O Brasil perdeu oito posições no ranking de competitividade, segundo o Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Ele saiu da já vergonhosa 48ª posição, e passou para a 56ª posição, entre 148 nações. Até a África do Sul e Portugal nos passaram na lista:
De acordo com o documento, o Brasil precisa melhorar a qualidade das instituições, quesito em que está em 80º lugar, uma posição atrás do resultado do ano passado. Entre os principais desafios do Brasil nessa área, o relatório cita a queda na eficiência do governo, cujo indicador caiu da 111ª para a 124ª posição, o combate à corrupção (114ª posição) e a baixa confiança nos políticos, que passou do 121º para o 136º lugar de um ano para outro.
Além do ambiente institucional, o Brasil precisa avançar nos principais gargalos econômicos. O documento cita a baixa qualidade da infraestrutura, em cujo ranking o país caiu da 107ª para a 114ª posição, e da educação, que passou do 116º para o 121º lugar. O relatório também considera o país fechado à competição estrangeira, atribuindo a 144ª posição na abertura de mercado ao exterior.
Em relação ao ambiente macroeconômico, o Brasil caiu da 62ª para a 75ª posição. Entre os fatores que puxaram o indicador para baixo, o relatório cita o aumento do déficit nominal de 2,6% para 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que fez o país descer do 64º para o 72º lugar nesse quesito. O déficit nominal representa o rombo nas contas do governo após o pagamento dos juros da dívida pública e aumentou, de um ano para outro, porque o Executivo reduziu o superávit primário.
O estudo também menciona a queda na taxa nacional de poupança, de 18,4% para 15,4% do PIB. Nesse item, o país caiu da 78ª para a 93ª posição. Apesar de a inflação oficial ter caído de 6,5% em 2011 para 5,4% em 2012, o país caiu uma posição nesse quesito, de 97º para 98º lugar.
Na América Latina, os resultados mostram uma estagnação geral no desempenho da competitividade. O Chile (34ª) continua na liderança do ranking regional à frente do Panamá (40ª), Costa Rica (54ª) e México (55ª) – esses países permaneceram relativamente estáveis em relação à edição de 2012. A Argentina foi o país do hemisfério sul que teve a maior queda, 10 posições, ocupando a 104ª colocação; a Venezuela caiu para a posição 134.
Esse é o resultado concreto de anos de incompetência do governo, que vem insistindo em um modelo equivocado. Seguimos com péssima infraestrutura e o governo foi incapaz de realizar leilões de concessão para atrair o capital privado ao setor.
A fotografia macroeconômica mudou completamente, e hoje temos um quadro preocupante, com a queda do superávit fiscal primário, a elevada inflação e os “malabarismos contábeis” tentando esconder a realidade. Nenhuma reforma estrutural foi feita pelo governo! Não tivemos, como resultado, ganho algum de eficiência na economia. Ao contrário: como podemos ver, tivemos decréscimo em nossa competitividade vis-à-vis os pares internacionais.
Se o Brasil insistir nessa toada, o destino da Argentina será também o nosso. Ou mudamos o rumo da economia e da política, ou veremos o país perder cada vez mais espaço no mundo globalizado e competitivo. O PT e sua péssima gestão econômica têm custado muito caro ao país. Eis o resultado concreto do acúmulo de erros. Até quando seremos apenas o “país do futuro”?
Rodrigo Constantino
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