditam que a situação se deteriorou mais.

http://blogs.estadao.com.br/radar-economico


VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO

http://www.youtube.com/results?search_query=verumspectator&aq=