"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 28, 2013

O FUTURO A DEUS PERTENCE ! CAIXA DE PANDORA : BNDES já usou 95% dos R$ 300 bi do Tesouro



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha, no final do segundo trimestre, apenas R$ 15 bilhões restantes do total captado junto ao Tesouro Nacional para fazer frente aos desembolsos deste ano. A informação consta no relatório de prestação de contas ao Congresso Nacional, relativo ao segundo trimestre de 2013, sobre o uso dos recursos recebidos do Tesouro Nacional.

De 2009 a 2013, o BNDES captou R$ 300,25 bilhões junto ao Tesouro Nacional, dos quais aplicou R$ 285,25 bilhões em vários projetos, de acordo com o documento. O banco de fomento investiu também R$ 90,65 bilhões provenientes do retorno dessa carteira de contratos, totalizando aportes de R$ 375,9 bilhões no período, a partir do aportes extras da União.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia afirmado, durante coletiva para comentar o desempenho do banco, em 14 de agosto, que tinha recursos próprios para fazer frente aos pedidos de financiamento somente até setembro deste ano. "No último trimestre nós vamos precisar de algum complemento para fechar o ano", disse, na oportunidade. O banco estima que 2013 tenha desembolsos recordes de R$ 185 bilhões a R$ 190 bilhões. 

"Estamos em tratativas com o Ministério da Fazenda e eu não quero antecipar quanto que nós vamos precisar", Os aportes do Tesouro acumulados de 2009 a junho de 2013 equivalem a 43,52% do total desembolsado pelo BNDES em igual período, que foi R$ 689,8 bilhões.

Conforme o relatório, do total de recursos investidos em projetos, 47,8% (ou R$ 179,67 bilhões) foram para o Finame, onde estão agrupadas operações de produção e comercialização de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional. O segundo maior volume, R$ 72,51 bilhões, ou 19,3% do total, foram para o Finem, onde estão agrupados grandes projetos de investimento voltados principalmente para implantação, expansão e modernização de empreendimentos.

Em terceiro lugar na ordem de aportes, está o BNDES Pré-Embarque, que recebeu R$ 39,06 bilhões, ou 10,4% do total de recursos no período de 2009 a junho de 2013. A modalidade financia a produção para exportação de bens aprovados pelo banco. Ainda segundo o relatório, o total de recursos investidos, R$ 375,9 bilhões, beneficiou 1.025.530 operações de financiamento em todo país.

Sob a ótica industrial, foi o setor de transformação que recebeu a maior parte dos desembolsos feitos pelo BNDES, com os recursos aportados pelo Tesouro. Do total investido de 2009 a junho de 2013, o setor ficou com 38,5% dos recursos, totalizando R$ 144,6 bilhões. A área de infraestrutura recebeu 33,9% dos recursos, o equivalente a R$ 127,4 bilhões dos desembolsos no período. Dentro do ramo da indústria de transformação, merece destaque o gênero de atividade de fabricação de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, que absorveu R$ 34,7 bilhões.

Já no ramo de infraestrutura, o mais beneficiado foi o setor de transporte terrestre, com desembolsos de R$ 82,6 bilhões. Os destaques ficaram com os subsetores de transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos, transporte dutoviário e transporte rodoviário de passageiros - municipal. Outro gênero de destaque foi eletricidade, gás e outras utilidades, com participação de R$ 28,1 bilhões.

Pela ótica das regiões, Sudeste e Sul receberam a maior parte dos recursos captados junto ao Tesouro Nacional de 2009 a junho 2013. As duas regiões representam mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Do total de recursos investidos no período, 45,3% foram desembolsados para projetos no Sudeste com destaque para apoio a Petrobras, Telemar, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Finep. Já a região Sul recebeu 22% dos desembolsos no intervalo, com destaque para operações para a Renault e a WEG Equipamentos Elétricos.


Elisa Soares | Do Rio
Valor Econômico

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