"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 30, 2013

PIB amarelado

O IBGE divulgou nesta manhã um crescimento do PIB que deve ter surpreendido até os mais otimistas. É uma pena, porém, que o resultado espelhe uma realidade que já ficou no retrovisor. De junho para cá, a economia brasileira, infelizmente, voltou a engatar marcha lenta.

O PIB brasileiro cresceu 1,5% no segundo trimestre do ano. É a maior marca, nesta base de comparação, desde o primeiro trimestre de 2010. Novamente, a salvação da lavoura nacional veio da agropecuária, com 3,9% de expansão no período – bem abaixo, porém, dos 9,7% do primeiro trimestre.

A indústria cresceu 2%, com recuperação significativa em relação ao período mais recente – no trimestre anterior, o setor decaíra 0,2%. Os serviços se expandiram 0,8%, também numa curva ascendente.

Outro resultado relevante veio da formação bruta de capital fixo, palavrão que os economistas usam para se referir a investimentos em máquinas, equipamentos e construções. No trimestre, a alta foi de 3,6% – um bom número, mas, assim como ocorreu com a agropecuária, também inferior aos 4,7% do primeiro trimestre do ano. A taxa de investimento subiu a 18,6% do PIB.

Quando se olha a taxa acumulada nos últimos quatro trimestres, a expansão da economia brasileira foi de 1,9%. Esta é, pois, a velocidade em que o país veio rodando nestes últimos 12 meses, numa marcha mais típica de pibinhos. A acelerada do segundo trimestre não deve mudar esta perspectiva.

É voz corrente que o período compreendido entre os meses de abril e junho tenha marcado o ápice da economia brasileira neste ano. Até então, as expectativas se mostravam positivas, os investidores ainda tinham algum ânimo quanto ao futuro do país e o governo reinava mais ou menos absoluto.

Desde os protestos de junho, porém, este faz-de-conta desmoronou e a dura realidade foi se impondo. Em julho e agosto, a safra foi recheada de maus resultados e perspectivas sombrias. Não predomina mais a esperança de que o Brasil consiga decolar nos próximos meses, pelo contrário.

Um dos principais indicadores deste desânimo é a queda verificada nas expectativas tanto das empresas quanto dos consumidores, baixas como há muito não se via. Ambos ressabiados com as incertezas que cercam nossa economia, expressam tendência a diminuir as apostas em dias melhores para o país.

Também o ritmo de consumo, que funcionou como motor potente enquanto a nossa economia exibia mais vigor, já está rateando: em junho, o crescimento do varejo em relação ao mesmo mês do ano passado foi de apenas 1,7%. Outrora chegou a rodar perto de 10%. No trimestre, a alta foi de 0,3%, segundo o IBGE.

As expectativas até poderiam ser mais positivas se o governo federal estivesse fazendo sua parte e ajeitando a casa. Mas o desempenho do setor público é o pior possível. Os gastos continuam em alta, os investimentos não acontecem e os marcos regulatórios estão cada vez mais confusos. Quem se aventura?

Ontem, o Tesouro divulgou o desempenho das contas públicas em julho. Um dado, pinçado pelo economista Mansueto Almeida, resume bem o desarranjo: enquanto as despesas primárias do governo federal aumentaram quase R$ 58 bilhões de janeiro a julho, os investimentos cresceram apenas R$ 26 milhões.

Para complicar, há também os juros em alta – a nova elevação da Selic nesta semana nos coloca na terceira posição entre os que praticam as mais altas taxas em todo o mundo – e a desvalorização do real (alta do dólar). Tem ainda o mercado de trabalho em ritmo declinante, com as piores marcas de geração de emprego em dez anos, e a renda em baixa, fruto de uma inflação que só o governo petista não considera alta.

O corolário disto tudo é que o Brasil, com seus 2% previstos, ainda deverá ser uma das nações de menor crescimento no continente neste ano, ganhando apenas da Venezuela e de El Salvador. No ano que vem pode não ser diferente, com a média das estimativas colhidas pelo Banco Central oscilando em torno de 2,4%.

Tudo considerado, o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre deste ano é um típico ponto fora da curva. A fotografia que o IBGE revelou nesta manhã é um belo instantâneo, mas suas cores já vão se esmaecendo. Infelizmente, o retrato do PIB na parede já amarelou.  

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E O BUFÃO DA "CORTE"... "O fundo do poço foi superado", diz Mantega sobre PIB

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Nesta sexta-feira (30), ao comentar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o pior da crise internacional já passou e que o "fundo do poço foi superado".

"O mundo caminha junto", complementou, acrescentando: "Estamos numa trajetória de recuperação do crescimento que vai persistir nos próximos anos."

Mantega afirmou que o Brasil tem possibilidades de voltar a ter um crescimento econômico a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014. Para ele, o bom desempenho previsto poderá vir de um incremento das exportações à medida em que começam a surgir sinais de retomada do crescimento da economia internacional.

“Esse crescimento, anualizando, representa como se a economia tivesse crescendo a uma velocidade de 6%”, avaliou. O ministro classificou o desempenho do PIB como bom.Na avaliação dele, em 2013 o país fechará com crescimento moderado. “Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o final do ano, mas 2014 tende a ser mais promissor”, apontou Mantega, citando os resultados que começam a surgir no cenário internacional.
(...)
Jornal do Brasil

Com inflação elevada, consumo das famílias fica praticamente estagnado

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Motor da economia brasileira nos últimos anos, o consumo das famílias já não mostra o mesmo vigor e está praticamente estagnado há dois trimestres diante de uma inflação mais elevada e do rendimento e do emprego em desaceleração.

Após ficar estável nos primeiros três meses deste ano, o consumo das famílias variou positivamente 0,3% de junho a abril frente aos três meses anterior.


O IBGE só considera um crescimento, de fato, uma taxa superior a 0,5%. O PIB, como um todo, avançou 1,5% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores.

"O consumo das famílias ficou mais ou menos no mesmo patamar do primeiro trimestre", disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Para a técnica do instituto, a inflação maior neste ano inibiu o consumo, ao lado de um mercado de trabalho que dá sinais de enfraquecimento. "A massa salarial continua crescendo, mas já não mais no mesmo ritmo de antes."

Outro fator, diz, é o crédito a pessoas físicas, que também perdeu fôlego e avança numa velocidade menor.
A massa salarial (soma dos rendimentos recebidos por todos os trabalhadores) subiu 2,1% na comparação com segundo trimestre de 2012.

Já as operações de crédito avançaram 8,5%, em termos nominais (sem descontar a inflação).

Em relação ao segundo trimestre de 2012, o consumo das famílias segue em alta, com expansão 2,3% variação, porém, inferior a do PIB (3,3%). Foi a 39º alta consecutiva nessa base de comparação.

Para Pailis, o consumo ainda é importante para o resultado do PIB diante do seu peso cerca de 60%, apesar de estar em desaceleração.

A LCA considera o desempenho do consumo "modesto" e prevê um crescimento de 2,2% para o PIB como um todo neste ano, após a divulgação dos dados do segundo trimestre. 

PEDRO SOARES
DO RIO/Folha

A CONSTÂNCIA DA EXPECTATIVA X REALIDADE E A INSUSTENTÁVEL NÃO LEVEZA DO CRESCIMENTO ! PIB cresce mais que o esperado, mas comemorar é olhar o retrovisor

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A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A soma de todas as riquezas produzidas pela economia do país entre abril e junho ficou em 1,2 trilhão de reais. O anúncio veio pouco acima da expectativa do mercado, cujas apostas oscilavam em alta próxima a 1%. Na comparação com igual período de 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) teve expansão de 3,3% no segundo trimestre do ano. 

O dado foi positivo e superou as estimativas do mercado. 
Mas isso não será suficiente para reverter as projeções de crescimento para 2013 e 2014. É olhar no retrovisor, enquanto os analistas tentam estimar o que vem pela frente. 
E o quadro continua repleto de incertezas.

Crescimento do PIB. Fonte: Bloomberg

Esse número ainda não reflete a desvalorização da moeda e a deterioração do cenário externo. Além disso, indicadores antecedentes, como a confiança dos consumidores e empresários, já apontam para uma economia menos aquecida nos próximos meses.

O PIB do terceiro trimestre provavelmente vai jogar uma ducha de água fria em quem se animar demais com esse resultado passado. O dólar subiu e, se isso ajuda parte da indústria, também gera incertezas e pressiona a inflação. O processo de alta na taxa de juros, para combater essa inflação resiliente, vai começar a impactar mais a economia a partir de agora.


É verdade que a indústria se recuperou um pouco, e que o agronegócio segue puxando nosso crescimento. Mas o consumo se encontra perto da saturação no que tange o crescimento do crédito como estímulo. As famílias estão muito endividadas. E os investimentos não crescem o suficiente para permitir uma expansão na oferta ou na produtividade. A inflação, portanto, seguirá pressionada. 

Que o governo não se engane com esse dado pontual, que não reflete a tendência daqui para frente. O crescimento final em 2013 deverá ser muito fraco ainda, perto de 2%, enquanto a inflação deverá ficar perto de 6%, mesmo com vários preços congelados pelo governo. 

A situação demanda muita cautela e, acima de tudo, mudança nas políticas do governo, tanto fiscal como monetária. Corte de gastos públicos e independência do Banco Central na luta contra a inflação são cruciais para recuper
ar um crescimento mais sustentável.

Via :   

Rodrigo Constantino

E NO brasil maravilha DOS FARSANTES E CRÉDULOS ÚTEIS : Malditas contas públicas!


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A conta fiscal divulgada hoje veio tão ruim que nem vou comentar. Basta mostrar que, em termos nominais, o crescimento da despesa primária do governo federal foi de janeiro a julho deste ano de R$ 57,8 bilhões, ante o mesmo período do ano passado, e desse total o crescimento do investimento foi de apenas R$ 26 milhões, não é erro de digitação, R$ 26 milhões ou 0,1%.

O que aconteceu? 
O de sempre. 
O governo brasileiro sabe gastar muito bem com gastos correntes, principalmente programas de transferência de renda. 
Temos o know how de como transferir recursos arrecadados para famílias. Mas o governo tem uma crescente dificuldade para investir.

O Secretário do Tesouro falava desde o ano passado que mais cedo ou mais tarde o investimento púbico cresceria de forma muito rápida e que as críticas ao governo eram injustas. Bom, o investimento público não está crescendo e só nos resta rezar para as concessões darem certo, pois até isso será difícil pelo que escutei na minha viagem desta semana a São Paulo. 

Por fim, como não tenho tempo para escrever muito no momento (depois escrevo) quero apenas destacar mais um ponto. 
Na apresentação de hoje da Ministra do Planejamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2014, um slide que apareceu na apresentação do ano passado sumiu: 
o slide da trajetória do déficit nominal do setor público

No ano passado (ver abaixo) o governo esperava que o déficit nominal do setor público fosse de 1,6% do PIB, em 2012, e de 1% do PIB este ano. Cheguei até escutar que poderia ser “zero” até o final do governo Dilma. Pois bem, no ano passado, o déficit nominal do setor público foi de 2,47% do PIB e, neste ano, acho que será até maior.

Ou seja, apesar do que era projetado pelo governo há poucos meses atrás, o déficit nominal no Brasil vai ficar muito próximo a 2,5% do PIB ou até se aproximar de 3% do PIB neste e no próximo ano. E o risco agora é não termos um primário suficiente para estabilizar a DLSP/PIB que, no curto prazo, vai cair influenciada muito mais pela desvalorização do Real.

Projeções do Governo Federal em agosto de 2012 para o Déficit Nominal em 2012 e 2013
 

Extraído do blog :
Mansueto Almeida 

agosto 29, 2013

O apagão voltou



Mais uma vez, uma enorme porção do país ficou às escuras. Mais uma vez, os estados do Nordeste foram as maiores vítimas. Mais uma vez, milhões de brasileiros tiveram suas vidas prejudicadas. Pela nona vez na gestão da presidente Dilma Rousseff, o país afundou num apagão. Até quando vamos continuar convivendo com este governo de lusco-fusco?


O apagão de ontem atingiu os nove estados nordestinos. Deixou pelo menos 16 milhões de pessoas sem luz. Segundo a versão oficial, uma queimada numa fazenda localizada no Piauí desativou duas linhas de transmissão e retirou quase 9% da carga média do sistema interligado nacional por período que chegou a quatro horas. Um transtorno continental.

O Brasil tem convivido com uma dura rotina de apagões de grandes proporções, com quedas de energia acima de 800 megawatts. Mas os chamados "apaguinhos” são mais comuns ainda: desde o início da atual gestão, foram pelo menos 150 blecautes, de acordo com levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura publicado por O Globo.

A situação do sistema elétrico nacional está piorando a olhos vistos – pelo menos quando não falta luz para poder enxergar... E isto não é intriga da oposição; são os relatórios oficiais que comprovam.

De acordo com a Aneel, desde 2009 o país convive com patamar de queda de energia acima do limite recomendável. No ano passado, foram 18,65 horas no escuro, nível que só não foi superior ao registrado em 2009 (18,77 horas). O máximo aceitável em 2012, conforme os parâmetros da agência de energia, eram 15,87 horas.

As condições do setor elétrico brasileiro passaram a degringolar na mesma medida em que o país passou a ser comandado por uma técnica que se diz especialista no assunto. Dilma Rousseff fez carreira na área de energia e capitaneou, ainda no governo Lula, a formatação do modelo que vigora até hoje. Por enquanto, sua criação não tem dado muito certo.

O setor elétrico brasileiro está mergulhado em dúvidas e incertezas, situação agravada pela agressiva intervenção determinada pela presidente há exato um ano. A redução abrupta das tarifas de luz atrapalhou os planos de investimentos das concessionárias e jogou uma névoa de insegurança sobre o setor.

A mesma força que usou para impor suas vontades, o governo federal não exibe para bem planejar a expansão e o funcionamento do setor elétrico. Trata-se de um dos nossos segmentos de infraestrutura mais carentes de boa gestão – e sem energia, não há como um país prosperar.

São muitos os exemplos de deficiência de planejamento no setor elétrico brasileiro: as usinas eólicas instaladas na Bahia e no Rio Grande do Norte, mas impossibilitadas de produzir porque não têm linhas para distribuir a energia; as hidrelétricas do Madeira, que só geram 1/3 do que poderiam porque também não têm equipamentos adequados; a linha de transmissão (Tucuruí-Macapá-Manaus) que deveria assegurar o suprimento da região Norte, mas não funciona.

Os estados do Nordeste têm sido uma das vítimas preferenciais desta incúria. Assoladas pela estiagem, suas barragens estão em níveis preocupantes. 
Os reservatórios da região continuam a secar e têm atualmente apenas 37% de sua capacidade preenchida – em julho, estavam 31% abaixo da média de um ano antes.

Com isso, os estados nordestinos tornam-se mais dependentes da energia gerada pelas caras e poluentes usinas térmicas. Seu suprimento requer a transferência crescente de carga de outras regiões brasileiras, mas o sistema de transmissão mostra-se vulnerável – também pela manutenção deficiente – e insuficiente.
Esta história não tem a menor graça, apesar de a presidente da República ter sugerido aos brasileiros que gargalhassem toda vez que ouvissem falar das causas dos apagões no país. Uma coisa é certa: tanta falta de luz é consequência direta da ausência de regras claras e estáveis em um setor em que os investimentos demandam décadas de trabalho. E uma evidência cristalina de que planejar e construir o futuro não são o forte do PT.


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ENQUANTO ISSO... Superávit do governo central cai 26,7% em 2013


As contas do governo central – que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência – apresentaram em julho um superávit primário de 3,72 bilhões de reais. No acumulado de 2013, as contas acumulam superávit de 38,1 bilhões de reais – uma queda de 26,7% em relação ao mesmo período de 2012. O resultado do governo central em julho apresentou um crescimento de 189,6% em relação a junho, quando ficou em 1,285 bilhão de reais. Em relação a julho de 2012, quando o superávit foi de 4,004 bilhões de reais, houve queda de 7,09%.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Tesouro, o esforço fiscal do governo central caiu de 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a julho de 2012 para 1,40% no mesmo período de 2013.

Os dados mostram que o Tesouro em julho apresentou superávit de 7,04 bilhões de reais, acumulando saldo positivo de 68,77 bilhões de reais do começo do ano até julho. Por outro lado, a Previdência apresentou déficit primário de 3,08 bilhões de reais em julho. No ano, o resultado negativo chega a 30,11 bilhões de reais. As contas do BC também ficaram no vermelho em julho, com déficit primário de 235,4 milhões de reais. No acumulado do ano, o déficit da autoridade monetária é de 548,6 milhões de reais.

A meta prevista para o governo central na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) até o segundo quadrimestre (agosto) é de 35 bilhões de reais. Portanto, ainda que o resultado deste ano mostre uma redução do esforço fiscal em relação a 2012, o governo ainda tem uma posição confortável de acordo com suas próprias previsões, já que o acumulado de sete meses ultrapassa 38 bilhões de reais.

No período de 12 meses até julho, o superávit do governo central é equivalente a 1,6% do PIB, ou 74,4 bilhões de reais. A meta até o final do ano do governo central é de 73 bilhões de reais. Os dados completos das contas do setor público serão divulgados nesta sexta-feira pelo BC.

Despesas
As despesas do governo central subiram 12,8% no acumulado de janeiro a julho, em relação ao mesmo período de 2012. Já as receitas tiveram alta de apenas 7,9%. Em relação a junho, a alta das despesas foi de 10,4% e o avanço das receitas foi de 7,5%. Segundo os dados divulgados pelo Tesouro, as receitas com concessões somaram 3,315 bilhões de reais no mês passado. Já a transferência de dividendos de empresas estatais para a União foi de 68,7 milhões de reais.

No acumulado de janeiro a julho, as receitas com concessões totalizam 6,108 bilhões de reais, o que representa um aumento de 611% em relação aos sete primeiros meses de 2012. O valor dos dividendos no ano foi de 7,763 bilhões de reais, o que representa uma queda de 24,6% em relação ao período de janeiro a julho de 2012.

PAC
Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram 26,5 bilhões de reais de janeiro a julho, o que representa um crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2012. Apesar de manter a expansão, o ritmo de crescimento dos investimentos do PAC desacelera. O mesmo aconteceu com os investimentos totais do governo, que somaram 38,8 bilhões de reais, alta de apenas 0,1% em relação a igual período do ano passado.


VEJA.com

"CASA DAS NULIDADES" : Veja lista dos deputados que não votaram na cassação de Donadon


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A sessão de votação para decidir pela cassação ou não do mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) não contou com o voto de 104 parlamentares. Desses, 50 chegaram a registrar presença em plenário, mas não votaram. Os demais não compareceram.

Na contagem final, a maioria dos deputados votou pela cassação, mas o número foi inferior ao mínimo exigido pelo regimento da Câmara (257 votos, o equivalente a maioria mais 1 de todos os parlamentares da Casa. Dos 405 deputados que votaram, 233 foram favoráveis, 24 a menos do que o necessário. A votação é secreta e por essa razão não é possível saber quem votou contra ou a favor. Por decisão do presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Donadon ficará afastado e o suplente, deputado Amir Lando (PMDB-RO), assumirá no lugar. A posse será nesta quinta-feira, 29.



Entre aqueles que compareceram à sessão, mas deixaram de registrar voto estão deputados como Jaqueline Roriz (PMN) - que escapou de processo de cassação em 2011 -, Valdemar Costa Neto (PR) - condenado no processo do mensalão -, Paulo Maluf (PP-SP), Marco Feliciano (PSC-SP) e Gabriel Chalita (PMDB-SP). Dos 14 partidos cujos deputados deixaram de votar, o PT foi o que registrou mais faltantes, com 11 parlamentares. Entre eles está João Paulo Cunha (SP), também condenado no processo do mensalão.


O resultado pela manutenção do mandato de Donadon, preso há dois meses, pode favorecer os parlamentares envolvidos no mensalão que, mesmo condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poderão continuar a exercer o cargo.

Somados aos 11 petistas, outros 9 deputados do partido faltaram à sessão. Com 21 baixas, o PT foi o que mais contribuiu com ausências. Nesse grupo está o deputado José Genoino (SP), também condenado pelo esquema de corrupção envolvendo a sigla. Ele está licenciado por motivos de saúde, após ter sofrido um enfarte.

Com 15 deputados a menos, o PMDB, principal aliado do PT, foi o segundo com maior registro de faltas. Na sequência estão o PP (14) e o PSD (12), também integrantes da base aliada.

Abaixo, as listas dos 104 parlamentares. A relação foi feita com base nas listas de presença e de votação disponibilzadas pelo site da Câmara. 
/ COLABOROU ESTADÃO DADOS

- Deputados presentes, mas que não votaram:

DEM 
Claudio Cajado (BA)
Eli Correa Filho (SP) 
Jorge Tadeu Mudalen (SP)
Lira Maia (PA)

PC do B
Jandira Feghali (RJ)

PDT 
Enio Bacci (RS)
Giovani Cherini (RS)
Giovanni Queiroz (PA)

PMDB 
André Zacharow (PR)
Eliseu Padilha (RS)
Gabriel Chalita (SP) 
Genecias Noronha (CE)
José Priante (PA) 
Leonardo Quintão (MG) 
Newton Cardoso (MG)

PMN 
Jaqueline Roriz (DF)

PP 
Beto Mansur (SP) 
José Linhares (CE) 
José Otávio Germano (RS) 
Luiz Fernando Faria (MG) 
Paulo Maluf (SP) 
Renzo Braz (MG) 
Toninho Pinheiro (MG) 
Vilson Covatti (RS)

PPS 
Arnaldo Jardim (SP)

PR 
Valdemar Costa Neto (SP)
Vicente Arruda (CE)

PSB 
Abelardo Camarinha (SP)
Paulo Foletto (ES)

PSC 
Nelson Padovani (PR) 
Pastor Marco Feliciano (SP)

PSD 
Edson Pimenta (BA) 
Eduardo Sciarra (PR) 
Eliene Lima (MT)
José Carlos Araújo (BA)
Sérgio Brito (BA)

PSDB 
Carlos Roberto (SP)
Marco Tebaldi (SC)

PT
Angelo Vanhoni (PR) 
Beto Faro (PA) 
Biffi (MS) 
Iriny Lopes (ES)
João Paulo Cunha (SP) 
Marina Santanna (GO) 
Miguel Corrêa (MG)
Odair Cunha (MG) 
Pedro Eugênio (PE)
Pedro Uczai (SC)
Vicentinho (SP)

PV 
Eurico Júnior (RJ)

- Deputados ausentes

ABELARDO LUPION (DEM-PR)
AFONSO HAMM (PP-RS)
ALCEU MOREIRA (PMDB-RS)
ALEXANDRE ROSO (PSB-RS)
ALICE PORTUGAL (PC do B-BA)
ALMEIDA LIMA (PPS-SE)
ANSELMO DE JESUS (PT-RO)
ANTONIO BALHMANN (PSB-CE)
ARTHUR OLIVEIRA MAIA (PMDB-BA)
ARTUR BRUNO (PT-CE)
ASDRUBAL BENTES (PMDB-PA)
BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOS (PR-MG)
BETINHO ROSADO (DEM-RN)
BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS)
BOHN GASS (PT-RS)
CARLOS BEZERRA (PMDB-MT)
CARLOS MAGNO (PP-RO)
DARCÍSIO PERONDI (PMDB-RS)
DR. LUIZ FERNANDO (PSD-AM)
FERNANDO TORRES (PSD-BA)
GUILHERME MUSSI (PP-SP)
HEULER CRUVINEL (PSD-GO)
HOMERO PEREIRA (PSD-MT)
INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR-PE)
JOÃO LYRA (PSD-AL)
JOSÉ GENOÍNO (PT-SP) - licença médica
JOSIAS GOMES (PT-BA)
JOVAIR ARANTES (PTB-GO)
JÚNIOR COIMBRA (PMDB-TO)
LAERCIO OLIVEIRA (PR-SE)
LUIZ ALBERTO (PT-BA)
MANOEL SALVIANO (PSD-CE)
MANUEL ROSA NECA (PR-RJ)
MARCON (PT-RS)
MARCOS MONTES (PSD-MG)
MARCUS PESTANA (PSDB-MG)
MÁRIO FEITOZA (PMDB-CE)
PEDRO HENRY (PP-MT)
PINTO ITAMARATY (PSDB-MA)
RENAN FILHO (PMDB-AL)
RENATO MOLLING (PP-RS)
ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE)
ROMÁRIO (sem partido-RJ)
RONALDO ZULKE (PT-RS)
ROSINHA DA ADEFAL (PTdoB-AL)
SABINO CASTELO BRANCO (PTB-AM)
SANDRA ROSADO (PSB-RN)
SERGIO GUERRA (PSDB-PE)
VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP)
VILALBA (PRB-PE)
WALDIR MARANHÃO (PP-MA)
WELITON PRADO (PT-MG)
ZÉ VIEIRA (PR-MA)


ZOINHO (PR-RJ)



JEITO PETRALHA DE "GUVERNÁ" ! PETEBRAS : 'Destruição de valor' na Petrobras supera US$ 300 bi


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A destruição de valor causada pelo investimento em Petrobras superou US$ 300 bilhões nos últimos quatro anos, de acordo com atualização de estudo da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec) ao qual o Valor teve acesso.

O cálculo toma como base 31 de agosto de 2008, quando o formato da capitalização da empresa foi anunciado, prevendo que, em vez de colocar dinheiro, o governo entraria indiretamente com 5 bilhões de barris de petróleo para aumentar o capital da companhia.

A conta feita pela Amec considera tanto a queda no valor de mercado da empresa como também quanto os acionistas da Petrobras ganhariam se, na data daquele anúncio, tivessem vendido a totalidade da participação na companhia, que na época valia US$ 162 bilhões, e investido a quantia em um fundo setorial de empresas globais de petróleo. Os papéis da empresa caíram 62% desde então, enquanto o fundo teve valorização de 73%.

O mesmo raciocínio é usado para as novas ações vendidas na data da capitalização, em 27 de setembro de 2010, no valor de US$ 70 bilhões. Ou seja, quanto os investidores perderam por participar da oferta, já que as ações acumularam baixa de 59% até o início deste mês, ao mesmo tempo em que deixaram de ganhar porque não decidiram, na mesma data, fazer uma aplicação alternativa no fundo setorial, que ganhou 57%.

Segundo o estudo, a perda nominal de valor com as ações existentes na época do anúncio da capitalização foi de US$ 101 bilhões, enquanto o custo de oportunidade pelo não investimento alternativo somou US$ 119 bilhões. Já em relação às ações compradas na oferta pública, a desvalorização nominal foi de US$ 42 bilhões, enquanto o ganho potencial de um investimento em fundo setorial seria de US$ 40 bilhões em igual período.

A soma dos quatro valores resulta no montante de US$ 302 bilhões de destruição de valor.

A conta usou como referência o fundo setorial Energy Select Sector, conhecido pela sigla XLE, que tem na carteira grandes empresas do setor, como Exxon, Chevron, Schlumberger, entre outras.

Consultada pela reportagem, a associação, que reúne gestoras de recursos, informou "se tratar de um texto técnico para discussão interna, e não uma manifestação oficial da entidade".


A Petrobras não se manifestou.

Embora o estudo não mencione os motivos da perda de valor, sabe-se que as ações da estatal sofreram por uma combinação de necessidade de investimento muito acima da geração de caixa, pela diluição dos acionistas como resultado da capitalização e também pela persistente defasagem nos preços de combustíveis.

E se não bastasse o efeito do câmbio para aumentar essa diferença, o que parece ser o início de uma escalada no preço do petróleo diante da ameaça de uma invasão americana na Síria aumenta as perdas da estatal com a importação de derivados.

O Brent, usado como referência pela Petrobras, subiu 2% ontem, para US$ 116,61 por barril, o maior preço desde fevereiro.

Já com esse efeito na conta, o Centro Brasileiro de Infraestrutura calcula que a defasagem dos preços da gasolina já chegou 32% e do diesel, em 31%. Em seu plano de negócios, a Petrobras trabalha com barril a US$ 107 e dólar a R$ 2.
Fernando Torres e Cláudia Schüffner | De São Paulo Valor Econômico 

PARA REGISTRO E UMA SUGESTÃO : NAS "CASAS DAS NULIDADES" ASSENHOREADA POR TORPES, VOTE MAS NÃO REELEJA : Plenário da Câmara absolve Natan Donadon do processo de cassação do mandato

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O plenário da Câmara acaba de absolver o deputado Natan Donadon do processo de cassação de mandato. Foram 233 votos a favor do parecer do relator, Sergio Sveiter (PSD-RJ), 131 votos contra e 41 abstenções.

Para que Donandon perdesse o mandato, o parecer de Sveiter precisaria de, no mínimo, 257 votos. Faltaram 24 votos para que o deputado fosse cassado e perdesse o mandato parlamentar.

Em função do resultado da votação, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que, enquanto estiver na presidência da Casa, nenhum processo de cassação será em votação secreta. Prometeu trabalhar para aprovar o mais rápido a proposta de emenda à Constituição (PEC), que institui o voto aberto nos processos de cassação de mandato.

Alves disse que tendo vista a rejeição do parecer de Sveiter, a presidência da Câmara acatava a decisão do plenário. “Todavia, uma vez que, em razão do cumprimento de pena em regime fechado, o deputado Natan Donadon encontra-se impossibilitado de desempenhar suas funções, considero-o afastado do exercício do mandato e determino a convocação do suplente imediato, em caráter de substituição, pelo tempo que durar o impedimento do titular”.

Segundo Henrique Alves, enquanto Donadon estiver preso ele não terá direito a salário e nem a moradia funcional. O suplente é o ex-senador Amir Lando, que deverá assumir o mandato enquanto o titular estiver preso.
No final da tarde, Natan Donadon deixou o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, para fazer a propria defesa no plenário da Câmara. Por mais de 30 minutos, ele tentou convencer os deputados de sua inocência e das perseguições do Ministério Público (MP) de Rondônia, que fez as denúncias contra ele de desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Estado, onde exerceu o cargo de diretor financeiro.

Donadon também falou que está passando por serias dificuldades, inclusive financeiras, pois está há mais de dois meses sem receber salário da Câmara. Citou, inclusive, as dificuldades que sua família está encontrando para alugar uma casa em Brasília. Ele criticou o parecer do relator do processo, deputado Sergio Sveiter (PSD-RJ). Segundo Donandon, o parecer está repleto de “absurdos e asneiras”.

Por diversas vezes, disse que é inocente e que nunca fez nada de ilícito. “Nunca desviei um centavo da Assembleia Legislativa”. Declarou que todos os pagamentos feitos por ele na diretoria financeira foram atestados pelo controle interno da instituição e feitos de acordo com os parâmetros legais. Donadon disse ainda que assumiu a diretoria financeira com contratos já feitos.

Natan Donadon acompanhou toda a votação do processo sentado no plenário ao lado dos parentes. Ao ser proclamado o resultado da votação, Henrique Alves determinou a retirada do parlamentar do plenário. Durante a votação, Donadon pediu que as autoridades melhorem a qualidade da alimentação do presídio da Papuda. “A gente tem dificuldade na alimentação. Eu tenho síndrome do estômago irritável”, disse.

agosto 28, 2013

POBRE BRASIL REAL ! CÉU OU INFERNO ? Razões humanitárias


Na mitologia da política brasileira, o Partido dos Trabalhadores sempre se apresentou como defensor dos fracos e dos oprimidos, como o partido dos pobres e da justiça social. Isso nunca correspondeu à realidade, mas a experiência do PT no poder reforça ainda mais a distância entre suas pregações e sua prática.
 É como a amplidão que separa o céu do inferno.


Em lugar do apreço a valores éticos e morais universais, o governo petista exercita a truculência. Em vez da defesa dos direitos humanos, prefere advogar a favor da pesada hierarquia. Ao sagrado direito de ir e vir, opta pela interposição de limites e barreiras. À liberdade, escolhe ficar com o claustro.

Tais constatações emergem da atitude petista em dois episódios recentes: a intempestiva reação do governo da presidente Dilma Rousseff à transferência do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil por um diplomata, feita à revelia do Itamaraty, e o tratamento dispensado pela administração federal aos médicos cubanos que virão servir nos rincões e periferias brasileiras.

No caso do incidente diplomático, está claro que Eduardo Saboia - o diplomata encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz que trouxe Molina ao Brasil - agiu puramente por razões humanitárias ao protagonizar a quixotesca viagem que permitiu ao senador fazer o que há 15 meses ele aguardava sem sucesso: deixar a Bolívia.

Saboia atuou para evitar que a vida de um ser humano continuasse em risco, já que era sabido que as condições de saúde do político boliviano encontravam-se frágeis. Fez, na prática, o que a presidente da República defendeu ontem ser a atribuição de um "Estado democrático civilizado" como o Brasil: 
"Um governo age para proteger a vida".

O senador oposicionista é pedra no sapato do presidente Evo Morales e, em razão disso, não obteve do governo boliviano salvo-conduto que lhe permitisse deixar seu país em segurança. Nem as mais sangrentas ditaduras agem desta maneira. A diplomacia companheira do PT tampouco se esforçou por obter tal aval de La Paz, a quem trata com luvas de pelica. Quem, afinal, agiu efetivamente para proteger a vida de Molina?

Em resposta ao traslado do senador ao Brasil, a presidente Dilma defenestrou o chanceler Antonio Patriota, submeteu o diplomata Saboia a um processo de sindicância e, ontem, cancelou a transferência do embaixador na Bolívia, Marcelo Biato, para um posto mais valorizado em Estocolmo. 
Além disso, o senador Molina agora também corre risco de ser extraditado para a Bolívia. Ao gesto heroico, a gestão do PT retrucou com pesado tacão.

A mesma atitude indecorosa está presente no tratamento que o governo petista está dispensando aos médicos que estão chegando de Cuba para atuar no país. Ninguém, absolutamente ninguém, é contra ampliar o número de profissionais de saúde à disposição da população, principalmente a que vive mais distante. Mas daí a aceitar como normais as condições impostas ao trabalho dos cubanos vai longa distância.

Sabe-se, até agora, que os médicos cubanos receberão como remuneração apenas uma fração do que ganharão os profissionais vindos de outros países. Quanto, ninguém é capaz de afirmar, nem mesmo o governo - em tese, seu patrão e maior interessado em garantir a qualidade do serviço que prestarão aos brasileiros.

De antemão, aos médicos cubanos também será vedada a possibilidade de concessão de asilo, caso algum deles decida não retornar ao regime ditatorial da ilha. Seus passos serão vigiados e sua liberdade de ir e vir, cerceada.

Os cubanos também não poderão trazer suas famílias para o Brasil, numa das mais duras privações a que um ser humano pode ser submetido. Discriminados, não disporão de igualdade de tratamento nem de condições de trabalho e remuneração similares às dos demais profissionais importados.

Há, portanto, assim como no caso do senador Molina, razões humanitárias que levem à discordância em relação à prática adotada pelo governo da presidente Dilma Rousseff - embora não se justifiquem gestos extremos, agressões e atitudes xenófobas. Entre as boas intenções que a gestão petista manifesta e suas práticas vai distância maior que a que separa céu e inferno.

ITV

BRASIL REAL ! Apagão atinge a Região Nordeste do País DOS FARSANTES E GERENTONA MAIS "PREPARADA QUE "ISTRUTUROU" O SISTEMA ENERGÈTICO .

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Um apagão atinge oito Estados do Nordeste do País na tarde desta quarta-feira, 28 (Piauí, Paraíba, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte).

Várias cidades, incluindo as capitais do Piauí, do Ceará, do Pernambuco e da Paraíba, sem energia desde 15h03. O apagão atinge até emissoras de rádio e TV e sites de jornais da região.

A concessionária de energia Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) está apurando as causas do problema e a sua dimensão. A própria Chesf informou que a sede da empresa está sem energia. O site da companhia também está fora do ar. A Chesf tem redes de abastecimento de energia em 8 dos 9 Estados do Nordeste.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que está avaliando a dimensão do apagão. De acordo com a entidade, técnicos estão trabalhando no momento para restabelecer o fornecimento de energia e, em seguida, farão um diagnóstico da causa do apagão.

GERENTONA 1,99 diz que país tem 'bala na agulha' para enfrentar câmbio

Srª. Presidente:
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (28) que o Brasil tem "bala na agulha" para enfrentar a situação de variação cambial que afeta o real. Ela reafirmou que o câmbio é flutuante, mas que as intervenções no mercado feitas pelo Banco Central são para impedir que essas flutuações sejam "abruptas".

Por isso, segundo Dilma, o Brasil não tem uma meta de valor para a moeda brasileira em relação ao dólar.

Dilma deu entrevistas na manhã desta quarta-feira a duas emissoras de rádio de Belo Horizonte e disse que o que acontece atualmente com a variação do dólar diz respeito a uma situação provocada pelas ofertas da moeda feita pelos Estados Unidos.

"Nós temos o que se chama bala na agulha para encarar esse processo que ocorre internacionalmente, que independem das decisões de política econômica. Eles são frutos dessa globalização financeira que impera no mundo", disse ela.

Ela disse ser "óbvio" que isso tem algum impacto na economia do país, mas que o Brasil tem reservas de dólar para suportar essa variação.

"Nós estamos entre os cinco, seis países com maior volume de reservas do mundo. É como se a gente tivesse um colchão. Sabe aquela história de guardar dinheiro no colchão? A gente não guarda no colchão, mas o Brasil tem US$ 372 bilhões de reservas", afirmou.

É essa reserva que ela chama de "bala na agulha" para enfrentar a situação de mais dólares no mercado internacional, o que afeta também o Brasil.

"Nossa política é de dólar flexível. Nós não temos um dólar alvo. Você não fica defendendo uma posição, nós deixamos o dólar flutuar", disse.

"Nós entramos no mercado para atenuar essas flutuações, para não deixar que elas sejam abruptadas, para não deixar que elas criem processo de pânico. Enfim, a gente atua de forma a suavizar essas oscilações", completou a presidente.

De novo, ela repetiu que o governo não trabalha com meta de dólar e disse para desconfiar de quem disser o contrário: "Nós não temos meta de dólar. Se você perguntar para alguém e alguém responder que tem, você desconfia, porque ninguém tem condições de dizer isso".

A presidente voltou a pintar um cenário bom para a economia do país, com desemprego baixo e "muito boa situação fiscal".

Com relação ao crescimento do PIB, Dilma não citou possíveis números das previsões para o Brasil, mas disse que nos Estados Unidos a previsão é de 1,7% em 2013 e que a Europa ainda está em recessão, embora alguns países estejam saindo disso.

"Você tem um quadro internacional nas economias de muito baixo crescimento e de recessão. A própria China está passando por um período assim. Nós estamos em uma situação de manter o crescimento e de manter as conquistas também", disse ela, citando ainda o controle da inflação.

INTERVENÇÕES

O Banco Central anunciou na última quinta-feira (22) um plano para injetar até US$ 54,5 bilhões no mercado de câmbio até o final do ano. O objetivo é conter a escalada da moeda americana, que passou de R$ 2 no início do ano para R$ 2,45 na semana passada.

O plano do BC, que começou a valer na última sexta-feira (23), prevê a realização de leilões de swap cambial tradicionais --que equivalem à venda de dólares no mercado futuro-- de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.

A autoridade monetária já tem feito esses leilões com frequência no mercado para tentar conter a alta da moeda americana. O anúncio do programa de prazo mais longo, porém, ajuda a dar previsibilidade aos investidores a respeito das intervenções.

Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra --mecanismo que pode conter as cotações sem comprometer as reservas do país.

Apesar de ajudar a conter a alta do dólar, o plano do BC não impede que a moeda americana continue subindo, segundo especialistas.

Isso porque a perspectiva de que investimentos estrangeiros nos mercados emergentes deverão voltar aos Estados Unidos diante da melhora econômica naquele país vai continuar pressionando as moedas internacionais, que perdem valor diante do dólar.

No Brasil, há um agravante: o elevado deficit em conta corrente e a insatisfação com a política econômica do governo, que têm prejudicado o apetite dos estrangeiros por aplicações no país.

Às 11h41 (horário de Brasília), o dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- caía 1,67% em relação ao real, cotado em R$ 2,355 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- cedia 0,54%, também a R$ 2,355.

Colaborou ANDERSON FIGO, de São Paulo, e reportagem de Brasília
Folha

'Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável', diz pai de diplomata "Respeitar os limites entre ética e hierarquia é fundamental"



O embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia se diz aflito, mas orgulhoso, de ver o filho no olho do furacão após trazer o senador boliviano Roger Molina para o Brasil. Com uma longa carreira diplomática, inclusive como membro da Comissão de Direito Internacional da ONU, Gilberto Saboia defende como legítima e legal a ação do filho. 

Ao comentar as declarações da presidente Dilma Rousseff, Gilberto Saboia disse que entende a reação de Dilma, mas pediu que ela aja de forma "desapaixonada" e entenda os limites entre ética e hierarquia. Ele está indo do Rio, onde mora, para Brasília, onde está o filho, para dar apoio e ajudar na defesa no processo administrativo aberto pelo Itamaraty. 
- Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável! 

Entendo que a presidente está aborrecida, mas peço que faça uma análise desapaixonada de toda essa questão. Que entenda que nada do que foi feito, foi ou será dito tem como alvo seu governo. Eu e meu filho somos altamente disciplinados. Mas respeitar os limites entre a ética e a hierarquia é uma coisa fundamental - disse o embaixador aposentado. 

Ele disse que, ao procrastinar uma solução, as autoridades bolivianas acabaram transformando a generosidade do asilo brasileiro em prisão domiciliar do desafeto de Evo Morales: 
- Uma autoridade boliviana das grandes chegou a dizer que o senador podia apodrecer na cadeia. E o asilo na embaixada se transformou numa prisão, gerando uma situação de enorme desgaste físico para ele e todos que com ele conviviam. 

Sobre o processo que o filho vai enfrentar, além das implicações políticas e da irritação da presidente, Gilberto Saboia pediu cuidado ao Itamaraty: 
- Estou ao lado do meu filho. Nem ele nem eu queremos sair atacando. 
Temos carinho pelo Itamaraty, e o Brasil democrático é uma conquista. 
Não temos essa visão incendiária e catastrofista.
Meu filho vai se defender, e eu vou defendê-lo também. 

O Itamaraty precisa tomar cuidado, em consonância com a longa tradição de respeito e defesa de seus funcionários. Eduardo Saboia recebeu apoio de políticos e integrantes da carreira diplomática.

"Há muita gente do seu lado", escreveu no título de extensa carta publicada ontem o ex-porta-voz do Itamaraty e da Presidência diplomata Pedro Luís Rodrigues.

"Não há como não reconhecer que era imoral e insustentável a situação do senador boliviano Roger Pinto Molina. Posteriormente à concessão do asilo, o governo boliviano brandiu uma série de acusações contra o asilado, aparentemente para tentar fazer o Brasil modificar sua decisão", diz Rodrigues, na carta. 

A carta e as mensagens de diplomatas, colegas da UnB e parentes, que se multiplicam nos últimos dias, foram postadas na página pessoal de Saboia. Também foram criadas uma petição de apoio da ONG Avaaz e uma página de apoio no Facebook. Familiares também postaram de mensagens de apoio e agradecimento a orações. 

O filho de Saboia, André, afirmou:
"Pai, não se preocupa, todo mundo está te apoiando e de acordo com sua esplêndida e brava atitude. Deus sabe o que faz! Tudo vai dar certo, sem dúvida alguma. Um grande beijo e um forte abraço, te amo. pai!". (Maria Lima)

O Globo 

O FUTURO A DEUS PERTENCE ! CAIXA DE PANDORA : BNDES já usou 95% dos R$ 300 bi do Tesouro



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha, no final do segundo trimestre, apenas R$ 15 bilhões restantes do total captado junto ao Tesouro Nacional para fazer frente aos desembolsos deste ano. A informação consta no relatório de prestação de contas ao Congresso Nacional, relativo ao segundo trimestre de 2013, sobre o uso dos recursos recebidos do Tesouro Nacional.

De 2009 a 2013, o BNDES captou R$ 300,25 bilhões junto ao Tesouro Nacional, dos quais aplicou R$ 285,25 bilhões em vários projetos, de acordo com o documento. O banco de fomento investiu também R$ 90,65 bilhões provenientes do retorno dessa carteira de contratos, totalizando aportes de R$ 375,9 bilhões no período, a partir do aportes extras da União.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia afirmado, durante coletiva para comentar o desempenho do banco, em 14 de agosto, que tinha recursos próprios para fazer frente aos pedidos de financiamento somente até setembro deste ano. "No último trimestre nós vamos precisar de algum complemento para fechar o ano", disse, na oportunidade. O banco estima que 2013 tenha desembolsos recordes de R$ 185 bilhões a R$ 190 bilhões. 

"Estamos em tratativas com o Ministério da Fazenda e eu não quero antecipar quanto que nós vamos precisar", Os aportes do Tesouro acumulados de 2009 a junho de 2013 equivalem a 43,52% do total desembolsado pelo BNDES em igual período, que foi R$ 689,8 bilhões.

Conforme o relatório, do total de recursos investidos em projetos, 47,8% (ou R$ 179,67 bilhões) foram para o Finame, onde estão agrupadas operações de produção e comercialização de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional. O segundo maior volume, R$ 72,51 bilhões, ou 19,3% do total, foram para o Finem, onde estão agrupados grandes projetos de investimento voltados principalmente para implantação, expansão e modernização de empreendimentos.

Em terceiro lugar na ordem de aportes, está o BNDES Pré-Embarque, que recebeu R$ 39,06 bilhões, ou 10,4% do total de recursos no período de 2009 a junho de 2013. A modalidade financia a produção para exportação de bens aprovados pelo banco. Ainda segundo o relatório, o total de recursos investidos, R$ 375,9 bilhões, beneficiou 1.025.530 operações de financiamento em todo país.

Sob a ótica industrial, foi o setor de transformação que recebeu a maior parte dos desembolsos feitos pelo BNDES, com os recursos aportados pelo Tesouro. Do total investido de 2009 a junho de 2013, o setor ficou com 38,5% dos recursos, totalizando R$ 144,6 bilhões. A área de infraestrutura recebeu 33,9% dos recursos, o equivalente a R$ 127,4 bilhões dos desembolsos no período. Dentro do ramo da indústria de transformação, merece destaque o gênero de atividade de fabricação de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, que absorveu R$ 34,7 bilhões.

Já no ramo de infraestrutura, o mais beneficiado foi o setor de transporte terrestre, com desembolsos de R$ 82,6 bilhões. Os destaques ficaram com os subsetores de transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos, transporte dutoviário e transporte rodoviário de passageiros - municipal. Outro gênero de destaque foi eletricidade, gás e outras utilidades, com participação de R$ 28,1 bilhões.

Pela ótica das regiões, Sudeste e Sul receberam a maior parte dos recursos captados junto ao Tesouro Nacional de 2009 a junho 2013. As duas regiões representam mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Do total de recursos investidos no período, 45,3% foram desembolsados para projetos no Sudeste com destaque para apoio a Petrobras, Telemar, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Finep. Já a região Sul recebeu 22% dos desembolsos no intervalo, com destaque para operações para a Renault e a WEG Equipamentos Elétricos.


Elisa Soares | Do Rio
Valor Econômico

agosto 27, 2013

JEITO PETRALHA DE "GUVERNÁ" : Percepção de risco da Petrobras dobra no ano e é a maior do mundo


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Custo para proteger dívida da Petrobras por 5 anos usando CDS quase dobrou neste ano para 280 pontos-base, maior nível entre 20 petrolíferas integradas no mundo, segundo dados da CMA.

Dívida líquida/Ebitda de 3x é a maior entre petrolíferas com valor de mercado acima de US$ 50 bi, segundo dados compilados pela Bloomberg. 

“Nós vemos o CDS como provavelmente o comentário mais em tempo real sobre como os credores estão vendo o risco”, diz Thomas Coleman, analista da Moody’s Investors Service, por telefone de Nova York. “Há muita pressão sobre o rating. O momentum é mais negativo agora”.

Petrobras preferiu não comentar sobre o aumento de seus gastos e dívida ou sobre a percepção de risco dos investidores e seu rating.


NOTA: 
Moody’s tem rating A3 para Petrobras com perspectiva negativa para possível rebaixamento.

NOTA:
 Fitch disse semana passada que contratos indicam rating BB+, um nível abaixo do grau de investimento e 2 abaixo da nota BBB da Petrobras.

Apertando a tecla SAP para os mais leigos em linguajar de mercado financeiro: O CDS (Credit Default Swap) mede o risco de default dos títulos emitidos pela empresa. Ele é uma espécie de seguro que investidores compram, e bancos vendem, para o caso de algum evento de crédito no futuro.

Se a empresa deixar de efetuar um pagamento em seus títulos, quem comprou o CDS se protege em parte, ou quem apenas especulou, apostando no pior sem ter os papéis, coleta um bom lucro. Foi o que fez John Paulson ganhar bilhões na crise de 2008.

O CDS, portanto, é um bom indicador da percepção de risco de um ativo por parte dos investidores. Se ele começa a subir muito, ou seja, se o prêmio para contratar esse seguro ou apostar na catástrofe fica mais caro, isso é sinal de que há muito nervosismo entre os investidores. Quanto maior o prêmio do seguro, maior a percepção de risco de sinistro.

A Petrobras perde credibilidade perante os investidores, tanto de renda fixa como variável, dia após dia. A empresa sofre forte ingerência política, não tem liberdade para praticar preços de mercado, não consegue crescer sua produção, e ainda tem um gigantesco programa de investimentos à frente. O endividamento sobe sem parar.

Em bilhões de reais. Fonte: Bloomberg

Os riscos são grandes e crescentes. 
É o que mostra o termômetro do CDS.
 Ou a Petrobras muda o rumo de sua gestão e o governo libera o preço do combustível, ou as chances de um problema no pagamento de seus títulos serão cada vez maiores.

Via :  
Rodrigo Constantino

Herói tratado como delinquente

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A demissão do chanceler Antonio Patriota em razão da transferência do senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz para território brasileiro ilustra a pequenez que orienta nossa diplomacia na era petista. Também demonstra que, nestes tempos bicudos, Brasília preza mais a ideologia do que direitos fundamentais e humanitários – algo que o tratamento dispensado aos médicos cubanos já havia revelado.

Molina foi transferido no último fim de semana a Brasília pelo encarregado de negócios da embaixada do Brasil na Bolívia, o diplomata Eduardo Saboia. Estava há 452 dias confinado num cômodo da representação brasileira em La Paz depois de ter obtido asilo do governo brasileiro. Aguardava, desde então, que o governo Evo Morales lhe concedesse, como preveem as boas regras de conduta do direito internacional, salvo-conduto para poder deixar o país. Sem sucesso.

As condições em que vinha vivendo o senador – o mais aguerrido político de oposição ao governo Morales – eram precárias. Ele não via a luz do sol, não saia do quarto (na realidade, uma sala sem ventilação onde fica o telex da embaixada) e mal encontrava pessoas. Da família, só teve contato com a filha mais nova, Denise, ao longo destes 15 meses. Sua saúde estava em estado deplorável.

"Você imagina ir todo dia para o seu trabalho e ter uma pessoa trancada num quartinho do lado, que não sai? (...) O senador estava havia 452 dias sem tomar sol, sem receber visitas. Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi. O asilado típico fica na residência, mas ele estava confinado numa sala de telex, vigiado 24 horas por fuzileiros navais”, relatou Saboia à Folha de S.Paulo.

Há uma semana, Molina foi examinado por um médico, depois que Saboia informara o Itamaraty que seu quadro de saúde piorava a olhos vistos. O laudo apontou uma série de problemas, como candidíase (infecção que indica enfraquecimento do sistema imunológico), taquicardia, hiporexia (perda de apetite), taquicardia, dificuldade respiratória, pressão alta e síndrome depressiva, como informa o Valor Econômico.

O governo Dilma, porém, continuou sem agir. Foi aí que Saboia, fortemente movido por valores cristãos, levou adiante a transferência do senador boliviano para solo brasileiro. Deixou de lado regulamentos frios e optou por princípios que nossa diplomacia sempre prezou, em especial a defesa dos direitos humanos, mas que claramente vinham sendo violados no caso de Molina.

Para levar seu intento a bom termo, o diplomata teve que cruzar 1.600 km de estradas, cortar áreas dominadas pelo tráfico de drogas e, finalmente, desembarcar em Corumbá (MS) depois de uma epopeia quase heroica. Por sua postura valorosa e ousada, Saboia receberá como retribuição do governo brasileiro um processo administrativo e deverá ser "severamente punido” por "grave quebra de hierarquia”, segundo O Estado de S.Paulo.

Entre ficar com valores que historicamente orientam nossa diplomacia e agradar um governo pouco afeito à democracia, o governo da presidente Dilma Rousseff ficou com a segunda opção. Sacrificar o chanceler Patriota e punir Saboia com rigor transformou-se em gesto de mesura de Brasília junto ao governo de Evo Morales, ao qual, mais uma vez, a gestão petista se curva – numa tradição que vem desde a desapropriação acintosa de um bilionário ativo da Petrobras logo no início do mandato dele, em 2006.

O que Eduardo Saboia fez é o que qualquer pessoa de bem faria: ajudar um cidadão a não sucumbir à tentação de desistir da vida. Entre praticar o que os preceitos humanitários indicam e defender a liberdade de um homem ou dizer amém a um governo insensível e despótico, ficou com suas convicções cristãs. Deveria ser tratado com honrarias, mas, para a apequenada e pusilânime diplomacia brasileira, ele não passa de um delinquente.

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Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica
estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela