Estoques elevados e confiança dos empresários em baixa somados ao temor de mais custo, mais inflação e menos consumo provocados pela alta do dólar levaram a produção da indústria a cair mais que o previsto em julho.
O setor industrial recuou 2% em relação a junho, e a expectativa de um novo recuo em agosto são o prenúncio de que o PIB favorável do segundo trimestre ficou para trás.
Com pátios lotados, as montadoras, por exemplo, produziram 5,4% menos de junho para julho. Foi o setor que mais contribui para a queda da indústria.
O resultado fez consultorias e bancos revisaram suas projeções para o terceiro trimestre. Relatório de Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco, diz que a produção industrial em julho reforça expectativa de retração do PIB. O banco prevê queda de 0,5% de junho a agosto.
O Itaú também passou a estimar um recuo de 0,5% antes, a projeção era de estabilidade. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, porém, afirma que é precipitado falar em retração no terceiro trimestre.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) havia chegado a declarar que "o fundo do poço foi superado", ao comemorar a alta de 1,5% do PIB no segundo trimestre. "Daqui para frente é expansão."
Esse "efeito gangorra" da indústria é explicado, em parte, pelo fato de que no primeiro semestre ela ficou muito dependente de setores estimulados pelo governo.
É o caso de veículos (IPI reduzido) e máquinas e equipamentos (com juros do BNDES abaixo da inflação).
Tal ação do Estado, diz Aurélio Bicalho, economista do Itaú, explica que a produção suba muito num mês e recue no outro:
consumidores e empresários antecipam suas compras para não
perder o benefício. O efeito negativo é que se formam estoques, já que é difícil prever como o consumo vai se comportar.
"É um ano de uma volatilidade muito grande, como não se via nos últimos dez anos", disse André Macedo, economista do IBGE.
Macedo cita como causas da piora da indústria o consumo mais fraco (pela desaceleração da renda e do emprego e pela inflação) e o crédito mais escasso e caro.
O dólar valorizado, diz, não mostrou ainda seu potencial de melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
perder o benefício. O efeito negativo é que se formam estoques, já que é difícil prever como o consumo vai se comportar.
"É um ano de uma volatilidade muito grande, como não se via nos últimos dez anos", disse André Macedo, economista do IBGE.
Macedo cita como causas da piora da indústria o consumo mais fraco (pela desaceleração da renda e do emprego e pela inflação) e o crédito mais escasso e caro.
O dólar valorizado, diz, não mostrou ainda seu potencial de melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Bicalho prevê tal efeito só em 2014.
Um possível primeiro sinal negativo da alta do dólar, porém, pode ser a queda de 10,7% da indústria farmacêutica, segundo Macedo.
Um possível primeiro sinal negativo da alta do dólar, porém, pode ser a queda de 10,7% da indústria farmacêutica, segundo Macedo.
Trata-se de um ramo que depende muito de matérias-primas e insumos importados, cujos custos subiram.
Editoria de arte/Folhapress
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