Ele lembrou que a taxa de câmbio no Brasil é flutuante e que, por isso, não se pode supor que o dólar vai sempre cair, já que a direção pode abruptamente se inverter.
"É importante que o setor privado esteja atento à questão do Hedge", disse Tombini.
Tombini destacou que em função das medidas adotadas pelo governo, houve redução nos fluxos de dólares. Segundo ele, o governo agiu exatamente para evitar que um fluxo excessivo de moeda de uma hora para outra se reverta, causando instabilidade.
Tombini destacou também que neste ano há uma melhor composição dos fluxos, com maior presença de Investimento Estrangeiro Direto (IED) - cerca de 60% do total - do que de demais fluxos - com cerca de 40%.
Empresas
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou há pouco que a autoridade monetária não tem identificado grandes exposições de empresas privadas não financeiras em "derivativos exóticos", como ocorreu no fim de 2008, mas recomendou atenção das firmas a esses movimentos.
"As empresas privadas não financeiras devem se proteger em relação a seus fluxos futuros de receitas em moeda nacional, considerando futuros compromissos de saída em moeda estrangeira", afirmou Tombini.
Cenário adverso
Tombini afirmou que, a despeito do cenário externo mais adverso, a economia brasileira está mais preparada para lidar com uma situação de crise que eventualmente se materialize.
Ele lembrou que, além das reservas internacionais, o BC recompôs o estoque de depósitos compulsórios acima do nível pré-crise e retirou outros incentivos.
Tombini também destacou que a inflação já começou a ceder e a economia brasileira tem seu ritmo de crescimento em convergência para a taxa sustentável de longo prazo (que ele não mencionou qual seria).
O presidente do BC destacou a solidez do sistema financeiro nacional e ressaltou que o crédito já cresce a um ritmo mais moderado.
(...)
Além disso, Tombini mencionou a perspectiva de investimentos por conta da exploração do pré-sal e dos grandes eventos esportivos.
Às 13h15, o dólar avançava 0,77%, aos R$ 1,565, após ter tido um início de negócios em alta mais moderada, de 0,50%.
Ontem, a moeda norte-americana atingiu a cotação de R$ 1,55, a menor cotação frente ao real desde 1999.
Fabio Graner e Eduardo Rodrigues, da Agência Estado
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